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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Documentário: A ecologia radical de Slavoj Žižek




Nascido na antiga Jugoslávia, em Liubliana, hoje capital da Eslovénia, doutorou-se em Filosofia na sua cidade natal e estudou Psicanálise na Universidade de Paris. Žižek é conhecido por seu uso de Jacques Lacan numa nova leitura da cultura popular, abordando temas como o cinema de Alfred Hitchcock e David Lynch, o leninismo e tópicos como fundamentalismo e tolerância, correcção política, subjectividade nos tempos pós-modernos e outros.
Em 1990, candidatou-se à presidência da República da Eslovénia.

Ligações externas:

terça-feira, 28 de junho de 2011

Johan Rockström - Os nove limites físicos do planeta Terra (conferência TED)





Um grupo de 29 cientistas liderados por Johan Rockström (Stockholm Resilience Centre) publicaram recentemente um artigo na revista Nature no qual definem nove limites físicos para o planeta Terra que a humanidade não deve transgredir.
Ultrapassar qualquer um destes limites pode causar uma instabilidade abrupta nos sistemas essenciais de suporte da vida.
O documentário da Netflix “A Terra no Limite: A Ciência do Nosso Planeta” trata dos resultados desse estudo. Os cálculos dos limites planetários levam em conta a taxa de resiliência do planeta, ou seja, a capacidade do planeta retornar ao seu estado natural após uma perturbação.
Esses nove limites de segurança são o aquecimento global, a perda de biodiversidade, a acidificação dos oceanos, o ozono estratosférico, o ciclo biogeoquímico do azoto, o ciclo do fósforo, a utilização de água doce, o regime de utilização do solo, a poluição química e a acumulação de aerossóis na atmosfera. Estimam ainda que a humanidade já ultrapassou três deles: alterações climáticas, perda de biodiversidade e alterações no ciclo do azoto e acrescentam que os limites são interdependentes, pelo que ultrapassar um pode ter implicações nos restantes.



Apesar de ser uma abordagem polémica e na qual mesmo os próprios autores reconhecem lacunas, o conceito de "limites planetários" pode ser extremamente útil do ponto de vista da governança e gestão de uma "área de segurança" para o desenvolvimento humano.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Desmercadorizar

Retirada do Politeia

Nem a propósito do que já escrevi aqui 

Fui à manifestação 19 de Junho no Porto...uma decepção: nada organizado, tímida, tímida.Pouca gente. Bem, nem comentei nas redes sociais nem no blogue, mas só agora, porque já "digeri" o momento.

Será que caímos em Portugal na clicodemocracia de vez? Do faz de conta da "democracia" do sofá? Não falar nada deste roubo legalizado e maldade em todo o lado ? Ou afinal os "indignados" portugueses ainda contam com a fundação pais? Que não confiem nos políticos, já não gostem dos sindicatos, já não acreditam nas cooperativas, então estão à espera de quê? Que se lhes ofereçam tudo, e não fazerem nada- nadismo? Ou então estarão à espera de ser um Mourinho ou Ronaldo? Ou na esperança em chegar à política através de um carreirismo profisisonalizante como temos actualmente a lição final de dois diletantes licenciados e que chegaram um a PM: Passos Coelho e outro a braço direito: Miguel Relvas. 
Ou então submetidos a um cinismo reinante, fruto de massificação explosiva de publicidade e vida consumista que lhes retirou a força de encarar a vida no TODO, com TODOS e para TODOS seres vivos humanos e não humanos!

Vejam os filmes

E leiam a crónica de Boaventura dos Santo embaixo.

Se nada fizermos...será tarde demais.
Segunda feira, 6 de Jun de 2011

Desmercadorizar é um imperativo incontornável na busca de uma sociedade melhor. Sobrepostas às crises financeira, económica e social que acompanham o capitalismo desde o seu início, as crises ecológica, energética e alimentar vieram conferir um grau de convicção maior a algumas constatações que até agora não tinham merecido a atenção do cidadão comum. Eis algumas dessas constatações.

Primeiro, conceber o desenvolvimento como crescimento infinito assente na apropriação intensa da natureza é uma conceção que nos conduz ao desastre. A natureza está dar múltiplos sinais de que os seus ciclos de regeneração vital têm vindo a ser violados muito para além do que é sustentável. A natureza aguenta bem o uso por parte dos humanos mas não o abuso. O planeta não é inesgotável. O estilo de vida nos países desenvolvidos é energívoro e submete as energias não renováveis a uma pressão insustentável.

Segundo, a redução do bem-estar ao bem-estar material, baseado no consumo de bens disponíveis no mercado, deixa de lado muitas dimensões da vida (a espiritualidade, o cuidado, a solidariedade, os valores éticos) essenciais ao florescimento humano. Tornam-se necessários outros indicadores de bem-estar.

Soa hoje menos absurda ou exótica a iniciativa de um pequeno país budista entalado nos Himalaias, Butão, que, em 1972, decidiu criar um índice de Felicidade Interna Bruta (por analogia com Produto Interno Bruto) para medir o desenvolvimento humano com base nos valores da sua cultura.

Terceiro, como qualquer outro fenómeno histórico, se o capitalismo teve um início, certamente terá um fim. Aliás, a crise ecológica está a mudar os termos dos desafios que enfrentamos: se o problema não for o de saber se o capitalismo sobreviverá, é certamente o de saber se sobreviveremos ao capitalismo.

Quarto, o capitalismo, por mais dominante, não conseguiu nunca erradicar totalmente outras lógicas de relações económicas que não passam nem pela acumulação infinita de riqueza nem pelo lucro a qualquer preço; essas lógicas (algumas existiam antes do capitalismo e sobreviveram, outras surgiram com o capitalismo e para lhe resistir) contêm um repertório de inovação social e económica que pode ser precioso num contexto em que se aprofundam as crises social, ecológica, alimentar e energética.

Refira-se, a título de exemplo, o conceito de "viver bem", Sumak Kawsay em quéchua, que os indígenas do Equador lograram transformar em imperativo constitucional, ao mesmo que atribuíram à natureza (Pachamama, a terra mãe) a titularidade de direitos próprios dela e não dos humanos.

Desmercadorizar significa impedir que a economia de mercado estenda o seu âmbito a tal ponto que transforme a sociedade no seu todo numa sociedade de mercado, numa sociedade onde tudo se compra e tudo se vende, inclusive os valores éticos e as opções políticas.

O imperativo de desmercadorizar envolve a promoção do mais amplo conjunto de iniciativas, muitas delas já testadas pelo tempo e pela capacidade de criar bem-estar para os que nelas participam. Com algumas adaptações, as propostas pela desfinanceirização da Europa estão hoje a ser avançadas a nível mundial.

Constituem um dos núcleos centrais do objetivo de desmercadorizar a vida pessoal, social, política, cultural.

Com o mesmo objetivo, muitas outras propostas e iniciativas têm vindo a ser apresentadas. Fazem parte da consciência antecipatória do mundo e vão esperando a hora da vontade política para as levar à prática. Entre muitíssimas outras, eis algumas.

