Páginas
quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
Poema da Semana - Mario Benedetti
Greta Thunberg e o insano mundo dos normais
Por Jonathan Cook, no CounterPunch | Tradução de Simone Paz
Erich Fromm, renomado psicólogo social judeu-alemão que foi forçado a sair de sua terra natal no início dos anos 1930, com a chegada dos nazistas ao poder, trouxe anos depois uma visão perturbadora sobre a relação entre a sociedade e os indivíduos.
Em meados da década de 1950, seu livro The Sane Society (“A sociedade sã”) sugeria que a insanidade não se referia simplesmente ao fracasso de indivíduos específicos em sua adaptação à sociedade em que viviam. Mas que, em vez disso, a própria sociedade poderia se tornar tão patológica, tão desligada de um modo de vida normal, que induziria a uma alienação profunda e a uma forma de insanidade coletiva entre seus membros. Nas sociedades ocidentais modernas, onde a automação e o consumo em massa prevalecem sobre as necessidades humanas básicas, a insanidade pode não ser uma aberração, mas a norma.
Fromm escreveu:
“O fato de milhões de pessoas dividirem os mesmos vícios não torna esses vícios virtudes; o fato de compartilharem os mesmos erros não os transforma em verdades; e o fato de milhões de pessoas terem em comum as mesmas patologias mentais, não as converte em pessoas sãs.”
Definição desafiadora
Esta ideia ainda é muito desafiadora para qualquer pessoa que tenha sempre ouvido que a sanidade é definida por consenso, que abrange tudo o que o mainstream prefere, enquanto que a insanidade se aplica apenas àqueles que vivem fora desses padrões e normas. Esta é uma definição que nos diagnostica (assim como a imensa maioria), atualmente, como loucos.
Quando Fromm escreveu seu livro, a Europa estava emergindo das ruínas da Segunda Guerra Mundial. Era um momento de reconstrução, não só física e financeiramente, mas legal e emocionalmente. Instituições internacionais como as Nações Unidas tinham acabado de ser formadas para defender o direito internacional, frear a ganância e a agressividade nacionais, e assumir um novo compromisso com os direitos humanos universais.
Eram tempos de esperança e expectativas. Uma maior industrialização, estimulada pelos esforços da guerra e pela extração intensificada de combustíveis fósseis, significava que as economias começavam a crescer; nascia uma visão do Estado de Bem-estar. Uma classe tecnocrática, promovendo uma social-democracia mais generosa, passava a substituir a velha classe oligárquica.
Foi nessa conjuntura histórica que Fromm decidiu escrever um livro, onde dizia ao mundo ocidental que a maioria de nós éramos loucos.
Graus de insanidade
Se isso já era evidente para Fromm em 1955, hoje, para nós, deveria ser muito mais — à medida em que autocratas bufões avançam no cenário mundial como personagens de um filme dos irmãos Marx; em que o direito internacional está sendo intencionalmente desmontado para restaurar a autoridade das nações ocidentais de invadir e saquear; e em que o mundo físico demonstra, por meio de eventos climáticos extremos, que a ciência da mudança climática (há muito ignorada) e muitas outras destruições do mundo natural causadas pelo homem não podem mais ser negadas.
No entanto, nosso compromisso com nossa insanidade parece tão forte como sempre — talvez, até mais forte. Igualando-se ao capitão do Titanic, o irreconciliável escritor liberal britânico, Sunny Hundal, deu voz memorável a essa loucura alguns anos atrás, quando escreveu em defesa do status quo catastrófico:
“Se você quiser substituir o atual sistema capitalista por outra coisa, quem vai fazer seus jeans, iPhones e cuidar do Twitter?”
À medida em que os ponteiros do relógio avançam, o objetivo urgente de cada um de nós é obter uma visão profunda e permanente de nossa própria insanidade. Não interessa se nossos vizinhos, familiares e amigos pensam como nós. O sistema ideológico em que nascemos, que nos alimentou com nossos valores e crenças com a mesma certeza que nossas mães nos alimentaram com leite, é insano. E como não podemos sair dessa bolha ideológica — porque nossas vidas dependem de nos submetermos a essa infraestrutura de insanidade — nossa loucura persiste, mesmo que nos consideremos sãos.
