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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Guerra Junqueiro- mais actual que nunca

PÁTRIA


“Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.]

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.”

Guerra Junqueiro, “Pátria”, 1896.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Suécia importa lixo para a produção de energia

A Suécia começou a importar anualmente 800 mil toneladas de “lixo” de outros países europeus para alimentar a sua indústria de produção de energia a partir de resíduos por meio da incineração. Este sistema de valorização dos resíduos permite responder a 1/5 das necessidades do sistema de aquecimento de prédios de habitação e edifícios comerciais do país nórdico, para além de fornecer electricidade a 250 mil lares.[Naturlink,29-10-2012]
Podemos enviar ao governo, a Troika e os arautos da G.Sachs (Carlos Moedas, António Borges, entre outros)?


" A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas."
 Johann Goethe

«A negatividade não é absolutamente nada natural. É um poluente psíquico, e há uma profunda ligação entre o envenenamento e a destruição da Natureza e a enorme negatividade que se foi acumulando na psique humana colectiva. Nenhuma outra forma de vida neste planeta conhece a negatividade, apenas seres humanos, e também nenhuma outra forma de vida viola e envenena a Terra que a sustenta. Já alguma vez viu uma flôr infeliz ou algum carvalho com stresse? Conhece algum golfinho deprimido, alguma rã com problema de auto-estima, algum gato que não relaxe, ou algum pássaro que sinta ódio e ressentimento? Os únicos animais que ocasionalmente poderão sentir algo parecido com negatividade ou mostrar sinais de comportamento neurótico são os que vivem em contacto íntimo com os seres humanos e se ligam desse modo á mente humana e à sua insensatez.» ~ Eckhart Tolle 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A Verdade Sobre o Touro de Lide, por Jordi Casamitjana



Jordi Casamitjana is a zoologist, ethologist and consultant at Animal Protection Consultancy.
Uma palestra excelente.

Página Oficial:

sábado, 27 de outubro de 2012

Música do BioTerra: Throwing Muses - Not Too Soon

Dois músicos absolutamente incríveis. Kristen é muito mais sombria na sua escrita e Tanya é uma mestra da música pop. Ambas igualmente talentosas e eu sempre tocarei suas músicas e voltarei à minha juventude! Oh sim, já me esquecia que David Narcizzo é um mestre da bateria!


She colorblind tired eyes
Her hallway aching
She'll never move him, likes it that way
He's just a walker and he'll never stop walking away
It's not too soon, he said, you know it's not too soon at all
And you might as well be dead, he said
If you're afraid to fall, I said, I know her

She said, oh, my, why do you stare so hard?
Wrapped up like a doll in bad dreams and broken arms
Make these old bones shiver
It's not too soon, he said, you know it's not too soon at all
And you might as well be dead, he said
If you're afraid to fall, I said, I know her

The last time I saw you, you were standing in the dark
And with a freezing face, I watched you fall apart

It's not too soon, he said, it's not too soon at all
And you might as well be dead, he said
If you're afraid to fall, I said
Done your time, been in your place
I couldn't look you in the face
and tell you that it turns me on
it makes my stomach turn
I know, I know her

Biografia e Discografia

Página Oficial

Youtube

"A árvore e o homem" por Carlos Drummond de Andrade

Foto aqui

«Glória aos fotógrafos, a essa objectiva humilde que vai visitar as árvores na mata, no jardim público ou à beira da estrada, e delas recolhe a imagem menos imperfeita, porque menos individualista - árvore em estado de árvore. Não me achando em condições de possuir um sítio, nem mesmo uma araucária particular, incompatível com as dimensões do metro quadrado em que resido, eu (e aqui sou João, Leovigildo, Heitor, homem urbano em geral) consolo-me contemplando algumas fotografias de olmos, faias, eucaliptos, jequitibás, espécies resinosas e essências. Amo vê-las em grupo ou isoladas, oferecendo à pressão do vento a massa compacta de folhagem; reflectindo, interceptando ou matizando os raios solares que tentam penetrá-las; lavando-se à beira da corrente, em sincera solidão; ou ainda contrastando com os frágeis monumentos de pedra, tijolo e cimento, que chamamos de casas, e que é tão raro não "sobrarem" na natureza; e até mesmo esparsas entre esses outros monumentos, os mais frágeis de todos, de nervos e vasos sanguíneos, que chamamos homens, e tampouco sabem integrar-se no conjunto natural onde folhas, raízes, insetos e ventos se organizam sem política.»

Carlos Drummond de Andrade, Passeios na Ilha (1952)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Pequeno filme sobre as maravilhas naturais do nosso País: Portugal-Terra

 

Alguns momentos que as nossas lentes têm fotografado no decorrer do último ano que o vão levar numa pequena viagem desde as mais densas florestas até aos picos das maiores montanhas, atalhando por entre o montado, descendo os mais belos rios sem deixar de passar pelos estuários e chegando finalmente onde o mar começa.
Conheça Portugal! Conheça as nossas Espécies! Siga a Natureza no facebook
Locais: Serra de Sintra, Serra da Lousã, Serra de Montesinho, Serra da Estrela, Rio Zêzere, Rio Tuela, Rio Douro, Tejo Internacional, Reserva da Faia Brava, Estuário do Tejo, Costa Vicentina.
Espécies de Fauna por ordem de aparição:
Veado, Cia, Gaio, Felosa Comum, Esquilo, Salamandra, Javali, Lobo Ibérico, Corço, Milhafre Preto, Chapim Azul, Pintaroxo Comum, Tentilhão, Melro, Cartaxo, Grifo, Abutre do Egipto, Abutre Preto, Pisco, Raposa, Bico Grossudo, Gamo, Abelharuco, Verdilhão, Veados, Flamingos, Ibis Preta, Garça Real, Garça Branca, Colhereiro, Cegonha Branca, Gaivota de Cabeça Escura.
Música: Time - Hans Zimmer



English

Some of the frames our cameras have caught through this past year. They will take you on a journey from Portugal's dense forests to its highest peaks, through the cork oak tree Montado and down the most beautiful rivers and estuaries, arriving finally to the Atlantic Ocean.
Discover Portugal! Discover its species! Follow Nature at facebook

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Erros jornalísticos: alimentos biológicos e convencionais valem quase o mesmo para a saúde- o quê?

