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terça-feira, 30 de novembro de 2004

GOT OIL? Opte por mobilidade limpa



Não faltam ideias, sugestões, organizações e associações internacionais e já em Portugal, que merecem um maior apoio e mais procura...do petróleo não desejamos o nuclear, pois não? Pois é isso que se adivinha no horizonte, infelizmente...be aware. 
Irei acrescentar ao meu blogue os segintes sites magníficos relacionados com a problemática energia-clima-Qioto: 

* Corporate Crime Reporter - explicações para quê, se o nome diz tudo!!Subscrevam a newsletter. 

* Car Free Cities - já aqui falei num post anterior. 

*Associação Portuguesa do Veiculo a Gás Natural e a Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico -além do seu papel fulcral no desenvolvimento de perspectivas de mercados no nosso País para a compra e presença de Greener Cars, apresentam um acervo fabuloso de documentos, notícias e de organizações de prestígio a que estão associadas. A lista de links também é óptima e de leitura bem demorada.



Não queremos mais danos ambientais por petróleo.Há opções a tomar!!

segunda-feira, 29 de novembro de 2004

O Boletim "Pelos Animais" faz 3 anos!!


É com orgulho e satisfação que partilho o vosso esforço e empenho. Por minha parte tenho tentado cativar mais pessoas pela defesa dos direitos dos animais e mudança de costumes que lesam a vida animal BOLETIM "PELOS ANIMAIS" Novembro 2004 Terceiro Aniversário Amigos, Este mês o vosso Boletim faz três anos de existência. Durante estes três anos tentamos fazer a diferença na luta em prol dos animais. Muitos foram salvos graças a vós, outros não. Esta luta é uma guerra em que se perdem e ganham batalhas, é lenta, demorada e milhares de animais continuarão a ser massacrados dia após dia mas o importante é não desesperar, não abandonar, antes pelo contrário continuar a engrossar as fileiras daqueles que lutam por um mundo melhor para os animais não humanos. A todos aqueles que nestes três anos têm mantido a existência deste Boletim o nosso sincero agradecimento. Não esmoreçam mesmo que a maior parte das vezes a luta possa parecer inglória, porque aos poucos chegamos lá. A todos o nosso bem haja em nome dos animais. Pelos Animais 
Maria Lopes Coordenadora do Movimento Internacional Anti-Touradas 
"O Homem tem feito na Terra um inferno para os animais." - Arthur Schopenhauer

CHINA China mata milhares de cães antes dos jogos olímpicos de 2008 Fonte:ITD Os associados de ITD estão acostumados a ouvir relatos da barbaridade praticada na China no que respeita a cães. Quando tivemos conhecimento deste último pensamos que se tratava de uma anedota devido ao número de animais em causa. Infelizmente, era verdade. Este relato foi-nos transmitido pelos nossos companheiros da Sirius GAO, Nova Zelândia. O relato abaixo foi extraído da sua website. Para mais detalhes, fotos e endereços de email para enviar protestos A CHINA PREPARA-SE PARA OS JOGOS OLÍMPICOS DE 2008 .Por favor enviem cartas "Para se preparar para os Jogos Olímpicos de 2008 a China decide fazer exactamente o mesmo que a Grécia fez, livrar-se dos cães abandonados. Neste caso estes cães escapam á sorte de serem comidos simplesmente porque os chineses temem que os mesmos sejam portadores de raiva. Em vez de introduzirem um plano de esterelização/castração a solução chinesa é brutal. As fotos na website de Sirius tiradas na cidade de Cixi mostram a brutalidade dos meios usados pelas autoridades. A cidade de Guilin prepara um massacre semelhante em Dezembro. Protesta aqui 

ESPANHA APOIEMOS A INICIATIVA DA ESQUERDA REPUBLICANA DA CATALUNHA Fonte: Movimento Internacional Anti-Touradas e Manuel Maciá O partido ERC, prepara-se para apresentar uma alteração á lei de protecção dos animais de 2003 com a finalidade de terminar com a tortura nas touradas. Esta proposta elimina o uso de picadores, banderilhas, estoque e morte do touro. Ou seja não serão permitidos quaisquer instrumentos de tortura. É uma proposta no mínimo original uma vez que transforma uma tourada em algo estranhissímo. Ou seja teríamos obviamente um toureiro com uma capa a enfrentar o touro e nada mais. O ideal seria proibir as touradas de uma vez por todas mas este é um primeiro passo. Ao fim e ao cabo qual é o aficionado que gosta de ver tortura e sangue que irá vai assistir a uma tourada sem esses ingredientes? Nenhum. E qual é o toureiro "valente" que quer participar num tourada com esta?Provavelmente nenhum. Qual é o empresário que quer perder dinheiro investindo numa tourada que á partida não terá público? Nenhum. Portanto se esta alteração á lei for aprovada as touradas terão os dias contados na região da Catalunha. Por favor enviem cartas de apoio aos grupos parlamentares da Catalunha. Não inserimos nenhuma carta modelo porque é importante que todas sejam diferentes. Escrevam as mesmas em português porque os catalães entendem a nossa língua perfeitamente. Para: grupciu@parlament-cat.es, gsoc-cpc@parlament-cat.es, grpppo@parlament-cat.es, gruperc@parlament-cat.es, grupicv-ea@parlament-cat.net, ernest-benach@parlament-cat.net

