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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Hora de aceitar que o capitalismo não deu certo

Regressa Emanuel Kant - "O sábio pode mudar de opinião; o idiota nunca"

No Dia Internacional da Solidariedade hoje proponho conselhos, várias leituras e reflexões e questões.


Esse não é um texto escrito por um cara de esquerda, que sempre levantou a bandeira do socialismo. Esse é um texto escrito por um cara que sempre foi um capitalista.
Desde que eu comecei a formar minha visão de mundo, eu fui influenciado pelas maravilhas do mundo capitalista. Eu era daqueles que achava incrível a meritocracia, que achava que eram as grandes corporações que promoviam a evolução da sociedade, que precisávamos do livre mercado.
Nas aulas de história eu secretamente comemorei a vitória dos Aliados sobre o Eixo, mesmo sendo de origem japonesa. Eu queria que conseguíssemos criar um Estados Unidos da América aqui no Brasil.
Ou seja, eu tenho todos os motivos para ter vergonha de mim mesmo hoje. Mas não tenho. Tudo isso foi preciso para eu compor minha visão de mundo e compreensão da vida.

Quando eu começo a criticar o sistema, algumas pessoas dizem. “Mas o socialismo não deu certo”. E é aí que eu digo que o Capitalismo também não.
Me desculpem, mas um sistema que leva ao esgotamento dos recursos naturais e desconexão com a natureza, à vidas infelizes com empregos precários, à desigualdade de oportunidades e padronização de uma vida mecanizada e valorização das pessoas erradas não pode ser considerado um sistema que deu certo.
Vou explorar aqui alguns pontos.

1- Esgotamento dos recursos
Não temos mais reservas minerais. Estamos destruindo a Floresta Amazônica, criando um mundo cinza, feito de pedra. Poluímos nossos rios, lotamos de fumaça nosso ar e estamos destruindo a camada de ozônio. A nossa agricultura é monocultura e detona o solo.
Ou seja, criamos uma sociedade que vive no asfalto, respira fumaça, come alimento com veneno e bebe água suja. Legal né?

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Quando fiz 50 anos


O meu cinquentenário foi triste, atribulado e frustrante. Três meses depois do suicídio da Teresa, há 3 meses atrás, tinha-me zangado seriamente com os padrinhos do meu filho Leandro. O Leandro nesse dia estava revoltado. Podia viver com os padrinhos e ser educado por eles durante um ano lectivo. Não aconteceu. Foi institucionalizado no Terço. Os padrinhos quiseram reatar a amizade comigo. Só fomos os quatro almoçar fora, na Foz. O almoço correu bem. Depois falamos como vender a minha casa. Estava muito medicado e sedado. Foi um acontecimento muito traumático. Era a mulher da minha vida. Ninguém mais apareceu durante a tarde, nem cunhados (irmãos da minha mulher), ninguém. Fizemos a marginal em meio silêncio. Depois despedimo-nos. Levaram o Leandro de volta ao Terço

Música do Bioterra: Lhasa de Sela - El Pajaro

Lhasa de Sela, "Pajaro" do álbum LA Lhoronna, considerado pela crítica como um dos melhores dez álbuns de sempre da World Music. O vídeo está magistralmente realizado.


Mirenme a la vida vuelvo ya
La la la
Pajarillo, tù me despertaste
Enseñame a vivir
En un abismo yo te esperé
Con el abismo yo me enamoré
Pajaro me despertaste
Pajaro no sé por qué

Mirenme a la vida vuelvo ya
La la la
Pajarillo, tu me condenaste
A un amor sin final

En un abismo yo te esperé
Con el abismo yo me enamoré
Pajaro me despertaste
Pajaro no sé por qué
Mirenme a la vida vuelvo ya
La la la...