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Foto: PÚBLICO
O estudo não encontrou provas de que os alimentos biológicos sejam mais nutritivos
O mais grave desta notícia é que foi publicada no Ecosfera a 4 de Setembro de 2012

Por vezes pasmo com alguns artigos de jornal parece que mais próprios de jornaleiros que de jornalistas.Não só o estudo é inconclusivo (como mais adiante é referido) e aí falha o autor do estudo e quem o publicou dando como adquirida uma coisa inconclusiva, como a própria notícia é colocada de forma enganadora, e aí falha a jornalista, uma vez que quem ler somente o título é de imediato levado a pensar que "um ou outro é a mesma coisa".Senão vejamos, "valem quase o mesmo", para já "quase o mesmo" não é "o mesmo" e a diferença nutricional é real, só na perspectiva da Monsanto é que se calhar não é!Mais adiante refere-se "A maior diferença está na quantidade de pesticidas"!Não é isso razão suficiente para preferir biológico a convencional?Ou será que na perspectiva do autor do estudo ingerir quantidades (por vezes enormes) de pesticidas e químicos é bom para a saúde?Então e além da questão nutricional, o sabor (textura, aroma), a sustentabilidade ecológica e a poluição provocada por pesticidas, não interessam?Só faltava agora lançar outro estudo a dizer que "Transgénicos, biológicos e convencionais valem quase o mesmo"
Demasiado Codex Alimentarius!
Obrigado, Maurício Pereira.Partilho 100% com a sua posição!!

sábado, 20 de outubro de 2012

Manuel António Pina, as Crianças e a Escola Portuguesa que ganhou prémio internacional

Uma sociedade tem que se conhecer para conseguir desenvolver-se e evoluir de forma justa e sustentada.
Reportagem da TVI no 6 de Outubro 2012 , no jornal das 8. A crise vista pelas crianças - Turma 8ºD da Escola EB23 de Real Braga.

Ontem fiquei abalado com o falecimento de Manuel António Pina.Uma pessoa que dava voz e lucidez à nossa indignação.Via-o como irmão mais velho, mesmo nunca tendo-o conhecido pessoalmente.  O apoio incondicional da minha família foi, como sempre, imprescindível.
Mal eu sabia que ao fim deste dia- sábado- recobrei as forças e energias e vi nascer a Esperança. A Fundação Vox Populi promove todos os anos lectivos o projecto NEPSO (Nossa Escola  Pesquisa a Sua Opinião). A minha escola, Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos, teve o privilégio de acolher a equipa pedagógica do Norte que aderiu este ano a mais um novo arranque da fase 1 do NEPSO. Vieram professores de Porto, Gaia,  Caminha, Viseu e Almeida. Estão agendadas mais duas fases de formação dos docentes. 
Entrei no Projecto porque outra colega da escola, Natércia Charruadas, que tinha dinamizado no ano lectivo anterior, ficou encantada com o NEPSO e como percebeu a minha tristeza por o Ministério da Educação ter acabado com a Formação Cívica do 10º ano, convidou-me, explicou-me o que se tratava e eu aceitei imediatamente o desafio.
Realmente adorei conhecer pessoalmente os mentores e directores da Fundação: Drs. Paula e Luís Queirós e a Dra. Esperança Afonso. Gostei imenso também de conhecer a Dra. Cristina Berbert (isso mesmo, Brasileira) que vive em Curitiba (essa mesmo, uma das cidades mais sustentáveis de todo o mundo). 
A troca de ideias e alguma conversação amena entre colegas de vários pontos do Norte do País, partilhamos experiências interessantes e foi também uma sensação boa e transpirou-se, no final, alguma felicidade no ar. Entre as amarguras dos venenosos rankings das escolas, há muitos elementos de  comunidades educativas "grandes" e invisíveis a reconstruir tanto "desânimo" e desigualdade social e sempre intervindo para minimizar a crise
Quando cheguei a casa, fui investigar mais e  fiquei fascinado com este documentário e prémio mais que merecido. 
Depois da "faísca" a luz e a curiosidade e a vontade pode motivar o coração de um grupo de alunos/ jovens/ crianças e levá-los até caminhos inimagináveis, como os da turma 8º B de Braga, é o orgulho para qualquer educador e pedagogo. Os meus parabéns! 
E diz tudo Manuel António Pina, neste magnífico poema "O Medo". A melhor homenagem que podemos dar ao grande poeta e homem bom é, além de ler e divulgar a sua obra poética, prosseguir e desbravar caminhos juntos, mesmo com muitas adversidades.

O Medo
Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.

É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.

Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?

Manuel António Pina, in "Nenhum Sítio"

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Documentário imperdível: Geoportugal


Geoportugal - 2009
RTP2, UNESCO e a Farol de Ideias produziram um documentário sobre o património geológico de Portugal e o papel das Ciências da Terra para o desenvolvimento sustentável.

Trata-se de uma rodagem que vai desde Arouca, na Grande Área Metropolitana do Porto, à Ilha das Flores, nos Açores, passando pelos impactos da erosão costeira, a importância do alargamento da Plataforma Continental, sem esquecer os aquíferos e os impactos das alterações climáticas na qualidade de vida.

Qual a importância das geociências?
No fundo, o conhecimento da litosfera, o «mundo das pedras», é tão importante e interessante quanto o da hidrosfera, da atmosfera e da biosfera. Todas estas «esferas» estão interligadas. A vida não seria possível sem essa relação que as Ciências da Terra estabelecem de uma forma holística, global.

GeoPortugal é um documentário escrito por Ivo Costa, com imagem de Tiago Mendes e Sérgio Morgado com edição de Marco Miranda e realização de Arminda Sousa Deusdado.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Encontros Improváveis - poema sonoro de Cecília Meireles com Dead Can Dance


'Brâmane'
(Cecília Meireles, de seu primeiro livro)

Plena mata. Silencio. Nem um pio
De ave ou bulir de folha. Unicamente
Ao longe, em suspiros murmúrio,
Do Ganges rola a fulgida serpente.

Sem ter no pétreo corpo um arrepio,
Nu, braços no ar, de joelhos, fartamente,
Esparsa a barba ao peito, na silente
Mata, o Brâmane sonha. Pelo estio,

Ao sol, que os céus abrasa e o chão calcina,
Impassível, a silaba divina
Murmura... E a cólera hibernal do vento

Não ousa à barba estremecer um fio
Do esquelético hindu, rígido e frio,
Que contempla, extasiado, o firmamento.