-Promover formas de economia social tais como cooperativas, economia solidária, sistemas de entreajuda e de troca de tempo e de trabalho 
-Submeter ao controlo público (não necessariamente estatal) democrático (não burocrático) a exploração e gestão de recursos e de serviços essenciais ou estratégicos 
-Desmercadorizar a natureza na medida do possível -de que é bom exemplo o pacto internacional da água, há algum tempo em discussão -promovendo uma nova relação entre seres humanos e natureza assente na ideia de que os primeiros são parte da segunda (não existem à parte dela) e que por isso deverão respeitar os ciclos vitais de regeneração da natureza, sob pena de suicídio coletivo 
-Definir uma nova geração de direitos fundamentais: os direitos da natureza, os direitos humanos à água, à terra, à biodiversidade e a consequente consagração de novos bens comuns insuscetíveis de serem privatizados 
-Interditar a especulação financeira sobre a terra e os produtos alimentares a fim de evitar a concentração de terra (está em curso uma contrarreforma agrária) e a subida artificial dos preços dos alimentos 
-Transformar a soberania alimentar em eixo de políticas agrárias para que os países deixem de ser, na medida do possível, dependentes da importação de alimentos 
-Regular estritamente os agrocombustiveis pelo impacto que têm na segurança alimentar e na soberania alimentar. O impacto destes projectos na agricultura e na vida dos camponeses não é difícil de imaginar 
- Aumentar a vida média dos produtos manufaturados. Um carro ou uma lâmpada podem durar muito mais tempo sem acréscimo de custos 
-Tributar de forma agravada alguns produtos agrícolas que viajam mais de 1000 km entre o produtor e o consumidor, criando com a arrecadação um fundo para apoiar o desenvolvimento local dos países menos desenvolvidos -Incluir a diminuição do tempo de trabalho entre as políticas de promoção de emprego 
-Proibir o patenteamento de saberes tradicionais e reduzir drasticamente a vigência de direitos de propriedade intelectual na área dos produtos farmacêuticos e agrícolas 
-Aproveitar ao máximo as potencialidades democráticas da revolução digital para promover uma cultura livre que recompense coletivamente a criatividade de artistas e investigadores, generalizando a inovadora experiência do movimento do Open Source Software, e da Wikipedia.

Estas são algumas imagens da consciência antecipatória do mundo.
Dir-se-á que são utópicas ou eivadas de romantismo. Sem dúvida.
Mas devemos ter em conta algumas cautelas ao estigmatizar a utopia.
Muitas destas propostas, quando detalhadas tecnicamente, dispõem de medidas de transição e são susceptíveis de aplicações parciais.

Acresce que uma ideia inovadora é sempre utópica antes de se transformar em realidade. Finalmente, porque muitos dos nossos sonhos foram reduzidos ao que existe e o que existe é muitas vezes um pesadelo, ser utópico é a maneira mais consistente de ser realista no início do século XXI.

Hunter Lovins Sees Business Benefits of Climate Change Adaptation


Among the speakers at the BaseCamp SRI conference held last week in New York was Hunter Lovins, the president and founder of Natural Capitalism Solutions (NCS), an environmental advocacy and consulting organization. Lovins is also the author of Natural Capitalism and the recently published sequel, Climate Capitalism.

Lovins set aside sometime during the conference to talk, often humorously and always in great detail, with SocialFunds.com about the new book, the work of NCS, and the business opportunities waiting to be seized in response to the challenges presented by climate change.

"Climate Capitalism argues that even if you're a profit-maximizing capitalist who believes climate change is a hoax, you'll do exactly what you'd do if you were scared to death about climate change, because we know how to solve it at a profit," Lovins said. "You don't have to believe in the problem to believe in the solution. There are opportunities to make more money while solving the problem."

Of course, Lovins continued, "Climate change is real, is proximate, and is very serious. But it's only one of an array of problems facing capitalism as we know it, from peak oil to water to half the world's population living on less than $2.50 a day."

However, "U.S. legislators are intent upon denying that climate change exists and believing that it would be better to let our green tech jobs go to China," she said. "A number of countries are investing heavily in the green economy, or what the Chinese call the circular economy."

Germany is one country investing heavily in renewable energy technologies, in its case solar power. By the end of 2010, Germany had an installed solar capacity of over 17,000 MW, by far the most in the world. In May of this year, Germany announced that it would phase out all 17 of its nuclear power plants by 2022 and will rely on renewables instead.

"The German solar industry now has more jobs than the American steel industry," Lovins said. "How did the Germans get there? They have good policy, i.e. feed-in tariffs. A study by Deutsche Bank found that while electricity rates have gone up, they went up less than if the Germans did nothing." Feed-in tariffs are guarantees of payment at premium rates for electricity from renewable sources that is fed into the grid.

"If we want out of the recession, we know how to do it," Lovins said. "Those wild-eyed environmentalists over at Goldman Sachs have shown that companies that are leaders in environmental, social, and governance (ESG) policy have 25 percent higher stock value. The Economist Intelligence Unit has shown that ESG leaders have the fastest-growing stock value."

"We're already at the point where companies making an authentic commitment are driving their markets, gaining market share, and increasing labor productivity," Lovins continued. "All aspects of the integrated bottom line."

The first step toward a low-carbon economy is mitigation through energy efficiency measures, which Lovins described as "low-hanging fruit that grows back." Energy efficiency not only reduces reliance of fossil fuels, but also results in significant cost savings within a short period of time. A 2009 report [PDF] by McKinsey & Company, for example, projected that a comprehensive national approach to energy efficiency would lead to energy savings of $1.2 trillion by 2020, and reduce greenhouse gas (GHG) emissions by 1.1 gigatons per year.

"However much we'd like to think we can mitigate our way out of the climate crisis, it's a little too late," Lovins cautioned. "We're going to have to start adapting. The extreme weather events we've been seeing are exactly what climate scientists say to expect in an era of a warming earth."

"It will take the business community waking up and realizing that it is a competitive issue, an issue of the long-term share performance of companies," she said, "And the investment community realizing that if they put their money into the companies of the future, they'll do very well. Their money is at risk if they persist in putting it into companies that don't get it."

"It's going to take local action," she continued. "Policy is dead at the national level, it's probably dead at most state levels. It's almost like these people are intent upon creating another collapse."

"It is the diligent effort in how you transform how you do business that is taken seriously in the marketplace" and among key stakeholders, Lovins said, referring to her experience advising L'Oreal, the cosmetics company. Noting that the company practices energy efficiency, and even has a facility in Canada with a net zero carbon footprint, Lovins advised L'Oreal to "consider telling your very good story of authentic commitment to behaving in a sustainable way. This is what the young people of today want," she said, referring to studies that show sustainability issues to be important considerations for college graduates entering the workforce.

"Companies should have solid relationships with third-party verifiers and non-governmental organizations (NGOs) who will criticize them when they do something wrong," Lovins said. "Follow Global Reporting Initiative (GRI) protocols. Companies that are not GRI-compliant are putting themselves at risk."