E.U.A. Protestem contra o uso de animais para testar Botox Fonte: HSUS, cartas Kinship Circle Milhões de pessoas em todo o mundo usam e abusam das injecções de Botox para eliminar os sinais normais da velhice. Estas injecções têm a duração de cerca de seis meses. No entanto poucas pessoas sabem o que se esconde por trás deste produto, ou seja o sofrimento animal. O Botox é testado em animais usando o LD (Dose Letal) 50. O teste pode durar entre 3 a 4 dias, durante o qual o veneno que paraliza os músculos se movimenta através do corpo do animal. Os ratos acabam por morrer asfixiados depois de muito sofrimento. Os animais não podem e não devem sofrer pela vaidade humana e especialmente através do mais que duvidoso e deshumano LD50. Por favor enviem cartas de protesto, duas: Carta Modelo 1: Para Allergan David E.I. Pyott, Chief Executive Officer Allergan, Inc. P.O. Box 19534 Irvine, CA 92623 ph: 714-246-4500; fax: 714-246-4971; email: info@allergan.com :web email form 

ITÁLIA CAMPANHA "CAÇA AO CAÇADOR" Fonte: Caccia il Cacciatore Execelente notícias da campanha "Caça ao Caçador". Nos últimos dois dias duas áreas municipais (Genazzano e Olevano) proíbira a caça em toda a área municipal por razões de segurança pública. Isto deveu-se ao trabalho do comité local do "Caccia il Cacciatore". Como se devem lembrar lançamos também a campanha para acabar com a caça na ilha de Ponza com a finalidade de boicotar o turismo na ilha. Face ao resultado obtido nas áreas atrás mencionadas pedimos que uma vez mais enviem cartas para o turismo de Ponza e para o turismo italiano para que Ponza possa ser uma zona livre de caçadores. Para: info@prolocodiponza.it; sedecentrale@enit.it; direzgenerale@enit.it Dear Sirs, Having heard that two Italian municipalities have banned hunting on their territories for reasons of public security, I would like to add my voice to the request to transform the whole island of Ponza into a "hunting-free" area and assure that the necessary checks are carried out according to the law. While Ponza continues to be under the control of hunters and poachers, I will refrain from visiting the island and will ask my friends and acquaintances to do likewise. Yours faithfully Nome/País 

INTERNACIONAL SALVEMOS AS BALEIAS Fonte: Whalewatch Entre 29 de Novembro e 1 de Dezembro, um número de Comissários da Comissão Baleeira Internacional (CBI) irão assistir a um encontro privado na Suécia. Esta reunião será a primeira de uma série de encontros, que têm como objectivo concluir aquilo que é conhecido como SGR - Sistema de Gestão Revista (Revised Management Scheme - RMS). O SGR é um sistema de regulamentos constituído por regras e, em muitos casos, por linhas orientadoras, para a gestão da caça comercial à baleia, caso a actual proibição da caça for suspensa. O principal objectivo da CBI é possuir um texto SGR pronto para ser considerado para possível adopção na 57.ª Reunião da Comissão Baleeira Internacional, que terá lugar no próximo mês de Junho na Coreia do Sul. O SGR clarificará o caminho para recomeçar a caça comercial à baleia, permitindo que mais baleias sejam mortas, e para fazer ressurgir um mercado internacional para carne e produtos de baleia. A WhaleWatch está preocupada com a possibilidade dos Comissários proporem um SGR que tornará a abrir inevitavelmente a caça comercial à baleia, considerando que a CBI tem ainda por resolver várias questões importantíssimas, incluindo determinar de forma exacta o tempo de morte e a conveniência dos métodos de caça. Este encontro levanta uma divisória na campanha da WhaleWatch. É preocupante, pois não são apenas países que praticam a caça à baleia que estão a fazer pressão para a implementação de um SGR; alguns países “neutros”, que normalmente apoiam a protecção das baleias, estão dispostos a apoiar o SGR, vendo isto como a única forma de restaurar o controlo da CBI sobre a caça à baleia. A WhaleWatch realizará campanhas locais em alguns desses países, bem como interceder e monitorizar os Comissários no próprio encontro. Gostaríamos de contar com a sua ajuda, contactando o seu representante governamental para protestar contra a aprovação do SGR que conduz à anulação da proibição temporária da actividade. Se pretender manter-se actualizado sobre o encontro e o desenvolvimento do SGR, consulte este site. Para obter mais informações sobre o SGR e o encontro, consulte a secção “Materials”/ “Questions and Answers”. Whalewatch Institute em Português