Cecília Meireles
In: Espectros (1919)

Children of the Sun
[Dead Can Dance]

We are ancient
As ancient as the sun
We came from the ocean
Once our ancestral home
So that one day
We could all return
To our birthright
The great celestial dome

We are the children of the sun
Our journey's just begun
Sunflowers in our hair
We are the children of the sun
There is room for everyone
Sunflowers in our hair

Throughout the ages
Of iron, bronze, and stone
We marvelled at the night sky
And what may lie beyond
We burned our frames
To the elemental ones
Made sacrifices
For beauty, peace and love

We are the children of the sun
Our kingdom will come
Sunflowers in our hair
We are the children of the sun
Our carnival's began
Our songs will fill the air

And you know it's time
To look for reasons why
Just reach up and touch the sky
To the heavens we will sing
We are the children of the sun
Our journey has begun

Are we older children
Come out at night
And even soulless
Great hunger in their eyes
Unaware of the beauty
That sleeps tonight

And all the queen's horses
And all the king's men
Will never put these children back
Together again
Faith, hope, our charities
Breathe slow, our enemies

We are the children of the sun
We are the children of the sun

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Erosão genética provocada pelas multinacionais do sector agrícola

Muito provavelmente não vai gostar da história de erosão genética que deste gráfico (da National Geographic) diz, mas eu espero que "goste" e partilhe ao bom estilo das redes sociais para ajudar a espalhar a palavra sobre o porquê a conservação e poupança de variedades de sementes é tão importante. Se você nunca salvou sementes antes, este é um grande ano para começar. Já agora veja o documentário (curto e directo): Semente é Diamante. As sementes são PÚBLICAS. Estão adequadas às condições biorregionais e devem ser livres de patentes, de transgénicos e de pesticidas!
Quanto aos pesticidas, a A Quercus exige uma reformulação em profundidade do texto da proposta de Lei que pretende transcrever a Diretiva de Uso Sustentável dos Pesticidas.[notícia aqui, de 15/10/12]

Filme: A Costa dos Murmúrios


Resumo do Livro : aqui e aqui



Sabemos pouco sobre como Moçambique obteve a independência de Portugal, no entanto, essa história tem relatos cativantes de derramamento de sangue e romantismo. 

Filmado entre Lisboa e Maputo, A Costa dos Murmúrios não é um filme de guerra, mas uma alegoria ao amor e à redenção. Também é um retrato autêntico da sociedade portuguesa dos anos 60 com a predominância tácita do machismo e os primeiros passos em direção à libertação das mulheres. Evita, nossa protagonista, está completamente apaixonada por um matemático que recebeu a chamada para lutar no movimento da independência de Moçambique.

Baseada em uma história envolvente da renomada autora portuguesa Lídia Jorge, o filme retrata uma Evita que descobre a verdadeira personalidade do seu marido. Passando de vítima a uma líder de sua própria emancipação, Evita apaixona-se por um jornalista que revela os abusos do exército português durante a guerra. Uma história sobre a liberdade e a independência, em todos os sentidos!

Sinopse:

No final dos anos 60, Evita (Beatriz Batarda) chega a Moçambique, um país devastado pela guerra colonial com Portugal.  Ela vai se casar com Luís (Filipe Duarte) que está a prestar o  serviço militar. Quando Luís parte para lutar, Evita fica sozinha na cidade onde começa a descobrir como a violência muda os homens, especialmente, o seu marido. Uma adaptação para o cinema do romance de Lídia Jorge.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

O Segredo das 7 irmãs: A vergonhosa história do petróleo

Contra a privataria, já!

No dia em que Gaspar e a facção que capturou o Estado decretaram mais impostos, essa  máquina de processamento de dívida, de degradação do ambiente e de desorganização do território, eis mais um documentário que explora as poucas vergonhas da privataria.
Secret of the seven sisters: The shameful story of Oil
Pétrole, le secret des septs soeurs





A incrível história do pacto secreto que deu origem ao controle oligopólico no mundo do fornecimento de petróleo bruto. Em 27 de Agosto de 1928, magnatas de petróleo de todo o mundo reuniram-se em segredo para formar uma aliança para evitar o confronto e a divisão. O Acordo Achnacarry (Escócia) marcou a criação de um cartel internacional do petróleo, cujos membros se reservavam o direito de partilhar o mercado de petróleo e fixar os preços como quisessem. O contrato entre as "sete irmãs ", como eram conhecidas as gigantes do petróleo, tornaram essas empresas as mestres do mundo moderno. Esta série retrata um século de história do petróleo à luz deste acordo secreto. Reconstruções, arquivos, entrevistas com os protagonistas e especialistas que contribuíram para uma viagem itinerante através do mapa do petróleo bruto, o que revela o roubo extraordinário e gigantesco cometido por uns poucos magnatas sem escrúpulos. [Fonte: RTP2]

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Contra a privataria, já!

A facção que capturou o Estado é uma máquina de processamento de dívida, de degradação do ambiente, e de desorganização do território. As grandes obras públicas ou os bairros periféricos das grandes cidades, inúteis na maioria dos casos, são sorvedouros de fundos comunitários e de empréstimos externos. As grandes cadeias de distribuição tudo fazem para destruir a nossa capacidade alimentar própria, fomentando a importação. A política de transportes é a principal causa do aumento da nossa pesada factura em combustíveis fósseis. Que ninguém se iluda.[...] Contudo, enquanto o Estado não for resgatado pela sociedade - sendo colocado ao serviço dos milhares de interesses plurais, mas convergentes, de um tecido social saudável - a conta vai continuar a ser paga pelos 95% que ficaram de fora. Por quase todos nós. [Soromenho-Marques].

Dossiê Bioterra: Privataria- austeridade é mentira e agressão foi actualizado.

domingo, 14 de outubro de 2012

Mensagem da activista Islandesa Birgitta Jónsdóttir

«My country. My class. Poor people. Old people. No health care. Young people. Cut education. Black people.Discrimination. Gay people. Legislation. My country. Will you ever recover».~ Vini Reilley


A Santíssima Trindade da outra senhora está completa. D. Policarpo tornou-se no Cerejeira (ler a propósito crónica excelente de Mário de Carvalho). Cavaco na sua página do facebook e Sampaio no Expresso parecem que acordaram de um "coma", mas definitivamente não estão a falar pelo povo, falam para dentro de cada um dos seus partidos. Enfim, o carrossel da impunidade e mediocridade perpetua-se e continua. Pela tua sobrevivência adere à desobediência civil pacífica, por uma democracia mais intensa e próxima da Natureza. Partilho, por isso, um texto (longo) "Message from the Icelandic activist Birgitta Jónsdóttir" / "Mensagem da activista Islandesa Birgitta Jónsdóttir" (Translation by Carlos Clara Gomes)  mas que vale a pena lê-lo e partilhar. Bom domingo, sempre em reflexão e (re)acção.
Uma mensagem minha para todos os que protestam. Especialmente para os meus amigos de Portugal.

Caros irmãos e irmãs

Quem me dera poder estar convosco pessoalmente, pois tenho saudades dos protestos que tivemos na Islândia quando surgiu a nossa crise financeira de 2008/2009.
Tenho saudades do espírito e do sentido de união que todos vivemos. O meu espírito está convosco e com todos aqueles que hoje se erguem. Povos de todo o mundo estão a acordar para a realidade de que os nossos sistemas já não nos servem. Os sistemas são auto-imunes e defendem-se a eles mesmos em vez de defenderem quem deviam estar a servir: TODOS VÓS

Nunca nos esqueçamos que nós também somos o sistema, nós também somos o governo, e se nós queremos mudar isso temos que ir lá dentro e criar uma ponte entre o poder e o povo. Antes de mais, sou uma poetisa que escolheu ver-se tanto como poetisa como uma hacker no Parlamento, para entender como trazer mais poder para o Povo da Islândia.

