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sexta-feira, 31 de maio de 2024

31 de Maio é Dia Mundial dos Irmãos e assinala também a Visitação da Virgem a Santa Isabel


Texto de Vitor Serrão
Por isso recorro a Jacopo Pontormo e ao maravilhoso painel que pintou há cinco séculos na igreja de San Michele de Carmignano. É um dos quadros mais belos que admirei na vida: o desenho serpentino das figuras, o calor dos tons, as poses sem-tempo, a expressão das quatros mulheres, envolvem-nos numa espécie de eterno elóquio.

O tema é o abraço fraterno, a plena partilha. Pintado em 1526-1528, este é o melhor atestado de que existem obras de arte (sagradas ou profanas) que se fazem interlocutoras de fascínios perenes. Têm esse poder de dar rosto a todos os anseios: inquietam, abraçam, revelam, incendeiam sonhos, amores, utopias. Para além das injustiças, desmemórias e barbáries, a nossa senda de humanos ainda não está perdida sem remissão.

Tudo é efémero no que respeita às migalhas de uma vida, mas é certo que só a arte ilumina, e liberta. A 'noção de incerteza' de Pontormo, expressa nas páginas do seu diário 'Il Libro Mio' reflecte a consciência do que existe para além do humano entendimento - e nessa (in)definição me encontro, também, com os nossos poetas Camões e Jerónimo Corte-Real, nascidos nos anos em que o florentino atingia o auge da fama.

O Pontormo inventou aqui uma Sacra Conversazione composta em losango, aos modos da gravura 'Quattro streghe' de Durer (1497), mas com peso na deliberada deformação das poses, com alongamento de corpos e uso de um colorismo quase psicadélico.

A lição solidária destas quatro Graças supera a cobiça, a cegueira, o preconceito, no seu apelo às luzes. Essa verdade cristalina ajusta-se à mágica transparência de formas e cores de um quadro como este. Sim, a Amizade e o Amor são bens preciosos, precisos, e raros: guardemo-los como nosso tesouro.

Sobre o Dia Internacional dos Irmãos
O Dia dos Irmãos comemora-se em Portugal a 31 de maio.

O principal objetivo da data é relembrar a importância que os irmãos têm na formação pessoal de todos os indivíduos, celebrando e homenageando os irmãos. Irmãos fazem parte da história pessoal de quem os têm, em grande parte das vezes partilham memórias de infância e são os primeiros amigos.

Além disso, podemos ter como irmãos tanto os que são filhos dos nossos pais, como aqueles que conhecemos ao longo da vida e são mais que amigos.

O Dia dos Irmãos, a 31 de maio, é a celebração que encerra aquele que é considerado o Mês da Família.

A celebração, que acontece em Portugal nesta data desde 2014 e é iniciativa da European Large Families Confederation, tem como principal promotora  a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas.

Mensagens para feliz dia do irmão
"O dia do irmão é uma oportunidade para expressar o amor que sinto por você. Agradeço por te ter como companheiro e por poder dividir os melhores anos da minha vida contigo."

"Feliz dia dos irmãos para você que alegra minha vida e faz dos meus dias os melhores de sempre. Te amo muito!"

"Por vezes podemos brigar e até ficar sem falar, mas saibas que meu amor por ti vai além de qualquer divergência. Feliz dia, minha querida irmã!"

"Eu tenho o melhor irmão do mundo! Que neste dia te sintas amado e saibas o quanto te quero ver bem e feliz."

Jeffrey Sachs: The Russian-Ukraine War Was Provoked


O professor Jeffrey Sachs é presidente da UN Sustainable Development Solutions Network (UNSDSN


Ele é autor de muitos livros best-sellers, incluindo  The End of Poverty The Ages of Globalization. Aqui está ele, provavelmente com a avaliação mais inteligente e precisa da guerra na Ucrânia, e da política externa americana em geral, já gravada em depoimento.

Em definições, pode visualizar a entrevista em Português.

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Música do BioTerra: Cassandra Jenkins - Hard Drive


Há sempre novos talentos. Incrível. A letra é talvez uma das mais intensas que ouvi hoje.

[Intro]
So these are real things that happened
Where you can apply these, these, um, important concepts
And understand that
When we lose our connection to nature
We lose our spirit, our humanity, our sense of self

[Verse 1]
A security guard
Stopped me to offer an overview on phenomenal nature
She said, "Sculpture is not just formed from penetration
You see, men have lost touch with the feminine"
And with her pink lipstick
And her Queens accent
She went on for a while about our president

[Verse 2]
I asked the bookkeeper
At the Inn of the Seventh Ray
To tell me what he knew about Saint Germain
And he told me about chakras and karma and the purple flame
The birth of the cosmos
The ascended masters and the astral plane

[Chorus]
He said, "You know the mind
The mind is just a hard drive
In this life
The mind is just a hard drive"
See upcoming rock shows
Get tickets for your favorite artists

[Verse 3]
Darryl's been teaching me how to drive
I finally got my license when I was 35
Speeding up the west side
Changing lanes
He reminds me to leave room for grace
He said, "Have you been seeing your therapist?
You seem a little on edge
Are you always this nervous?"

[Chorus]
I said, "Yeah, and this is a hard drive
Yeah, this is just a hard drive
Yeah, a hard drive, mmhmm"

[Verse 4]
I ran into Perry at Lowell's place
Her gemstone eyes caught my gaze
She said, "Oh, dear, I can see you've had a rough few months
But this year, it's gonna be a good one
I'll count to three and tap your shoulder
We're gonna put your heart back together
So all those little pieces they took from you
They're coming back now
They'll miss 'em too
So close your eyes
I'll count to three
Take a deep breath
Count with me"

[Chorus]
She said, "One, two, three
Alright
One, two, three
One, two, three
Just breathe
One, two, three
Count with me
One, two, three
All those little pieces
One, two, three
We're gonna put 'em back together now
Are you ready?"

[Outro]
One, two, three
One, two, three
One, two, three
She said, "One, two, three"

A destruição do património natural da região de Coimbra avança de vento em popa!

Mesmo com os alertas de várias de instituições e organizações especializadas em conservação da natureza, ações de protesto e caminhadas promovidas por coletivos e cidadãos preocupados, a construção da central fotovoltaica na Serra de Brasfemes foi mesmo aprovada pela Câmara Municipal de Coimbra (CMC).

