Actualmente, os conselhos de administração procuram CEOs com elevados níveis de inteligência emocional, ou seja, a capacidade de ler e interpretar os sentimentos dos outros e reagir em conformidade na tomada de decisões, de acordo com o Insider.
Especialistas em diversidade e inclusão afirmam que a pressão sobre os CEOs para implementarem mudanças sociais nas empresas significa que cada vez mais líderes serão julgados pela sua inteligência emocional.
Para muitos conselhos de administração, contratar executivos de topo já não se trata de priorizar capacidades “úteis na obtenção de lucro”. Um estudo da Harvard revela que uma nova competência se sobrepõe às demais: inteligência emocional/social skills.
Investigadores analisaram cerca de cinco mil descrições de cargos executivos da Russell Reynolds, empresa de consultoria em liderança, entre 2000 a 2019 e descobriram que as palavras-chave mais mencionadas andam à volta de inteligência emocional, autoconsciência e a capacidade de trabalhar bem com os outros.
Este estudo junta-se a outros, reforçando a crescente importância desta competência. Um inquérito da plataforma Capterra, publicado em Janeiro, mostrava que líderes com elevada inteligência emocional eram 11% mais bem sucedidos na concretização de projectos, comparativamente aos que afirmaram ter menor inteligência emocional. Um estudo de 2009, divulgado no Leadership & Organization Development Journal, indicava que os executivos com níveis mais altos de empatia e auto-estima eram mais propensos a gerar altos lucros para as empresas.
«É uma competência de liderança que não pode faltar e será cada vez mais falada no futuro», revela Arquella Hargrove, consultora de Diversidade e Inclusão e Leadership coach, à Insider.
Entre os temas da igualdade, diversidade e inclusão, os consultores esperam que a procura por competências de inteligência emocional aumente nos próximos anos. «Estamos a lidar com pessoas e queremos humanizar estes temas. As emoções estão incluídas», acrescenta a consultora.
«Se estamos a tentar focar-nos na humanidade e aceitar as pessoas como são, competências de compreensão e empatia são fundamentais», declara Doris Quintanilla, directora executiva e cofundadora da consultora The Melanin Collective.
Qualquer líder (e gestores no geral) pode trabalhar para desenvolver a sua inteligência emocional. Uma das vertentes é a consciência social, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. É ter empatia, escrevem Daniel Goleman, autor de “Emotional Intelligence 2.0”, e Richard E. Boyatzis, professor de Psicologia na Case Western Reserve University, na Harvard Business Review.
Para trabalhar o tema da empatia, Arquella Hargrove e Doris Quintanilla recomendam que os líderes passem mais tempo com os seus colaboradores de backgrounds mais sub-representados, convidando-os a partilhar as suas histórias e experiências. «Quando os líderes ouvem os seus colaboradores de diferentes origens, começam a valorizar essas diferenças e fazem as pessoas sentir-se incluídas na equipa», disse Arquella Hargrove.
Outro lado importante da inteligência emocional é a forma como se gerem relações ou a capacidade de comunicar eficazmente e trabalhar com os outros. «Ter inteligência emocional é também pedir feedback e ser capaz de o aceitar, seja positivo ou negativo. Esta capacidade torna-nos melhores líderes e gestores», acrescenta.
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