Nosso mundo não é um mundo do são versus a insanidade, mas do menos insano contra o mais insano.
Retrato íntimo
É por essa razão que recomendo o novo documentário I Am Greta, um retrato muito íntimo de uma ativista ambiental mirim, a sueca Greta Thunberg.
Primeiro, é preciso frisar que I Am Greta não trata da emergência climática. Isso não passa de um ruído de fundo, enquanto o filme traça a jornada pessoal iniciada por essa garota de 15 anos com síndrome de Asperger, ao encenar um protesto solitário semanal do lado de fora do Parlamento sueco. Retraída e deprimida pelas implicações da pesquisa compulsiva que fez sobre o meio ambiente, ela rapidamente se viu lançada ao centro das atenções globais por suas afirmações simples e sinceras sobre o óbvio.
A estudante rejeitada e tida como louca pelos seus colegas de classe, de repente, descobre que o mundo é atraído pelas mesmas qualidades que antes a tornavam esquisita: sua quietude, seu foco, sua recusa em errar ou em ser impressionada.
As cenas de seu pai tentando desesperadamente fazê-la cumprir uma pausa e comer alguma coisa, mesmo que apenas uma banana, enquanto ela entra em mais uma marcha climática, ou de ela se enrolando feito uma bolinha em sua cama, precisando ficar em silêncio, após uma discussão com seu pai ao longo do tempo em que elaborava outro discurso para governantes mundiais, pode acalmar aqueles que têm certeza de que Greta é simplesmente uma menina ingênua sobre as indústrias de combustíveis fósseis — ou, mais provavelmente, não.
Mas os debates infrutíferos sobre se Thunberg está sendo ou não utilizada são irrelevantes para este filme. Não é nesse ponto que reside sua força.
Através dos olhos de Greta
Durante 90 minutos, vivemos no lugar de Greta Thunberg, vemos o mundo através de seus olhos estranhos. Ao longo de 90 minutos, temos permissão para viver dentro da cabeça de alguém tão são que podemos compreender brevemente — se estivermos abertos para o seu mundo — o quão louco cada um de nós realmente é. Nós nos vemos de fora, através da visão de alguém cujo Asperger permitiu que ela “enxergasse através da estática”, como ela generosamente chama nossos delírios. Ela é o pequeno e silencioso centro da mais simples consciência, ilhada em um mar de insanidade.
Assistindo Thunberg vagar sozinha — nunca impressionada, mas muitas vezes horrorizada — pelos castelos e palácios dos governantes mundiais, pelos fóruns econômicos da elite tecnocrática global, pelas ruas onde ela é aclamada, a variada natureza de nossa insanidade coletiva aparece cada vez mais nitidamente em foco.
Quatro formas de insanidade que o mundo adulto adota em resposta a Thunberg, a criança sábia, estão à mostra. Em suas várias formas, essa insanidade deriva de um medo ainda inexplorado.
A primeira delas — e mais previsível — é exemplificada pela direita, que a insulta raivosamente, por colocar em risco o sistema ideológico do capitalismo que eles reverenciam como sua nova religião em um mundo sem Deus. Ela é uma apóstata, que provoca suas maldições e insultos.
O segundo grupo é formado por governantes mundiais liberais e pela classe tecnocrática que dirige nossas instituições globais. Seu trabalho, pelo qual são tão ricamente recompensados, é elogiar da boca para fora, inteiramente de má-fé, as causas que Thunberg defende de verdade. Eles deveriam estar administrando o planeta para as gerações futuras e, portanto, investem fortemente em recrutá-la para o seu lado, não apenas para dissipar a energia que ela mobiliza, que temem que possa rapidamente se voltar contra eles.