Mais músicas de
Lhasa de Sela editadas no Bioterra

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

domingo, 28 de agosto de 2016

Entrevista a George Steiner - "Estamos a matar os sonhos dos nossos filhos"

Recicle as suas atitudes. Cartaz feito por João Soares

"Quando eu era criança, existia a possibilidade de cometer grandes erros. O ser humano cometeu-os: o fascismo, o nazismo, o comunismo... mas quem não tiver a liberdade de errar na juventude, nunca se tornará um ser humano completo e puro. Os erros e esperanças desfeitas ajudam-nos a completar o estágio adulto. Nós erramos em tudo, no fascismo e no comunismo e, na minha opinião, também no sionismo. Mas é muito mais importante cometer erros do que tentar entender tudo desde o início e de uma só vez. É dramático saber com clareza aos 18 anos o que se tem que fazer."
Mais postagens sobre George Steiner no BioTerra

sábado, 27 de agosto de 2016

Música do BioTerra: Peter Murphy- Your Face (Live) - This track is just gorgeous.

"Sempre se deve antes escolher paz do que guerra, principalmente quando na guerra é tão certa a ruína" - Padre António Vieira

Síria‬ ‪‎Turquia‬ ‪Curdistão‬ ‪‎Iraque‬ ‪Irão‬ ‪Jordânia‬ ‪Afeganistão‬ ‪Iémen‬ ‪‎Arabia Saudita‬ ‪‎Israel‬ ‪Palestina‬ ‪‎Egipto‬ ‪Etiopia‬ ‪‎Nigeria‬ ‪Mali‬ ‪Sudão‬ ‪Saara Ocidental‬ ‪Tunísia‬  Líbia Marrocos Paquistão...


Peter Murphy in a Live performance of Your Face at the 2009 self knowledge and global responsibility symposium. Recorded at The Beshara School Chisholme House.
With
  • the Vastearth Orchestra and guitarist John Andrews.
  • Backing Vocal : Kirsten Morrison
  • Strings arranged by Chris Brierley of VEO. Violins: Chris Brierley. Cello: Doris Earthling
Rroads, ruins , revolutions , rain Video shot in Turkey on the Beshara School Turkey trip in December 2009. Directed and edited by Aaron Cass.

Chagal Peace Window in the United Nations building, New York

Water Lily freedom
Where does the spirit lay?
Freedom, lying in shadows of light and clay

I trace your feet like transparent thrones
I dream of your clinging, I am not alone
I glide with you, draw you with kole
You paint the river, I am not alone

That lover in the crash
That scent lingers now
Your face
Your face

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Neurocientista da Universidade de Harvard: Meditação não apenas reduz stress, ela muda o seu cérebro

Sara Lazar, neurocientista do Hospital Geral de Massachusetts e da Escola de Medicina de Harvard, foi uma das primeiras cientistas a aceitar as subjetivas reinvindicações a respeito dos benefícios da meditação e atenção plena e a testa-los com o uso de tomógrafos computadorizados. O que ela encontrou a surpreendeu – que a meditação pode, literalmente, mudar seu cérebro. Ela explica:

Porque você começou a prestar atenção para a meditação, atenção plena e o cérebro?

Eu e uma amiga estávamos treinando para a maratona de Boston. Tive algumas lesões por esforço e procurei um fisioterapeuta, que me disse para parar de correr e apenas fazer alongamentos. Então comecei a praticar ioga como forma de fisioterapia. Percebi que era muito poderoso, que eu tinha benefícios reais, então fiquei interessada em saber como funcionava.
A professora de ioga usou de vários argumentos, dizendo que a ioga iria aumentar a compaixão e abrir o coração. E eu pensei: “ok,ok,ok, estou aqui para alongar”. Mas comecei a perceber que eu estava mais calma. Estava mais apta a lidar com situações mais difíceis. Estava mais compassiva e com o coração mais aberto, e capaz de ver as coisas pelo ponto de vista dos outros.
Pensei, talvez fosse apenas uma resposta placebo. Mas então fiz uma pesquisa bibliográfica da ciência, e vi evidências de que a meditação havia sido associada à diminuição do stress, da depressão, ansiedade, dor e insônia, e ao aumento da qualidade de vida.
A essa altura, estava fazendo meu PhD em biologia molecular. Então simplesmente resolvi mudar e comecei a fazer essa pesquisa como um pós- doutorado.

