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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Respiração branca


"A neve repousa sobre o mundo,
uma capa branca que tudo guarda.
Folhas caídas dormem entre os cristais,
como barcos de silêncio
a flutuar sobre o tempo.

Sob a superfície branca,
o pequeno e o invisível respiram.
Ramos quebrados, pegadas quase apagadas,
o sussurro de animais que passam despercebidos
—cada gesto, um fio
que liga gelo, vida e ar.

Eu caminho, discreto,
mas cada passo é sentido
por raízes e por ventos,
pelas sombras que escorrem
pelos troncos, pelas pedras,
e pelos olhos atentos da vida selvagem  
—tudo é respiração,
um mesmo instante cósmico
onde o mundo se reconhece inteiro.

E eu,
só por estar aqui,
já me torno parte do acordo primordial:
um instante de respiração branca,
um nome 
no silêncio luminoso da paisagem."

João Soares, 08.12.2025

Vincenzo Sguera


Vincenzo Sguera (artista de técnicas mistas Italiano, nascido em 1950)
Multifacetado, Vicenzo não se dedica apenas à pintura. Trabalha fortemente com design gráfico, design de moda e design de produtos — o que sugere que a sua visão artística tem uma forte componente de design, textura, padrão, e aplicação prática da arte.
Algumas das suas obras têm caráter figurativo e simbólico: por exemplo, há referências a retratos e figuras femininas, especialmente rostos femininos — em algumas entrevistas ou descrições, ele menciona que prefere representar figuras femininas de forma mais “pictórica”, enquanto para figuras masculinas tende a um estilo mais gráfico.

domingo, 7 de dezembro de 2025

Cinema da Noite : Eu sou David- filme realizado por Paul Feig (2003)

David, um rapaz de cerca de 12 anos, vive num campo de trabalhos forçados na Bulgária comunista. O único adulto de confiança que tem é Johannes (interpretado por Jim Caviezel), um prisioneiro gentil que lhe ensina línguas, valores humanos e formas de sobreviver emocionalmente. Johannes acaba por morrer (provavelmente executado), mas deixa em David uma profunda marca de esperança.

Um dia, um guarda misterioso dá a David a oportunidade de fugir, dizendo-lhe para seguir apenas para norte, transportando uma carta que deve entregar na Dinamarca. Apesar de desconfiar de tudo e todos — resultado de anos de trauma — David inicia a longa jornada a pé.

Ao escapar pela fronteira, David atravessa:

🇬🇷 Grécia

Onde é ajudado por marinheiros, mas foge por não confiar em ninguém.

🇮🇹 Itália

É acolhido por uma família, especialmente por uma criança que cria laços com ele. No entanto, temendo colocar todos em risco, parte novamente.

No caminho, David cresce emocionalmente ao contactar com pessoas que lhe mostram diferentes formas de humanidade: bondade, ingratidão, desconfiança e amor.

Ao chegar à Suíça, ele descobre parte da verdade sobre si:
A carta que carrega contém informações que revelam que a sua mãe está viva e vive agora na Dinamarca.

Com a ajuda de pessoas que encontra, David chega finalmente à casa dela.
A mãe, ao ver uma nota deixada por Johannes anos antes, percebe quem ele é.
David reencontra a mãe num final emotivo em que, depois de anos de sofrimento e fuga, encontra paz e pertencimento.


🎭 ANÁLISE DOS TEMAS PRINCIPAIS


1. Liberdade
O filme contrapõe dois mundos: o campo, onde David não pode decidir nada, e a Europa livre, onde cada pequena escolha se torna um ato enorme.
A jornada física é também uma libertação psicológica.

2. Identidade
David não sabe quem é, de onde veio nem quem foram os pais.
Descobrir a sua identidade é tão importante quanto alcançar a liberdade.

 3. Trauma e Cura
David tem medo de confiar — pegar comida, aceitar ajuda ou tocar em objetos que lhe ofereçam.
A cura ocorre gradualmente graças às pessoas bondosas que encontra.
 
4. Bondade vs. Crueldade
O filme mostra como um simples gesto (como o de Johannes ou de pessoas comuns) pode salvar uma vida marcada pela opressão.
 
5. Esperança
Mesmo nos momentos mais duros, a memória de Johannes funciona como bússola emocional de David. 📚 COMPARAÇÃO COM O LIVRO
ElementoLivroFilme
TomMais introspectivo, filosófico, centrado nos pensamentos de DavidMais sentimental, focado nas emoções e nas relações
Idade de David12 anosCerca de 12, mas com abordagem mais madura
Origem da fugaPlaneada por Johannes e outros prisioneirosNo filme, atribuída a um guarda que sente culpa
Revelação sobre a mãeMais gradual e menos romantizadaMais dramática e emocional
FinalSem grande dramatização, mas igualmente emocionalA reencontrar a mãe é mais cinematográfico
Temas políticosMais explícitos sobre totalitarismo communistaMais suavizados para público jovem

O filme segue fielmente a estrutura geral do livro, mas suaviza elementos mais duros e reforça aspetos emocionais.


🎬 FICHA TÉCNICA DO FILME

Título: I Am David
Título em português: Eu Sou David
Ano: 2003
Realização: Paul Feig
Baseado no livro: I Am David (1963), de Anne Holm
Género: Drama, Aventura
País: EUA / Reino Unido / Dinamarca / Itália
Principais atores:

  • Ben Tibber — David

  • Jim Caviezel — Johannes

  • Joan Plowright — Sophie

  • Hristo Shopov — O Guarda

  • Maria Bonnevie — Mãe de David

Duração: ~90 minutos
Classificação etária: Apropriado para adolescentes e adultos

Netflix, Warner e o velório das salas de cinema - O dia em que Hollywood encolheu


A compra da Warner pela Netflix promete reescrever as regras da indústria. Entre festivais a tremer, espectadores afundados no sofá e salas em risco de extinção, a pergunta é simples: estamos a assistir ao futuro do cinema ou ao seu funeral?