Uma das primeiras cenas do filme é o encontro de Thunberg com o presidente francês Emmanuel Macron, logo depois que ela começou a aparecer nas manchetes.
De antemão, o conselheiro de Macron tenta bombear Thunberg para obter informações sobre outros líderes mundiais que ela possa ter conhecido. Fica evidente sua inquietação diante da resposta de Greta de que aquele é o primeiro convite que recebeu desse tipo. Como a própria Thunberg parece muito consciente quando eles finalmente se encontram, Macron está lá simplesmente para a sessão de fotos. Tentando ter uma conversa fútil com alguém incapaz de tais irrelevâncias, Macron não pode deixar de erguer uma sobrancelha em desconforto e, possivelmente, uma leve reprovação, já que Thunberg admite que os relatos da mídia sobre ela viajar de trem para todos os lugares estão certos.
Cinicamente insanos
O terceiro grupo é o dos adultos que se aglomeram nas ruas para uma selfie com Thunberg, ou gritam elogios, carregando-a sobre seus ombros como um fardo pesado — que ela se recusa a aceitar. Cada vez que alguém em uma marcha diz que ela é especial, corajosa ou uma heroína, ela imediatamente retruca dizendo que eles também são corajosos. Não é sua responsabilidade reparar o clima para o resto de nós, e pensar o contrário é uma forma de infantilismo.
O quarto grupo está totalmente ausente do filme, mas não das respostas ao mesmo, nem a ela. São os “cinicamente insanos”, aqueles que querem atribuir a Thunberg um fardo de um tipo diferente. Cientes da maneira como temos sido manipulados por nossos políticos e mídia, e pelas corporações que agora controlam a ambos, eles estão comprometidos com um tipo diferente de religião — que não pode ver nada de bom em lugar nenhum. Tudo está poluído e sujo. Como eles perderam sua própria inocência, toda inocência deve ser assassinada.
Esta é uma forma de insanidade não diferente dos outros grupos. Ela nega que tudo possa ser bom. Ela se recusa a ouvir qualquer coisa e qualquer pessoa. Ela nega que a sanidade seja possível. É sua própria forma de autismo — trancada em um mundo pessoal do qual não há como escapar — que, paradoxalmente, a própria Thunberg conseguiu superar por meio de sua profunda conexão com o mundo natural.
Enquanto pudermos classificar Greta Thunberg como uma pessoa que sofre de Asperger, não precisamos parar para pensar se somos realmente os loucos.
A explosão das bolhas
Há muito tempo, os economistas nos alertaram sobre as bolhas financeiras: uma expressão da insanidade dos investidores quando buscam o lucro sem levar em conta as forças do mundo real. Esses investidores são finalmente forçados a enfrentar a realidade — e a dor que ela traz — quando a bolha estoura. Como sempre acontece.
Vivemos uma bolha ideológica — que irá estourar, assim como aconteceu com a financeira. Thunberg é aquela voz da sanidade, mansa e delicada, de fora da bolha. Podemos ouvi-la, sem medo, sem censura, sem adulação, sem cinismo. Ou podemos continuar com nossos jogos insanos até a bolha explodir.
10 myths about net zero targets and carbon offsetting, busted
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
Petição: Em defesa do Jardim de Sophia e de 503 sobreiros
Para: Agência Portuguesa do Ambiente, Metro do Porto, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Direção-Geral do Património Cultural, Câmara Municipal do Porto e Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia
Para mais informações consulte
Um mundo urbano utópico destruiu o mundo rural
Recusava-se a chamar floresta aos eucaliptais e às manchas de pinheiro-bravo, deixou um alerta dramático para o fim das aldeias e do mundo rural, nesta entrevista ainda inédita, realizada pelo jornalista José Alex Gandum.