Como você fez essa pesquisa?
O Primeiro estudo avaliou meditadores de longa data versus um grupo controle. Descobrimos que os meditadores de longa data tem a massa cinzenta aumentada na região da ínsula e regiões sensoriais do córtex auditivo e o sensorial. O que faz sentido. Quando você tem atenção plena, você está prestando atenção à sua respiração, aos sons, a experiência do momento presente, e fechando as portas da cognição. É lógico que seus sentidos sejam ampliados.
Também descobrimos que eles tem mais massa cinzenta no córtex frontal, o que é associado à memória de trabalho e a tomada de decisões administrativas.
Já está provado que nosso córtex encolhe à medida que envelhecemos – se torna mais difícil entender as coisas e se lembrar das coisas. Mas nessa região do córtex pré-frontal, meditadores com 50 anos de idade tinham a mesma quantidade de massa cinzenta que pessoas de 25 anos.
Então a primeira pergunta foi, bem, talvez as pessoas com mais massa cinzenta no estudo já tivessem mais massa cinzenta antes de terem começado a meditar. Então fizemos um segundo estudo.
Pegamos pessoas que nunca tinham meditado antes, e colocamos um grupo deles em um programa de oito semanas de atenção plena com foco na redução de stress.

O que você descobriu?

Descobrimos diferenças no volume do cérebro depois de oito semanas em cinco regiões diferentes dos cérebros dos dois grupos. No grupo que aprendeu meditação, encontramos um aumento do volume em quatro regiões:
  1. A diferença principal encontramos no giro cingulado posterior, o qual está relacionado às lembranças e auto- regulação.
  2. O hipocampo da esquerda, o qual dá suporte ao aprendizado, cognição, memória e regulação emocional.
  3. A junção temporoparietal, ou JTP, à qual está associada a tomada de decisões, empatia e compaixão.
  4. Uma área do tronco do cérebro chamada de Ponte, onde muitos neurotransmissores reguladores são produzidos.
A hipófise , a parte do cérebro responsável pelo instinto de ataque ou fuga, e que é importante nos aspectos da ansiedade, medo e stress em geral. Essa área ficou menor no grupo que participou do programa de oito semanas de atenção plena com foco na redução de stress.
A alteração na hipófise também foi associada a uma redução nos níveis de stress.

Mais Leituras:
It Works: New Study Outlines What Meditation, Yoga, & Prayer Can Do To The Human Body

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Biblioteca gratuita e completa sobre permacultura, bioconstrução, agricultura ecológica (em Castelhano) e muito mais

Citação de Brecht, cartaz feito por João Soares

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Florestas com mais espécies de árvores conseguem fazer mais coisas

Serra do Caramulo
Quanto mais espécies de árvores diferentes tiver uma floresta, mais serviços esta consegue dar, desde reter a humidade, melhorar o solo, dar abrigo a aves ou produzir madeira, concluem investigadores de 30 instituições europeias.

Já estava demonstrado a pequena escala, mas agora investigadores de 30 instituições europeias comprovaram a importância de manter a diversidade de árvores a grande escala para que as florestas sejam multifuncionais.

Num estudo publicado agora na revista PNAS, os cientistas explicam por que as florestas europeias com maior diversidade de espécies cumprem melhor as suas funções, e conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo, do que as mais homogéneas.

“Além de produzir madeira, as florestas cumprem muitas outras funções, como regular o ciclo hidrológico, fixar o CO2 atmosférico ou permitir a sobrevivência das espécies associadas a cada habitat, sem esquecer o seu uso recreativo ou o seu valor estético e cultural”, diz o investigador do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid (MNCN-CSIC), Fernando Valladares, um dos autores do estudo.

Várias espécies criam diferentes benefícios. Algumas dão habitats para as aves, outras retêm melhor a humidade e melhoram a saúde do solo, outras dão boa madeira.

Os investigadores defendem a importância de conservar a paisagem e a sua biodiversidade e também de evitar planos de reflorestação que apenas incluem espécies pensando num único objectivo, por exemplo, na capacidade de produzir madeira.