Apesar do estado crítico de grande parte das áreas florestais da região de Coimbra, e com centenas, se não milhares, de hectares de localizações alternativas na envolvente e que teriam um impacto ecológico muito menor, a central foi aprovada no coração de um dos mais importantes hotspots de biodiversidade da região, a Serra de Brasfemes. Isto acontece poucos meses após a própria CMC, em colaboração com a Milvoz, ter identificado a área como prioritária para conservação da natureza, destacando valores naturais únicos, incluindo endemismos ibéricos e espécies com estatuto de conservação. Esta área foi alvo de vários estudos de flora pela Universidade de Coimbra e está na quadrícula com mais espécies de flora identificadas em Portugal, conforme o portal Flora-on, sendo que não se poderá alegar desconhecimento da riqueza do local. Além disso, projetos financiados por fundos comunitários estão em curso para a criação de rotas interpretativas, como a Rota das Orquídeas, que serão afetados pela construção da central.

É incompreensível o que está a acontecer. Os valores naturais da região de Coimbra continuam a saque. Esta é a segunda central fotovoltaica aprovada em mais uma importantíssima área para a conservação da natureza do concelho, mais uma vez sem devido diálogo com a população e entidades. Onde está a ambição do executivo da CMC no que diz respeito à conservação e valorização do património natural de Coimbra?

Para além dos impactos resultantes da sua exploração, é também preocupante a facilidade com que a Cimpor consuma a devastação de um dos mais importantes ativos de lazer e turismo ecológico da área. A destruição da área, antes mesmo da aprovação do projeto, evidencia práticas duvidosas que não podem ser ignoradas e atestam a falta de formalidade deste processo.

Não questionamos a importância da produção de energia renovável e da redução de emissões, mas não em plenos hotspots de biodiversidade, especialmente quando existem várias alternativas viáveis.

A Serra de Brasfemes pode e deve ser protegida e valorizada! A Milvoz compromete-se a procurar melhores horizontes para esta serra e, em breve, publicará um manifesto aberto à assinatura de todos os que defendem a preservação e salvaguarda deste local.

Simbiótico


Simbiótico (adjetivo) - Que se refere à simbiose, à associação de dois ou mais seres vivos que, embora sejam de espécies diferentes, vivem em conjunto, partilham vantagens e se caracterizam como um só organismo.

30 de Maio - Dia Internacional da Batata


O Dia Internacional da Batata vai passar a ser comemorado anualmente no dia 30 de Maio, por decisão da Organização das Nações Unidas (ONU). A decisão da Assembleia Geral da ONU resultou de uma proposta do Peru, com base na celebração do Ano Internacional da Batata em 2008 e na «necessidade de destacar o papel relevante da batata em enfrentar assuntos globais prevalentes, tais como a insegurança alimentar, a pobreza e as ameaças ambientais», explica a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

A FAO considera esta iniciativa como «uma oportunidade de aumentar o reconhecimento de uma cultura que é consumida regularmente por milhares de milhões de pessoas e de importância global para a segurança alimentar e a nutrição». A Porbatata – Associação da Batata de Portugal já manifestou o seu entusiasmo com esta decisão da ONU, afirmando que «esta iniciativa global reconhece a batata como um pilar fundamental na alimentação e segurança alimentar, enfatizando o seu papel vital no combate à fome e na promoção de um desenvolvimento sustentável».

Dia do Geógrafo


Bom dia do Geógrafo. Esta data homenageia os profissionais responsáveis em estudar todos os aspectos geográficos de determinada região. Além disso, os geógrafos também ajudam a analisar os processos de transformação dos espaços urbanos e naturais.
Entrevistas a Geógrafos portugueses – Teresa Barata Salgueiro

O geógrafo é o profissional responsável por compreender as manifestações socioespaciais, no sentido de empreender um estudo sobre como as técnicas, as ações humanas e o comportamento do espaço, dos territórios, das regiões, das paisagens e dos lugares que se transformam com o passar do tempo.

A ciência geográfica intersecciona-se com inúmeros outros campos do conhecimento, como o urbanismo, a economia, a sociologia, a biologia, entre outras áreas.

Isso ocorre porque se trata de uma ciência horizontal, isto é, seu diferencial não está em compreender um tema específico, mas em abordar os mais diversos conhecimentos com base em um categorial próprio, do qual se destaca o espaço geográfico.

É preciso, porém, desfazer alguns mitos com relação à Geografia. O primeiro deles é de que essa ciência estuda as capitais, bandeiras e nomes de moedas dos países, sendo obrigação do professor da área saber todas de cor. Isso não é verdade, tanto é que tal concepção nem sequer está prevista na grade curricular do curso.

Entre as principais áreas da Geografia, podemos citar:
  1. Geografia urbana: estuda as relações sociais e naturais no espaço das cidades, analisando os processos de produção e transformação dos lugares, paisagens e regiões urbanas.
  2. Geografia agrária: realiza estudos sobre a produção no meio rural, envolvendo os espaços humanizados e as condições naturais favoráveis ao empreendimento das técnicas agrícolas e pecuárias no meio agrário.
  3. Geopolítica: envolve o estudo do comportamento e ação do Estado frente ao domínio e poder dos territórios.
  4. Demografia: realiza estudos sobre as dinâmicas populacionais, envolvendo os saldos de crescimento e os índices e vetores de migração em nível local e global.
  5. Geografia económica: compreende as transformações no espaço exercidas pelas atividades económicas, como a agricultura, a industrialização e o comércio.
  6. Geografia cultural: abrange as formas diversas de cultura, compreendendo suas distribuições espaciais e a forma com que modificam e são modificadas pelo meio.
  7. Geografia da religião: discute as transformações do mundo religioso sobre o meio geográfico, suas transformações técnicas, as relações entre o espaço sagrado e o espaço profano, além da distribuição dos templos e práticas relacionadas com as diversas religiões.
  8. Turismo (ou geoturismo): compreende os vetores populacionais dos destinos turísticos e suas relações econômicas, naturais e sociais.
  9. Geomorfologia: estuda as formas de relevo e a dinâmica superficial da Terra, estando em constante sintonia com a geologia.
  10. Climatologia: envolve os estudos sobre a atmosfera e suas transformações ao longo do tempo.
  11. Hidrografia: estuda a dinâmica e disponibilidade dos cursos de água e das bacias de drenagem.
  12. Biogeografia: estuda a dinâmica das transformações causadas pelos seres vivos, com destaque para o estudo sobre os domínios morfoclimáticos.
  13. Cartografia: trabalha na elaboração de mapas temáticos e no seu tratamento técnico, envolvendo também o geoprocessamento e os sistemas de informações geográficas."
"O homem não é nada em si mesmo. Não passa de uma probabilidade infinita. Mas ele é o responsável infinito dessa probabilidade."- Albert Camus

Texturas naturais e gafanhoto


Texturas naturais e gafanhoto
Observem o tamanho da antena dele!!
Podemos encontrar cores, texturas e pinturas “abstratas” na Natureza!

