sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

União Europeia aplica multa milionária ao X após irregularidades com verificação


A União Europeia aplicou uma multa de € 120 milhões  ao X (antigo Twitter), plataforma de Elon Musk, por práticas consideradas enganosas relacionadas ao selo azul de verificação e por falta de transparência em publicidade e acesso a dados internos. A decisão, anunciada nesta sexta-feira (5), marca o primeiro grande uso da Lei de Serviços Digitais (DSA), criada para combater desinformação e conteúdos ilegais online. 

As infrações investigadas desde julho de 2024 incluem a forma como o X passou a utilizar o selo azul — antes associado à verificação de identidade e credibilidade — bem como descumprimentos ligados à cooperação com autoridades. A punição reacende tensões entre a União Europeia e o governo dos Estados Unidos.

O que motivou a multa contra o X
Segundo a Comissão Europeia, o selo azul deixou de ser um indicador de identidade confiável após a aquisição da plataforma por Musk em 2022. Com a mudança, o símbolo passou a ser oferecido apenas a perfis com assinatura paga — o que, para Bruxelas, poderia induzir usuários a erro sobre a legitimidade de fontes de informação.

Outros pontos levantados pela UE:
  • falta de transparência sobre anúncios;
  • práticas consideradas enganosas envolvendo o selo;
  • recusa ou dificuldade em conceder acesso a dados internos para investigação.
A vice-presidente da Comissão responsável por temas digitais, Henna Virkkunen, enfatizou que a medida não envolve censura, mas o cumprimento de regras estabelecidas.

Repercussões políticas e pressões dos EUA
A decisão rapidamente ganhou peso político. Antes mesmo do anúncio oficial, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, criticou a UE por “atacar empresas americanas por besteiras”, comentário que recebeu agradecimento público de Elon Musk.

A proximidade entre Musk e o presidente Donald Trump, marcada por idas e vindas, ampliou a percepção de que o caso vai além da regulação digital. Nas últimas semanas, representantes americanos chegaram a propor à UE a flexibilização das regras digitais em troca de redução de tarifas sobre o aço — oferta rejeitada pelos europeus, que reafirmaram seu direito de aplicar as suas próprias leis.

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