Foram os nossos irmãos e irmãs da revolta na Argentina, quem começou a usar panelas e frigideiras, quando se levantaram contra o seu presidente corrupto e o FMI há alguns anos atrás. Nós fomos inspirados por eles. Agora vocês são inspirados por nós. Lembremo-nos de que mesmo o menor sofrimento ou alegria de alguém em nosso mundo é também realmente nosso, pois somos um único povo.

As ideologias da velha escola da política, dos media, sistemas monetários, empresas e todas as estruturas conhecidas estão em um estado de transformação. Eles estão desmoronando-se. Agora é a hora de uma mudança fundamental a todos os níveis: temos que aproveitar este momento. Porque este é O momento.

É invulgar que tantas gerações e indivíduos tenham semelhante oportunidade como esta para transformar o mundo tal como nós o conhecemos. A grande questão é: como podemos transformá-lo? Alteremos a pirâmide do poder para um círculo de poder onde todos nós sejamos valorizados enquanto tal.

É óbvio que estamos funcionando fora do planeta, muitas das pessoas perderam a conexão vital com o nosso ambiente, a maior parte da humanidade já não compreende a causa e o efeito da falta de sustentabilidade e muitos de nós sentem-se perdidos, deslocados e solitários. Todas as estruturas que achávamos que cuidariam de nós, sejam elas sistemas, ideologias, religião, política ou instituições estão falhando. Que momento, este!

Seguir o coração e as entranhas como um poeta faz muito mais sentido para mim do que a seguir o antagonismo ou a manipulação ideológica. A ideologia do certo ou errado do velho mundo simplesmente foi superada. Já não temos parlamentos fortes, com uma ligação estreita e directa entre o povo em geral e os centros de decisão. Temos os chamado políticos profissionais que estão distantes da realidade da maioria em que nós vivemos.

Partidos e os políticos estão muitas vezes instalados num casamento pouco saudável com os interesses financeiros e a corrupção prospera na arena política em todo o mundo. Enquanto muitos governos falam sobre transparência, o processo de políticas e de leis é retalhado em sigilo.

Precisamos mudar isso. Nós temos que saber o que queremos, em vez dessa realidade que estamos enfrentando.

O século XXI será a nossa era, a das pessoas comuns, onde iremos entender que, para viver na realidade que sonhamos, temos que participar e colaborar para co-criar essa mesma realidade.

Exorto-vos a participar num movimento de mudança, fazer parte activa desta oportunidade de mudança. Se eu pude ser deputada no parlamento islandês, qualquer um pode ser membro do parlamento.

Aqui está a nossa primeira tarefa: Se há algo que está entre o que nós temos que fazer sob a tutela das nações e não das grandes empresas, então é o seguinte: as companhias de água, as empresas de energia, o bem-estar social, a educação, a internet e os sistemas de saúde.

Fizemos tudo tão complexo e grandioso, talvez seja hora de voltar a formas mais simples, formas mais auto-sustentáveis. Nós podemos fazer isso, aprendendo uns com os outros, ajudando-nos mutuamente, local e globalmente, lembrando-nos que nós, como indivíduos, podemos mudar o mundo, e agora é a hora de avançar - assumirmos esse desafio e sermos os manufactores de mudança. Não esperemos que os outros o façam por nós, a hora de fazer a diferença chegou!

Tratado EURATOM

Paul-Henri Spaak e Jean-Charles Snov et d’Oppuers no momento da assinatura do Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom), 25 de março de 1957


Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica

Foram assinados dois tratados em 25 de Março de 1957 – o Tratado que institui a Comunidade Económica Europeia (CEE) e o Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica (CEEA ou EURATOM). Os principais objectivos do Tratado EURATOM são:
  • promover a investigação e assegurar a difusão dos conhecimentos técnicos
  • estabelecer normas de segurança uniformes com vista a proteger a saúde da população e dos trabalhadores da indústria
  • facilitar a investigação
  • garantir que os materiais nucleares não são desviados para fins diferentes daqueles a que se destinam, em particular militares
A importância do Tratado EURATOM pode ser claramente constatada no contexto do alargamento. A energia nuclear é uma importante fonte de energia para muitos países da Europa de Leste, mas as normas de segurança das suas centrais de energia nuclear e o nível de protecção da população e dos trabalhadores nem sempre são suficientes. É no contexto do Tratado EURATOM que se desenvolve a ajuda da UE neste domínio.
Assinado em: Roma (Itália), 25 de Março de 1957
Entrada em vigor: 1 de Janeiro de 1958

sábado, 13 de outubro de 2012

Entrevista da semana- Stanislas Dehaene: "A neurociência deve ir para a sala de aula"


O cientista condena o construtivismo como método de alfabetização e diz como os estudos com cérebro podem ajudar disléxicos a ler [Época- 14.8.12 (Brasil]





Uma das tarefas comuns da ciência é desvendar a complexidade por trás de atividades aparentemente simples. O matemático e neurocientista francês Stanislas Dehaene dedica-se a decifrar as mudanças cerebrais causadas pelo ato de ler. Para ele, a leitura moldou o cérebro humano e preparou-o para assimilar habilidades impossíveis de ser aprendidas por iletrados. Em seu livro Os neurônios da leitura (Editora Penso, R$ 71), ele afirma que o conhecimento do impacto da leitura no cérebro pode melhorar métodos de alfabetização para crianças e dá exemplos de como esse conhecimento tem auxiliado pessoas com dislexia. E mais: Dehaene diz que a pedagogia do construtivismo, altamente disseminada no Brasil, pode ser ineficaz para o ensino da leitura.



NEURÔNIOS EM ATIVIDADE
ÉPOCA – O que suas pesquisas sobre o impacto da leitura no cérebro revelaram?
Stanislas Dehaene – Constatamos que nosso cérebro aprendeu a ler a partir de uma reciclagem dos neurônios. Isso quer dizer que neurônios usados na leitura antes eram empregados em outro tipo de tarefa. Nosso cérebro de primata não teve tempo de amadurecer para aprender a ler. A leitura só foi possível porque conseguimos adaptar os símbolos a formas já conhecidas há milhares de anos. Diferentemente do que disse John Locke, nossa cabeça não é uma página em branco pronta para aprender qualquer tipo de coisa. Esse é um exemplo de como a cultura se adaptou às possibilidades de nossa mente. Concluímos que a leitura despertou em nosso cérebro a capacidade de perceber diferenças sutis e aumentou nossa capacidade de memorizar informações. É interessante observar que o cérebro mobiliza a mesma área para a leitura de qualquer idioma. O processamento da leitura do chinês ou do hebraico, da direita para a esquerda, acontece na mesma região que decodifica o inglês, o francês e o português.