“Ao repovoar com uma mesma espécie que, com frequência, não é autóctone, estamos a homogeneizar a floresta, o que a impossibilita de continuar a cumprir muitas das suas funções”, acrescenta, em comunicado.

Mais leituras

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

As árvores mãe reconhecem os seus descendentes e enviam-lhes "mensagens de sabedoria" (texto em Inglês)

                               
More information continues to surface that trees may be far more connected than we thought. Forest ecologist Suzanne Simard of The University of British Colombia gave a TED talk in June 2016, during which she detailed research that shows mother trees recognize their kin. At a time when an increasing number of people are disconnected from the natural world, Simard hoped to persuade the audience to think differently about forests.

In the talk Simard said, “…we set about an experiment, and we grew mother trees with kin and stranger’s seedlings. And it turns out they do recognize their own kin. Mother trees colonize their kin with bigger mycorrhizal networks. They send them more carbon below ground. They even reduce their own root competition to make elbow room for their kids. When mother trees are injured or dying, they also send messages of wisdom on to the next generation of seedlings…so trees talk.”

Trees send each other carbon through mycelium, or fungal threads, and it looks like the sending process isn’t simply random. According to Simard’s research, mother trees prioritize their offspring when it comes to providing them with key nutrients and other resources. Trees can send not only carbon through mycorrhizal networks, but also nitrogen, water, defense signals, phosphorous, and allele chemicals.

Simard says mycorrhizal networks have “nodes and links.” Fungi act as links, and trees as the nodes. The busiest nodes she calls mother trees. Mother trees can sometimes be connected to hundreds of trees, and the carbon they pass to those trees is said to increase seedling survival by four times.
Her findings are incredibly relevant for conservation. If too many mother trees are cut down, “the whole system collapses.” Simard thinks we’d be more careful about cutting down trees if we were aware of the deep connections between their “families”. You can watch her whole TED talk here.
Via Treehugger

Mais leituras

domingo, 21 de agosto de 2016

Poema da Semana: Canção da Simplicidade, por João Soares

Texto e cartaz feito por João Soares


Fôssemos mais uma suave entrega da brisa
Ou entregues aos labores de um estorninho
E apenas o Sol fogoso animando a arte

Fôssemos mais erva, suas folhas
um atlas de pele coberta pela personalidade de um rio
sem represas, solto, indomável

Fôssemos mais chão
Largo, orgânico, fresco

Fôssemos mais baleias e peixes
usufruindo do sal e da energia do mar
o verbo maior do nosso planeta

Fôssemos todas e todos flores
pétalas atraindo polinizadores
como os músicos, os actores, os poetas

Fôssemos os sensíveis construtores de caminhos
E partilharmos sem mistério a bondade
dos simples.

João Soares, 20 de Agosto de 2016

Publicado na revista O Instalador em Outubro de 2016

sábado, 20 de agosto de 2016

Música do BioTerra: Sóley - Pretty Face



"A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos. Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe"- Jean Cocteau


I see my pretty face in his old eyes
I listen to our blood run side by side
I throw my hands to you
and run away
It's so cold so dangerous that I can't stay

I run away from you
Into your dream I lose the one
That I was in when you told me
That I could never meet my friends
Again

I thought I touched them but I can’t feel the pain in
your dream
They want to take me but I will hide from them
Tonight I take your life and throw it far away
I use my pretty face to find my way to him

Will you be my friend in my dream?
Take that pretty face off show me

Will we ever have a baby?
Take that pretty face off show me

Are you my friend?

Página Oficial

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Fritjof Capra: Sobrevivência da humanidade depende de nossa alfabetização ecológica


O PhD em física e escritor austríaco Fritjof Capra, autor de best-sellers como O Tao da Física, O Ponto de Mutação e As Conexões Ocultas, abriu nesta quinta-feira, 2 de Julho de 2015, o Congresso Internacional de Sustentabilidade para Pequenos Negócios (Ciclos), realizado pelo Sebrae em Cuiabá, no Mato Grosso.