INTERNACIONAL Protestem contra as companhias aéreas que transportam macacos Fonte: BUAV A BUAV há anos que luta contra o transporte de macacos pelas companhias aéreas com destino á vivissecção. Algumas companhias deixaram de fazer o transporte no entanto outras ainda continuam a obter lucros com o mesmo. Por favor protestem enviem o vosso email através do seguinte link: BUAV 

JAPÃO Captura de golfinhos Fonte: Mark Richards Os pescadores de Futo, Camâra Municipal de Shizuola, capturaram vários golfinhos no porto de Futo. Esta é a primeira vez desde 1999 que tal acontece en Futo. O porto foi selado com uma rede de modo a evitar as fuga dos golfinhos e todo o acesso público á zona foi vedado de modo a evitar que alguém possa filmar. Alguns dos golfinhos serão enviados para delfinários outros serão mortos em nome da "investigação". Após esta captura existe um perigo real que Futo siga o exemplo de Taiji transformando-se assim num fornecedor de golfinhos para Zoos e Aquários no Japão e estrangeiro. Há que terminar uma vez por todas com estas capturas, por favor inundem as autoridades com emails de protesto. *Fisheries Section of Shizuoka prefecture: Fax:+81-54-221-3288 E-mail: webmaster@pref.shizuoka.jp *Mr. Yoshinobu Ishikawa, Governor of Shizuoke prefecture: Fax:+81-54-221-2164 E-mail: webmaster@pref.shizuoka.jp *Ito Fishing Cooperative: Fax:+81-557-35-0756 E-mail: ito@soitoshigyokyo.jf-net.ne.jp *Ito Fishing Cooperative Futo Branch: Fax:+81-557-51-1139 Emails: webmaster@pref.shizuoka.jp, ito@soitoshigyokyo.jf-net.ne.jp Dear Shizuoka Prefecture authorities, I am appalled to hear that the fishermen of Futo, Shizuoka Prefecture, Japan, have driven a pod of about 100 bottlenose dolphins into Futo harbor. This is the first time dolphins have been captured in Futo since 1999. Dolphins, highly intelligent and sentient animals, suffer: they are terrorized by the hunters' loud underwater sounds; cornered, they are stabbed with fishermen's hooks and knives and left to bleed to death; those captured for captivity suffer during their long-distance transportation; scientific evidence suggests they then suffer extreme mental and physical stress in confined spaces and have much lower life expectancy. Anyone who enjoys harming one sensitive species (such as dolphins) can also enjoy harming others, such as the human species: many peaceful demonstrators have been intimidated or attacked at dolphin/whale hunts.This shows that the violence of the dolphin hunters is indiscriminate. A ban on dolphin and whale hunting in Futo (Shizuoka Prefecture) will protect society from individuals becoming desensitised and sick in the mind. It will also greatly improve your image. Yours sincerely 

domingo, 28 de novembro de 2004

Metro e MetroBus (Trolei )


Por Armando Herculano
Parece-me agora evidente o motivo da pressa da Empresa do Metro em colocar o Metro na Boavista. Como não fizeram estudos aprofundados do tráfego que circularia no troço Trindade/S.ª da Hora, e com a aproximação da entrada em funcionamento das linhas Verde/Maia/Trofa e Vermelha/Póvoa, acrescida da futura linha até ao Aeroporto, esse troço estará congestionadíssimo, ou mesmo entupido, criando dificuldades de gestão de tráfego e dos sistemas de sinalização, pondo em causa a segurança.

Essa será também uma explicação para a lentidão da realização da linha da Póvoa, e para a tentativa de evitar a realização do Estudo de Impacto Ambiental, que atrasaria a obra e o desvio de tráfego da S.ª da Hora para a Boavista.

Para a BOAVISTA e de resto para complemento da rede do Metro, o conceito de METROBUS --ou TROLEYBUS-- é o mais adequado. O METROBUS é um Metro de superfície realizado com autocarros em canal segregado do restante tráfego.

O autocarro ou --melhor-- TROLEI idêntico em tudo ao que circula no Porto, mas sem carris, usa pneus vulgares, circula em canal próprio BUS, onde isso é possível, circulando com o restante tráfego nas restantes ruas. Este sistema é mais flexível, mais barato, mais rápido de construir e mais fácil de reconfigurar conforme as necessidades.

Tem ainda a vantagem futura, de evitar a retirada dos carris (de novo) se a tecnologia das células de combustível vier a confirmar todas as suas potencialidades. Se a energia puder ser produzida no próprio veículo (autocarro) --e já circulam três no Porto-- este será o menos poluente e mais flexível transporte colectivo, uma vez que além de dispensar os carris, dispensa também a catenária (rede aérea que fornece a energia nos tróleis e comboios) e assim pode circular sem emitir poluentes, e sem qualquer restrição de percurso.