ÉPOCA – O senhor disse que a leitura usou uma parte do cérebro antes destinada a outras funções. Que funções eram essas e o que aconteceu com elas?
Dehaene – Antes de aprendermos a ler, usávamos essa parte do cérebro para reconhecer formas de objetos e de rostos. Se você escanear o cérebro de pessoas que não leem e comparar com as alfabetizadas, a identificação de rostos para as iletradas mobiliza uma parte maior do cérebro que a mesma função nas alfabetizadas. Existe certa competição de competências na mesma região do cérebro. É como se ele tivesse de abrir espaço para a leitura.

ÉPOCA – Isso quer dizer, nesse exemplo, que o cérebro letrado passou a usar um número menor de neurônios para a mesma função? Isso tem impacto na qualidade da função?
Dehaene – Não temos provas científicas de que ocorra perda de competência. Um mesmo neurônio pode ter um número desconhecido de sinapses, de acordo com o estímulo do ambiente. Mas essa é uma suposição lógica. Afinal, temos de dividir um mesmo número de neurônios em várias atividades. Nosso grupo de pesquisas na Amazônia mostrou que o cérebro de pessoas que não leem tem habilidades relacionadas à noção espacial e de matemática muito avançadas. Não temos dados científicos que provem que eles sejam melhores nessas tarefas porque não leem. Mas essa é uma possibilidade.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Howard Zinn - um pensador a conhecer




Howard Zinn (Nova Iorque, 24 de agosto de 1922 – Santa Monica, 27 de janeiro de 2010) foi um historiador, cientista político, ativista libertário e dramaturgo norte-americano, mais conhecido como autor do livro A People's History of the United States, que vendeu mais de um milhão de cópias desde que foi lançado em 1980.

Foi uma figura proeminente dos movimentos pacifista, antibelicista, pelo reconhecimento de direitos e liberdades civis desde os anos 1960. Autoproclamado anarquista em diversas ocasiões, Zinn reconhecia seu pensamento e obra em profunda relação com esta filosofia política. Durante as últimas décadas, participou da dissidência política dos EUA, tecendo profundas críticas às instituições capitalistas e aos estados nacionais.

Companheiro de Zinn no activismo político de esquerda, o professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts Noam Chomsky declarou que "ele deixou uma contribuição incrível para a cultura intelectual e moral americana". "Ele mudou a consciência da América de uma forma muito construtiva. Eu realmente não consigo pensar em ninguém a quem eu posso comparar a ele nesse requesito", acrescentou.
O actor Ben Affleck, amigo da família Zinn durante a infância, lançou uma declaração dizendo que "Howard tinha uma grande mente e foi uma das grandes vozes na vida política americana". "Ele me ensinou o quão valiosa, o quão necessária, a dissidência foi para a democracia e para os próprios Estados Unidos. Ele ensinava que a história foi feita pelo homem comum, e não pelas elites. Tive a sorte de conhecê-lo pessoalmente e vou carregar comigo aquilo que aprendi com ele, e tentar transmitir aos meus próprios filhos", acrescentou.

[ler mais em wikipedia]
Página oficial de Howard Zinn

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O Top Ten dos alimentos transgénicos

Os mais bem cotados em bolsa de mercados! O milho, arroz, soja, algodão e o tomate, principalmente.


1. Milho - Corn. Milho foi modificado para criar seu próprio insecticida  Os EUA Food and Drug Administration (FDA) declarou que toneladas de milho geneticamente modificado foi introduzida para consumo humano. Monsanto revelou que metade das quintas de milho doce nos EUA são plantados com sementes geneticamente modificadas. Ratos alimentados com milho GM foram descobertos a ter menor prole e problemas de fertilidade. 

2 Soja - Soy. A soja também tem sido geneticamente modificado para resistir aos herbicidas. Produtos de soja incluem farinha de soja, tofu, bebidas de soja, óleo de soja e outros produtos que podem incluir doces, produtos assados ​​e óleo comestível. Hamsters alimentados com soja GM foram incapazes de ter filhos e sofreram uma alta taxa de mortalidade. 

3 Algodão - Cotton. Como o milho e soja, o algodão foi concebido para resistir aos pesticidas. Considera-se de alimentos , porque o seu óleo pode ser consumido. A sua introdução na agricultura chinesa produziu uma substância química que mata lagarta do algodão, reduzindo a incidência de pragas não só em culturas de algodão, mas também em campos vizinhos de soja e milho. Aliás, milhares de agricultores indianos sofreram erupções cutâneas graves após a exposição ao algodão Bt. 

4. Papaia- Papaya. A variedade resistente a vírus de mamão foi comercialmente introduzida no Havaí em 1999. Mamoeiros transgénicos compõem três quartos da colheita total de papaia havaiano. Monsanto concedeu Tamil Nadu Agricultural University em tecnologia para o desenvolvimento de Coimbatore mamão resistente ao vírus da mancha anelar na Índia. 

5 Arroz - Rice. Este alimento básico do Sudeste Asiático já foi geneticamente modificado para conter uma elevada quantidade de vitamina A (arroz dourado). Alegadamente, há relatos de variedades de arroz contendo genes humanos para ser cultivadas nos EUA. O arroz irá criar proteínas humanas úteis para lidar com diarréia infantil no mundo. China Daily, um jornal online, informou potenciais graves problemas de saúde pública e meio ambiente com arroz geneticamente modificado considerando sua tendência a causar reações alérgicas com a possibilidade simultânea de transferências de genes . 

6. Tomate - Tomatoes. Os tomates já foram geneticamente modificados para maior durabilidade, impedindo-os de fácil decomposição e degradação. Num teste realizado para determinar a segurança de tomates transgénicos, algumas espécies de animais morreram dentro de algumas semanas após consumir tomates GM. 

7. Colza - No Canadá, essa cultura foi rebatizado de canola para diferenciá-lo de de colza não-comestíveis . Material de alimento produzido a partir de colza inclui óleo de canola usado para processar óleo de cozinha e margarina. Mel pode também ser produzido a partir de colza GM. As autoridades de fiscalização de alimentos alemães descobriram tanto quanto um terço do total de pólen presente no mel canadiano pode ser de pólen GM. Na verdade, alguns produtos de mel do Canadá também foram descobertos ter pólen de canola GM. 

8. Produtos lácteos- foi descoberto que 22 por cento das vacas em os EUA foram injetados com hormona de crescimento recombinante (geneticamente modificados) bovino (rBGH). Esta hormona Monsanto criado artificialmente força vacas para aumentar a sua produção de leite em 15 por cento. O leite de vacas tratadas com esta hormona indutora leite contém níveis elevados de factores IGF-1 (de crescimento insulina-1). Os seres humanos têm também IGF-1 no seu sistema. Os cientistas têm expressado preocupações de que níveis mais elevados de IGF-1 em seres humanos têm sido associados com o cancro da mama e do cólon. 