Há muito que sabemos que Hollywood está sobre uma falha sísmica. Porém, a notícia caiu como um meteorito nas redacções nos media, nos grupos de WhatsApp cinéfilos e nas redes sociais, já com as salas de cinema meio vazias, durante a maior parte dos dias da semana, de Portugal: a Netflix decidiu comprar a Warner Bros., a HBO, a HBO Max e tudo o que vier no pacote, incluindo um século de história que agora muda de mãos como quem troca cromos raros. Fala-se ainda em aprovação ou não dos reguladores, em anos de transição, em burocracias, que dará o negócio por concluído em meados de 2026. Mas a verdade é que o estrondo já aconteceu. Hollywood encolheu. E nós encolhemos com ela, enfiados no sofá, a pensar se ainda faz sentido sair de casa para ver um filme que daqui a 17 dias no “padrão Netflix”, já estará no streaming. Este negócio não é apenas mais um capítulo das “guerras do streaming”; é o capítulo em que a espada entra mesmo na carne. Porque se a Disney engoliu a Fox e a Amazon devorou a MGM, agora é a vez da Netflix devorar a Warner, o estúdio que inventou grande parte do mundo que Hollywood hoje tenta desesperadamente salvar. E se alguém acredita que isto não vai mexer com a exibição em sala, sugiro que desligue o Netflix por cinco minutos e respire ar puro.

O Império do Sofá e o Fim da Janela Sagrada
Convém lembrar que a Netflix nunca quis ser Hollywood; quis foi substituí-la. Começou a entregar DVDs pelo correio, como quem distribui pão quente e, em 2013, com "House of Cards", destruiu o hábito televisivo de décadas. Não por amor à arte, mas por amor ao algoritmo. E agora o algoritmo tem nas mãos "Casablanca", "Harry Potter", "Dune", "Game of Thrones", "Batman" e "Superman". Quando se diz que conteúdo é petróleo, este catálogo é uma refinaria privada e de luxo. O discurso oficial de Ted Sarandos, o CEO da Netflix, tenta acalmar os nervos: “continuaremos a lançar filmes em sala”. Pois claro, Ted. Mas por quanto tempo? Uma semana? Dez dias? O suficiente para cumprir os requisitos dos Óscares e regressar o mais depressa possível ao santo graal da Netflix: o sofá do espectador. O cinema, tal como o conhecemos, sobreviveu graças à (grande) janela de exibição: os grandes ecrãs e as salas de cinema. Agora essa janela está a ser serrada com um sorriso corporativo.

A Extinção Lenta do Cinema de Rua
Do ponto de vista empresarial, a fusão é um sonho: menos custos, menos redundâncias, mais lucro e também menos despesas para os consumidores. Do ponto de vista cultural, é o início do velório. Quando o maior serviço de streaming do mundo passa a controlar um dos maiores estúdios de cinema, o resultado é inevitável: menos risco artístico, mais filmes médios, menos diversidade, menos salas. O cinema de rua, esse vestígio romântico onde ainda acreditamos que o grande ecrã é insubstituível, pode transformar-se num nicho tão elitista quanto a ópera. Se é que ainda existem muitos? As associações de exibidores já gritam que é “uma ameaça sem precedentes”. E têm razão. Se as salas tinham dificuldade em competir com as televisões 4K, imaginem agora competir com uma gigante que decide exactamente quando, onde e como um filme existe.

Os Festivais Entre a Asma e a Agonia
Os Festivais de Cannes, Veneza e Berlim podem fingir que continuam a mandar nas sua selecções oficiais, mas sabem bem que o poder mudou de endereço. Se a Netflix controla a Warner, controla as grandes estreias e as respectivas Selecções Oficiais. Se controla as estreias, controla a agenda dos festivais. E, sejamos sinceros, a Netflix nunca teve grande afecto por janelas de exibição, muito menos pela rigidez francesa do Festival de Cannes e dos players que o apoiam. Imagine-se "Dune 3" a estrear em Cannes com 10 dias de janela. Ou "Batman" a passar em competição sabendo que aterra em streaming uma semana depois. O cinema de autor, já frágil, arrisca-se também a tornar-se irrelevante perante um algoritmo que mede emoção com gráficos e estatísticas de gostos e visualizações.

O Espectador Preguiçoso, Somos Todos Nós
A grande verdade é incómoda: o culpado não é só o streaming. Somos nós. Somos nós que preferimos ver um épico de 200 milhões de dólares enfiados na manta, em casa com o telemóvel na mão à espera de notificações. Somos nós que deixámos de ir ao cinema porque o bilhete custa o mesmo que um almoço e as pipocas fazem tremer a economia doméstica. Somos nós que aceitámos substituir a experiência colectiva por uma caixa luminosa apoiada no móvel da sala. A Netflix percebeu isso antes de todos. E ganhou o jogo.

O Cinema Não Morre, Mas as Salas, Sim.
Podemos obviamente manter esperança. Podemos acreditar que o cinema continuará vivo enquanto houver criadores, histórias e público. Mas as salas? As salas estão a descer a encosta com a mesma velocidade que os DVDs desapareceram. Se ninguém travar esta fusão, ou mesmo que travem, já está tudo a mexer-se. O cinema transforma-se. As salas é que não vão sobreviver todas à viagem. E, quando derem por ela, a humanidade estará onde sempre esteve nos últimos dez anos: no sofá, a carregar no “Próximo episódio”, “Escolhemos Para Ti” ou "Os Melhores do Fim de Semana".

Saber mais:
Disney+ | Catálogo completo de Portugal
Compra da Warner Bros. pela Netflix | Qual o significado para o Cinema?
Hollywood | As reações à compra da Warner Brothers pela Netflix

Emilia Milcheva


Emilia Milcheva (pintora Búlgara, nascida em 1972) -"Better walk that lane"

A sua arte é fortemente inspirada pela natureza — paisagens, campos, flores, céus — transformadas em composições por vezes oníricas, recolhendo harmonia e serenidade da natureza. 
Técnicas e abordagem: Trabalha principalmente com óleo e acrílico sobre tela. Prefere representar cenas naturais — campos, florestas, céus, flores — evocando sensações de tranquilidade, liberdade e contemplação.

Solos superficiais guardam 45% mais carbono do que o estimado


A camada superior dos solos armazena 45% mais carbono do que se estimava, conclui um relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) que apela à proteção jurídica do solo, à semelhança da atmosfera e dos oceanos.

As camadas mais finas do topo do solo são uma solução climática mais eficaz do que se pensava mas continuam excluídas das políticas climáticas globais, alerta o relatório da Comissão Mundial de Direito Ambiental da IUCN (WCEL), da Aroura e do movimento Save Soil, divulgado no Dia Mundial do Solo, que hoje se celebra.

Os dados das organizações indicam que os solos armazenam 2.822 gigatoneladas de carbono no metro superior e que isso significa que os solos superficiais retêm 45% mais carbono do que as estimativas anteriores.