Ao ministrar a palestra magna de abertura do evento, intitulada O estado do mundo: impactos da escassez na economia global, Capra defendeu o que chama de “pensamento sistêmico”, baseado na interdependência dos sistemas vivos, os quais ele inclui as sociedades urbanas e os ecossistemas.

Nas próximas décadas, a sobrevivência da humanidade dependerá de nossa alfabetização ecológica”, destacou o físico. Para Capra, ser ecologicamente alfabetizado (ecoliterate) significa entender os princípios básicos da ecologia que os ecossistemas desenvolveram para manter a ‘teia da vida’.

“No Centro para Alfabetização Ecológica em Berkeley, meus colegas de trabalho e eu desenvolvemos uma pedagogia especial para ensinar nas nossas escolas esses princípios da ecologia e as ferramentas que são necessárias para construir e alimentar comunidades sustentáveis”, ressaltou.

Mudança de paradigmas

Nem todo o crescimento é bom, pois pode, por exemplo, se valer de exploração excessiva de recursos naturais, combustíveis fósseis e desigualdade de renda” – Fritjof Capra

Para o austríaco, o grande desafio de nossa época é construir e nutrir comunidades sustentáveis. “Os maiores problemas de nossa era: mudanças climáticas, pobreza, energia, água, estão conectados, são interdependentes. Suas soluções também”, enfatizou.

A fim de reverter o quadro atual do planeta, o pensador acredita que deva haver uma mudança de paradigmas, baseada em um “todo integrado”, tal qual um conjunto de sistemas interconectados, ao invés de uma coleção de partes dissociadas.

Papa Francisco
Avesso ao termo “desenvolvimento sustentável”, que segundo ele remete a ideia de crescimento ilimitado da economia, com base no Produto Interno Bruto (PIB), Capra enalteceu o chamado “crescimento qualitativo”, que segundo ele aprimora a qualidade da vida.

O físico aproveitou para elogiar a Encíclica divulgada recentemente pelo Vaticano. “O Papa Francisco reconheceu isso, quando cita que é necessário ‘redefinir nossa visão de progresso’. Nem todo crescimento é bom, pois pode, por exemplo, se valer de exploração excessiva de recursos naturais, combustíveis fósseis e desigualdade de renda”, justificou.

Na concepção de Capra, o Papa Francisco reconheceu a interdependência da natureza em sua Encíclica, “mas nossos políticos não conseguem conectar os pontos”.

O físico, escritor e ativista ambiental ainda observou que um mundo mais sustentável passa por investimentos na agroecologia, arquitetura sustentável e energias renováveis.

Alguns dos trechos mais importantes da palestra de Capra:

“O conceito de sustentabilidade foi apresentado na década de 80 e, desde aquela época, foi distorcido. Vale a pena refletir por um momento sobre o que a sustentabilidade significa. Não é o crescimento econômico, mas a teia a qual defende nossa vida. Tem que ser projetada considerando a natureza.”

“O pensamento sistêmico pode servir para integrar ONGs, por exemplo. Ele é inerentemente multidisciplinar. As redes são o padrão básico de organização de todos os sistemas.”

“O crescimento bom é baseado nas energias renováveis, favorece a comunidade local, recicla… O crescimento qualitativo envolve soluções sistêmicas.”

“Os alimentos orgânicos têm efeito positivo na saúde das pessoas. A agricultura orgânica significa contribuir na luta contra as mudanças climáticas, pois o solo é rico em substâncias vivas.”

“Uma comunidade sustentável tem de ser projetada de uma forma que não interfira na maneira natural de como a natureza sustenta a vida.”

” [A alfabetização ecológica] Tem que se tornar uma competência crítica para políticos, empresários, indústria, universidade, todos os níveis. É preciso compreender os princípios básicos da ecologia e aplica-los.”

Entrevista ao Ideia Socioambiental

Biografia

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Animação mostra a importância das abelhas e porque é que elas estão a morrer



São as espécies pedra-angular (key-stone species): a sua extinção acarreta o colapso de ecossistemas inteiros... não, a nossa espécie não é uma espécie pedra- angular...é um argumento para aprendermos a ser humildes...