Gonçalo Ribeiro Telles desapareceu há poucos dias, aos 98 anos de idade, mas deixou uma obra muito extensa na área da arquitectura paisagista. Em miúdo, ia muitas vezes a casa de um tio-avô que morava num 5º andar na Rua das Pretas, em Lisboa. Foi ali, à janela, a olhar para a cidade, que despertou no futuro arquitecto paisagista um espírito arquitectónico, paisagístico e crítico.
Político, passou por diversos Governos e esteve na génese de inúmeras medidas ambientais, ainda hoje vigentes. Visionário, Ribeiro Telles lamentava-se, contudo, em muitas das conferências e das entrevistas que dava, que os poderes instituídos não o deixavam fazer tudo aquilo que ele pretendia fazer. Ainda assim, fez muito, não só na capital (onde os Jardins da Fundação Calouste Gulbenkian se destacam. mas também o Jardim Amália ou o Corredor Verde de Lisboa).
Professor, tem dito que em face do mundo actual toda uma filosofia sobre áreas protegidas – muitas das quais tiveram a sua assinatura – e sobre a conservação da natureza está ultrapassada. Porque razão tem essa ideia? Porque o mundo rural está a acabar. Não se pode inventar todas as potencialidades e funções do mundo rural através de uma nova visão de conservação da natureza. É preciso encarar o problema de frente e não é com o desenvolvimento das áreas protegidas e com novos estudos que se chega a alguma conclusão.
Mas as áreas protegidas não são importantes? As áreas protegidas têm importância e continuarão a ter, mas como laboratórios, referências, modelos, pedagogia… e isso interessa a quem? Interessa principalmente aos que não são do mundo rural. As áreas protegidas foram feitas para desenvolvimento científico como laboratório e para dar a conhecer àqueles que não são do mundo rural qualquer coisa que possa justificar esse mundo. Ah, e para criar bons empregos desnecessários a pessoas que fazem parte da elite governativa. Mas o que se verifica hoje – e que é gravíssimo – é a queda drástica do mundo rural, o que vai arrastar todas as políticas relativas às áreas protegidas.
E de quem é a culpa para a queda do mundo rural? O principal culpado é o fenómeno urbano, que afastou as populações das aldeias, condenando à morte as aldeias, e tornando este país num caos… foi também a reflorestação errada, que acabou por provocar… desflorestação. Aliás, a desflorestação foi o primeiro acto de despovoamento. A desflorestação é um fenómeno urbano, pois parte de decisões tomadas nas cidades, decisões que preferem criar um grande mercado internacional em detrimento dos mercados locais. E é assim que se mandam vir produtos de locais a milhares de quilómetros de distância, aumentando aquilo a que chama a pegada ecológica, quando esses produtos podiam ser produzidos localmente.
E aponta alguma solução para os incêndios florestais em Portugal? Incêndios florestais? Portugal não tem incêndios florestais…
Como assim, Professor? Se todos os anos ardem milhares de hectares de floresta… Ardem milhares de hectares de eucaliptais e aglomerados de pinheiro bravo. Isso não é floresta. A verdadeira floresta felizmente não arde ou arde pouco. Conhece grandes incêndios em florestas de castanheiros ou no montado?
Pois, na verdade não. Mas mesmo os outros incêndios são muito prejudiciais para a biodiversidade, não? Claro. Nos tempos pré-históricos alguns incêndios tinham uma função útil, mas hoje em dia são completamente inúteis. Destroem os solos, dizimam milhões de animais e os seus habitats, e espalham muito CO2 que não faz falta nenhuma… além do mal que fazem às populações rurais, as quais só pensam em fugir para locais mais “seguros”, leia-se vilas e cidades… e até para o estrangeiro.
Mas não se pode fazer nada para conter esses tais incêndios? Desde que a pastorícia acabou e as aldeias começaram a ficar vazias ou quase só habitadas por velhos, ficou cada vez mais difícil evitar grandes incêndios nas manchas de eucalipto e pinheiro bravo. E a coisa é regular: os grandes incêndios vão repetir-se ciclicamente, é que a vegetação cresce e fica disponível para arder a cada sete, oito anos. E isto porque nesse intervalo os poderes políticos e económicos nada fizeram para o evitar ou mitigar. Sendo que os incêndios no futuro serão ainda mais catastróficos por causa do aquecimento global, coisa que muita gente, até cientistas, ainda não acredita.