O relatório denuncia uma persistente marginalização dos solos, da terra e dos sistemas agrícolas no financiamento climático e nas políticas climáticas, lembrando que 40% da terra do planeta está degradada, valor que vai subir para 90% até 2050, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

“Restaurar a saúde do solo pode ser uma solução imensa para a mitigação climática e uma ferramenta de sequestro de carbono, mas até que estabeleçamos caminhos claros e acessíveis para investimentos em grande escala, os solos permanecerão estruturalmente excluídos das soluções climáticas”, afirmou Praveena Sridhar do Movimento Save Soil, citada em comunicado.

A organização defende que, para manter o limite de 1,5 °C, o sistema climático deve reconhecer a restauração do solo e da terra como um dos pilares centrais da estabilidade climática global.

Cerca de 27% das emissões necessárias para manter o aquecimento abaixo de 2°C podem ser sequestradas em solos saudáveis, segundo o estudo, no entanto 70% dos países não incluíram a restauração do solo como solução de mitigação das alterações climáticas nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (CNDs), da cimeira do clima COP30.

One EU project seeks to address this. ⁠A Soil Deal for Europe has an estimated investment of around 1 billion euros (US$1.15 billion) up to 2028, which involves establishing 100 Living Labs, research, innovation, and developing the monitoring framework, includes mapping. ⁠While other EU funding, like the Common Agricultural Policy (CAP), also contributes to soil management, the 1 billion euros is the most direct figure associated with the Soil Mission that underpins the new EU-wide soil health monitoring framework. Its ⁠goal is to develop a robust, harmonized EU-wide soil monitoring framework, which will contribute to assessing and achieving healthy soils by 2030 in line with the EU Green Deal’s long-term vision of healthy soils by 2050.

Unlike the UN Convention on the Law of the Sea (UNCLOS) for oceans and the Paris Agreement for the climate, soil lacks a global legal protection framework. However, the EU, the Pan-African Parliament and the International Union for Conservation of Nature (IUCN) last month took steps mandating the development of a Global Legal Instrument for Soil Security.

At a COP30 High-Level Ministerial Event on Wednesday, Brazil’s Minister of Agriculture and Livestock Carlos Fávaro launched the Resilient Agriculture Investment for Net-Zero Land Degradation as a legacy effort to restore degraded farmland and promote sustainable agriculture.

The report introduces the Soil Security Framework, a practical model for protecting and restoring the world’s soils across five dimensions: capacity, condition, connectivity (how people value soil), capital, and codification (legal protection). This approach reframes soil from an agricultural variable to a strategic resource underpinning food, water security, climate resilience and economic stability.

Soil health is fundamental not only as a carbon sink, but also for climate adaptation. “Living soils are fundamental to agriculture,” said Sridhar. “They support you when you go through climate shocks. Healthy, living soils can absorb flood waters, and in drought they hold water like sponges. The crops are not successful because of the inputs you put on top like chemicals and pesticides – the security lies below the surface.”

Chuva que somos

Chuva que somos
"A chuva cai
como quem devolve ao mundo
a memória do que é simples.
Não molha a terra —
acorda-a.
E cada gota, ao tocar o solo,
faz o planeta respirar mais fundo,
como se dissesse:
“Estou vivo contigo.”
Há um silêncio verde
que cresce entre as raízes,
um pensamento que não é meu
nem de ninguém,
porque a Natureza pensa sem palavras.
Vejo a chuva cair nos campos,
e percebo que não há fronteiras
entre o que sou
e aquilo que se renova.
Sou apenas mais um corpo húmido,
uma pele que o mundo toca
para me lembrar
que pertenço.
E então sinto —
sem querer sentir —
que tudo é suficiente:
a terra que bebe,
o ar que se perfuma,
o chão que se entrega
sem nunca pedir.
A chuva é a mestra mais antiga:
ensina caindo,
e ensina sempre
a mesma lição.
Que viver é deixar-se molhar
pelo que vem do céu
e regressa ao chão
para começar de novo."

sábado, 6 de dezembro de 2025

Marc Antoine Charpentier - Musiques pour la Sainte Chapelle

Musiques pour la Sainte Chapelle, de Marc-Antoine Charpentier (1643–1704), é um conjunto de obras sacras escritas durante o período em que o compositor trabalhou na Sainte-Chapelle de Paris (c. 1698–1704). Não se trata de uma obra única, mas sim de um repertório composto para o serviço litúrgico daquele espaço, considerado um dos centros mais prestigiados de música sacra em França.

Depois de anos a trabalhar para patronos privados (como Mlle de Guise) e para o teatro (incluindo colaborações com Molière), Charpentier assumiu o cargo de maître de musique da Sainte-Chapelle em 1698. Ali compôs numerosas obras vocais religiosas, muitas das quais sobrevivem em manuscritos autógrafos. Biografia

A minha prenda Natal para os meus amigos. Para além da ritualização, sempre um pouco avesso ao consumismo e prendas, prefiro a presença, a celebração dos encontros durante o Advento (mais união e fortalecimento de vínculos)  e  uma escolha espiritual. Para mim o Natal são momentos de oração e da prática meditativa, acredito também na visão holística e na essência Zen manifestas nesta época especial. Compreender a vida a partir de um ponto de vista holístico, significa acolher preceitos de comunhão entre o divino e o material e viver no caminho do amor. Como disse Buda, sábia divindade, "Jamais, em todo o mundo, o ódio acabou com o ódio; o que acaba com o ódio é o amor".

Assim como Cristo e Buda, seres que cumpriram os seus caminhos espalhando atitudes e palavras de sabedoria, que seguem-nos inspirando e nutrindo o espírito, também somos seres divinos e todos os dias traçamos passo a passo a nossa jornada espiritual na caminhada terrena. Possuindo a mágica possibilidade de escolher traçar trajetos amorosos, gentis e afetuosos, seguindo os preceitos de nossa essência interior.

Afeiçoado à práticas de amorosidade e generosidade, temos a divindade espiritual Jesus Cristo, que pregou atitudes de solidariedade e continua uma grande referência de liderança humanitária. Às vésperas do Natal, a comemoração de seu aniversário recebemos o convite interior em olhar as suas práticas de uma forma inspiradora, de nutrir as nossas relações e atitudes de uma forma mais pacifista.

