terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Jesus nasce na província romana da Judeia, que já era a Palestina


A região era chamada de Palastu pelos assírios (2.500 a.C. - 612 a.C.) in Donald A. Mackenzie, The Myths of Babylonia and Assyria, Chapter XVIII: The Age of Semiramis 

A palavra Palestina deriva do grego Filístia (Philistia), nome dado pelos autores da Grécia Antiga a esta região, devido ao facto de em parte dela (entre a actual cidade de Tel Aviv e Gaza) se terem fixado no século XII a.C. os filisteus.

É de facto entre os escritos egípcios dos reinados dos faraós Mineptah e Ramsés III que se encontram as primeiras referências aos Filisteus, que integrando os Povos do Mar (designados igualmente como "Povos habitantes das ilhas" e "Povos do Norte") devastaram o Chipre, Ugarit, levaram à queda dos Hititas e acabaram com a Idade do Bronze.

Chamados de Peleset numa inscrição egípcia no pilone de Medinet Habu, acabaram por dominar os Cananitas e estabelecer-se nas zonas de Ekron, Gat, Ashdod, Gaza e Ascalon (que em junção formavam a chamada Pentapólis Filisteia), acabando por dar o nome à Palestina.

A Bíblia refere ainda que os Filisteus eram originários de um local, Keftiu, que se situaria ou na Cilícia, Ásia Menor, ou em Creta, no Mar Egeu.

A cidade de Gat foi destruída entre os anos 800 e 700 a. C., na sequência dos conflitos contra os Arameus, tendo Askalon, Ashdod e Ekron desaparecido após os ataques levados a cabo por Nabucodonosor, no século VI a. C.

Estas cidades, cada uma delas governada por um seranim ("senhor"), não voltaram a ser edificadas e habitadas pelos Filisteus, que a partir desta altura quase não são mencionados em documentos da época ou posteriores.

A religião que os Filisteus praticavam era politeísta, sendo Baal e Dagon alguns dos deuses principais.

No século II, os romanos utilizaram o termo Síria Palestina para se referirem à parte sul da província romana da Síria. O termo entraria posteriormente na língua árabe e é usado desde então para se referir a esta região. 


Situação política e religiosa da Palestina na época de Jesus Cristo 
Desde o ano 722 antes de Cristo, a região onde viviam os hebreus e palestinianos estava dominada por nações estrangeiras. A partir do ano 63 a.C. este domínio passou a ser feito pelos romanos.

Roma era a maior potência política e económica daquela época. Em 63 a.C. um general de nome Pompeu conquistou a Palestina, que desde então passou a fazer parte do império romano. A palestina funcionava como uma província semiautónoma, pois as autoridades locais foram mantidas.

No tempo do nascimento de Cristo, o imperador era Otavio Augusto. Ele governou de 27 a.C. a 14 d.C. Quando Cristo foi morto, o imperador era Tibério e ele reinou de 14 a 37 de nossa era.

Os romanos mantinham o seu domínio sobre as províncias do império a ferro e fogo, e para conseguir isto cobravam impostos de todas as nações dominadas. Frequentemente faziam recenseamentos nas províncias, para calcular se o recebimento dos impostos estava correspondendo ao crescimento da população.

O recenseamento feito na época do nascimento de Cristo tinha esta finalidade (Cf Lc 2, 1-7). Nas províncias do império, os imperadores eram representados pelos procuradores romanos. No tempo em que Jesus Cristo foi morto, o procurador era Pôncio Pilatos. Ele morava na cidade de Cesareia e visitava Jerusalém somente na época das grandes festas, para cuidar, sobretudo, da segurança da população.

Órgãos de governo e partidos políticos
Na Palestina, o órgão político mais importante era o Sinédrio. Este era como um Senado, composto por 71 membros comandados por um sumo-sacerdote. Este órgão era o responsável pela vida dos judeus, pela aplicação do cumprimento da lei e pela ordem interna.

No contexto político, destacavam-se os partidos político-religiosos que lutavam pelo predomínio no meio do povo. Todos eles tinham uma conotação religiosa. Entre os partidos mais fortes destacavam-se os saduceus, fariseus, essénios e os zelotas. Como hoje, cada partido lutava para continuar influenciando o povo.

Algumas características diferenciavam o povo judeu dos restantes povos que viviam no Médio Oriente:
  • O povo judeu acreditava num único Deus vivo e verdadeiro. Os restantes povos eram todos politeístas, pois acreditavam em muitos deuses diferentes. Esses deuses em geral eram representados na forma humana ou de animais.
  • A esperança no Messias ajudava o povo a caminhar. Esta esperança era forte, sobretudo, no meio do povo mais simples e humilde.
  • Os profetas, homens chamados por Deus, pregavam a fidelidade à Aliança e a volta da Nova Jerusalém.
  • A lei tinha uma importância decisiva. A lei ou Torá devia ser cumprida a todo custo.
  • As instituições mais importantes na vida religiosa do povo eram o templo, as festas religiosas, com destaque para a festa da Páscoa, a sinagoga e a guarda do dia de sábado.
Foi neste ambiente que Jesus Cristo nasceu como um homem histórico, encarnado na história humana. Foi neste ambiente que Ele lançou a semente do reino de Deus e convocou um grupo de pessoas, os apóstolos, para continuar a sua missão.
Após Jesus Cristo e, especialmente após a revelação do Espírito Santo em Pentecostes, os discípulos começaram a reunir-se em comunidades, tendo por base a comunidade de Galileia ao norte e falavam o aramaico, enquanto em Jerusalém falava-se o hebraico.
Tanto os pais de Jesus quanto Jesus nunca saíram da Galileia para viver em Jerusalém, e até eram desconhecidos por estes. Razão até por que foram os judeus que O entregaram para ser "morto" por estes serem inimigos de Jesus e por ter pertencido à doutrina dos Nazarenos.

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