9. Batatas - Potatoes. Ratos alimentados com batatas modificadas com Bacillus thuringiensis var. Kurstaki Cry 1 foram encontrados para ter toxinas no seu sistema. Apesar das alegações em contrário, isso mostra que Cry1 toxina era estável no intestino dos ratos. Quando os riscos de saúde foram revelados, ele acendeu um debate. 

10. Ervilhas - Peas. As ervilhas que foram geneticamente modificadas provocam respostas imunitárias em ratinhos e, possivelmente, até mesmo em seres humanos. Um gene de feijão foi inserido nas ervilhas, criando uma proteína que funciona como um pesticida. 

Fonte: Natural News


O trigo transgénico não é referido aqui neste estudo, mas sabe-se que é muito apetecível, porque para além da importância económica, o trigo (seja ou não transgénico) é muito utilizado como biocombustível, sobretudo nos EUA. Acompanhar toda a polémica no artigo muito bem referenciado na wikipedia

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Nuno Grande. Grande homem.



Até sempre ou até breve. Mas ficam cá portugueses que te seguirão os passos. Tive a honra de o conhecer pessoalmente. Nuno Grande, excelente professor do Instituto Biomédico do Porto, era uma excelente pessoa, um coração de ouro que se dava 110% ao seu trabalho. Dois textos, uma marca: GRANDE homem! 

1. Disse um dia numa entrevista ao jornal do Comércio do Porto: "Tentamos resolver os problemas dos estudantes. Normalmente, mais de estudantes estrangeiros, brasileiros, africanos de todos os países, venezuelanos... Mas também de portugueses que aparecem com problemas muito, muito sérios. Às vezes é terrível. Noutro dia cheguei de manhã à reitoria e estava lá uma rapariga cabo-verdiana que me diz, "desde ontem à tarde não tenho onde dormir". Tive que arranjar solução até ao fim da tarde. Temos problemas desta natureza." 

2. Escrevia no Jornal de Notícias em 2008: "Mudanças foram prometidas no sistema educativo em Portugal e no entanto os estudantes portugueses continuam a ir estudar Medicina para Espanha, outros para a Republica Dominicana e Republica Checa....Tenho pena que não haja uma selecção vocacional, para que deixe de haver médicos que não acabam cursos, outros que entram na politica, e outros que envergonham a juramento de Hipócrates. Parece que bastam computadores para tudo se resolver".


Ó ventos do monte
Ó brisas do mar
A história que vou contar
Dum pastor Florival
Meu irmão de Bensafrim
Natural rezava assim
Passava ele os dias
No seu labutar
E os anos do seu folgar
Serras vai serras vem
Seu cantar não tinha fim
O pastor cantava assim
Ó montes erguidos
Ó prados do mar em flor
Ó bosques antigos
Trajados de negra cor
Voa andorinha
Voa minha irmã
Não te vás embora
Vem volta amanhã
Dizei amigos
Dizei só a mim
Todos só de um lado
Quem vos fez assim
Dizei-me mil prados
Campinas dizei
A história que não contei
Serras vai serras vem
O seu mal não tinha fim
O pastor cantava assim
Ó montes erguidos
Ó prados do mar em flor
Ó bosques antigos
Trajados de negra cor
Voa andorinha
Voa minha irmã
Não te vás embora
Vem volta amanhã
Dizei amigos
Dizei só a mim
Todos só dum lado
Quem vos fez assim
Seu bem que ele vira
Num rio a banhar
Ao vê-lo vir espreitar
Nunca mais apareceu
Ao pastor de Bensafrim
Sua dor chorava assim
Ó montes erguidos
Ó prados do mar em flor
Ó bosques antigos
Trajados de negra cor
Voa andorinha
Não te vás embora
Vem volta amanhã
Dizei amigos
Dizei só a mim
Todos só dum lado
Quem vos fez assim

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Morreu Nuno Grande, fundador do Instituto de Ciências Biomédicas

O Professor Nuno Grande, fundador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), morreu esta segunda-feira, aos 80 anos, vítima de complicações cardiovasculares e neurológicas.
Natural de Vila Real, Nuno Lídio Pinto Rodrigues Grande formou-se em Medicina pela Universidade do Porto, com 19 valores, onde também se doutorou com a mesma classificação e onde lecionou durante vários anos.

No ICBAS de que foi mentor, dirigiu o Departamento de Anatomia , sendo regente da cadeira de Anatomia Sistemática, tendo realizado investigações reconhecidas internacionalmente.

Foi ainda colaborador do JN, entre 1989 e 2009, tornando-se conselheiro do Comité Científico da NATO, e diretor da Comissão de Gestão do Instituto Nacional de Engenharia.

Foi condecorado pelo Governo português com o grande oficialato da Ordem da Instrução.

No plano político, foi mandatário nacional da candidatura de Maria de Lurdes Pintassilgo à Presidência da República, em 1985.

Para Marques dos Santos, reitor da Universidade do Porto, o professor Nuno Grande "é um exemplo a seguir, quer como académico, quer pela sua intensa intervenção cívica".

Também Luís Portela, charmain da Fundação Bial, lembra o "querido amigo ", como um grande mestre da ciência e da vida, considerando-o "grande no nome, grande na vida e um grande homem, portador de um grande coração".

O funeral do professor Nuno Grande realiza-se amanhã, às 11 horas, da Igreja da Nossa Senhora da Boavista (ao Foco), no Porto, para o cemitério de Matosinhos, onde será cremado.

Saber mais:

domingo, 7 de outubro de 2012

Escola de Redes - Um projeto de coinvestigação sobre a aprendizagem humana


O projeto Humana.social é uma iniciativa de alguns pesquisadores da Escola-de-Redes cujo objetivo é inaugurar uma nova teoria interativista da aprendizagem. No site do projeto é possível encontrar artigos, informações sobre cursos e orientações para quem quiser se tornar um pesquisador associado.
Como seria uma teoria da aprendizagem que não tem por base uma teoria do conhecimento? É o que eles buscam descobrir.  

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

E-livro da semana - “Cuidado, Escola”, de autoria de Babette Harper et al.

Este livro é de 1980 e continua surpreendentemente atual. “Cuidado, Escola”, de autoria de Babette Harper, Claudius Ceccon, Miguel Darcy de Oliveira e Rosiska Darcy de Oliveira, oferece uma crítica muito bem fundamentada sobre a crise global do modelo empresarial de escola.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dia dos Animais - oração shin-budista


Oração Shin-Budista das Crianças
"Eu sou um elo na dourada corrente de amor do Buda Amida que se espalha pelo mundo. 
Devo manter meu elo iluminado e forte. 