Freak Slug - Friday



Friday night, I watch her clean her room
I love and hate her at the same time
I wanna get her out the mess she's in
But she don't ever wanna come to mine

Friday night, she stays at home
She wanna tell me how she's getting on fine
She's so lazy and I don't get why
She's looking to get me high

(Ooh, ooh, ooh)
(Ooh, ooh, ooh)
High
(Whatever she holds against me)
High

I don't think I'll be seeing her again
But still lovе her with all of my heart
Maybe onе day she'll listen what I've been saying
But I don't wanna make it long
I gotta close all the roads to her
So I could really be moving on
I'm sorry how I did
But I don't think me and you work anymore

A música “Friday” de Freak Slug retrata a complexidade emocional de um relacionamento marcado por amor e frustração. O narrador ama profundamente a parceira, mas ao mesmo tempo sente desapontamento e raiva por ela se recusar a mudar ou aceitar ajuda. Ela parece buscar fuga dos próprios problemas, possivelmente recorrendo a drogas ou escapismos emocionais, enquanto ele observa impotente, dividido entre o desejo de cuidar dela e a frustração diante de sua resistência. O conflito entre amor e desgosto permeia toda a canção, refletindo a ambivalência emocional de quem se importa com alguém que não está bem, mas percebe que a relação não é saudável. No final, há um reconhecimento doloroso de que é preciso encerrar o ciclo, fechar caminhos e seguir em frente, mesmo que isso traga tristeza, mostrando a honestidade crua e melancólica da experiência de lidar com expectativas, desapego e a necessidade de autocuidado.

O Avesso das Coisas


Um livro que anda (quase) sempre comigo: O Avesso das Coisas. Livro de aforismos publicado postumamente. Nele, Carlos Drummond de Andrade mostra um quotidiano lírico, curioso, imprevisível e insólito falando de assuntos como paciência, circo, ciúme, natureza, eternidade e literatura.

Por exemplo este: "O tempo consumido em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir as interessantes."

"Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzidas um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver.

Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas idéias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram e enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente."

E-Livro: aqui

Carolina Deslandes - Feia


Canção lançada precisamente no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, o tema vai mais longe e denuncia a extrema-direita e o neofascismo. Na letra de ‘Feia’, Carolina insurge-se contra a ascensão da extrema-direita e o retrocesso dos direitos das mulheres. Um canção de intervenção para ouvir em loop e partilhar. 

Ó Mãe, eu nasci num país
Nasci num país que me odeia
Dizem: "Deixa passar a louca"
Dizem: "Deixa passar a feia" [2X]

A extrema direita que eu assumo é ter na mão direita um punho que carrega uma caneta
Voz armada com bala de chumbo, tiro seguido de fumo, sou mulher e sou poeta
Querem voltar atrás no tempo, plantar o medo cá dentro, gritam "Deus, Pátria е Família"
E um marido que traga sustento ou mais um olho cinzento, diz quе foi contra a mobília

Ó Mãe, eu nasci num país
Nasci num país que me odeia
Dizem: "Deixa passar a louca"
Dizem: "Deixa passar a feia" [2X]

Vocês odeiam as mulheres e quando matam as mulheres, querem chorar e acender velas
Mas metade do mundo são mulheres e a outra metade do mundo é feita dos filhos delas
Um país sem casa nem conforto, querem falar do aborto, querem nos tirar os livros
Sou filha de Abril, saí do esgoto, nasci pronta para o confronto e eles gritam-me aos ouvidos

Ó Mãe, eu nasci num país
Nasci num país que me odeia
Dizem: "Deixa passar a louca"
Dizem: "Deixa passar a feia" [2X]

Ó Mãe, eu nasci
Ó Mãe, eu nasci
Ó Mãe, eu nasci
Num país
Ó Mãe, eu nasci
Ó Mãe, eu nasci
Ó Mãe, eu nasci
Deixa passar a feia

Quercus alerta para proposta da Comissão Europeia de desregulação dos pesticidas e apela à mobilização dos cidadãos


A Quercus manifesta profunda apreensão à proposta de alteração do Regulamento Omnibus sobre Alimentos e Rações, que será considerada para votação oficial no próximo dia 16 de Dezembro pela Comissão Europeia. A proposta, liderada pela Direção-Geral da Saúde da Comissão Europeia (DG SANTE), sob o pretexto da “simplificação”, “representa na realidade um ataque sem precedentes aos pilares do Regulamento (CE) 1107/2009, relativo à colocação de pesticidas no mercado, que visa proteger os cidadãos e o ambiente dos riscos dos pesticidas”, sublinha em comunicado.

Segundo a mesma fonte, tratam-se de “três alterações gravíssimas da proposta de alteração do Regulamento Omnibus":
1. Aprovações de Pesticidas por Prazo Ilimitado: Elimina as revisões periódicas obrigatórias (a cada 10-15 anos), que são o mecanismo crucial para reavaliar substâncias à luz do conhecimento científico mais atual. Sem este incentivo, pesticidas perigosos podem permanecer no mercado indefinidamente, ignorando novos dados sobre a sua toxicidade.
2. Abandono da Ciência Independente nas Autorizações Nacionais: Remove a obrigação legal dos Estados-Membros, recentemente reforçada pelo Tribunal da UE, de considerarem as evidências científicas independentes mais recentes ao autorizarem produtos pesticidas. Isto desarma a capacidade nacional de tomar decisões informadas e protetoras.
3. Duplicação dos Prazos de Carência para Pesticidas Proibidos: Permite que pesticidas já considerados demasiado perigosos e oficialmente proibidos continuem a ser vendidos e utilizados por mais três anos. Significa uma exposição prolongada e injustificada da população e dos ecossistemas a substâncias cancerígenas, disruptoras endócrinas e neurotóxicas.

Alexandra Azevedo, Presidente da Quercus, alerta: “Esta proposta representa um grave retrocesso, ameaçando a ciência e colocando em risco o Princípio da Precaução e o propósito de proteger a saúde pública e a biodiversidade”.

Tal como frisou Angeliki Lyssimachou, Diretora de Ciência e Política da PAN Europe, no comunicado inicial da PAN : “Pesticidas altamente tóxicos como o clorpirifós, que afeta o desenvolvimento cerebral em crianças, ou o mancozebe e o tiaclopride, que prejudicam a reprodução, ou ainda o PFAS flufenacet, que atua como disruptor endócrino, nunca teriam sido proibidos sob um sistema tão enfraquecido. Da mesma forma, os neonicotinóides que matam abelhas ainda estariam em uso hoje. Foi a ciência independente, e não os estudos da indústria, que revelou a sua toxicidade excessiva.”

