Ontem fiquei abalado com o falecimento de Manuel António Pina.Uma pessoa que dava voz e lucidez à nossa indignação.Via-o como irmão mais velho, mesmo nunca tendo-o conhecido pessoalmente. O apoio incondicional da minha família foi, como sempre, imprescindível.
Mal eu sabia que ao fim deste dia- sábado- recobrei as forças e energias e vi nascer a Esperança. A Fundação Vox Populi promove todos os anos lectivos o projecto NEPSO (Nossa Escola Pesquisa a Sua Opinião). A minha escola, Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos, teve o privilégio de acolher a equipa pedagógica do Norte que aderiu este ano a mais um novo arranque da fase 1 do NEPSO. Vieram professores de Porto, Gaia, Caminha, Viseu e Almeida. Estão agendadas mais duas fases de formação dos docentes.
Entrei no Projecto porque outra colega da escola, Natércia Charruadas, que tinha dinamizado no ano lectivo anterior, ficou encantada com o NEPSO e como percebeu a minha tristeza por o Ministério da Educação ter acabado com a Formação Cívica do 10º ano, convidou-me, explicou-me o que se tratava e eu aceitei imediatamente o desafio.
Realmente adorei conhecer pessoalmente os mentores e directores da Fundação: Drs. Paula e Luís Queirós e a Dra. Esperança Afonso. Gostei imenso também de conhecer a Dra. Cristina Berbert (isso mesmo, Brasileira) que vive em Curitiba (essa mesmo, uma das cidades mais sustentáveis de todo o mundo).
Mal eu sabia que ao fim deste dia- sábado- recobrei as forças e energias e vi nascer a Esperança. A Fundação Vox Populi promove todos os anos lectivos o projecto NEPSO (Nossa Escola Pesquisa a Sua Opinião). A minha escola, Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos, teve o privilégio de acolher a equipa pedagógica do Norte que aderiu este ano a mais um novo arranque da fase 1 do NEPSO. Vieram professores de Porto, Gaia, Caminha, Viseu e Almeida. Estão agendadas mais duas fases de formação dos docentes.
Entrei no Projecto porque outra colega da escola, Natércia Charruadas, que tinha dinamizado no ano lectivo anterior, ficou encantada com o NEPSO e como percebeu a minha tristeza por o Ministério da Educação ter acabado com a Formação Cívica do 10º ano, convidou-me, explicou-me o que se tratava e eu aceitei imediatamente o desafio.
Realmente adorei conhecer pessoalmente os mentores e directores da Fundação: Drs. Paula e Luís Queirós e a Dra. Esperança Afonso. Gostei imenso também de conhecer a Dra. Cristina Berbert (isso mesmo, Brasileira) que vive em Curitiba (essa mesmo, uma das cidades mais sustentáveis de todo o mundo).
A troca de ideias e alguma conversação amena entre colegas de vários pontos do Norte do País, partilhamos experiências interessantes e foi também uma sensação boa e transpirou-se, no final, alguma felicidade no ar. Entre as amarguras dos venenosos rankings das escolas, há muitos elementos de comunidades educativas "grandes" e invisíveis a reconstruir tanto "desânimo" e desigualdade social e sempre intervindo para minimizar a crise.
Quando cheguei a casa, fui investigar mais e fiquei fascinado com este documentário e prémio mais que merecido.
Depois da "faísca" a luz e a curiosidade e a vontade pode motivar o coração de um grupo de alunos/ jovens/ crianças e levá-los até caminhos inimagináveis, como os da turma 8º B de Braga, é o orgulho para qualquer educador e pedagogo. Os meus parabéns!
E diz tudo Manuel António Pina, neste magnífico poema "O Medo". A melhor homenagem que podemos dar ao grande poeta e homem bom é, além de ler e divulgar a sua obra poética, prosseguir e desbravar caminhos juntos, mesmo com muitas adversidades.
Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.
É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.
Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?
Manuel António Pina, in "Nenhum Sítio"
"A pobreza mete-nos medo. E, no entanto, alimentamo-nos da pobreza, é o seu sangue que move os nossos carros topo de gama e as nossas fábricas e é à sua sombra que florescem os nossos paraísos de consumo."
ResponderEliminarEscreveu ele
(o estudo é uma boa iniciativa, mas reflecte, de maneira preocupante, o lado mais fraco da análise da crise, ao personalizar as questões e não identificar as politicas. Passos, Sócrates e Cavaco são de facto culpados, mas mais importante que essa identificação seria entender como eles arruinaram o país...e até um miúdo de 16 anos entenderia...)
Olá Rogério
ResponderEliminarNem imagina o enorme investimento humano e de tempo, dos passos firmes e rigorosos, outras aprendizagens e repito o tempo, sobretudo fora de aulas, que qualquer projecto pluridisciplinar envolve.
Mil vezes ser os alunos a reflectir na informação que obtêm a partir de técnicas de entrevista e tratamento estatístico dos dados e desenvolver um plano de soluções para o problema-tema que pretendiam perceber do que limitarem-se a copiar/colar informação acriticamente e de forma superficial vários assuntos.
Levá-los a vivenciar essa informação, conhecendo a história e as gentes da região onde vivem, para depois criar as ferramentas que os possam preparar para uma cidadania que se deseja mais activa.
Mesmo nos tempos em que Área de Projecto fazia parte do currículo, muitos professores estenderam o seu horário em conjunto com pais, autarquias, juízes, peritos em psicologia/ criminologia/ ambiente por vezes enfermeiros, bombeiros, etc..E mil vezes preferível mais aulas de Laboratório e de Campo em Biologia/Geologia que a aulas de substituições e outras componentes não lectivas pouco produtivas e criativas.Ou pior reduzir os alunos a máquinas de resolução de exames, distingui-los quanto às notas atribuídas em exames, limitando-lhes o futuro e tolhendo a pessoa enquanto SER em formação.
Este trabalho foi submetido entre centenas de trabalhos a "concurso" na América Latina.
Um abraço e bom domingo.
Olá João
ResponderEliminarBelo exemplo, esse dos alunos da Escola de Braga. É uma pena que os jovens já tenham uma visão tão negra do país, mas infelizmente é a realidade. É preciso é que não deixemos as frustrações e o cansaço abaterem-nos. Os seus alunos precisam do seu brilho nos olhos, deixe-o continuar a brilhar!
Parabéns pelo seu trabalho! Confesso que ainda não li nenhuma obra do Manuel António Pina, mas esta sua mensagem e o poema despertaram-me a curiosidade!
Um abraço!