Tentarei ser bondoso e gentil com cada ser vivo e proteger todos que são mais fracos do que eu.

Tentarei ter pensamentos puros e belos, dizer palavras puras e belas e agir com pureza e beleza, sabendo que daquilo que faço agora depende não só a minha felicidade ou infelicidade, mas também a dos outros. 

Possa cada elo na dourada corrente de amor do Buda Amida se tornar iluminado e forte, e possamos todos nós alcançar a paz perfeita."

Outras leituras
Para ainda comparar a legislação portuguesa com a existente noutros países consulte a página da Universidade Estadual de Michigan (2004)

Dossiê
Consciência Animal actualizado!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A Relevância da Democracia Directa

Marc Roche defende que "o Banco [G. Sachs], está em todo o lado: a falência do banco Lehman Brothers, a crise grega, a queda do euro, a resistência da finança e até a maré negra do golfo do México", refere a apresentação do livro.

Hoje é dia de um discurso muito longo e lento...de um tal neo-liberal criador de pobres, Vitor Gaspar. (creio que desta feita o texto vem melhorado com requintes de António Borges com um pingo doce)

PS deve abster-se e ser equidistante do neoliberalismo e do neomarxismo - Assis

E que tal neo-inúteis? Não há paciência. "E se antes disso [os políticos] nos explicassem o que é isso de ser de esquerda ou de direita? Nós trabalhamos com papéis que não sabemos se têm cobertura, como no faz-de-conta infantil. Mas o que é curioso é que o comércio político funciona à mesma com os cheques sem cobertura. E ninguém tira a limpo esse abuso de confiança, para as cadeias existirem. Mas o homem é um ser fictício em todo o seu ser. E é precisa a morte para ele enfim ser verdadeiro". A História mostrará que Vergílio Ferreira tem razão. Estes políticos do séc. XXI não prestam!! Democracia directa.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

The Poetry of Science: Richard Dawkins and Neil deGrasse Tyson


Hoje proponho algo diferente- uma palestra. Dois dos ilustres cientistas conversam sobre a beleza da ciência (Poetry of Science). Neil de Grasse Tyson, astrofísico e apresentador de NOVA e biólogo evolucionista Richard Dawkins neste programa exploram as maravilhas do Cosmos e da Vida, suas origens, suas inspirações, e porque a ciência não é apenas uma opção, é a única realidade que possuímos. Uma hora bem passada, garantida!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Scientist, Candidate and Planet Earth’s Lifeguard

                                   

Barry Commoner, a founder of modern ecology and one of its most provocative thinkers and mobilizers in making environmentalism a people’s political cause, died on Sunday in Manhattan. He was 95 and lived in Brooklyn Heights.

His wife, Lisa Feiner, confirmed his death.

Dr. Commoner was a leader among a generation of scientist-activists who recognized the toxic consequences of America’s post-World War II technology boom, and one of the first to stir the national debate over the public’s right to comprehend the risks and make decisions about them.

Raised in Brooklyn during the Depression and trained as a biologist at Columbia and Harvard, he came armed with a combination of scientific expertise and leftist zeal. His work on the global effects of radioactive fallout, which included documenting concentrations of strontium 90 in the baby teeth of thousands of children, contributed materially to the adoption of the Nuclear Test Ban Treaty of 1963.

From there it was a natural progression to a range of environmental and social issues that kept him happily in the limelight as a speaker and an author through the 1960s and ’70s, and led to a wobbly run for president in 1980.

In 1970, the year of the first Earth Day, Time magazine put Dr. Commoner on its cover and called him the Paul Revere of Ecology. He was by no means the only one sounding alarms; the movement was well under way by then, building on the impact of Rachel Carson’s book “Silent Spring” in 1962 and the work of many others. But he was arguably the most peripatetic in his efforts to draw public attention to environmental dangers.

(The same issue of Time noted that President Richard M. Nixon had already signed on. In his State of the Union address that January, he said, “The great question of the ’70s is, shall we surrender to our surroundings, or shall we make our peace with nature and begin to make reparations for the damage we have done to our air, to our land and to our water?” And he followed through: Among other steps, the Environmental Protection Agency was established in December 1970.)

Dr. Commoner was an imposing professorial figure, with a strong face, heavy eyeglasses, black eyebrows and a thick head of hair that gradually turned pure white. He was much in demand as a speaker and a debater, especially on college campuses, where he helped supply a generation of activists with a framework that made the science of ecology accessible.

His four informal rules of ecology were catchy enough to print on a T-shirt and take to the street: Everything is connected to everything else. Everything must go somewhere. Nature knows best. There is no such thing as a free lunch.

Although the rules were plain enough, the thinking behind them required leaps of faith. Dr. Commoner’s overarching concern was not ecology as such but rather a radical ideal of social justice in which everything was indeed connected to everything else. Like some other left-leaning dissenters of his time, he believed that environmental pollution, war, and racial and sexual inequality needed to be addressed as related issues of a central problem.

A Critic of Capitalism
Having been grounded, as an undergraduate, in Marxist theory, he saw his main target as capitalist “systems of production” in industry, agriculture, energy and transportation that emphasized profits and technological progress with little regard for consequences: greenhouse gases, nonbiodegradable materials, and synthetic fertilizers and toxic wastes that leached into the water supply.

He insisted that the planet’s future depended on industry’s learning not to make messes in the first place, rather than on trying to clean them up. It followed, by his logic, that scientists in the service of industry could not merely invent some new process or product and then wash their hands of moral responsibility for the side effects. He was a lasting opponent of nuclear power because of its radioactive waste; he scorned the idea of pollution credit swaps because, after all, he said, an industry would have to be fouling the environment in the first place to be rewarded by such a program.

In a “Last Word” interview with The New York Times in 2006, videotaped to accompany this obituary online, Dr. Commoner elaborated on his holistic views and lamented the inability of society to connect the dots among its multitude of challenges, calling it “an unfortunate feature of political development in this country.”

Noting the success of movements that had promoted civil rights, sexual equality, organized labor, environmentalism and an end to the war in Vietnam, he said one might think that “if they would only get together, they could remake the country.” But, he added, that has not happened.

Then he said: “I don’t believe in environmentalism as the solution to anything. What I believe is that environmentalism illuminates the things that need to be done to solve all of the problems together. For example, if you’re going to revise the productive system to make cars or anything else in such a way as to suit the environmental necessities, at the same time why not see to it that women earn as much as men for the same work?”