“É inaceitável que, perante as exigências de redução de uso de pesticidas por parte dos cidadãos europeus, através de consultas públicas, de barómetros, da Conferência sobre o Futuro da Europa, de duas Iniciativas de Cidadania Europeia bem-sucedidas e um inquérito de opinião da IPSOS, a Comissão Europeia prepare um retrocesso legislativo que coloca os interesses da indústria à frente da saúde pública, da biodiversidade e da qualidade da água e dos solos”, lê-se na nota.

A Quercus junta-se ao apelo da Pesticide Action Network Europe (PAN Europe), da qual é membro, exigindo que a Comissão Europeia rejeite categoricamente estas alterações e apelando a todos os cidadãos que se juntem a esta iniciativa, através do envio de um email para a comissária portuguesa, Maria Luís Albuquerque, instando-a a rejeitar a proposta. Este envio pode ser realizado de uma forma simplificada, através do acesso à página da Pesticide Action Network, onde, após aceder ao link disponibilizado, deverá preencher as suas informações e clicar em “Send an Email”: 

Para a Quercus, a urgência é “transitar para territórios livres de pesticidas, através de uma agricultura verdadeiramente sustentável, práticas florestais mais próximas da Natureza e gestão das áreas urbanas e vias de comunicação sem herbicidas ( e outros pesticidas)”.

John Pototschnik


John Pototschnik (pintor Britânico, vive nos EUA, nascido em 1945)
O estilo dominante de Pototschnik é o realismo figurativo / naturalista, com forte ênfase em paisagens, pequenas cidades, ambientes rurais ou suburbanos, fazendas, cenas de “everyday life” americana (ou mesmo campestres europeias). 
Ele usa principalmente óleo sobre tela para as suas pinturas. 
As suas influências vêm — em especial — da escola de paisagismo / naturalismo do século XIX: pintores como Camille Corot, Charles‑François Daubigny, Jean‑François Millet (da escola de Barbizon school), bem como o tonalista americano George Inness. 
A estética de Pototschnik tende a ser suave, evocativa, nostálgica e emocional — ele procura retratar “a vida simples” e o encanto do quotidiano rural ou suburbano, valorizando tranquilidade, memória e sensação de harmonia. 
Ele admite que suas pinturas “têm uma suavidade”, e que mais do que dramaticidade ou “show” técnico, busca transmitir verdade e sentimento — “fazer arte direta, honesta, sem frescuras”. 
Técnica- metodologicamente, costuma começar com estudos “plein air” ou esboços rápidos e depois desenvolver o trabalho no atelier, às vezes usando uma paleta limitada para controlar cor e valor, bem como luz e atmosfera. 
Temas e motivação -  os temas preferidos de Pototschnik incluem paisagens rurais, pequenas cidades, vida americana tradicional, nostalgia, quotidiano simples, natureza, comunidade, casas e cenários “tranquilos”. 
O artista declara que pretende através da sua arte mostrar “a dignidade e o valor dos sujeitos que pinta”, celebrando o comum — vidas simples, objectos e lugares do dia a dia — com sensibilidade e humanidade.

Portugal engana-se. Diverge, empobrece e finge crescer



Nenhum país se renova enquanto continuar a expulsar os competentes, os íntegros e a promover quem vive das conveniências e das redes de interesse, escreve o economista Óscar Afonso.

⚡ECO Fast
Portugal tem registado uma frágil convergência em relação à média da União Europeia, mas enfrenta uma divergência estrutural que se agrava.
Os dados da Comissão Europeia revelam que, entre 1999 e 2024, Portugal perdeu 5,2 pontos percentuais no nível de vida relativo, contrastando com o progresso de várias economias de leste.
Sem reformas estruturais profundas, o país continuará a descer no ranking europeu, com previsões de empobrecimento relativo e emigração de talentos qualificados.

Portugal tem registado, nos últimos anos, alguma convergência de nível de vida em relação à média da União Europeia (UE) nos dados oficiais da Comissão Europeia (CE). Contudo, esse progresso revela-se muito frágil — porque assenta em fatores conjunturais que mascaram fragilidades estruturais: Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), turismo e a vaga de imigração descontrolada, além da imagem de destino seguro para turismo e investimento face à guerra na Ucrânia — e insuficiente para compensar a trajetória de divergência desde o início do milénio (entre 1999 e 2024), o foco da análise desta crónica. A divergência é ainda maior quando se corrigem os dados para refletir números mais atualizados da população residente, refletindo a vaga de imigração recente.

O contraste torna-se particularmente evidente quando comparado com o percurso das economias de leste, que protagonizaram um notável processo de aproximação ao nível de vida europeu, ultrapassando vários países que, em 1999, se situavam claramente à sua frente, incluindo Portugal. Acresce que estes países entraram bastante mais tarde na UE, tendo por isso recebido muito menos fundos — que, ao contrário de Portugal, souberam transformar em produtividade, rendimento e progresso para a generalidade da população.

Enquanto no leste europeu os apoios comunitários foram canalizados para modernizar economias inteiras, por cá serviram demasiadas vezes — para usar uma expressão suave — para alimentar interesses instalados, reproduzir privilégios e fortalecer uma elite facilitadora. E o mais triste é que nada disto é novo: Está, infelizmente, nos nossos “genes institucionais”. É um padrão antigo e persistentemente português, amplamente documentado por Antero de Quental, Eça, Garrett, Ramalho Ortigão, Fernando Pessoa, Saramago, Sophia ou Vergílio Ferreira — todos eles descrevendo, ao longo de séculos, a mesma teia de favoritismos, patrimonialismo e captura do Estado por minorias privilegiadas.

Uns investiram para criar futuro, nós desperdiçámos para preservar um sistema. Em suma, enquanto as economias de leste aproveitaram os fundos para convergir, Portugal continua a avançar aos solavancos, preso a um modelo que favorece a esperteza oportunista em detrimento do mérito, do trabalho sério e da inteligência criadora.

Somos um país onde demasiadas portas se abrem não pelo que se sabe ou pelo que se faz, mas por quem se conhece — um padrão que os nossos maiores escritores denunciaram, com uma precisão quase profética, muito antes de existir UE. E assim, geração após geração, mantemo-nos reféns dos mesmos bloqueios estruturais, enquanto outros que começaram muito atrás já vão muito à frente.