While a majority of large companies seems to now understand the importance of sustainability reporting — the 2010 S&P 500 Report [PDF] of the Carbon Disclosure Project (CDP) found that 59 percent of companies in the index report on GHG emissions — smaller companies lag far behind, according to a report [PDF] published earlier this year by Pax World Management.

Lovins noted that a service provided by NCS "is aimed at small businesses, to help them implement sustainable procedures profitably." Referring to a taco maker in California who wanted to sell his product to Wal-Mart, Lovins observed that the first two questions Wal-Mart asks of its suppliers address reporting of GHG emissions and issuing a sustainability report. The Solutions @ the State of Business product offered by NCS, Lovins said, helped the taco maker save $450,000 through efficiency measures.

"The economy is clearly in trouble," Lovins said. "Is the economy going to go over a cliff again? It would not surprise me. Investors ought to be taking this very seriously." She praised the sustainable investment community for having "a disproportionate influence on the economy as a whole."

domingo, 26 de junho de 2011

Michel Serres - Ler

Neste episódio, Michel Serres fala de representação e comunicação - não há Ciência sem palavras, sem desenhos e sem troca.

Food, Not Bombs! movimento iniciado em Maio de 1980



The Food Not Bombs  é um movimento grass-root, de acção directa, com maior expressão nos EUA,Canadá e México mas em fase de grande crescimento pela Europa e Ásia. Dispõe de um manual
Lista cronológica do Movimento aqui
Na Croácia como mostra vários vídeos no youtube como este, é um movimento crescente. E nós? Vamos sair das nossas salamalequices e ajudar-nos uns aos outros?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Filme do Desassossego



Sinopse

Lisboa, hoje. Um quarto de uma casa na Rua dos Douradores. Um homem inventa sonhos e estabelece teorias sobre eles. A própria matéria dos sonhos torna-se física, palpável, visível.

O próprio texto torna-se matéria na sua sonoridade musical. E, diante dos nossos olhos, essa música sentida nos ouvidos, no cérebro e no coração, espalha-se pela rua onde vive, pela cidade que ele ama acima de tudo e pelo mundo inteiro. Filme desassossegado sobre fragmentos de um livro infinito e armadilhado, de uma fulgurância quase demente mas de genial claridade. O momento solar de criação de Fernando Pessoa. A solidão absoluta e perfeita do EU, sideral e sem remédio. Deus sou eu!, também escreveu Bernardo Soares.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quão verde é a tua internet? How Green Is Your Internet?


Quando usas a internet já pensaste quanta energia estás a usar? Esta história pode dar-te alguma ideia de quanta energia o mundo digital está a gastar, apesar de algumas empresas ligadas à internet já estejam a projectar formas de obviar as fontes de produção de energia mais amigas do ambiente.
Valerá a pena aumentar a produção, aumentando o passivo ecológico para as gerações vindouras?
Não estaremos (países desenvolvidos) a consumir demasiado e negando o acesso também democrático deste bem de consumo a outros povos/indivíduos que na posse desta ferramenta poderiam usufruir de uma sociedade mais participativa e actuante?
Será de facto muito sustentável uma sociedade globalmente digitalizada?
Written and voiced by Dan Ilic
Directed and designed by Patrick Clair
This was made for HungryBeast on ABC TV

Curta-metragem: Old Apparatus

Old Apparatus - 14:00 from Deep Medi Musik on Vimeo.

Um pouco na linha de pensamento da postagem que abordei a relação Homem- Máquina-Natureza.
O jornalista e filósofo Adauto Novaes, num dos capítulos do livro "O homem-máquina: a ciência manipula o corpo", publicado em 2003, afirma que:
Tudo caminha – principalmente o corpo – para o artifício. Ou melhor, observamos o início de uma substituição do ser e de suas experiências da vida – isto é, da antiga relação, em nós, da natureza e do espírito (espírito entendido como inteligência, potência de transformação) – por mecanismos implantados em nós. Poderíamos dizer, sem risco de erro, que um corpo tecnicizado guarda ainda ‘qualidades ocultas’ do corpo natural, enigmas que nos levam a pensar, permanentemente, o jamais pensado ainda?”.
Por outras palavras, indaga-se se as tecnologias chegarão ao ponto de anular a essência humana, substituindo a criatividade e espontaneidade.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ivan Illich - "Sociedade sem Escolas"



Por vezes acredito que estamos a assistir também a uma outra bolha, a bolha da educação, esta mais oculta, danosa e perniciosa: da passagem administrativa,passando pelo recurso a copianços e uma sociedade viciada em colocar os seus estudantes na escola com melhores notas, entramos numa escalada de sobrendividamento (público, privado e familiar) que resulta num faz de conta escolarizado e que não representa o genuíno rigor e amor pelo conhecimento e interiorização de outros valores muito importantes enquanto construção do SER e não, como se assiste, a uma escalada competitiva e aniquiladora da construção do TER, exigindo a obtenção de diplomas e certificados a todo o custo e com as maiores barbaridades e injustiças e de exclusão de oportunidades: é o caso dos cursos CEF, Novas Oportunidades, EFA e a inflacção de notas em colégios e o ranking das escolas baseado apenas em critérios de notas. É também exemplo disso, uma instituição de elite e para elites, como o CEJ (Centro de Estudos Judiciários), em que os estudantes copiaram e todos levaram nota dez.
Além disso assistimos ao crescimento de redes sociais e de transversalidade de informação disponibilizada pela internet.
Os conceitos de Escola por Ivan Illich adquire assim enorme actualidade

Tudo sobre Ivan Illich, no BioTerra

domingo, 19 de junho de 2011

Documentário: Dividocracia Internacional (Debtocracy International- versão portuguesa)



Depois de conhecidas as reacções democráticas em Itália contra o nuclear, a defesa da água pública, a Moodys já vem ameaçar com descida de rating.

Mais do que "pagar" a dívida, ela está a ser CRIMINOSAMENTE planificada. Vejam o filme. As empresas de rating irão destruir o planeta e as democracias.

Textos relacionados:

sábado, 18 de junho de 2011

A Jangada de Pedra (obra de José Saramago) existiu mesmo ou como a Placa Ibérica evoluiu

A Península Ibérica constitui uma microplaca que, tendo evoluído conjuntamente com a placa europeia, também desenvolveu movimentos diferentes. Devido à sua situação entre as placas - americana, europeia e africana - experimentou algumas pressões dessas mesmas placas de cada vez que se uniam para constituir uma Pangeia.