Natural textures and grasshopper
Look at the size of its antenna!!
We can find colours, textures and "abstract" paintings in Nature!

Música do BioTerra: Tamaryn - Love Fade

13 anos passados e ainda mexe comigo. Adorava escutá-lo de madrugada, percorrendo a cidade despida e com os vidros do carro descidos. Tema lindo!

[Verse 1]
Turn the heart
Turn the sea
In the sun
We can descend
Under city lights are silvering
I'm missing I'm not the same

[Chorus]
Fade love fade
As the sun sunlight

[Verse 2: Tamaryn]
Walls struck white
Washed their skin
Diamond pointed light
Across their backs

[Chorus]
Fade love fade
As the sun sunlight

Fade love fade
As the sun descends

Fade love fade
As the sun sunlight

Árvores e líquenes


Líquenes são associações mutualistas entre fungos e algas.
Os líquenes são bons indicadores da poluição atmosférica. Neste caso, líquenes verde claro e radiculares ou  foliares, são indicadores que o ar é pouco poluído.

terça-feira, 28 de maio de 2024

Tellement vrai


Grande verdade. Steven Aitchison: "Não é a cor da nossa pele que nos torna diferentes, é a cor dos nossos pensamentos"

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Formigas gostam dos níveis de cafeína das bebidas energéticas e isso pode ajudar a controlar espécies invasoras



As formigas que recebem uma recompensa açucarada com cafeína tornam-se mais eficientes nas suas deslocações ao local da recompensa do que as formigas que apenas recebem açúcar.

Os investigadores relatam, na revista iScience, que as formigas com cafeína se deslocam em direção à recompensa por um caminho mais direto, mas não aumentam a sua velocidade, o que sugere que a cafeína melhorou a sua capacidade de aprendizagem.

O estudo foi realizado com formigas argentinas (Linepithema humile), uma espécie globalmente invasora, e os investigadores afirmam que a incorporação de cafeína em iscos para formigas poderia ajudar nos esforços de controlo das mesmas, melhorando a absorção do isco.

“A ideia deste projeto era encontrar uma forma cognitiva de fazer com que as formigas consumissem mais dos iscos venenosos que colocamos no campo”, diz o primeiro autor e investigador de doutoramento Henrique Galante, biólogo computacional da Universidade de Regensburg.

“Descobrimos que doses intermédias de cafeína potenciam a aprendizagem – quando lhes damos um pouco de cafeína, isso leva-as a ter caminhos mais rectos e a conseguir alcançar a recompensa mais rapidamente”, acrescenta.

As formigas argentinas são uma das espécies invasoras mais prejudiciais do ponto de vista ecológico e mais dispendiosas a nível mundial. Os esforços de controlo, que se centram na utilização de iscos venenosos, têm-se revelado ineficazes, provavelmente devido à baixa absorção e abandono dos iscos.

Os investigadores quiseram testar se a utilização de cafeína, que demonstrou melhorar a aprendizagem das abelhas e dos abelhões, poderia reforçar a capacidade das formigas para aprenderem a localização do isco e guiarem os seus companheiros de ninho até lá.

“Estamos a tentar fazer com que elas consigam encontrar melhor estes iscos, porque quanto mais depressa forem e voltarem a eles, quanto mais trilhos de feromonas colocarem, mais formigas virão e, portanto, mais depressa espalharão o veneno na colónia antes de se aperceberem que é veneno”, diz Galante.

“O teste da cafeína”
No laboratório, os investigadores testaram se diferentes concentrações de cafeína teriam impacto na capacidade das formigas para localizar e deslocar uma recompensa açucarada. Estas desceram por uma ponte levadiça de Lego até uma plataforma de teste – uma folha de papel A4 sobre uma superfície acrílica – na qual os investigadores colocaram uma gota de solução de sacarose com 0, 25 ppm, 250 ppm ou 2000 ppm de cafeína.

“A dose mais baixa que utilizámos é a que se encontra nas plantas naturais, a dose intermédia é semelhante à que se encontra em algumas bebidas energéticas e a dose mais elevada foi definida como a DL50 das abelhas – em que metade destas morrem – pelo que é provável que seja bastante tóxica para elas”, diz Galante.

Os investigadores utilizaram um sistema de rastreio automatizado para monitorizar a velocidade a que as formigas se deslocavam de e para a recompensa e a orientação do seu percurso.

No total, foram testadas 142 formigas, e cada formiga foi testada quatro vezes. Os investigadores também removeram e substituíram o pedaço de papel para que as formigas não pudessem seguir o seu próprio rasto de feromonas até ao local da recompensa.

Sem cafeína, as formigas não aprenderam a deslocar-se mais rapidamente para o local de recompensa nas viagens de procura de alimento subsequentes, o que sugere que não tinham conseguido memorizar a sua localização.

No entanto, as formigas cuja recompensa açucarada continha doses baixas ou intermédias de cafeína tornaram-se mais eficientes na localização da recompensa. O tempo de procura de alimento diminuiu 28% por visita para as formigas que receberam 25 ppm de cafeína e 38% por visita para as formigas que receberam 250 ppm de cafeína, o que significa que, se uma formiga demorou 300 s na sua primeira visita, no ensaio final, deveria demorar 113 s com a dose baixa de cafeína e 54 s com a dose intermédia. Este efeito não foi observado na dose mais elevada de cafeína.

Os investigadores demonstraram que a cafeína reduziu o tempo de procura de alimentos das formigas, tornando-as mais eficientes e não mais rápidas. Não houve efeito da cafeína no ritmo das formigas em qualquer dosagem, mas as que receberam doses baixas a intermédias de cafeína percorreram caminhos menos tortuosos.

“O que vemos é que elas não estão a andar mais depressa, estão apenas mais concentradas no sítio para onde vão”, diz Galante. “Isto sugere que sabem para onde querem ir e, portanto, aprenderam a localização da recompensa”, adianta.

A cafeína não teve qualquer impacto na capacidade de regresso das formigas (a eficiência com que viajaram de volta ao ninho), embora os seus caminhos para casa se tenham tornado menos sinuosos a cada viagem, independentemente da cafeína.