Mais triste e real do que “Bee Movie”

A história das abelhas e da civilização humana está intimamente ligadas desde tempos imemoriais. Não apenas pelo mel, mas principalmente pela polinização das colheitas, as abelhas são extremamente importantes para a nossa alimentação. Seria praticamente impossível chegar aonde nossa sociedade chegou sem a ajuda das abelhas.

Mas a história não é tão feliz assim. As abelhas estão a morrer. Seja por parasitas, venenos ou pela ação humana, grande parte da população de abelhas está a sofrer de um fenómeno chamado distúrbio do colapso das colónias. E para consciencializar mais pessoas sobre o problema, o canal In a Nutshell – Kurzgesagt criou um vídeo que mostra a importância das abelhas e por que é que elas estão a morrer.
No final destes 7 minutos de vídeo, diga -nos o que sentiu?! (tem legendas em português).

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Pomares urbanos, árvores de fruto nas cidades

Assine e divulgue a petição: "Árvores de fruto no combate à fome"
Foto: MAI
Mais leituras
Trees on agricultural land sink four times more carbon, say authors in this recent study (toda  a notícia aqui)

Plantação de pomares (adequados ao nosso clima, de diferentes frutos, com diferentes meses de colheita ao longo do ano) nas escolas, parques, espaços públicos vazios, edifícios públicos, hospitais, ruas, Instituições solidariedade social, etc., para serem usadas como fruta, sumos, saladas.

A cada dia que passa a pobreza e a fome são maiores principalmente nos jovens e idosos, (“Portugal com mais pobres do que em 1974”)

Na idade escolar, sabe-se através de estudos realizados por especialistas em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelaram que crianças que se alimentam de forma insuficiente e inadequada sofrem com dificuldade de concentração, problemas com a coordenação motora e comprometimento na aquisição/formulação do conhecimento, “Alimentos como refrigerantes e qualquer derivado de fritura devem ser evitados e trocados por frutas e sucos provenientes da fruta”.
Há crianças a passar fome nas escolas portuguesas, com os pais a reclamarem da quantidade e qualidade das refeições servidas aos alunos. (Ler mais em: Crianças comem mal nas escolas)

Existe uma cada vez maior necessidade das autarquias e instituições de solidariedade social de obterem não só alimentos básicos mas também frescos para darem de comer a quem tem fome.
Após um pequeno investimento inicial todos passarão a dispor de uma fonte de alimentos quase todo o ano (com custos quase nulos), e ao mesmo tempo terá um aspeto pedagógico nas escolas.
O público-alvo para a implementação deste projeto são sobretudo o próprio estado, as autarquias, as escolas, hospitais, instituições de solidariedade social...

As principais fontes de financiamento serão:
  1. as verbas das autarquias (inicial, por troca com árvores decorativas)
  2. os apoios comunitários 2014 – 2020: "Promover a inclusão social e combater a pobreza".
  3. doações e a população local através de “Pomares Urbanos” atribuídos pela Câmara Municipal.
Este é um projeto pioneiro neste conceito (descobri posteriormente que só existe algo parecido na Escócia através da organização "Fruitful Schools" com a plantação de macieiras nas escolas: , o clima não permite uma maior variedade de frutos e ao preparar esta página descobri outros bons exemplos, sendo um dos mais interessantes o “London Fruit City”, com a localização dos locais em Londres, aonde as pessoas podem colher os mais variados frutos).

Vamos todos apoiar esta ideia, para a sua implementação em cada município (nas escolas, parques, espaços públicos vazios, edifícios públicos, hospitais, ruas, Instituições solidariedade social, etc.).