Sempre que a Pangeia se fracturava nas zonas de ligação mais débeis, a placa ibérica era afectada com a formação de importantes riftes. Em consequência destes movimentos, a microplaca ibérica está rodeada por cordilheiras formadas, pelo menos em grande parte, devido à colisão com outras placas, tanto durante a orogenia hercínica como alpina.
Os seus limites, embora não tenham sido sempre os mesmos, estão bem determinados.
A oeste é o rifte da dorsal médio-atlântica, zona de expansão que está a aumentar os fundos marinhos.
A leste é limitada pela planície abissal das ilhas Baleares, da Córsega e da Sardenha, que, apesar de inactiva, se interpreta como um antigo rifte. Anteriormente à existência do rifte entre a Córsega e a Sardenha, estavam incorporadas na placa ibérica em posição mais próxima das ilhas Baleares.
Os seus limites norte e sul são zonas complexas.
No norte, a fossa cantábrico-pirenaica comportou-se sucessivamente como rifte, subdução e falha transformante por onde se une à Europa nos Pirenéus.
No sul, a chamada linha de Gibraltar é uma das falhas transformantes que limitam uma zona de diferente movimento da abertura do oceano Atlântico. Na orogenia hercínica actuou como zona de subdução na colisão entre a placa ibérica e a placa africana.

 

História Paleozóica

Não se conhecendo detalhes da situação dos terrenos geológicos, fizeram-se algumas interpretações a partir da base de que a cordilheira hercínica foi uma consequência da colisão, durante o período Carbónico, de duas placas: a Ibérica, como parte da placa europeia e a Americana, concretamente contra a Terra Nova.
A forma da placa ibérica deveria ser diferente da actual.
De forma geral, pensa-se na existência, na parte central da cordilheira hercínica, de um núcleo estável antigo que deve ter constituído a Protomeseta, ladeada por duas bacias oceânicas, uma profunda e outra pouco profunda. A bacia oceânica meridional ocuparia o bordo passivo de um rifte que originaria a abertura do protoatlântico, durante a maior parte do Paleozóico inferior.
A partir do Devónico a situação modificou-se, estabelecendo-se uma zona de subdução entre a protomeseta ibérica e o Proto-Atlântico que absorveria a crosta oceânica existente a sul. Como consequência desta subdução originou-se a orogenia hercínica e nessa zona em relação estreita com fenómenos vulcânicos produziu-se a mineralização das pirites da faixa piritosa do Alentejo, que se prolonga por Espanha na região de Huelva.
Continuar a ler aqui



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Banco Mundial e Agricultura Sustentável e Segurança Alimentar - impera a corporocracia




Corporocracia (consultar e divulgar o conceito) pura e dura...desconfio destas "boas" intenções.
ADM, Bunge, Cargill, Dupont, Kraft Foods, Metro Group, Monsanto, Nestlé, Syngenta, Unilever, etc ...
eles são sérios sobre "agricultura sustentável e segurança alimentar" ... ?
Mais uma mistificação ecológica ou "marketing" verde?
De qualquer maneira, precisamos seguir o seu compromisso.
 
Ler toda a notícia aqui:
News Release: Leaders Commit to Partnership for Sustainable Agriculture and Food Security in East Asia

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Alterações climáticas - a World Meteorological Organization compilou os acontecimentos climáticos extremos dos últimos 10 anos

World Meteorological Organization

1. Inverno frio extremo na Sibéria e Mongólia. Temperaturas mínimas caíram para perto de -60 ° C na região central e sul da Sibéria, resultando em centenas de mortes. (2001)

2. Entre Fevereiro e Abril, chuvas fortes e enchentes atingiu os países do Sul Africano de Moçambique, Zimbabwe, Malawi e Zâmbia. (2001)

3. Tufão Rusa atingiu a Coreia causando inundações e centenas de mortes. Era relatado como a pior tempestade desde 1959 e também levou a um novo recorde nacional de 24 horas de chuva com 870 mm. (2002)

4. Sem precedentes ondas de calor extremo ocorreu em grande parte da Europa durante o verão. Isto levou a gravar novos recordes com temperaturas superando em cerca de 40º C, e causando dezenas de milhares de mortes relacionadas. (2003)

5. Ciclone tropical Gafilo bateu Madagáscar com ventos até 260 km / h, causando centenas de mortes. (2004)

6. Furacão Ivan atingiu o Caribe causando inundações, destruição maciça e mortes. (2004)

7. Pela primeira vez na história um furacão documentado desenvolvido no Oceano Atlântico Sul, em Março. Catarina não oficialmente chamado que fez landfall ao longo da costa sul do Brasil provocando grandes danos. (2004)

8. Verão mais quente jamais registado na região central do Canadá. (2005)

9. Pior seca em 60 anos no Brasil causou menor o fluxo Amazónia em 30 anos. (2005)

10. A estação das monções trouxe fortes chuvas e enchentes sem precedentes maciça generalizada às partes oeste e sul da Índia afectando mais de 20 milhões de pessoas. (2005)

11. Mais activa temporada de furacões do Atlântico que se registou. O furacão Katrina atingiu o sul dos Estados Unidos matando mais de 1300 pessoas, e foi considerado como o pior furacão a atingir o país desde 1928. (2005)

12. Tufão Durian fustigou as Filipinas causando danos enormes e mais de 1000 mortes. (2006)

13. Seca a longo prazo continuou no início do ano no Grande Corno de África. (2006)

14. Grave a seca extrema estava presente em toda grande parte oeste dos Estados Unidos, bem como na planícies do sul. Incêndios devastadores causados ​​destruição em massa e milhões de hectares queimados. (2006-2007)

15. Em Julho chuvas extremas provocou a pior enchente em 60 anos sobre o Reino Unido. (2007)

16. Inverno mais frio em 50 anos e nevadas invulgares em grandes partes do sul da América do Sul. (2007)

17. Grandes inundações no México no início de Novembro foi considerado o pior desastre relacionados ao clima na história da nação. (2007)

18. Chuvas de verão torrenciais causaram inundações e enchentes em vários países Africano. Milhares de casas foram destruídas e mais de 1,5 milhão de pessoas foram afectadas. (2007)

19. Ciclone tropical Gonu formada no norte do Oceano Índico fazer landfall em Omã e Irão se atinja. Foi relatado como o mais forte ciclone registado no Mar Arábico. (2007)

20. Notavelmente inverno ameno durante a maior partes da Escandinávia. Com anomalias mensais superior a 7°C, grandes partes da Noruega, Suécia e Finlândia teve o inverno mais quente já registado desde o início das medições. (2008)

21. Frio extremo combinado com a pior tempestade de neve em cinco décadas foram observados em várias regiões da China em Janeiro. O evento extremo frio estendido tão longe como a Turquia. (2008)

22. Grave prolongada seca atingiu Argentina, Uruguai, Paraguai e sul do Brasil, causando graves danos aos recursos agricultura, pecuária e água. Para grandes áreas, foi um dos anos mais secos já registados. (2008)

23. Vários recordes de todos os tempos queda de neve de inverno foram estabelecidas em todo o Canadá. (2008)

24. Durante período de Setembro a Novembro as chuvas fortes e estendeu a Argélia e Marrocos, provocando danos graves de infra-estrutura. Estas foram as piores inundações em um século para a Argélia. A meteorologia similar situação se repetiu um ano depois do outro lado da mesma região. (2008)