O Trolei, poderia com vantagens, ser usado no corredor da Boavista para Matosinhos (desviando parte do tráfego do canal, S.ª da Hora/Trindade), é mais adequado à baixa procura deste troço, e poderia conviver com o tráfego rodoviário no viaduto sobe o Parque da Cidade.

Se for em diante o pagamento de portagens, haverá menos carros a entrar na cidade e menos necessidade de estacionamento à superfície.

Saber mais:

sábado, 27 de novembro de 2004

Campo Aberto galardoa Metro do Porto com "Certificado de Mérito Arboricida"

É o nosso percurso...tentando e melhorando, verificando estratégias, aprendendo com as acções passadas...Esta, digo-vos foi UMA BRILHANTE IDEIA!
Sinto-me orgulhoso de pertencer à Campo Aberto.Um abraço muito grande aos meus amigos do blogueDias Com Árvores, também associados da campo Aberto. Deve ser com estas iniciativas também que poderemos apostar em ter mais Ar Livre nas nossas cidades.
.

«Numa época em que o trânsito automóvel citadino atinge níveis insuportáveis, a construção de uma rede de metropolitano no Porto pode, no futuro, contribuir fortemente para atenuar o excesso de veículos em circulação. Por isso a valia ambiental do projecto é, à partida, indiscutível - apesar de outras alternativas para uma mobilidade mais sustentável terem sido possíveis. O mérito da ideia não nos faz, contudo, esquecer as imperfeições da sua concretização: um atestado de virtude intrínseca não serve de indulgência vitalícia para pecados graves que traduzem uma preocupante inconsciência ambiental.

O curriculum invejável da Empresa Metro do Porto nesta matéria levou a Campo Aberto a atribuir-lhe um certificado ignominioso. Outras entidades poderiam ser galardoadas, mas cremos que os feitos da Metro foram tantos, de tal ordem e num espaço de tempo tão curto que a distinção lhe era, praticamente, obrigatória. Apetrechada com financiamento em abundância, a empresa tem sistematicamente canalizado essa capacidade não em padrões de comportamento ambiental mais exigentes, mas sim, amiúde, na destruição do ambiente propriamente dita.

Evidentemente que um projecto como o metro, apesar de representar uma melhoria significativa no sistema de transportes, terá sempre impactes ambientais negativos. Pode também constituir uma oportunidade para se valorizar o espaço público e corrigirem erros do passado. Mas infelizmente não é esta a regra. Em muitos casos, mesmo quando havia alternativas, o Metro tem contribuído para aprofundar chagas já bem evidentes nas nossas cidades, arrasando com árvores e jardins que poderiam ser poupados e melhorados. Ao invés de se canalizarem os recursos existentes para valorizar aquilo que existe e tem qualidade, promovem-se operações urbanísticas destituídas de qualquer interesse que, indubitavelmente, empobrecem a nossa já sacrificada paisagem urbana. E o metro nada ganha com esta imagem marcadamente negativa que a ele se associa.»


Os leitores interessados podem solicitar-nos o texto completo pelo endereço electrónico diascomarvores@sapo.pt

sexta-feira, 26 de novembro de 2004

Eco-Urnanismo: há opções!



Caros amigos do BioTerra

Chegaram esta semanas dois depoimentos, que quero que fique crivado ao Bioterra como raízes/alicerces na ecoconstrução de um mundo em paz e florido. Um por parte do meu amigo Nuno Quental e um outro, quase em resposta, por parte da Isabel Melo. Um sugerindo um filme e o outra sugerindo um livro e uma organização. Ambos constituem um alerta...questionam sobretudo que urbanismo queremos e que ordenamento sustentado seguir...por forma a não haver fenómenos de empobrecimento urbanístico e de exclusão... contra "a geografia da fome" ( fome aqui de árvores, de descanso, de tertúlia num jardim ou cursos de água límpidos, prédios floridos...).Deixo-vos com as reflexões deles e, por favor, vamos reagir! Há tradições/ memórias importantes e outras a derrubar. Mas o que está a suceder às nossas cidades é que se importam modelos errados e medidas erráticas, privilegiando o automóvel, o betão e o consumismo. A factura é mais cara, de facto: mais poluição, maior pobreza ( sócio-económica), mais stress, menos saúde pública e uma futuro frágil. Longe , muito longe dos tempos da era Aniki-Bóbó. Aqui, nestes depoimentos e no BioTerra encontram-se muitas soluções. Há opções! Façamos mais por elas!

Antes do Anoitecer
Por Nuno Quental

Não sei se já foram ver o filme "Antes do anoitecer". Recomendo vivamente!
Trata-se da continuação do filme "Antes do amanhecer", de 1995, com os mesmos actores, agora um pouco mais velhos e aptos a recordar uma noite que passaram há 9 anos...