Os investigadores estão optimistas quanto ao facto de a cafeína poder ajudar nos esforços de controlo das formigas argentinas, mas é necessária mais investigação. Estão atualmente a testar iscos com cafeína num ambiente de campo mais naturalista em Espanha e planeiam também investigar se existe alguma interação entre a cafeína e o veneno do isco.

domingo, 26 de maio de 2024

Música do BioTerra: Sweeping Promises - Good Living Is Coming for You


[Verse 1]
It comes and goes
And comes again
The thrill of changing
Rearranging
But it gets hard
By the year
Estranging
It's strange and

[Pre-Chorus]
Don’t learn
You live, don't learn
Was that a pain
Won't learn
You live, don’t learn
Concentrating
Misread cravings
Fill in the blanks with some new decor

[Chorus]
Wave after wave
Gonna come break the surface
This interior's designed to make you nervous
Gotta brace for it
Can't learn
Gotta brace for it
Gotta brace for it

[Verse 2]
Got a taste for
Creature comforts with
A clean aesthеtic
Nothing synthetic
This feeling
Domesticity
It's tingling
It's tingling, oh

[Refrain]
Can't learn
You livе, don't learn
This feeling
It's feeling like
Won’t learn
You live, won’t learn
Concentrating

[Bridge]
'Cause you model your life after what you see
In your hotel rooms and your magazines
And your magazines and your magazines, and your, oh

[Chorus]
Wave after wave
Threatening to break the surface
This interior’s designed to make you nervous, oh
Gotta brace for it
You can't learn
Gotta brace for it
Gotta brace for it

[Interlude]

[Bridge]
And here it comes
Ah, oh
Gotta brace for it
Oh, here it comes
Ah, oh
Gotta brace for
Another massive wave

[Chorus]
Wave after wave
Threatening to break the surface
This interior's designed to make you nervous, oh

[Outro]
Good living
Good living
Good living

sábado, 25 de maio de 2024

Biologia Humana - Dia de África


Este mapa mostra os primeiros movimentos humanos para fora da África. Cada número representa milhares de anos atrás

É imoral que a União Europeia exporte pesticidas que são proibidos aqui


Compromisso europeu de banir exportação de pesticidas proíbidos nunca saiu do papel, tendo sido bloqueado pela indústria química, diz relatório do Corporate Europe Observatory.
“Estes produtos são proibidos na União Europeia devido ao seu impacto negativo nos seres humanos e nos ecossistemas. Mas continuam a ser vendidos em muitos outros países, sem ter em conta os seus efeitos noutros territórios. Não só isso, mas esses mesmos produtos podem acabar por regressar para a União Europeia, como um bumerangue, em importações de alimentos que contêm resíduos desses pesticidas proibidos”, refere o relatório intitulado Deadly Exports (que significa, numa tradução livre, “exportações mortais”)

Ler mais: Público

Saber mais:

sexta-feira, 24 de maio de 2024

Mais de 2.600 cães de gado apoiados no Norte para repelir ataques de lobo ibérico


Um programa comunitário apoiou no Norte 2.662 cães de gado, com um montante de mais de 860 mil euros, para reduzir o conflito entre o pastoreio e o lobo ibérico, ontem revelado à Lusa.

De acordo com dados solicitados pela agência Lusa ao Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), na região Norte (NUTS II) foram apoiados 1.805 produtores pecuários com o corresponde a 2.662 cães de gado, num montante global de 867.017 mil euros. Estes números dizem respeito à campanha de 2023, cujo período de candidaturas decorreu ente 01 de março e 01 de agosto de 2023.

Segundo o IFAP, o respetivo pagamento deste apoio, integrado no Plano Estratégico da Política Agrícola Comum – PEPAC 2023-2027, que inclui uma intervenção agroambiental com vista à proteção e recuperação de espécies da fauna com estatuto de ameaça associadas a sistemas agrícolas, foi feita em abril de 2024.

Esta medida tem o objetivo de reduzir a conflitualidade entre a atividade de pastoreio extensivo e a necessidade de conservação do lobo ibérico.

Para beneficiar dos apoios, é necessário candidatar um mínimo de três cabeças de ovinos ou caprinos ou 10 cabeças de bovinos e deter cão de proteção de gado, atestado por declaração emitida pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

Segundo o IFAP, os montantes e os limites do apoio a conceder, por beneficiário, são determinados de acordo com o número de cães detidos.

O distrito de Bragança foi, dos oito distritos da região Norte, o território que obteve mais apoios com 747 beneficiários, o que corresponde a 1.198 cães de gado, num total de 385.376 euros. Segue-se o distrito de Vila Real, com 670 beneficiários correspondeste a 935 cães de gado e um montante de 307.298 euros.

Já Viana do Castelo é o terceiro distrito desta lista de apoios com 171 beneficiários, 216 cães de gado e apoio de 72.144 euros. Ainda no Minho, Braga contou com apoios de 47.917 euros, para 111 beneficiários e que corresponde a 144 cães.

Já no distrito de Viseu foram apoiados 120 cães de gado (38.844 euros), na Guarda 22 (6.862 euros), no Porto 17 (5.286 euros) e em Aveiro 10 (3.290).

A Lusa questionou o IFAP após os pastores do Planalto Mirandês, no distrito de Bragança, se terem mostrado apreensivos devido ao número crescente de ataques de lobos nas imediações das localidades, tendo desde janeiro sido registadas seis ocorrências tratadas pelas equipas de vigilantes da natureza do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), quatro das quais no concelho de Mogadouro.

A diretora regional do Norte do ICNF, Sandra Sarmento, revelou em 11 abril que, segundo os últimos censos, existem 300 lobos ibéricos na região Norte, predadores “de topo” cujos ataques podem ser repelidos com o apoio de cães de gado.

Sandra Sarmento acrescentou ainda que o ICNF tem que garantir um conjunto de cuidados, para evitar que os lobos se aproximem dos rebanhos e das aldeias onde estes são pastoreados, com recurso a cães de gado ou cerca elétricas.

A responsável garantiu ainda que, com o apoio de cães de gado, os ataques de lobos são repelidos, em grande parte.

Um cão de proteção de gado é um cão do tipo mastim de montanha, em adulto com o peso mínimo de 35 quilos para machos ou 30 quilos para as fêmeas e altura mínima ao garrote de 60 centímetros (machos) ou 55 centímetros (fêmeas), com características físicas e comportamentais adequadas à função de proteção de gado contra ataques de lobo e em exercício da mesma.

As raças portuguesas adequadas à função de proteção de gado contra ataques de lobo são: Cão de Castro Laboreiro, Cão de Gado Transmontano, Cão da Serra da Estrela e Rafeiro do Alentejo.