Há nisto tudo um problema de ordem cultural? Exactamente, e isso ultrapassa até o problema económico. Esse problema de ordem cultural até destrói a esperança. O que vemos à volta é um caos distorcido. Há que recuperar uma dignificação do mundo rural para uma função essencial para a espécie humana, que é o contacto com a natureza, a produção de alimentos, fornecimento de água, etc.… enquanto é tempo.
Então, como vai ser a cidade do século XXI? Na relação urbano-rural temos de rever desde a base a ideia se necessitamos ou não do mundo rural. O maior problema é a destruição do mundo rural pela frustração do desaparecimento específico de espécies, pela morte das aldeias, não há caminhos locais, fecham-se escolas e outros serviços públicos. É claro que as pessoas que conseguem sair das aldeias, saem, e vão para as vilas e para as cidades. Ficam os que não conseguem sair, normalmente os mais velhos… e depois ainda há a questão da agroquímica, que vai acabar com o resto da agricultura tradicional.
Mas não se poderia transportar um pouco do mundo rural para as cidades? Hoje pensam-se as cidades em grandes edifícios, com muitos andares, com uma vacaria no 1º andar, com uma horta no telhado, com umas palmeiras nas empenas… utopia que só serve para desclassificar o mundo rural. Até porque o problema da biodiversidade está intimamente ligado com o mundo rural, não vale a pena fazermos charquinhos com rãs se não houver uma preservação e uma dignificação do mundo rural. Posso dar-lhe um exemplo aqui bem perto da falta de respeito do urbano intelectualóide pelo rural genuíno: o espaço que fica entre as dunas e a barreira das falésias da Costa da Caparica são os terrenos agrícolas mais produtivos da Europa, porque se conjugam ali uma série de factores propícios à agricultura, inclusive gente que sabe trabalhar a terra. No entanto, aprova-se um Polis que quer encher aquele espaço de construções para bairros sociais, em forma de caixotes intervalados com pequenos metros quadrados de relva que ainda por cima consome água da companhia…
Mas os bairros sociais também são necessários… Claro que são, mas não devem ser construídos em espaços agrícolas. Ainda há muito terreno com menores aptidões agrícolas que podem ser urbanizados.
Qual é a relação de um mundo que está a desaparecer, de um mundo de que dependemos historicamente, até dos seus conhecimentos, e como vamos substituir quer no tempo quer espacialmente esse mundo? Tudo se resume ao problema do desaparecimento das aldeias. É a própria história da humanidade que é mutilada. E depois também há motivos dos quais ninguém fala e que também afastaram as novas gerações do campo. Por exemplo, nos foros do Ribatejo e do Alentejo cresceram herdades ou companhias que enriqueceram muita gente, pela qualidade dos solos e a aposta certa em certas culturas. Mas isso também trouxe o reverso da medalha: os filhos e netos desses proprietários puderam ir estudar para as cidades e para o estrangeiro e quase nenhum voltou à sua terra – uma excepção ou outra no que toca aos vinhos, mas pouco mais.
Em resumo, muita coisa contribuiu para o desaparecimento do mundo rural: o não aproveitamento dos baldios, o fim da pastorícia, o alastramento da agroquímica com culturas cada vez mais intensivas em detrimento da agricultura tradicional adaptada aos solos e ao clima, os interesses da floresta industrial e da celulose, e em grande parte também por culpa dos que decidem estas coisas a partir de gabinetes nas grandes cidades sem nunca terem sujado as mãos na terra.
O problema da sustentabilidade já não se põe com o mundo rural mas com um mundo urbano utópico.
A Economia da Felicidade, de Francisco e o caminho da transformação
2020- Balanço da ONG AVAAZ
|