Mas não escrevo (só) pelo interessante romance, sem pieguices, nem pelo excelente diálogo que o espectador é convidado a apreciar. O filme desenrola-se em Paris, durante cerca de uma hora e meia de uma bela tarde. Os actores vão percorrendo diversos espaços: jardins, ruas, recantos, pontes e um café. E fez-me lembrar como realmente se perdeu, de uma forma tão visível, o prazer de passear por passear, para observar a cidade ou a natureza, estar com a família ou amigos, etc. Penso que foi toda uma geografia urbana que se modificou profundamente nos últimos anos, por diversos motivos, com destaque para a utilização maciça do automóvel particular e dos grandes centros comerciais periféricos.

E a diferença fundamental foi esta: antes, antes as pessoas criavam mentalmente uma imagem de parte da cidade, com várias dimensões, incluindo das pequenas ruas interiores, de certos pormenores, de edifícios marcantes, de locais de reunião de pessoas (as praças, jardins...). Cada vez mais, contudo, a imagem mental da cidade é constituída por um conjunto de pequenos pontos que a pessoa frequenta e pelo caminho casa-trabalho. De uma imagem complexa está a passar-se para uma imagem linear ou pontual, rarefeita, onde os centros comerciais da periferia adquirem importância crescente.

As consequências desta alteração são muitíssimo significativas, e é esse provavelmente o principal motivo que está na base de o espaço público estar a sofrer uma golpada que nunca antes se viu. São jardins, praças e árvores sistematicamente vandalizados por entidades com responsabilidades e
patrocinados por chorudos orçamentos.

Não sei, sinceramente, onde isto vai parar, mas não tenho hoje grandes dúvidas de que a cidade do Porto, e talvez quase todas as cidades do país - pelo menos como imaginamos uma cidade, com toda a sua complexidade - está a morrer lentamente e a ser substituída por um conjunto disperso de intervenções desgarradas. Constato quase diariamente que aqueles pequenos pormenores a que cada um dá importância à sua maneira vão sendo, progressivamente, erodidos e substituídos por um espaço público padrão de
que todos são obrigados a gostar - mas que, invariavelmente, quase todos
criticam.

Vão-se perdendo, por exemplo, os antigos cafés, comprados por grandes cadeias ou por bancos que arrasam com o seu interior; ou as lojas típicas ricamente decoradas; ou até as formas cuidadosamente elaboradas da calçada.

A cidade dos dias de hoje pode ter muitas vantagens relativamente à cidade de algumas décadas atrás, mas do ponto de vista urbanístico e talvez mesmo social é incomparavelmente mais pobre.

As Cidades Sem Carros
Por Isabel Melo

As cidades sem carros ou aquelas em que os veículos automóveis não sejam de forma nenhuma o elemento decisivo no que toca ao ordenamento do território, constituem imagens de um futuro possível, ou não passam de utopias fadadas ao esquecimento?

Na sequência do email do Nuno Quental, lembrei-me de um livro que aborda o tema das cidades sem carros:

Joel H. Crawford
International Books
ISBN 9-05727-037-4

Não sei se já o conhecem, a mim pareceu me de facto muito interessante, pela quantidade de informação disponível, a excelente apresentação e a mensagem, que reflecte sem hesitações o argumento do seu autor: de que a humanidade necessita urgentemente de repensar as questões da acessibilidade e mobilidade de pessoas e mercadorias, libertando-se da tirania do automóvel.

Entre outros, o livro discute aspectos relacionados com a provisão de transportes públicos, partes constituintes de uma cidade sustentável, características morfológicas e topológicas de cidades sem carros e ainda, aspectos relacionados com o transporte de mercadorias nestes
aglomerados.

Joel Crawford, o autor deste livro, é o fundador da organização, , Carfree Cities, cujo website disponibiliza informação variada no âmbito das cidades sem carros.
Segundo o que sei (apesar de não me recordar exactamente de onde esta informação me chegou), Crawford, de origem americana e residente de longa data em Amsterdão, encontra-se neste momento a viver em Cascais, Portugal.

quinta-feira, 25 de novembro de 2004

Biografias - Avelar Brotero: o primeiro botânico a publicar, em 1804,a Flora Lusitânica


Félix de Avelar Brotero (Santo Antão do Tojal, Loures, 25 de Novembro de 1744 — Belém, Lisboa, 4 de Agosto de 1828) foi um botânico português. Ler toda a biografia aqui.

Em sua homenagem foi fundada a Sociedade Broteriana, agremiação científica que através do seu Boletim teve grande importância no desenvolvimento da Botânica em Portugal. Foi um dos grandes cientistas da sua época e deixou o nome associado a algumas famílias de plantas. Em 1789, publicou a sua primeira obra Compendio de Botannica ou Nocoens Elementares desta Sciencia que formou a base da terminologia botânica portuguesa. Em 1804 publicou a Flora Lusitânica sem qualquer subsídio do Estado. Nesta obra identificou cerca de 1800 espécies, muitas delas desconhecidas até então.