Os cães são utilizados, há centenas de anos, na proteção de gado, pertencem a raças do tipo mastim de montanha e apresentam características que foram sendo selecionadas de modo a assegurar a missão de proteção contra ataques de predadores como o lobo.

Alterações climáticas colocam em risco a dieta das baleias


Um novo estudo conduzido pela Universidade Griffith prevê que as alterações climáticas futuras poderão perturbar a dieta rica em krill que as baleias jubarte do hemisfério sul consomem.

Jasmin Groß, que conduziu o estudo como candidata a doutoramento no Centro de Saúde Planetária e Segurança Alimentar da Griffith, analisou ácidos gordos e isótopos estáveis de amostras de gordura e pele de cinco populações diferentes de baleias jubarte do hemisfério sul.

Estes níveis foram depois comparados com os da sua presa principal, o krill do Antártico.

A equipa descobriu que, embora existissem diferenças distintas nos perfis bioquímicos, a dieta de todas as populações de baleias jubarte testadas era o krill do Antártico, que proporciona uma dieta com elevado teor de gordura, ideal para o estilo de vida migratório destas populações, afirmou Groß.

“O estilo de vida migratório das baleias jubarte requer uma produtividade previsível do ecossistema e, por isso, podemos esperar que as populações que se alimentam em áreas sujeitas aos impactos mais fortes das alterações climáticas tenham mais probabilidades de mostrar os primeiros sinais de um afastamento da sua dieta de krill de alta qualidade”, afirmou.

“Atualmente, não há provas de um afastamento de uma dieta de krill de alta qualidade, mas o sinal isotópico caraterístico que descobrimos nas baleias que se alimentam em áreas produtivas de ressurgência ou na zona marginal de gelo marinho implica que futuras reduções na extensão e duração do gelo marinho e o aumento da temperatura do oceano podem afetar sua ecologia alimentar”, acrescentou.

Biópsias de pele e gordura de baleia jubarte foram coletadas em agosto e setembro de 2019 em ou perto das respetivas áreas de reprodução no Brasil, Austrália Ocidental e Oriental, Nova Caledônia e Colômbia.

As amostras de krill foram recolhidas em zonas de alimentação a bordo de três navios diferentes entre janeiro e março de 2019.

Groß afirmou que a importância deste estudo, ao confirmar que cada população seguiu uma dieta de krill antártico de elevada fiabilidade, pode ser utilizada como conhecimento de base para avaliar a extensão dos impactos das alterações climáticas nas zonas de alimentação em estudos futuros.

O estudo “No distinct local cuisines among humpback whales: A population diet comparison in the Southern Hemisphere” foi publicado na revista Science of the Total Environment.

Poema: Sou um Gato

Sou um gato
"Relaxado, mas atento e disponível para os outros.
Sou um gato.
Não o gato Tom
Nem uma fantasia ou entro numa fábula
Gato genuíno
Não chamem a Siri
Chamem-me e eu vou, senão fico no meu canto
Lendo, ouvindo música, distraindo-me com afazeres
Sou um gato independente e arguto
É isso
Activista, caça-desonestos, caça-imbecis
Puro gato.
Semi-doméstico, semi-selvagem.
Quero Natureza por inteiro
Não apenas meio ambiente.
Audaz
Campo, montanha, rios e searas
Conheço o mundo pelos sentidos
O que encanta num gato não é apenas o exterior
É a riqueza dos gestos, dos movimentos
Dando o seu melhor
à Terra-Mãe
Sim, gato. Grato."
João Soares, 23.05.2024

Conto: Artur


Na quietude da noite, sob o cobertor sufocante do brilho neon da cidade, havia um homem chamado Artur. Artur morava num apartamento pequeno e bagunçado à beira do esquecimento, ou pelo menos era assim que ele se sentia. A sua vida era um labirinto de prazos, cada um deles um minotauro que o perseguia incansavelmente. O tique-taque dos relógios, o zumbido do computador, os bipes incessantes das notificações – o tempo era uma fera com muitas cabeças, e cada uma delas estava com fome.

Artur trabalhava como jornalista, mas não do tipo que escrevia sobre acontecimentos importantes ou pessoas influentes. A sua batida era o mundano, o despercebido, o esquecido. Ele narrou a vida daqueles que viviam nas fendas da sociedade, os invisíveis. Ele sempre sentiu afinidade por eles, talvez porque também se sentisse invisível na maior parte do tempo. As suas palavras eram seu único refúgio, uma forma de dar sentido ao caos que o cercava.

Mas ultimamente, Artur sentia um aperto no peito, uma sensação torturante de que o seu tempo estava a acabar. Não eram apenas os prazos – eles sempre existiram, como velhos amigos que demoravam muito para serem bem-vindos. Não, isso era algo mais profundo, mais insidioso. Ele se viu a olhar para o relógio, vendo os segundos escaparem como grãos de areia por entre os seus dedos. Ele sentiu como se estivesse na costa de um vasto oceano, a maré subindo inexoravelmente, ameaçando puxá-lo para baixo.

Uma noite, sentado à sua mesa, cercado pelos detritos de sua vida – chávenas de café vazias, papéis amassados e refeições pela metade –, ele recebeu um e-mail. A linha de assunto dizia: “Seu prazo final”. Era de uma mulher chamada Elara, um nome que parecia brilhar na tela. O e-mail era breve, quase enigmático: "Encontre-me na antiga torre do relógio à meia-noite. O seu tempo está a acabar."

O coração de Artur disparou. Ele nunca tinha ouvido falar de Elara, mas havia algo na mensagem que parecia urgente, inegável. A antiga torre do relógio estava abandonada há anos, uma relíquia de uma época passada. Ficava nos arredores da cidade, uma sentinela silenciosa vigiando a vida daqueles que passavam sob a sua sombra.

À medida que se aproximava a meia-noite, Artur viu-se parado na base da torre do relógio. O ar estava denso de neblina, e a torre assomava acima dele como um monólito, com os ponteiros congelados a um minuto da meia-noite. Ele empurrou a pesada porta de madeira e entrou.

O interior estava escuro, exceto por uma única vela tremeluzindo sobre uma mesa no centro da sala. Sentada à mesa estava uma mulher, o rosto parcialmente obscurecido pelas sombras. Ela ergueu os olhos quando ele entrou e ele viu que os olhos dela eram de um azul profundo e penetrante, como as profundezas do oceano.

"Você deve ser Artur", disse ela, com a voz suave e melódica. "Eu estive à espera por você."