Dr. Commoner’s diagnoses and prescriptions sometimes put him at odds with other environmental leaders. He is rightly remembered as an important figure in the first Earth Day, April 22, 1970, a nationwide teach-in conceived by Senator Gaylord Nelson of Wisconsin, and he himself regarded the observance as historically important. But Earth Day also illustrated the growing factionalization of a movement in which “environmentalism” comprised a number of agendas, all competing for attention and money, and could mean anything from ending the Vietnam War to growing one’s own cabbages.

That was the context for the rift between Dr. Commoner and advocates of population control, who saw environmental degradation as a byproduct of overpopulation. They had become a force on the strength of Paul R. Ehrlich’s huge best seller “The Population Bomb.” Conservationist groups like the Sierra Club and the National Wildlife Federation were strong supporters of Dr. Ehrlich’s views.

Dr. Commoner took aim at the “neo-Malthusians,” as he called those who, like the English scholar Thomas Malthus, foresaw perils in population growth. In a panel discussion with Dr. Ehrlich in 1970, he said it was “a cop-out of the worst kind” to say that “none of our pollution problems can be solved without getting at population first.”

He elaborated in his best-known book, “The Closing Circle,” published the next year. Reducing population, Dr. Commoner wrote, was “equivalent to attempting to save a leaking ship by lightening the load and forcing passengers overboard.”

“One is constrained to ask if there isn’t something radically wrong with the ship.”

In the science establishment, Dr. Commoner’s standing was ambiguous. Along with eminent figures of the postwar years like the chemist Linus Pauling and the anthropologist Margaret Mead, he was concerned that the integrity of American science had been compromised — first by the government’s emphasis on supporting physics at the expense of other fields during the development of nuclear weapons, and second by the growing privatization of research, in which pure science took a back seat to projects that held short-range promise of marketable technologies.

It was a concern remarkably similar to that of the distinctly unradical Dwight D. Eisenhower, who warned of the dangerous power of “the military-industrial complex” as he was leaving the presidency. But although Dr. Commoner had a record of achievement as a cellular biologist and founding director of the government-financed Center for the Biology of Natural Systems, he was seen primarily as the advocate for a politics that relatively few considered practicable or even desirable. Among other positions, he advocated forgiveness of all third world debt, which he said would decrease poverty and despair and thus act as a natural curb on population growth.

His platform did not get him very far in the 1980 presidential race, which he entered as the head of his own Citizens’ Party. He won only about 234,000 votes as Ronald Reagan swept to victory. Dr. Commoner himself conceded that he would not have made a very good president. Still, he was angry that the questions he had raised had generated so little interest.

His own favorite moment of the campaign, he recalled many years later, was when a reporter in Albuquerque asked, “Dr. Commoner, are you a serious candidate, or are you just running on the issues?”

Barry Commoner was born on May 28, 1917, in the East New York neighborhood of Brooklyn. His parents, the former Goldie Yarmolinsky and Isidore Commoner, were Jewish immigrants from Russia, his father a tailor until he went blind. (The original family name, Comenar, was Anglicized at the suggestion of an uncle of Barry’s, Avrahm Yarmolinsky, chief of the Slavonic department at the New York Public Library.)

Young Barry grew up at a time when it was possible to be both a tough street kid and a studious sort. He spent hours in Prospect Park collecting bits of nature, which he took home to inspect under a microscope that Uncle Avrahm had given him.

He was so shy at James Madison High School that he was referred to a speech correction class, and after graduation he set out on the track of a quiet academic career. With money earned from odd jobs, he put himself through Columbia, earning honors in his major, zoology; election to Phi Beta Kappa and Sigma Xi; and a B.A. degree in 1937, at 20. He went on to do graduate work at Harvard, where he got a Ph.D. in cellular biology. He taught for two years at Queens College and served in the Naval Air Corps in World War II, rising to lieutenant. In 1947 he joined the faculty of Washington University in St. Louis.

Role in Nuclear Test Ban
Parallel to his life as a public figure, Dr. Commoner had a reputation as a brilliant teacher and a painstaking researcher into viruses, cell metabolism and the effects of radiation on living tissue. A research team he led was the first to show that abnormal free radicals — groups of molecules with unpaired electrons — might be the earliest indicator of cancer in laboratory rats.

He found his political voice when he encountered the indifference of government authorities to the high levels of strontium 90 in the atmosphere from atomic tests. Quite simply, he said in an interview with The Chicago Tribune in 1993, “The Atomic Energy Commission turned me into an environmentalist.”

He helped organize the St. Louis Committee for Nuclear Information in 1958, and was eventually its president. Dr. Commoner told Scientific American years later that the committee’s task “was to explain to the public — first in St. Louis and then nationally — how splitting a few pounds of atoms could turn something as mild as milk into a devastating global poison.”

“At about that time,” he continued, “several of us met with Linus Pauling in St. Louis and together drafted the petition, eventually signed by thousands of scientists worldwide.” The petition was part of the scientific underpinning for President John F. Kennedy’s proposal of the Nuclear Test Ban Treaty of 1963 — “the first of continuing international actions to fully cage the nuclear beast,” Dr. Commoner said.

As the founding director of the Center for the Biology of Natural Systems in St. Louis, he led a staff drawn from many disciplines in investigating, among other things, lead poisoning in slums, the ecology of ghetto rats, the economics of conventional versus organic farming, and the pollution of rivers by fertilizer leaching.

Dr. Commoner moved the center from St. Louis to Queens College in 1981. He remained in the thick of things, helping to set up New York City’s trash recycling program and defending it against critics like Mayor Rudolph W. Giuliani, who had declared the recycling law irresponsible.

In 2000, at 82, Dr. Commoner gave up the center’s directorship to concentrate on new research projects, including work on the effects of genetically altering organisms.

Waning Influence
By then he was no longer getting anything like the attention he had enjoyed in earlier times. Some experts had begun to think that his view of the planet, as a place harmoniously balanced by the trial and error of long evolution, left out too much complexity and too much potential for the unexpected.

Stephen Jay Gould, the Harvard paleontologist and evolutionary biologist, reviewing Dr. Commoner’s bookMaking Peace With the Planet” for The Times in 1990, said that it “suffers the commonest of unkind fates: to be so self-evidently true and just that we pass it by as a twice-told tale.”

“Although he has been branded by many as a maverick,” Dr. Gould added, “I regard him as right and compassionate on nearly every major issue.”

Dr. Commoner married Ms. Feiner in 1980. He is also survived by two children, Lucy Commoner and Frederic, by his first wife, the former Gloria Gordon; and one granddaughter.

Dr. Commoner practiced what he preached. In his personal habits he was as frugal as a Yankee farmer, and as common-sensical. He drove or took taxis if the route by public transit took him far out of his way. On the other hand, he saw no need to waste electricity by ironing his shirts.

And when a Times writer once asked his Queens College office to mail some material, it arrived in an old brown envelope with the crossed-out return address of the botany department at Washington University — where he had last worked 19 years earlier.