Que fazer aos cigarros electrónicos usados?


Além dos graves riscos à saúde associados ao uso de cigarros eletrónicos, esses dispositivos também representam uma ameaça significativa ao meio ambiente. O seu descarte inadequado gera uma série de consequências nocivas.

Frequentemente, quando os dispositivos chegam ao fim da sua vida útil, são abandonados como lixo comum em locais públicos, como parques, calçadas ou beiras de estrada. Além do impacto visual, esse descarte irregular pode causar danos materiais — como furos em pneus de veículos — e contribuir para a poluição ambiental.

No entanto, os problemas são ainda mais profundos. Os cigarros eletrónicos contêm metais pesados, como antimónio, níquel e chumbo, que podem infiltrar-se no solo e nos corpos de água quando descartados de forma incorreta. Muitos modelos, especialmente os descartáveis, são alimentados por baterias de íon-lítio, que oferecem risco de incêndio ou explosão se manuseadas inadequadamente, mesmo em aterros sanitários. Além disso, as carcaças de plástico podem degradar-se em microplásticos, agravando a contaminação do solo e da água.

De acordo com as normas ambientais, os cigarros eletrónicos usados devem ser encaminhados para pontos de coleta especializados em resíduos eletrónicos ou para instalações autorizadas a manusear resíduos perigosos, garantindo assim um descarte seguro e responsável.

Cocteau Twins - Tishbite


“Tishbite” é um termo bíblico que significa “habitante de Tishbe”, referido a Elias, o profeta.
Porém, no contexto da música, a palavra parece usada mais pela sua sonoridade etérea do que por referência religiosa direta. A vocalista frequentemente criava palavras ou extraía termos pela beleza fonética. A música foi lançada no período final da banda, quando já havia tensões internas. Alguns veem “Tishbite” como uma expressão artística desse contexto: mudança, incerteza e o processo emocional de deixar algo ir.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Benedict Sheehan: Vespers ("The Song of Simeon")


O que é Vespers (Benedict Sheehan)
Vespers é uma obra coral composta por Benedict Sheehan, lançada em 2021, escrita para solistas + coro SATB (a cappella).

Baseia-se na tradição da oração vespertina da Igreja Ortodoxa, mas com textos em inglês, algo relativamente raro em composições desse estilo.

A obra combina elementos de vários estilos de canto ortodoxo (russo, bizantino, common chant) com técnicas composicionais modernas: variedade rítmica, harmonias ricas e alternância entre uníssono e polifonia.

Embora inspirada na liturgia, é frequentemente descrita como uma peça que emociona mesmo quem não tem ligação religiosa ou ortodoxa.

“The Song of Simeon” (O Cântico de Simeão)
“The Song of Simeon” é o 10.º andamento do álbum Vespers.

O texto corresponde ao tradicional Nunc dimittis — o “Cântico de Simeão” do Evangelho de Lucas, usado historicamente em orações da noite.

Na versão de Sheehan, este movimento é estruturado como um concerto vocal para basso profundo (baixo extremamente grave) — considerado o primeiro desse tipo em inglês dentro de um contexto estilístico ortodoxo.

O solista da gravação é Glenn Miller, um conhecido basso profundo americano.

O movimento é amplamente elogiado pela profundidade vocal do solo, pelas harmonias envolventes do coro e pela atmosfera espiritual intensa.

Por que se destaca
Une tradição ortodoxa antiga com linguagem coral contemporânea em inglês — algo que torna a obra acessível a públicos mais amplos.

A escrita coral é tecnicamente sofisticada e emocionalmente expressiva.

A produção da gravação (áudio de alta resolução, espacialidade sonora) realça a imersão e a profundidade da obra.

É vista tanto como um tributo fiel à tradição quanto como uma renovação criativa, abrindo novos caminhos para a música litúrgica em contexto de concerto.

The Stone Roses - She Bangs the Drums


She Bangs The Drums
The Stone Roses

can feel the earth begin to move
I hear my needle hit the groove
And spiral through another day
I hear my song begin to say
Kiss me where the sun don't shine
The past was yours
But the future's mine
You're all out of time

I don't feel too steady on my feet
I feel hollow I feel weak
Passion fruit and holy bread
Fill my guts and ease my head
Through the early morning sun
I can see her here she comes

She bangs the drums

Have you seen her have you heard
The way she plays there are no words
To describe the way I feel

How could it ever come to pass
She'll be the first she'll be the last
To describe the way I feel
The way I feel

Have you seen her have you heard
The way she plays there are no words
To describe the way I feel

How could it ever come to pass
She'll be the first she'll be the last
To describe the way I feel
The way I feel

Have you seen her have you heard
The way she plays there are no words
To describe the way I feel

How could it ever come to pass
She'll be the first she'll be the last
To describe the way I feel
The way I feel

Em “She Bangs The Drums”, do The Stone Roses, a frase “O passado foi seu, mas o futuro é meu” expressa a confiança e o desejo de renovação que marcaram a banda e o movimento Madchester no final dos anos 1980. Essa linha mostra uma geração que quer se desvincular do passado e construir algo novo, refletindo o espírito de ambição e mudança da época.

A repetição do verso “She bangs the drums” serve como uma metáfora central. Ela pode ser interpretada tanto como uma homenagem a uma mulher inspiradora quanto como uma referência à energia contagiante da música e à cultura dos clubes, onde a batida era fundamental para a experiência coletiva. A letra mistura sensações físicas e emocionais, como em “I don't feel too steady on my feet / I feel hollow I feel weak” (Não me sinto muito firme nos pés / Me sinto vazio, me sinto fraco), sugerindo o impacto intenso de uma paixão ou de um momento de êxtase musical. Trechos como “Kiss me where the sun don't shine” (Me beije onde o sol não brilha) trazem irreverência, enquanto “Passion fruit and holy bread / Fill my guts and ease my head” (Maracujá e pão sagrado / Enchem meu estômago e acalmam minha mente) misturam sensualidade e espiritualidade. Assim, a música se destaca como uma celebração da juventude, da liberdade e do poder transformador da música.