"Quem é você?" Artur perguntou, sua voz tremendo ligeiramente.

"Eu sou Elara", ela respondeu. "Estou aqui para ajudá-lo a encontrar o tempo que você perdeu."

Artur franziu a testa. "O que você quer dizer?"

Elara apontou para o relógio na parede. "O tempo é uma construção, Artur. Ele pode ser dobrado, esticado ou até mesmo pausado. Mas para você, tornou-se uma prisão. O seu tempo está a acabar porque se esqueceu de como viver no presente."

Artur balançou a cabeça. "Eu não entendo."

Elara levantou-se e caminhou até ele. "Feche os olhos", ela sussurrou.

Ele obedeceu e, ao fazê-lo, sentiu um calor inundá-lo, uma sensação de ser levantado, sem peso. Imagens passaram diante de seus olhos – memórias da sua infância, momentos de alegria, tristeza, amor e perda. Ele se via quando menino, correndo pelos campos de trigo dourado, rindo com os amigos, brincando na chuva. Ele viu seu primeiro amor, o toque da mão dela, o calor do seu sorriso. Ele viu os seus pais, com os rostos marcados pela idade, mas cheios de orgulho e amor.

E então ele se viu curvado sobre a mesa, o peso do mundo sobre os ombros, o relógio sempre correndo, sempre em contagem regressiva.

Quando ele abriu os olhos, ele estava de volta à torre do relógio. Elara havia desaparecido, mas a vela ainda tremeluzia, lançando um brilho suave. O relógio na parede começou a se mover novamente, os seus ponteiros avançando continuamente.

Artur respirou fundo e saiu. A neblina havia-se dissipado e as primeiras luzes do amanhecer surgiam no horizonte. Ele sentiu uma sensação de clareza, de propósito. Ele sabia agora que o tempo não era seu inimigo, mas uma dádiva – uma dádiva a ser valorizada, a ser vivida plena e completamente.

Ao voltar para o seu apartamento, resolveu escrever a sua história, não apenas dos esquecidos, mas dos momentos encontrados, dos momentos que faziam a vida valer a pena. Afinal, não se tratava de ficar sem tempo, mas de fazer valer cada momento.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Os benefícios da Natureza para a Saúde e Bem-estar


No dia 22 de maio, celebramos o Dia Internacional da Biodiversidade, destacando atividades que visam sensibilizar para a sua perda. Além dos serviços essenciais que a natureza oferece, como a qualidade do ar, os alimentos e a água, o seu impacto na saúde e no bem-estar é igualmente relevante, sendo que vários estudos recentes confirmam a conexão entre a biodiversidade e a saúde mental.

Um estudo publicado recentemente por cientistas ingleses na revista Scientific Reports (14:7051, 2024), utilizou um aplicativo móvel (Urban Mind) para analisar os contextos e saúde mental de cerca de 2.000 participantes, observando em tempo real as suas reações à biodiversidade em ambiente urbano. Os resultados mostraram que ambientes com uma maior variedade de elementos naturais, como plantas e aves, estavam associados a um maior bem-estar mental, sugerindo um efeito mediador da diversidade natural na relação entre a exposição à natureza e o bem-estar, e sublinhando a necessidade de políticas que promovam a biodiversidade para a saúde pública.

Em 2050, prevê-se que 70% da população mundial viva em cidades densamente povoadas. A vida urbana, apesar dos seus benefícios, aumenta o risco de doenças mentais devido à menor exposição à natureza. Evidências empíricas indicam que níveis mais elevados de natureza urbana se correlacionam com resultados positivos de saúde mental – ou porque a exposição à natureza restaura a função cognitiva, ou porque ela protege contra o stress urbano.

A investigação destaca várias características naturais urbanas, como a presença de árvores, jardins, parques, avifauna e cursos de água, que estão ligadas a maior bem-estar mental e à redução das doenças mentais, apoiando claramente intervenções baseadas na natureza para promover a saúde nas populações urbanas. Importa, no entanto, entender, como diferentes características naturais interagem para influenciar a saúde mental. Os estudos demonstram que a maior diversidade natural incentiva comportamentos saudáveis, reduz doenças crónicas inflamatórias e fornece serviços de ecossistema, como regulação da temperatura e aumento da produção de alimentos. Alguns estudos, contudo, mostram outras relações. Os impactos da biodiversidade no bem-estar mental são menos estudados, desconhecendo-se qual a diversidade mínima exigida e as características mais favoráveis dos espaços verdes.

O estudo mencionado utilizou a avaliação ecológica momentânea via smartphone, capturando impactos em tempo real da diversidade natural no bem-estar mental e permitindo medições repetidas ao longo do tempo. Este método facultou uma observação dinâmica das mudanças de bem-estar mental e dados importantes sobre diversos ambientes ao longo do tempo.

Face às alterações climáticas e ao rápido declínio da biodiversidade, estes estudos destacam a importância da biodiversidade não apenas para a saúde dos ambientes naturais, mas também para o bem-estar mental de quem reside em ambientes urbanos. As autoridades municipais devem priorizar a biodiversidade também para melhorar a saúde mental, promovendo uma vida urbana mais saudável através da diversidade dos ambientes naturais.

Música do BioTerra: Death In Rome - Stalingrad


From the bottomless pit 
Stalingrad of the soul
 
I call out to thee 
I call out to thee 
My third army is stuck in the deepest mud
 
I call out to thee 
I call out to thee
rousing from my sleep not knowing where I am
And everything is connected with everything 
is connected with everything

And I call out to thee
it’s my deepest prayer my devoted request 
To guide me on my way 
To escape the cauldron
 
I want a love that strikes me like a lightning bolt 
I want a love that sets my heart on fire fire [3X]

terça-feira, 21 de maio de 2024

Colapso dos peixes migratórios ameaça alimentação de milhões de pessoas


O colapso das populações de peixes migratórios ameaça a segurança alimentar de milhões de pessoas e os ecossistemas críticos de água doce, indica um relatório ontem divulgado.

Em vésperas do Dia Mundial da Migração de Peixes, no próximo sábado, 24 de Maio, o documento salienta que desde 1970 se registou um declínio de 81% das populações de peixes migradores, sendo as quedas mais acentuadas na América Latina (91%), Caraíbas (91%) e Europa (75%).

No entanto a diminuição dos peixes de água doce regista-se em todo o mundo, o que põe em risco a segurança alimentar e os meios de subsistência de milhões de pessoas, a sobrevivência de muitas outras espécies, e a saúde a resiliência dos rios, lagos e zonas húmidas.