Avelar Brotero estudou medicina pela Universidade de Reims. Foi nomeado professor de Botânica e Agricultura na Universidade de Coimbra em 1791, e nessa qualidade passou a dirigir o Jardim Botânico.

Em 1820 foi eleito deputado às Cortes Constituintes pela Estremadura. Depois de ter assistido aos trabalhos legislativos durante 4 meses, pediu dispensa que lhe foi concedida.
Adaptado do wiki


Ligações externas

quarta-feira, 24 de novembro de 2004

Consumismo=Felicidade?

Parece incrível o que eu oiço vulgarmente dizer que a melhor coisa para curar o stress e a agressividade do nosso dia a dia e não pensar muito sériamente nos problemas é ir às compras: comprar um lenço, aquele livro,este CD, um perfume,comprar,consumir, consumir...No entanto é este hábito-cultura-alienação que urge desestruturar, estarmos mais conscientes e despertar a nossa consciência e responsabilidade que o consumismo e consumidor são aspectos bem diferentes e, que a nossa atitude deve ser mais CONSUMACTOR do que CONSUMIDO!Deixo aqui e reitero o comunicado do Grupo Gaia, referente ao ano 2003, mas muito actual e o Grupo está novamente a preparar mais uma acção de sensibilização no DIA SEM COMPRAS.Colaborem.

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29 de Novembro
DIA SEM COMPRAS
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O GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, integrado num movimento internacional constituído por vários movimentos sociais e ecológicos, assim como indivíduos, promove, em Portugal, mais um DIA SEM COMPRAS, que terá lugar no próximo dia 29 de Novembro.


Este dia pretende alertar para uma sociedade cada vez mais consumista e funciona como um desafio à sociedade portuguesa em geral, no qual, qualquer pessoa pode participar, a única condição é não consumir.

Este ano a mensagem é clara: comprar menos, viver mais! Tentar uma vida simples por um dia, passando o tempo com aqueles que gostamos em vez de gastar dinheiro com eles. É também um dia de reflexão sobre as consequências ambientais, sociais e éticas do consumismo. Os países desenvolvidos - que constituem cerca de 20% da população mundial consomem 80% dos recursos naturais do planeta, causando um nível desproporcionado de danos ambientais e uma injusta distribuição da riqueza.

O actual padrão e nível de consumo dos países desenvolvidos, por vezes até compulsivo, aliado a um crescimento da população mundial, ainda que globalmente esteja em desaceleração, têm-se reflectido no Ambiente com consequências preocupantes: alterações climáticas, perda de biodiversidade, poluição da água e do ar, entre outros. Embora estes problemas sejam globais, não se pode deixar de referir que é nos países subdesenvolvidos que estes têm maior impacto, países cujas populações pouco ou nada beneficiam com a exploração dos seus recursos e que estão na sua maioria entregues à pobreza.

O crescimento económico actual assenta em bases que não são sustentáveis e pode-se em breve alcançar os limites físicos do planeta, situação há muito descrita pelos ambientalistas. É nesta perspectiva que se inserem temas como o desenvolvimento sustentável, um dos temas centrais da Cimeira de Joanesburgo, o comércio justo, que tem mais em conta a assimetria Norte-Sul e o meio ambiente, e campanhas como o Buy Nothing Day (Dia sem Compras).

Como consumidores que somos temos que questionar os produtos que compramos e quem os fabrica acerca da sua origem e processo de fabrico. Quais são os verdadeiros resíduos resultantes da sua produção? Quais as condições de trabalho e o nível de vida dos trabalhadores? O que nos leva a esta sede de comprar? Será a necessidade?

O dia sem Compras pretende ser um dia, um primeiro dia que sirva de exemplo para uma mudança de consciência e até de estilo de vida, para um consumo mais responsável e racional. Um consumo focado nas verdadeiras necessidades e tendo em conta os aspectos sociais e ambientais inerentes à preservação da Terra e ao tratamento igual que todos os seres humanos merecem.

É neste espírito que o GAIA vem informar e alertar a população portuguesa para que dia 29 seja efectivamente um dia diferente.

terça-feira, 23 de novembro de 2004

Dia da Floresta Autóctone- Principais espécies, sementeiras e plantações



Dia 23 de Novembro comemora-se o Dia da Floresta Autóctone, uma data importante para relevar a importância económica e ecológica das espécies florestais portuguesas e a necessidade de as salvaguardar da destruição, quer seja pelo fogo, pela ocupação do território ou pela má gestão.