Bozhena Fuchs


Bozhena Fuchs (pintora Checa, nascida em 1987) - "After The Warm Rain", 2022 
Fuchs inspira-se “na beleza da natureza intacta e no poder da civilização humana” — ela busca representar a vitalidade e a energia do mundo. 
Utiliza pinceladas intensas e movimentos dinâmicos para capturar um “momento singular no tempo”. 
Os seus temas incluem principalmente paisagens marinhas (oceano, praias), paisagens urbanas e cenários naturais ou urbanos — ou seja, ela explora tanto natureza quanto cidade. 
A técnica e estilo da sua pintura combinam aspectos de realismo e expressão em pinceladas soltas, resultando em obras vibrantes, com sensação de movimento, luz e vida.

Estudo influente sobre glifosato retirado após décadas de alertas de envolvimento da Monsanto


Um estudo influente que afirmava que o glifosato não apresenta riscos graves para a saúde foi recentemente retirado por suspeita de conflito de interesses, 25 anos após a publicação, que orientou várias decisões políticas.

Embora os investigadores tenham saudado esta retratação, a lentidão levanta questões sobre a integridade da investigação realizada em torno do ingrediente principal do Roundup, o herbicida mais vendido no mundo.

O produto da gigante Monsanto está no centro de importantes debates políticos, especialmente na Europa, enquanto os seus riscos para a saúde são objeto de numerosos processos judiciais.

Publicado em 2000 no jornal Regulatory Toxicology and Pharmacology, o artigo agora retirado está entre os mais citados sobre o glifosato, nomeadamente por muitas autoridades governamentais que regulamentam a sua utilização.

Na nota de retratação publicada na semana passada, a revista cita uma série de lacunas "críticas": omissão de incluir certos estudos sobre os perigos relacionados com o cancro, não divulgação da participação de funcionários da Monsanto na redação e divulgação dos benefícios financeiros recebidos pelos autores da Monsanto.

A Elsevier, editora do jornal, garantiu à agência France Presse que o processo de reexame do estudo foi iniciado "assim que o atual editor-chefe tomou conhecimento das preocupações relativas a este artigo, há alguns meses".

Mas já em 2002, uma carta assinada duas dezenas de investigadores denunciava "conflitos de interesses, falta de transparência e ausência de independência editorial" na revista científica, mencionando a Monsanto.

O caso veio a público em 2017, quando documentos internos da empresa foram divulgados, revelando o papel dos funcionários da Monsanto na redação do estudo, agora retirado.

Naomi Oreskes, historiadora de ciência da Universidade de Harvard, e coautora de uma publicação em setembro que detalha a enorme influência do estudo em causa, disse à AFP estar "muito satisfeita" com uma retratação "há muito esperada", acrescentando que "a comunidade científica precisa de melhores mecanismos para identificar e retirar artigos fraudulentos".

Os motivos descritos pelo jornal para justificar a retirada do estudo "correspondem totalmente ao que denunciámos na época", disse à AFP Lynn Goldman, da Universidade George Washington, que também assinou a carta de 2002.

Gary Williams, um dos autores do estudo retirado, não respondeu ao pedido de comentários da AFP. Os seus coautores já faleceram.

A Monsanto, por seu lado, reiterou que o seu produto não apresentava riscos e garantiu que a sua participação no artigo criticado, reconhecida pela empresa, "não atingiu um nível necessário para declarar a sua autoria e foi devidamente divulgada nos agradecimentos".

A empresa, posteriormente adquirida pela Bayer, não reagiu à existência de e-mails internos nos quais uma cientista da empresa escreveu que queria agradecer a um "grupo de pessoas" que trabalhou nesse artigo e ainda em outro estudo, "pelo excelente trabalho", oferecendo-lhes t-shirts Roundup.

O glifosato foi comercializado como herbicida na década de 1970, mas teve uma adoção crescente na década de 1990. Classificado em 2015 como "provável carcinógeno" pelo Centro Internacional de Investigação do Cancro da Organização Mundial da Saúde, o glifosato é proibido em França desde o final de 2018 para uso doméstico.

Nathan Donley, cientista do Centro para a Diversidade Biológica nos Estados Unidos, disse à AFP que esta notícia provavelmente não mudará a opinião favorável da Agência de Proteção Ambiental (EPA) da Administração de Donald Trump, decididamente pró-indústria. Porém, acrescentou, pode ser levada em consideração pelos reguladores europeus.

Acima de tudo, observou ainda, o episódio constitui um exemplo de um fenómeno mais amplo na literatura científica.

"Tenho a certeza de que existem muitos artigos semelhantes, escritos por outros que não os seus autores declarados e com conflitos de interesses não declarados", disse também John Ioannidis, professor da Universidade de Stanford.

Porém, "é muito difícil revelá-los, a menos que se mergulhe" nos arquivos, acrescentou.

Pode haver mais retratações a caminho. Kaurov, que está agora a frequentar o doutoramento em ciência e sociedade na Universidade Victoria de Wellington, na Nova Zelândia, diz que ele e Oreskes enviaram recentemente um pedido de retratação à revista Critical Reviews in Toxicology para um artigo de 2013 publicado em nome de outros dois autores, que não revela completamente o papel da Monsanto no artigo. "Não é o fim da história", diz.

União Europeia aplica multa milionária ao X após irregularidades com verificação


A União Europeia aplicou uma multa de € 120 milhões  ao X (antigo Twitter), plataforma de Elon Musk, por práticas consideradas enganosas relacionadas ao selo azul de verificação e por falta de transparência em publicidade e acesso a dados internos. A decisão, anunciada nesta sexta-feira (5), marca o primeiro grande uso da Lei de Serviços Digitais (DSA), criada para combater desinformação e conteúdos ilegais online. 

As infrações investigadas desde julho de 2024 incluem a forma como o X passou a utilizar o selo azul — antes associado à verificação de identidade e credibilidade — bem como descumprimentos ligados à cooperação com autoridades. A punição reacende tensões entre a União Europeia e o governo dos Estados Unidos.

O que motivou a multa contra o X
Segundo a Comissão Europeia, o selo azul deixou de ser um indicador de identidade confiável após a aquisição da plataforma por Musk em 2022. Com a mudança, o símbolo passou a ser oferecido apenas a perfis com assinatura paga — o que, para Bruxelas, poderia induzir usuários a erro sobre a legitimidade de fontes de informação.

Outros pontos levantados pela UE:
  • falta de transparência sobre anúncios;
  • práticas consideradas enganosas envolvendo o selo;
  • recusa ou dificuldade em conceder acesso a dados internos para investigação.
A vice-presidente da Comissão responsável por temas digitais, Henna Virkkunen, enfatizou que a medida não envolve censura, mas o cumprimento de regras estabelecidas.