Os alertas fazem parte de um novo relatório do Índice Planeta Vivo, sobre peixes migratórios de água doce, publicado pela organização “World Fish Migration Foudation” e outras entidades, incluindo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e a “World Wide Fund for Nature” (WWF).

O Índice Planeta Vivo é um indicador global sobre o estado da biodiversidade, administrado pela Sociedade Zoológica de Londres em cooperação com a WWF.

No documento explica-se que metade das ameaças aos peixes migradores se relaciona com a degradação dos habitats, incluindo a construção de barragens e de outras barreiras nos rios, e a conversão das zonas húmidas para a agricultura. A sobre-exploração, o aumento da poluição e o agravamento dos impactos das alterações climáticas, estão também a diminuir as espécies de peixes migradores.

“O declínio catastrófico das populações de peixes migratórios é uma chamada de atenção para o mundo. Temos de atuar agora para salvar estas espécies fundamentais e os seus rios”, afirmou, citado num comunicado sobre o relatório, Herman Wanningen, da “World Fish Migration Foudation”.

O especialista considera que os peixes migratórios “são fundamentais para as culturas de muitos povos indígenas, alimentam milhões de pessoas em todo o mundo e sustentam uma vasta rede de espécies e ecossistemas”, alertando que não se pode “continuar a deixar que eles escapem silenciosamente”.

Os autores do documento salientam também que os peixes migratórios de água doce são vitais para a alimentação de milhões de pessoas, especialmente na Ásia, África e América Latina, e que são meio de subsistência para dezenas de milhões através da pesca local, comércio, indústria e pesca recreativa.

E destacam pela positiva que um terço das espécies monitorizadas aumentou, nomeadamente por melhor gestão de recursos, recuperação de habitats e remoção de barragens.

Na Europa e nos Estados Unidos já foram removidas milhares de barragens, diques, açudes e outras barreiras fluviais. No ano passado a Europa removeu um recorde de 487 barreiras, um aumento de 50 % em relação ao máximo anterior de 2022.

Os decisores de todo o mundo devem acelerar os esforços para proteger e restaurar os caudais dos rios, investindo em alternativas sustentáveis às barragens hidroelétricas que estão planeadas. E lembram os objetivos saídos da cimeira mundial sobre a biodiversidade Kunming-Montreal, no Canadá no final de 2022, de recuperação de 300.000 quilómetros de rios degradados.

A “World Fish Migration Foudation” promove desde 2014 o Dia Mundial da Migração de Peixes, para aumentar a consciencialização sobre os peixes migratórios. Este ano celebra os rios livres e já conta com mais de 65 países participantes.

Como conter enchentes, segundo criador das 'cidades-esponja': 'Barragens estão fadadas ao fracasso'

Eventos atmosféricos extremos com períodos prolongados de fortes chuvas e inundações, como as ocorridas no Rio Grande do Sul nas últimas semanas, se tornarão cada vez mais comuns e intensos, segundo os cientistas.

Mas o que as cidades podem fazer para evitar ou mitigar esse tipo de tragédia?

Para o criador do conceito de cidades-esponja, o arquiteto chinês Kongjian Yu, a resposta está em parar de "lutar contra a água" e investir em soluções duradouras e baseadas na natureza.

"Temos uma escolha a fazer: investir em grandes barragens e diques que estão fadados a fracassar ou apostar em algo que é duradouro, sustentável e ainda bonito e produtivo", questionou o decano da faculdade de Arquitetura e Paisagismo da Universidade de Pequim em entrevista à BBC News Brasil.

Para Yu, as soluções tradicionais baseadas em barragens de cimento e tubulações impermeáveis já se mostraram incapazes de acompanhar os efeitos das mudanças climáticas, já que as chuvas são cada vez mais intensas e o nível da água de rios e mares não para de subir.

Como alternativa, o arquiteto propõe adotar uma infraestrutura verde, baseada em um balanço hídrico artificial que seja o mais parecido possível com o natural e dê espaço e tempo para que a água seja absorvida pelo solo.

Em outras palavras, criar espaços e infraestruturas capazes de absorver, reter e liberar a chuva de forma que ela retorne ao ciclo natural da água sem causar estragos.

O conceito já foi aplicado pela equipe de Yu em diversas cidades na China e também na Tailândia, Indonésia e Rússia — e por outros arquitetos em todo o mundo.

Segundo o chinês, ele pode ser reproduzido em qualquer lugar, inclusive no Brasil.

"Funciona em qualquer lugar. As cidades-esponja são uma solução para climas extremos, onde quer que eles estejam", diz.

"E o Brasil pode se dar muito bem com elas, porque tem muitas áreas naturais, o que dá mais espaço para a água escoar."

De acordo com o arquiteto, além de impedir inundações, o modelo também pode ser útil durante os períodos de seca, já que a água armazenada pode ser utilizada para irrigação e para manter as árvores e plantas da cidade em boas condições.

Além das fortes chuvas, períodos mais prolongados de seca também são efeitos das mudanças climáticas.

Antes de sofrerem com as inundações, muitos produtores gaúchos já haviam sido castigados pela falta de água no ano safra de 2021/22.

Mas para que o conceito das cidades-esponja funcione, ele deve se basear em três grandes estratégias, segundo Kongjian Yu.

1. Contenção da água
O primeiro princípio adotado nos projetos do chinês é reter a água assim que ela toca o solo. Segundo Yu, isso pode ser alcançado por meio de grandes áreas permeáveis e porosas, não pavimentadas.

Da mesma forma que uma esponja com muitos orifícios, a cidade deve conter a chuva com lagos artificiais e áreas de açude alimentados naturalmente ou por canos que ajudam a escoar a água de rios e represas.

Telhados e fachadas verdes, assim como valas com áreas verdes com camadas de solo permeáveis ​​por baixo também são usadas para esse propósito.

Kongjian Yu explica que, em áreas cultiváveis, reservar 20% do terreno para operar como um sistema de açude é suficiente para impedir que o restante do lote seja inundado. Essa área pode ainda ser adaptada para colheitas resistentes à umidade e para posteriormente abastecer o restante das plantações em épocas de seca.

Apesar de ser algo recente, a base teórica na qual as cidades-esponja resgata as antigas tradições chinesas da agricultura e da gestão da água.

"Temos que aprender com a aquacultura como fazer essa terra fértil, quais culturas podem sobreviver e usar essas áreas para isso", diz. "O arroz é um exemplo de uma plantação que pode funcionar."