A participação e colaboração de todos é fundamental para que a nossa floresta autóctone esteja cada vez mais protegida. Todos nós podemos dar o nosso contributo e fazer a diferença na sua defesa e propagação. Bastará que cada um de nós recolha algumas sementes, faça-as germinar e plante num terreno das imediações para que a floresta portuguesa retome cada vez mais a sua riqueza e biodiversidade. Contando com a colaboração de todos, deixamos aqui algumas informações úteis para que cada vez mais o nosso país veja as suas espécies autóctones reconquistarem espaços que hoje estão desprovidos da diversidade de fauna e flora que no passado os caracterizou.

Calendário para Sementeiras e Plantações

Recolher sementes: Mais adequado de Setembro a Dezembro

Semear: Aceitável de Novembro a Maio, sendo mais adequado a partir do fim do
Inverno (Março a Abril), para evitar as geadas quando existir a germinação
das sementes.

Plantar árvores e arbustos: Aconselha-se a partir de Novembro, sendo mais adequado no Inverno, existindo algumas espécies que podem ser plantadas no início da Primavera.

Sementeira

A propagação por sementes é aconselhada para espécies em que a sua reprodução só seja possível através desta técnica e para espécies que produzam grande quantidade de sementes de fácil recolha.
A recolha de sementes é muito simples, basta apanhar os frutos debaixo de uma grande árvore de preferência saudável e vigorosa, acondicionar em local seco, frio e arejado até se proceder à sementeira num local preferencialmente não muito afastado do sítio onde foram recolhidas as sementes.
As sementeiras efectuam-se normalmente na Primavera (Março a Abril), embora algumas espécies, como por exemplo o Carvalho, possam ser semeadas no Outono imediatamente após a sua recolha.
Aconselha-se para a sementeira de árvores, a abertura de covachos, onde se semeia cada semente em buracos separados, feitos com uma ferramenta ou pau, tapando de seguida o buraco com terra.
A profundidade dos covachos, depende do tamanho da semente e do tipo de solo,sendo que as sementes maiores (castanhas e bolotas) necessitam de covas maiores e mais profundas (5-8 cm), enquanto que para outras espécies é suficiente apenas a profundidade de 1 a 3 cm.
Após a sementeira aguarda-se pela época da germinação para saber qual o sucesso.

Plantação

A maioria das plantações de árvores no nosso país está associada mais aos valores económicos do que ecológicos, nomeadamente com as monoculturas de pinheiro-bravo e eucalipto. Em geral, o valor conservacionista destas plantações é baixo. Poucas espécies de plantas e da fauna silvestre estão adaptadas às monoculturas destas árvores.
Neste sentido, é fundamental fomentar outras espécies de árvores mais importantes ecologicamente, como as nossas árvores autóctones (carvalhos,sobreiro, azinheira, freixo, etc.).
As plantas novas podem ser produzidas num viveiro, por exemplo numa escola, ou serem adquiridas em viveiros especializados, que fornecem jovens árvores certificadas.
O local de plantação pode ser, por exemplo, no pátio de uma escola, num jardim, ou numa mata municipal.
È necessário proceder-se à preparação do terreno com a abertura de covachos, onde vão ser plantadas as árvores. Convém que exista terra boa no local para aumentar o sucesso futuro da plantação.
Não se deve descurar a rega das árvores com alguma regularidade após a plantação e nos períodos mais secos para que as árvores não sequem.

Árvores Autóctones da Floresta Portuguesa (mais frequentes)

Espécies da Floresta Mediterrânica e Atlântica

Medronheiro
Arbutus unedo
Zambujeiro Olea europaea var. sylvestris
Pinheiro-manso Pinus pinea
Pinheiro-bravo Pinus pinaster
Cerejeira-brava Prunus avium
Carvalho-português Quercus faginea
Carvalho-negral
Quercus pyrenaica
Carvalho-alvarinho
Quercus robur
Azinheira
Quercus rotundifólia
Sobreiro Quercus suber


Espécies Ripícolas - Associadas a cursos de água

Amieiro
Alnus glutinosa
Freixo Fraxinus angustifolia
Choupo-negro Populus nigra
Borrazeira-negra Salix atrocinerea
Salgueiro-branco Salix alba
Ulmeiro Ulmus minor

Fonte: Associação Quercus

sexta-feira, 19 de novembro de 2004

Caiu o mito dos OGM seguros

Recebi ontem esta confirmação e veio hoje noticiado no Diário de Notícias.Tínhamos razão!!Transgénicos Fora do Prato!
Comunicado de Imprensa - Plataforma Transgénicos Fora do Prato
2004/11/17


CAIU O MITO DE QUE OS ALIMENTOS TRANSGÉNICOS SÃO SEGUROS
Estudo científico ontem publicado prova exactamente o contrário


Um artigo científico publicado ontem na insuspeita revista Biotechnology and Genetic
Engineering Reviews deita por terra o mito de que os alimentos e culturas transgénicas são cuidadosamente testados, e aprovados apenas
quando há garantias de que sejam seguros.