Repercussões políticas e pressões dos EUA
A decisão rapidamente ganhou peso político. Antes mesmo do anúncio oficial, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, criticou a UE por “atacar empresas americanas por besteiras”, comentário que recebeu agradecimento público de Elon Musk.

A proximidade entre Musk e o presidente Donald Trump, marcada por idas e vindas, ampliou a percepção de que o caso vai além da regulação digital. Nas últimas semanas, representantes americanos chegaram a propor à UE a flexibilização das regras digitais em troca de redução de tarifas sobre o aço — oferta rejeitada pelos europeus, que reafirmaram seu direito de aplicar as suas próprias leis.

Leia mais:

This is one of the primary tools that the Elite arre using to force Fertility Rates Down all over the Globe



Fertility rates have been rapidly declining all over the globe. If this trend continues, the global population will fall dramatically in the years ahead even if we do not experience major wars, worldwide pandemics, nightmarish famines and historic natural disasters. Of course this is exactly what many among the global elite have been seeking to achieve for a very long time. They kept warning us that “the population bomb” was an existential threat to humanity, and they have been working very hard to bring down birth rates.

Sadly, their efforts have succeeded to a very large degree. In more than 50 percent of the nations on the entire planet, the total fertility rate is now below replacement level

The TFR is expressed as a single figure to reflect the number of children per birthing person in a specific population, most commonly a country.

When assessing for population growth or decline, experts use a “replacement” or “maintenance” TFR of 2.1. This indicates that each person is “replaced” by someone else, so there’s no population growth or decline, barring other factors like migration.

Since the 1950s, however, global TFRs have been decreasing drastically. Research suggests that more than 50% of countries worldwide are below the 2.1 maintenance TFR, and by the year 2100, experts predict that 93% of countries will be below this rate.

This is extremely alarming, but most people don’t even know that it is happening.

Here in the United States, the fertility rate fell to a brand new record low last year

The fertility rate in the U.S. dropped to an all-time low in 2024 with fewer than 1.6 children being born per woman, federal data released Thursday shows.

The U.S. was once among only a few developed countries with a rate that ensured each generation had enough children to replace itself — about 2.1 kids per woman. But it has been sliding in America for close to two decades as more women are waiting longer to have children or never taking that step at all.

We are not even coming close to replacing ourselves.

This has all sorts of grave implications for the future of federal programs such as Social Security.

In much of Europe, things are even worse

Native fertility across the entire Western world has collapsed below replacement and shows no sign of recovery. Italy sits at 1.24 children per woman, Spain 1.23, Germany 1.36, Poland 1.26, Canada 1.33, Australia 1.58.

The only reason why western populations are still growing is because of immigration.

Without immigration, the number of people living in most western nations would be declining precipitously.

The same thing is true in China. Even though the one-child policy ended nearly a decade ago, the fertility rate in China has continued to plummet.

In fact, at this point it has fallen all the way to one

In the last few years, despite the end of the one-child policy in 2016 and the government encouraging larger families, fertility rates have dropped to one.

So why is this happening?
Without a doubt, decades of propaganda have successfully convinced women all over the planet to have fewer children.

It will not be easy to undo that conditioning.

In addition, the global elite have poisoned our air, our water, our soil and our food, and we are constantly being blasted with dangerous levels of electromagnetic radiation.

As a result, male sperm counts have declined precipitously since the 1970s

A 2017 meta-analysis, for example, based on data from North America, Europe, Australia, and New Zealand, found that sperm count had declined by 52 percent between 1973 and 2011. A follow-up in 2022 by some of the same authors showed a similar reduction across an even wider range of countries.

One of the ways that we are being poisoned is through the use of phthalates.

The elite knew more than 40 years ago that ingesting phthalates can severely damage the reproductive system


Earl Gray was astonished by what he found when he cut into the laboratory rats. Some had testicles that were malformed, filled with fluid, missing or in the wrong place. Others had shriveled tubes blocking the flow of sperm, while still more were missing glands that help produce semen.

For months, Gray and his team had been feeding rats corn oil laced with phthalates, a class of chemical widely used to make plastics soft and pliable. Working for the Environmental Protection Agency in the early 1980s, Gray was evaluating how toxic substances damage the reproductive system and tested dibutyl phthalate after reading some early papers suggesting it posed a risk to human health.

Sitting on a screened porch on a humid summer day more than 40 years later, Gray recalled the study and the grisly birth defects. “It was in enough animals, so we knew it wasn’t random malformations,” said Gray, 80, who retired after nearly 50 years with the agency.

Even though the danger was very clear, the widespread use of phthalates continued.

It is being estimated that the damage to human health from phthalates in the United States is now costing us more than 66 billion dollars a year

The costs to society are huge. A 2024 NYU-led study that catalogued health effects from phthalates exposure in the United States — including contributions to diabetes levels and infertility — estimated that dealing with phthalate-related diseases cost $66.7 billion in a single year. That is triple the economic impact of health impacts from “forever chemicals,” another class of chemicals widely implicated in disease. Treating all cancer, by comparison, costs the U.S. $209 billion annually, according to one estimate by the government-run National Cancer Institute.

This is a crime against humanity.

And yet to this day phthalates continue to be used in food manufacturing facilities all across America

“You have hoses that are loaded with phthalates, you have plastic tanks that stuff is stored in, you have pumps that are plastic — that’s where you get a lot of phthalates,” said Tom Neltner, a longtime chemical campaigner and chemical engineer who worked in food manufacturing.

The American Chemistry Council said FDA has approved using certain phthalates in food-contact applications like tubing, conveyor belts and vinyl gloves, concluding that dietary exposures do not exceed safe levels.

“The leadership in FDA, both political and the senior career leadership, for decades in the food safety space, didn’t think chemicals merited much attention,” said Jim Jones, who was brought in as a deputy commissioner to overhaul food safety at the agency in 2023 after a career at EPA.

By allowing them to do this to us, we are literally committing societal suicide.

But most people that will read this article will forget all about it by next week.

Of course they are poisoning and killing us in dozens of other ways as well.

What will it take for the general population to finally wake up?

They are destroying humanity and everything around us, and someday they will be held accountable.

But for now, most of the population just continues to pretend that everything is just fine.

Meanwhile, the agenda of the global elite continues to march forward, and they are absolutely thrilled that birth rates continue to fall all over the globe.