2. Redução da velocidade
Em seguida, o arquiteto aconselha pensar no manejo da água coletada. Isto é, desacelerar o fluxo d'água.

Em vez de tentar canalizar a água rapidamente para longe em linhas retas, rios tortuosos com vegetação ou várzeas reduzem a velocidade da água.

Eles oferecem mais um benefício, que é a criação de áreas verdes, parques e habitats para animais, purificando a água escoada na superfície com plantas que removem toxinas poluentes e nutrientes.

Yu conta que se interessou pelo tema da urbanização e da contenção das águas após vivenciar uma experiência com inundações durante a infância.

Na época com apenas 10 anos, o chinês vivia em uma fazenda na Província de Zhejiang, perto de Hangzhou. Durante um período de fortes chuvas, o córrego da região inundou os campos de arroz da comunidade agrícola e Yu foi pego pelas águas, carregado pela enchente.

Mas as plantas, troncos e salgueiros ao longo do córrego reduziram a velocidade do fluxo do rio, permitindo que ele se agarrasse à vegetação e saísse das águas.

"Se o rio fosse como muitos são hoje, nivelados com paredes de concreto, certamente eu teria me afogado", contou Yu à BBC.

As técnicas usadas pelo arquiteto em seus projetos atuam da mesma forma que a vegetação no córrego na fazenda de Yu, desacelerando a água.

3. Escoamento e absorção
A terceira estratégia é adaptar as cidades para que elas tenham áreas alagáveis, para onde a água possa escorrer sem causar destruição.

"Em vez de construir barragens e ir acumulando a água em áreas de cimento, precisamos nos adaptar à água, deixa a cidade lidar com a água de forma saudável", diz Yu.

A principal forma de fazer isso é criar grandes estruturas naturais alagáveis para que a água possa ser contida por um tempo e, depois, absorvida pelo lençol freático.

Yu defende que essas áreas alagáveis permaneçam desocupadas, evitando-se construções nas áreas baixas.

Nos casos de infiltração, podem ser feitas caixas infiltrantes, que facilitam a entrada da água no solo.

Algumas cidades usam "jardins de chuva" que armazenam o excesso de chuva em tanques subterrâneos e túneis. A água só é descartada nos rios depois que os níveis diminuem.

Plantas que absorvem água também podem ser usadas para dar conta do alto volume de chuvas.

"A natureza se adapta. O conceito de cidade-esponja é baseado no princípio de que a natureza regula a água", diz o arquiteto. "Não é apenas a natureza em si. Sistemas feitos pelo homem devem ser certamente usados, mas a natureza deve ser dominante."

Yu afirma ainda que, para conter as grandes inundações previstas para os próximos anos, é preciso expandir essa estratégia por várias regiões e criar um "planeta-esponja" onde a força das águas possa ser dissipada e desacelerada aos poucos.

Ainda na visão do chinês, além de parques adaptados e áreas cultiváveis capazes de absorver mais água, lagoas e pântanos podem coexistir com rodovias e arranha-céus.

Margaret Atwood - Pelas mulheres, pelos jovens



Hoje gostaria de referenciar o notável percurso da premiada escritora Margaret Atwood que nasceu em Otava no Canadá em 1939.
Leiam se possível The Handmaid´Tale de 1985 um livro no qual, num mundo distópico, uma seita cristã fundamentalista e teocrática derruba o governo democrático nos EUA e numa atitude totalitária obriga as mulheres a engravidarem para gerarem filhos para uma elite dominante. As mulheres perdem totalmente os seus direitos e até a hipótese de amarem e de serem amadas para viverem subjugadas.
As crianças e os jovens são submetidos a lavagens cerebrais.
Em português está traduzida a obra para A História de Uma Serva e há também séries de televisão.
Não se trata a penas dos direitos fundamentais das mulheres, mas dos direitos dos mais jovens.
Tudo por causa de uma questão de não se renovarem gerações.
Apelo à leitura do livro em português.
Apelo às mulheres e aos jovens e aos homens que são a favor da Democracia. Contra as seitas totalitárias

Raposa- vermelha, no limiar da urbe


No limiar da urbe
Raposa Vermelha (Vulpes vulpes)
As raposas são dos animais mais adaptáveis e plásticos dos nossos habitats, capazes de subsistir desde o alto das serras do norte e centro, às planícies do Alentejo, alimentando-se de bagas, insectos, roedores e não desperdiçando um galinheiro mal guardado. Pelas características que descrevi antes, não é de admirar que também consigam ocupar meios humanizados. Normalmente associadas a meios mais rurais, são já conhecidas populações semiurbanas, em cidades como Londres ou Berlim é relativamente comum observar raposas a deambular entre avenidas movimentadas, grandes jardins e parques, ou zonas de moradias. Neste meio aparentemente hostil, as oportunidades de alimentação são até vastas, ratazanas e pombos bem gordos, o nosso lixo e um ou outro fruto de um quintal. Maia também já tem direito às suas raposas citadinas, entre o ecocaminho e Parque do Avioso habita uma população deste simpático carnívoro. São vários os relatos de pessoas que se deleitam a observar estes animais numa caminhada pelo Parque de Avioso ou simplesmente estando nas suas varandas, normalmente já de noite, e vendo-as apressadas em busca do seu sustento diário. É animador, de várias perspetivas, que pelo menos alguns animais consigam subsistir nas nossas cidades, para nos recordar que a nossa vida não está toda em ecrãs, cimento e taxas, e que a natureza por vezes encontra os caminhos menos prováveis

Música do BioTerra: Death In Rome - Love Me Forever (Motörhead - Cover)


in Memoriam Lemmy Kilmister, 1945 -2015

Love me forever, or not at all
End of our tether, backs to the wall
Give me your hand, don't you ever ask why
Promise me nothing, live 'til we die

Everything changes, it all stays the same
Everyone guilty, no one to blame
Every way out, brings you back to the start
Everyone dies to break somebody's heart

We are the system, we are the law
We are corruption, worm in the core
One of another, laugh 'til you cry
Faith unto death or a knife in the eye

Everything changes, it all stays the same
Everyone guilty, no one to blame
Every way out, takes you back to the start
Everyone dies to break somebody's heart
Oh, my lost love, come on back to me

Love me or leave me, tell me no lies
Ask me no questions, send me no spies
You know love's a thief, steal your heart in the night
Slip through your fingers, you best hold on tight

Everything changes, it all stays the same
Everyone guilty, no one to blame
Every way out, brings you back to the start
Everyone dies to break somebody's heart
Oh, my lost love, come on back to me