25. No sul da Austrália seca a longo prazo. Estas condições exacerbada grave escassez de água na agricultura atingiram a mais importante bacia hidrográfica do País, Murray-Darling, resultando em quebras de receitas generalizadas.(2008-2009)

26. Ciclone tropical Nargis foi o pior desastre natural a atingir Mianmar. Ele matou mais de 70 000 pessoas.(2008)

27. Onda de calor excepcional no final de Outubro / início de Novembro no norte da Argentina e central, com registo temperaturas record de mais de 40°C em grandes áreas. (2009)

28. Record ondas de calor em toda a Austrália em Janeiro / Fevereiro, Agosto e Novembro. Desastrosos incêndios florestais associados causado mais de 170 mortes. Temperatura mais alta já registada tanto para o sul qualquer lugar do mundo foi observada em Victoria, com 48,8 ° C. (2009)

29. Extremas ondas de frio e nevões recordes foram observados durante o inverno 2009/2010 na Europa, e grandes partes dos Estados Unidos. (2010)

30. Extremos de calor e de seca em Julho e Agosto levou a incêndios florestais desastrosos no oeste da Rússia. (2010)

31. No verão Paquistão sofreu as piores enchentes de sua história. Mais de 1 700 mortes foram registadas e mais de 20 milhões de pessoas foram afetadas. (2010)

32. Chuvas torrenciais na China contribuíram para as inundações e deslizamentos de terra, incluindo uma devastadora lama rockslide, que matou mais de 1.500 pessoas em Zhoqu County, noroeste da China (2010)

33. Eventos extremos de precipitação na África Ocidental, com as piores inundações em 50 anos no Benin (2010)

34. Inundação afectou Europa Central e Oriental várias vezes durante a década. A Polónia foi mais afectada em 2001, enquanto a Alemanha, Roménia, Áustria, República Checa e Eslováquia em 2002, com milhares de pessoas evacuadas. Mais recentemente, em 2008, a Alemanha foi atingida por um grande número de tempestades com granizo e tornados e alguns países em 2009 sofreu com inundações semelhantes, como os observados em 2002. Em 2010 inundações na bacia do rio Danúbio causou danos graves. (2001-2010)

* Na ausência de uma definição padrão de um evento extremo, este mapa inclui única e / ou uma sucessão de fenómenos meteorológicos anormais levando a meteorológicas e / ou condições climáticas, com impactos tão alta como ondas de calor, tempestades severas, inundações, secas, etc

Ler mais no relatório

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Um modo (irritante) de Ser Português - leiam esta crónica (magnífica) :: Títulos, tiques e salamaleques


por Elisio Estanque (Público, 8/06/2011) 

Talvez seja interessante na conjuntura que hoje atravessamos olhar um pouco a realidade concreta do funcionamento de grupos e instituições da sociedade portuguesa, para ver se conseguimos vislumbrar nesses ambientes de proximidade alguns dos traços, por assim dizer, “congénitos” da nossa cultura, que estão a empurrar o sistema para a entropia, para a disfuncionalidade e, no fundo, a contribuir para a corrosão da própria democracia.
Em Portugal os comportamentos quotidianos dos cidadãos continuam muito marcados pela hipervalorização dos “títulos”, dos estatutos e das diferenças de poder que cada um ocupa no campo profissional ou na esfera pública. Já não sei se é apenas atavismo ou se é um novo formato da modernidade lusa em clima de depressão colectiva. Será que isto espelha uma forma de valorização das instituições, que se traduz na exaltação e deslumbramento perante os actos de solenidade ou apenas ilustra um certo estilo pacóvio de sacralização do poder e dos espaços institucionais (ou públicos) onde ele é ostentado?
Por exemplo, numa conferência, numa iniciativa pública no meio universitário ou no associativismo, quando se trata de um acto formal, as “comissões de honra” assumem sempre uma importância simbólica impressionante. Imagino que tiques semelhantes estejam presentes na lógica interna dos partidos quando se trata da organização das listas de deputados. Mas, para que se veja que isto não é exclusivo das grandes instituições ou dos partidos, repare-se por exemplo numa simples iniciativa de jovens no campo associativo (a eleição de um Núcleo de estudantes numa faculdade): lá estão os diversos “pelouros” com a sua panóplia de coordenadores, presidentes e vice-presidentes, etc., o que, ao que parece é condição para que os membros das listas fiquem “comprometidos” e trabalhem na candidatura, quer na divulgação e na ampliação do “aparato” de apoiantes (os que levam as bandeirinhas e batem palmas), quer na importantíssima actividade que compete ao “cacique”, a da angariação de votos, qualquer delas tarefas muito nobres e decisivas para o resultado eleitoral. Ainda recentemente contei o número de elementos de uma dessas listas, neste caso para eleger os representantes de um curso, a qual somava nada menos do que oitenta indivíduos.
Uma outra situação que talvez ilustre essa tentação para o ritualismo burocrático refere-se ao poder simbólico de que a pessoa é investida pela instituição a que pertence, num acto público. Trata-se de um momento de encenação que, em certas circunstâncias, é capaz de inebriar qualquer funcionário e levá-lo a perder a noção da realidade. Um destes dias fui envolvido numa iniciativa oficial, um debate com o estatuto (formal) de “tertúlia” (uma contradição nos termos, bem entendido) mas promovido por duas grandes e respeitáveis instituições estatais que têm por missão formar, acompanhar e educar os jovens para a cidadania e para a vida profissional. Ora, esse “debate-tertúlia” assumiu na prática um formato que não foi nem uma coisa nem outra. Primeiro, a iniciativa foi realizada num anfiteatro que simboliza o lado mais formal da universidade onde decorreu. Como resultado, as largas centenas de lugares ficaram vazios e os jovens na assistência pouco passavam da dezena. Segundo, decidiu-se desdobrar a iniciativa em dois momentos, introduzindo uma “mesa de apresentação” onde os representantes das instituições promotoras e mais alguns convidados ocuparam os respectivos “lugares de honra” e que decorreu sob o signo dos “salamaleques” e dos elogios recíprocos do princípio ao fim (com os jovens ao longe, claro). Em terceiro lugar, o tom e o conteúdo formal das diversas (e longuíssimas) comunicações, contrastava com os discursos e apelos cândidos à importância das “aprendizagens não formais”, da educação para a cidadania, do envolvimento dos jovens, da necessidade da participação, etc.
Conclusão, esta imparável tendência para a perversão das instituições e seus objectivos funcionais assume-se na base da sociedade sob a forma de um conjunto de tiques burocráticos, rituais laudatórios e gestos de servilismo que revelam algo de mais profundo e estrutural: uma forma de poder social que inibe a cidadania e estimula o medo e o ressentimento. Resta saber, primeiro, se as cúpulas do Estado têm a percepção desta realidade; segundo, e mais grave, se não serão os próprios dirigentes de topo a cultivar, voluntária ou involuntariamente (pouco importa), essa mesma atitude de reverência e de sacralização do poder, ou seja, deles próprios.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Belo Monte (Brasil) : Integra do vídeo ameaça de morte a liderança indígenas e não indígenas



