A relva não tem valor ecológico (não cria biodiversidade), é uniforme e exigente em água potável. Em muitas regiões, as ervas do relvado estão a tornar-se invasoras.
As pradarias de relva podem interferir na saúde do gado [estudo]. O uso de herbicidas e glifosato no controle de ervas daninhas em relvados contaminam os lençóis freáticos e na população das abelhas. Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences expôs as abelhas a níveis da substância encontrados em jardins e plantações e descobriu que, quando ingerido pelas abelhas, o glifosato afeta o microbioma intestinal dos insetos e diminui a sua capacidade de combater infecções.
O ervado é precisamente o oposto: é belo, são plantas silvestres autóctones, não exigem manutenção e geralmente com menos consumos de água potável, um bem escasso.
Como requerem menos manutenção do que os relvados, ainda ajudam a poupar dinheiro.
As flores silvestres melhoram a produção agrícola e biodiversidade [estudo] e potenciam a população de polinizadores.
E assim somos amigos das abelhas [declínio global dos polinizadores ameaça os ecossistemas e a humanidade], com elas regressam mais insectos, as aves insectívoras regressam e ajudam no controlo de pragas e temos micro-ecossitemas instalados.
Os polinizadores assumem um papel vital na manutenção das populações de plantas silvestres, que por sua vez albergam muitos outros organismos, e no fornecimento de alimento, com cerca de 75% das nossas culturas a beneficiar de serviços de polinização [webinar- a força dos polinizadores].
Ervas e ervas aromáticas
Tê-las num jardim é 6x vantajoso: comestível, bom para a nossa saúde, zero de poluição dos lençóis freáticos, bom para os polinizadores, bonito e protector da nossa flora autóctone!
As ervas têm uma grande influência na nossa saúde. Também consideram-se importantes fazer refeições, infusões e tinturas. Elas ajudam na pressão arterial, reduzem os níveis elevados de colesterol e suprimem as alergias sazonais.
Os frutos, flores e muitos componentes vegetais são benéficos para a nossa saúde, sobretudo quando frescos.
O ervado também se insere nas medidas destinadas à redução do risco de inundação numa cidade.
Para obter sementes nativas portuguesas contacte Sementes de Portugal.
Corredores de flores silvestres em estradas e auto-estradas
Em Kingston upon Hull, uma cidade no nordeste da Inglaterra, os separadores centrais e as bermas de muitas estradas, incluindo algumas das mais movimentadas, estão agora cobertos de milhares de flores silvestres.
Kingston upon Hull |
- Cidade inglesa substitui relva por flores silvestres nas bermas das estradas
- É alarmante o colapso dos insectos
- É hora de repensarmos os relvados nas cidades e nos quintais, dizem cientistas
- Insetos estão a desaparecer em várias regiões do mundo e há alimentos que podem acabar
- It’s Time to Make Cities More Rural
- Mito: Não há necessidade de deixar as bermas das estradas com ervas e arbustos
- Não corte já as "ervas daninhas". As abelhas agradecem
- O declínio dos insectos afecta a vida de cada um de nós
- "O colapso dos insetos", por José Alberto Quartau
- Plantas silvestres: dez tesouros que crescem na berma dos caminhos
- Pollinators Are in Trouble. Here's How Transforming Your Lawn Into a Native Wildflower
- Prado - A sua relevância para controlar o declínio dos insectos (2017)
- Prados Floridos, uma Forma Sustentável de Cobertura do Solo
- Quercus desafia os portugueses a apreciarem ervas daninhas
- The Insect Apocalypse Is Here
- Wild plants keep saving humans from starvation
Não tenho relva, mas de facto erva, mas de facto tem mais espécies invasoras do que autóctones, além de ter de a roçar como a relva, se são aqui, com o clima e a fertilidade natural do solo, tudo se transforma em pouco num matagal ou mesmo floresta.
ResponderEliminarOlá Carlos.
ResponderEliminarInfelizmente não é o único com queixas. As invasoras ocupam os nossos terrenos, transportados por sementes pelo vento e chuva.
Em terrenos rurais, uma "visita" de ovelhas ou cabras seria uma óptima sugestão. Elas são seletivas e comem as daninhas num instante.
Não tem hipótese de falar com um botânico dos Açores que dê pistas com aplicação de herbicidas naturais e conheça o ciclo de vida e interação com insectos (joaninhas resultam quase sempre). Mas estou a falar do Continente. Atenção não use sal, como circula na net.
Abraço