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Musica BioTerra: ‪Árabe Andalusa - Waṣlah de maqām ḥijāz (Alepo, Siria)‬


Muita informação detalhada disponível sobre este álbum e o que são as  Moaxaja . Saliento este tema:
Muwashshaḥa: "yā ghuṣayna-l-bāni" (0:00) - (3:15)

Música: Sayyid Darwish (1892-1923)
Texto: Anónimo.

maṭla:
Oh, rama del árbol de la moringa (la amada), me siento perplejo.
Ah, desearía que supieras que estoy loco de amor por tí.

bayt:
Mis penas aumentan a causa de mi amor espiritual,
me siento frustrado, guardaré mi secreto.

Foto por Viajeros Cetteros
Alepo (em árabe: حلب, transl. ˈħalab; em turco Halep) é uma cidade no norte da Síria, sendo a maior cidade do país, capital da província homônima. A província se estende em torno da cidade, cobrindo uma área de 18 482 quilómetros quadrados, e abrangendo uma população de mais de 5 315 000 habitantes (estimativa de 2008), o que faz dele a maior província da Síria em termos de população.

Alepo é uma das cidades mais antigas do mundo, tendo sido habitada desde o século XI a.C., o que é evidenciado pelos edifícios residenciais descobertos em Tell Qaramel. Ocupa uma posição comercial estratégica entre o mar Mediterrâneo e o rio Eufrates, e foi construída inicialmente sobre um pequeno grupo de morros que cerca um monte onde o castelo da cidade foi construído. O pequeno rio Quwēq  (قويق) cruza a cidade.

Durante séculos Alepo foi a maior cidade da Grande Síria, e a terceira do Império Otomano, depois apenas de Constantinopla e do Cairo. Embora esteja relativamente perto de Damasco em termos de distância, Alepo é diferente na sua identidade, arquitectura e cultura, todas marcadas por um contexto histórico-geográfico distinto.
Em 1986 foi declarada Património da Humanidade pela Unesco.

Mais informação detalhada na Wikipedia

domingo, 14 de agosto de 2016

Documentário: Gas Leak!


"Coal, Bed, Methane"

Uma atualização maciça e importante sobre a situação na Austrália. Este documentário mostra como os dois maiores projetos de CSG da história da Austrália passaram pelo processo de avaliação de impacto ambiental sem qualquer consideração de como eles esgotarão as reservas limitadas de água subterrânea da Austrália ou qualquer determinação das quantidades de gás liberadas.

Outros Documentários já publicados no Bioterra:
  1. The Gas Rush
Mais sobre Gas Fracking / Fracturamento Hidráulico

sábado, 13 de agosto de 2016

A Oração da Árvore, por Veiga Simões

A Oração da Árvore [Fonte: As Plantas]

Oração da Árvore, um maravilhoso poema de Veiga Simões que a Câmara Municipal de Loulé quis com bom gosto colocar em azulejos no Parque de Merendas de Benafim que construiu sob a copa maravilhosa de uma azinheira monumental daquela cidade.

Tu que passas e ergues para mim o teu braço
Antes que me faças mal olha-me bem.
Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de inverno
Ou sou a sombra amiga
Que tu encontras quando caminhas sob o sol de agosto
E os meus frutos são a frescura apetitosa
Que mata a sede nos caminhos.
Eu sou a trave amiga da tua casa,
A tábua da tua mesa,
A cama em que tu descansas
E o lenho do teu barco.
Eu sou o cabo da tua enxada,
A porta da tua morada,
A madeira do teu berço
E o aconchego do teu caixão.
Sou o pão da bondade e a flor da beleza.
Tu que passas olha-me bem
E não me faças mal.

Veiga Simões, 1914

A azinheira monumental de Benafim, onde se encontra a Oração da Árvore em azulejaria. [Fonte: As Plantas]

Tradução para Inglês
English version

THE PRAYER OF THE WOODS
I am the heat of your hearth on the cold winter nights, the friendly shade screening you from the summer sun, and my fruits are refreshing draughts quenching your thirst as you journey on.
I am the beam that holds your house, the board of your table, the bed on which you lie, and the timber that builds your boat.
I am the handle of your hoe, the door of your homestead, the wood of your cradle, and the shell of your coffin.
I am the bread of kindness and the flower of beauty. If you love me as I deserve, defend me against the fools.