Desde o segundo semestre de 2010, observa-se o adensamento de um clima de apreensão e preocupação entre moradores da área designada Volta Grande, na qual estão autorizados os trabalhos de instalação. Nesta área, vivem agricultores familiares, pescadores, extrativistas -- comunidades tradicionais e povos indígenas, dispostos num complexo socioespacial, com uma situação fundiária delicada, na qual há ocupações não legalizadas; terras indígenas não demarcadas e/ou invadidas.
Um dos primeiros efeitos do não cumprimento das condicionantes está sendo, por um lado, um processo de expropriação de povos tradicionais e agricultores familiares; e, por outro, o acirramento de tensões e conflitos preexistentes, notadamente no que diz respeito aos povos indígenas e suas terras.
1.1. Expropriação de povos tradicionais e agricultores familiares
Na ausência de qualquer programa específico, a empresa Norte Energia (consórcio estatal) tem se reportado a estes moradores como comprador individual de terras, munida, entretanto, de um discurso de pressão e intimidação que, assentado na existência da Licença de Instalação, transforma a expropriação em uma situação inexorável. Isto tem motivado a "venda" da terra à empresa, com o deslocamento de toda a família para a cidade de Altamira, subtraindo-lhe os meios tradicionais de produção e de reprodução. À luz de outras experiências de construção de barragens, podemos afirmar que está em curso em Altamira, com Belo Monte, um processo de expropriação, cujo desdobramento é coletivo, mas que sendo tratado de forma individual mascara o processo em curso e intimida aqueles que o vivenciam.
1.2. Ameaça de morte a lideranças indígenas
JOSÉ CARLOS FERREIRA ARARA -- TI. Terrã Wãgã ( Volta Grande do Xingu) -- Na semana de 17/04/2011, José Carlos, líder dos índios Arara da Volta Grande do Xingu, foi ameaçado de morte, tendo como possíveis ameaçadores invasores da área indígena -- que está sendo demarcada. Uma semana depois, na manhã do dia 25/04/2011, cerca de 200 agricultores que habitam no interior da Terra Indígena, ocuparam a sede da FUNAI em Altamira. Em 28 de abril de 2011, a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos encaminhou ofício ao Programa Estadual de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos do Estado do Pará, solicitando proteção policial.

SAPINHO PARAKANÃ -- TI Apyterewa (Rio Xingu) -- Na semana de 05/05/2011, Sapinho Parakanã foi procurado por um pistoleiro, na Casa do Índio, onde fica hospedado quando está em Altamira. O vigia da casa informou que naquele momento ele não estava no local. Sapinho é um jovem de 30 anos de idade que desde cedo aprendeu a defender seu território, invadido por fazendeiros e madeireiros desde os anos 1980.
Estas situações dão a dimensão do clima de tensão e da gravidade dos conflitos que se verificam hoje em Altamira, após a concessão da Licença de Instalação. Como sabemos, os efeitos destes grandes projetos são resultado da combinação da ação da empresa e das condições sociais preexistentes. No caso de Altamira, uma situação social e política historicamente tensa, com graves conflitos fundiários, uma intervenção estatal açodada, descomprometida com as cautelas constantes da legislação e autoritária na condução dos processos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vídeo da Semana - Españistán, de la Burbuja Inmobiliaria a la Crisis (por Aleix Saló)


A história de duas bolhas imobiliárias: houve a portuguesa, e a espanhola. Entre ambas, maiores são as semelhanças que as diferenças.

Um abraço, Pedro Bingre do Amaral

William Rees - The Dangerous Disconnect Between Economics and Ecology


A economia mundial está esgotando os recursos naturais da Terra, e os economistas se apegam a modelos que não fazem qualquer referência à base biofísica que sustenta a economia. É por isso que a economia ecológica é necessária, diz William Rees nesta entrevista ao INET.

domingo, 12 de junho de 2011

Na Ilha Inglesa: alterações climáticas vão sair dos curricula

As mudanças climáticas devem ser cortadas a fim de "voltar para a ciência em ciência", de acordo com o assessor do Governo supervisionar uma grande reforma do ensino na Inglaterra e País de Gales

Climate change should be cut in order to 'get back to the science in science', according to the Government adviser overseeing a major overhaul of teaching in England and Wales 
(As mudanças climáticas devem ser cortadas a fim de "voltar para a ciência em ciência", de acordo com o assessor do Governo que supervisiona uma grande reforma do ensino na Inglaterra e País de Gales)

Ler mais: aqui
  
Tim Oates, assessor para a Educação do actual governo Britânico e que está a conduzir uma revisão dos programas escolares para crianças de 5 a 16 anos de idade, já sinalizou que com esta revisão põe-se o fim da "lavagem do clima" nas escolas. Mais adiante refere que as "alterações climáticas" são um modismo sem sentido...(??).  
Ler toda a reportagem no Guardian: Climate change should be excluded from curriculum, says adviser 




sábado, 11 de junho de 2011

The Wayseer Manifesto - Visionarios do Caminho (Legendas)



No próximo dia 19 de JUNHO irá realizar-se uma manifestação internacional por uma DEMOCRACIA VERDADEIRA JÁ.
Em Lisboa, a concentração é às 16h00 no Cinema S. Jorge, na Avenida da Liberdade, rumo ao Rossio, onde decorrerá uma Assembleia Popular às 19h00.


Este é um protesto que junta todas as gerações e vários países.
Não aceitamos a deterioração da democracia e das nossas vidas.
Vamos encher de novo a Avenida da Liberdade!
Vamos re-inventar a democracia!

ASSEMBLEIA POPULAR - todos os Sábados às 19h00 na Praça do Rossio

Próximos eventos:

12 de Junho, Domingo
18:00, Praça do Rossio - "Deita-te no Rossio"
19:00, Praça do Rossio - Assembleia Popular

19 de Junho, Domingo
16:00, Cinema S. Jorge
Manifestação Internacional "Verdadeira Democracia Já"
19:00, Praça do Rossio - Assembleia Popular

Acampada Lisboa
movimento19m.pt@gmail.com

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Lusofalantes: onde mora o mundo


Onde Mora o Mundo - JP Simões & Afonso Pais 


 LUSOFALANTE

Países de língua portuguesa: Portugal, Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e parte da população de Goa, Damão e Macau na Ásia.

SINOPSE / RELEASE
O programa LUSOFALANTE pretende ser um ponto de encontro e de troca entre os países de língua portuguesa. Apresenta a diversidade cultural, lingüística e artística que se desenvolveu através de raízes comuns e em continentes ao mesmo tempo tão diversos e tão semelhantes.
O LUSOFALANTE reúne entrevistas, músicas, informações históricas e culturais sobre os diversos países Lusofalantes. As informações do programa interagem mesclando os locais de origem de cada entrevistado e as músicas apresentadas. Uma espécie de produto reciclado fruto das misturas e colagens da própria língua portuguesa que a torna tão rica, dinâmica e viva.
Estabelece trocas entre artistas, compositores, poetas, escritores, lingüístas e produtores culturais, Lusofalantes. Sublinha com a música, esta busca de conhecimento mútuo porque possibilita a apresentação de artistas que mesmo tão próximos em termos de vínculos musicais, culturais e lingüísticos, têm seus trabalhos pouco divulgados nos países de língua portuguesa. Aponta para as diversas cores, ritmos e falares destes países que de alguma forma se pertencem.
O LUSOFALANTE pretende colaborar para que o Brasil se olhe mais demoradamente no espelho e se veja na África, em Portugal e nos demais países da comunidade de língua portuguesa e que perceba o quanto a ponte precisa ser refeita. A música tem esse dom e, neste caso, a língua é um agente facilitador de aproximação.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Michel Serres- Nascer

Neste episódio, o milagre grego; o desenvolvimento da Geometria, da Astronomia e da Física; a vida de cientistas e filósofos como Tales, Pitágoras, Hipócrates e Arquimedes.

80 Dias - 8.000 Fotos


"Enquanto houver sonho, existirá possibilidade." por Teresa Gama

Edit:
1) I’ve gotten comments/tweets asking how I did all of this. Some may have guessed, but I will endeavor to create a “making of” video in the next month or so for you. It’s a very fun technique that anyone can do.

2) Many people have asked to stop on various photos to see them. I will be pulling out my favorites for future posts in high-res, but if you want to see now, you may have noticed that it’s hard on YouTube. Try the Vimeo version of the video, which is higher quality. You still can’t go frame-by-frame, but maybe it is a bit better quality.

My Art Portal 
My Blog

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Calendário Ecológico: Dia Mundial dos Oceanos- A importância das Reservas Marinhas



A reserva marinha da Ilha de Apo é um dos melhores exemplos de protecção das espécies marinhas nas Filipinas. Está comprovado que as reservas marinhas são uma excelente medida para proteger as espécies em vias de extinção e restaurar o equilíbrio aos ecossistemas.

Fonte: Greenpeace Portugal
Existe um crescente volume de provas científicas que demonstram que o estabelecimento de redes de reservas marinhas em larga escala, necessárias urgentemente para proteger as espécies marinhas e os seus habitats, poderia ser a solução para inverter o declínio das pescas em todo o mundo.
As reservas marinhas podem beneficiar as reservas de pesca adjacentes tanto pelo “excedente” de peixe adulto e juvenil que ultrapassaria as fronteiras da reserva, como pela exportação de ovos e larvas. Dentro das reservas, as populações aumentariam de tamanho e os espécimes viveriam mais tempo, cresceriam mais e desenvolveriam um maior potencial reprodutor.

As reservas marinhas podem mesmo vir a beneficiar as espécies altamente migratórias, como os tubarões, o atum e o espadarte, se forem criadas em locais onde essas espécies são actualmente bastante vulneráveis, como os locais de criação, de desova ou de agrupamento, como as montanhas submarinas.

As reservas marinhas em larga escala seriam áreas fechadas a todos os fins extractivos, como a pesca ou a exploração mineira, e também às actividades de eliminação. No interior dessas áreas poderiam existir zonas centrais onde não seriam permitidas actividades humanas, por exemplo áreas que actuassem como zonas de referência científica ou áreas onde existissem habitats ou espécies especialmente sensíveis.

Algumas áreas dentro da zona costeira poderiam estar abertas à pesca não destrutiva e de pequena escala, desde que sustentável dentro dos limites ecológicos, e estabelecidas com recurso à participação total das comunidades locais afectadas.

As Reservas Marinhas (RM) não se limitariam a tratar da sobrepesca – embora uma das principais razões para a criação das RM seja a preservação das populações de peixe. São cada vez mais vistas como um instrumento global essencial para proteger o ambiente marinho, inclusive relativamente à poluição – provocada em especial pela eliminação de resíduos (resíduos radioactivos, munições e dióxido de carbono).


terça-feira, 7 de junho de 2011

Floresta: um vídeo em memória de José Cláudio e Maria Espírito Santo


Como José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo foram mortos no faroeste do Brasil por defenderem a floresta [postagem aqui]

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Para melhorar Portugal?

Desordenamento territorial - e curiosamente é uma imagem turística (??)
Para melhorar Portugal? O maior negócio é a conservação nos custos de produção (baixando os custos e não penalizando nos salários e regalias aos trabalhadores ou na bolsa dos consumidores...quando existem muitos materiais que podem ser elaborados dentro da politica dos 4R) e menos ganância/inveja...é possível e estamos a conservar um bem COMUM: o Ambiente, o nosso País e a endividarmo-nos menos.

domingo, 5 de junho de 2011

Electrocardiograma



É o que tem sido 2011...como será o pós-5 de Junho?

Animação da semana- Florestas: a Natureza ao seu Serviço

Dia Mundial do Ambiente


Esta curta-metragem , narrada pelo actor / director / produtor e vencedor do Óscar, Sir David Attenborough, destaca o papel que as florestas podem desempenhar no desenvolvimento nacional, numa economia mais verde e na mitigação das alterações climáticas. Esta animação também analisa a situação actual e algumas soluções de transformação.
http://www.unep.org/forests
http://www.unep.org/wed

Índia é nomeada sede do Dia Mundial do Meio Ambiente 2011  

WED-LOGO-2011-PT_WEB
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) anunciou  a  4 de Março de 2011 que a Índia, uma das economias que mais investe em crescimento verde, será, pela primeira vez, a anfitriã do Dia Mundial do Meio Ambiente – WED, no dia 5 de junho de 2011.
O tema deste ano, “Florestas: a Natureza a seu Serviço“, ressalta a conexão intrínseca entre qualidade de vida e saúde dos ecossistemas florestais, e abrange, também, o Ano Internacional das Florestas da ONU.

A Índia é um país com cerca de 1,2 bilião de pessoas e boa parte delas exerce forte pressão sobre as florestas. Isso ocorre principalmente nas áreas densamente povoadas, onde as pessoas cultivam nas margens das florestas e onde as áreas de pastagem contribuem para a desertificação.

Tendo em vista a grande procura socioeconómica sobre as florestas, o governo indiano encontrou algumas soluções de modo a estabelecer um sistema de plantio de árvores para combater a degradação dos solos e a desertificação.

No processo de conservação de seu ecossistema, a Índia introduziu com êxito projectos de monitorização de plantas, animais, água e de outros recursos naturais do país. Lançou, ainda, um programa de arborização cujas verbas compensatórias são usadas para melhorar a protecção florestal, a protecção de áreas verdes e da água.

Sobre a escolha da Índia como o país-sede do Dia Mundial do Meio Ambiente 2011, Achim Steiner, Sub-Secretário Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA, explica: “Em aproximadamente 40 anos de história do WED, as cidades e comunidades da Índia encontraram-se entre as mais proativas, com um número incalculável de eventos a cada ano em todo o país “.

Este facto é reiterado pela implementação do Fundo de Energia Limpa no seu orçamento nacional. Ele fornece subsídios para a tecnologia verde, base para o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que estabelece metas específicas sobre questões como a eficiência energética e o fortalecimento de um ecossistema sustentável.
A Índia está actualmente a desenvolver um dos maiores projectos de energia verde no mundo, que vai gerar cerca de 20 mil megawatts a partir da energia solar e 3.000 megawatts a partir de  parques eólicos. A primeira fase do projecto de US$ 50 biliões terá início no próximo ano.

Segundo o Dr. T. Chatterjee, Secretário de Meio Ambiente e Florestas da Índia “oferecer-se para sediar o WED é outra demonstração do seu forte compromisso em trabalhar com a comunidade mundial para o desenvolvimento sustentável. A celebração marcará o início de uma série de eventos que levarão à realização da XI Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica e inaugurará as comemorações da Década Internacional para a Biodiversidade”.

Duas das mais importantes cidades da Índia – Mumbai e Nova Deli – serão o palco para as comemorações deste ano. O objectivo é desenvolver uma série de actividades que inspirarão pessoas de todo o mundo a tomarem medidas em defesa do meio ambiente.

A comemoração do dia 5 de junho na Índia faz parte dos milhares de eventos que acontecerão em todo o mundo. O WED 2011 irá enfatizar a maneira que as acções individuais podem ter um impacto exponencial, com uma variedade de actividades que vão desde o plantio de árvores a campanhas de limpeza  nacionais.

A página web do WED 2011 incentiva, informa e envolve os seus visitantes de maneira interatciva. Oferece dicas diárias, informações e estatísticas sobre a conservação das florestas. E apresentarão uma plataforma na qual as pessoas de todo o mundo podem registar suas actividades, campanhas sociais e competições, de forma a alcançar e informar pessoas de todos os continentes.

Para visitá-la, acesse:
www.unep.org/WED. Todos podem organizar um evento e registá-lo no site do WED. Cada uma dessas acções individuais, quando tomadas colectivamente, ajudará a garantir serviços florestais essenciais para as próximas gerações.

Mais Informações

sábado, 4 de junho de 2011

Barragens: Nota de repúdio do Movimento Xingu Vivo Para Sempre sobre a Licença de Instalação Belo Monte (2 de Junho)


SERIA CÔMICO, se não fosse trágico: em plena semana do meio ambiente, às vésperas do Dia Internacional em Defesa da Amazônia, o Ibama concedeu a Licença de Instalação (LI) para a construção da Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte.

ESTA LICENÇA É CRIMINOSA. O Ibama admite que as condicionantes da Licença Prévia (LP) não foram realizadas. Estas condicionantes eram exigências para que a Licença de Instalação fosse emitida. Menos de 2% dessas obras foram concluídas.

TODO O PROCESSO é irregular. A licença foi concedida com base nas informações coletadas pelo Ibama, em vistoria realizada na região entre os dias 12 e 14 de maio deste ano.

A ÚLTIMA VISTORIA do Ibama foi guiada pela Nesa, sem nenhum tipo de controle externo e independente. Era a empresa e o governo regulando a si próprios. Não foi permitido à sociedade civil organizada, às comunidades ameaçadas e aos Ministérios Público Estadual e Federal acompanhar a vistoria. Em outras palavras, a vistoria do Ibama foi agendada, pautada e acompanhada pela empresa que está sendo fiscalizada, o que caracteriza claramente um conflito de interesses.
Continuar a ler aqui

 Mais Sítios

Eu desejo

Hamza El Din A Wish
Hamza El-Din - A Wish

"For most of history, man has had to fight nature to survive; in this century he is beginning to realize that, in order to survive, he must protect it.“

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Aves como Compositoras por Edward Cowie


Edward Cowie: Birds as Composers from Institute of Science in Society on Vimeo.


O compositor Edward Cowie, "poeta sonoro", artista e performer inicia-nos na música fascinante do canto dos pássaros, onde uma única nota na realidade corresponde a 6 notas simultâneas no piano, e as aves podem ouvir cerca de 400 eventos por segundo, dez vezes mais rápido do que os seres humanos. Portanto a sua vida musical é prodigiosamente rica. Edward Cowie, descrito pelo Sunday Times como "uma das mentes mais originais e deslumbrantes da cena musical de nossa época," já se apresentou e exibiu todo o mundo.

See his full biography here, and his website 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Hoje é o Dia Nacional do Sobreiro e da Cortiça


O dia 1 de Junho é o Dia Nacional do Sobreiro e da Cortiça, uma data que surge no calendário português para assinalar a importância de uma espécie e de uma matéria-prima fundamentais para Portugal.

O sobreiro e a cortiça têm uma excepcional importância ecológica e socio-económica no nosso País. Em Portugal, a grande mancha suberícola localiza-se sobretudo a sul do Tejo, onde é a espécie dominante, e a norte do Tejo na região pertencente ao distrito de Santarém. Da área total mundial ocupada pelo sobreiro, Portugal é o país com maior área, seguido da Espanha e da Argélia.

A principal utilização do sobreiro é a produção de cortiça, o único produto do qual Portugal é o primeiro produtor mundial. Portugal produz 52% das 300.000 toneladas produzidas anualmente a nível mundial, destinando-se a quase totalidade da cortiça transformada em Portugal (cerca de 90%) à exportação, com a indústria vinícola a absorver mais de dois terços da produção.

Segundo os dados da Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR), o nosso país exportou em 2010, 156,2 mil toneladas de cortiça, no valor de 754,3 milhões de euros, um crescimento de 7,4% em relação a 2009. Os dados da APCOR indicam também que a cortiça exportada em 2010 representou 2,1% do total das exportações nacionais. A França é o país que mais compra a Portugal (20,4%, ou seja, 154,2 milhões de euros em 2010), seguida dos Estados Unidos da América (15,8 %, 119,2 milhões de euros).

A Espanha importa 10,4% da cortiça transformada em Portugal (78,5 milhões de euros em 2010), sendo o país que mais contribui para o volume de importações de cortiça (77,9% das 48,2 mil toneladas adquiridas para serem transformadas pela indústria nacional). As importações de cortiça destinada à transformação foram, em 2010, da ordem dos 91,6 milhões de euros (48,2 mil toneladas).

O Ministro da Agricultura, António Serrano, comprometeu-se prosseguir com a política de reforço da comercialização e divulgação da cortiça, fazendo ver junto dos responsáveis da Política Agrícola Comum a especificidade do sector em Portugal, Espanha e noutros países, da necessidade de obter financiamentos para cuidar do montado, no combate às doenças a que está sujeito, durante a abertura da FICOR (Feira Internacional da Cortiça), que arrancou na passada sexta feira em Coruche e que termina no dia de hoje para assinalar a importância deste sector para Portugal.

Fonte: Naturlink e APCOR

Leituras adicionais:

Sobreiros e Montados

Ficha do Sobreiro

A Cortiça: jóia da coroa dos nossos recursos naturais

Dimensão social, económica e ambiental da produção de cortiça