Este trabalho*, pormenorizada e meticulosamente documentado com cerca de uma centena de
referências, demonstra como o milho MON810 da Monsanto (modificado para resistir a certos
insectos) foi comercializado nos Estados Unidos da América a partir de 1996 com base em dados experimentais incompletos, errados e até manipulados. Em particular, as provas de que este milho transgénico podia causar alergias alimentares foram ignoradas pela administração americana. A investigação dos dois autores** expõe falhas de
fundo no modo como o governo federal dos EUA regulamenta as plantas geneticamente modificadas (GM) e levanta questões sérias acerca da segurança dos alimentos GM agora vendidos por todo o mundo. Um exemplo dessas falhas, entre muitos apontados: a Environmental Protection Agency (EPA, equivalente ao nosso Ministério do Ambiente) optou por ignorar um estudo realizado por um cientista da Food and Drug Administration
(FDA, a agência de segurança alimentar), tendo em vez disso solicitado às empresas em causa (Monsanto e Novartis/Syngenta) que reescrevessem essa mesma análise - obviamente com uma conclusão mais favorável. Noutras instâncias, em que os dados de cientistas independentes se revelaram dissonantes dos apresentados pelas empresas, eles foram simplesmente ignorados.

Ainda mais grave é o facto de a FDA não exigir às empresas que conduzam quaisquer testes na área da segurança alimentar dos transgénicos. Qualquer empresa pode colocar um alimento GM no mercado sem passar por um processo de autorização governamental: o FDA sugere (!) apenas que as empresas consultem este organismo. Este processo de 'consulta voluntária' não obriga as empresas a responder às questões que o FDA possa levantar e,
no final, o FDA não dá nenhum selo de aprovação ou de segurança ao alimento GM - qualquer questão de segurança alimentar terá de ser directamente tratada entre a empresa e eventuais lesados.

De notar que os EUA são o maior exportador mundial de OGM, sendo responsáveis por 63% do
total de OGM cultivados anualmente. Cerca de um terço de todo o milho produzido em solo americano é já geneticamente modificado, estando também presente, como contaminante, na quase totalidade dos lotes dos restantes dois terços.

O milho MON 810 circula desde 1998 na União Europeia, após um processo de aprovação baseado essencialmente nos mesmos (maus) estudos que fizeram fé nos EUA e foram produzidos pela própria Monsanto, precisamente a empresa que tinha a ganhar com a autorização. Particularmente danoso é o facto de a Comissão ter dado, no passado mês de Setembro, luz verde ao cultivo geral de milho transgénico em toda a União Europeia, já a partir de 2005, dando a sua primeira autorização ao... milho MON810. Face às fragilidades evidentes desta variedade transgénica no tocante às suas implicações
alimentares e ecológicas, impõe-se a tomada de medidas imediatas.

A Plataforma Transgénicos Fora do Prato já enviou um alerta à Comissão Europeia (DG Ambiente, DG, SANCO e DG AGRI) e ao governo português (Ministérios do Ambiente, da Saúde e da Agricultura) com vista a que sejam imediatamente congelados quaisquer processos de autorização de cultivo deste milho em Portugal e na União Europeia, e que seja suspensa a circulação, para fins de alimentação humana e animal, de matérias primas e produtos que contenham derivados deste OGM (tal como, aliás, está previsto e é obrigatório segundo os artigos 34º do Regulamento (CE) 1829/2003 sobre géneros alimentícios e alimentos para animais geneticamente modificados e 20º da Directiva 2001/18/CE relativa à libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados, transposto pelo artigo
23º do Decreto-Lei 72/2003 de 10 de Abril).

Qualquer outra atitude, mais displicente, das autoridades competentes, colocará em perigo a população e ecossistemas europeus e não será aceitável.

PARA MAIS INFORMAÇÕES: Margarida Silva, 91 730 1025.

* - O artigo tem por título "Safety Testing and
Regulation of Genetically Engineered Foods" e foi publicado no volume 21 da revista científica "Biotechnology and Genetic Engineering Reviews" a 16 de Novembro de 2004. Os seus autores são os doutores David Schubert e William Freese. Uma versão electrónica do texto completo pode ser solicitada à Plataforma Transgénicos Fora do Prato através do email: info@stopogm.net

** - O contacto directo com os dois autores do estudo é possível através dos endereços:
schubert@salk.edu (David Schubert) e billfreese@prodigy.net (William Freese).

A Plataforma 'Transgénicos Fora do Prato' é uma estrutura integrada por oito entidades não-governamentais da áreado ambiente e agricultura (Agrobio, Biocoop,
Fapas, Gaia, Geota, Liga para a Protecção da Natureza, Liga Portuguesa dos Direitos do Animal e Quercus) e apoiada por dezenas de outras. Para mais informações contactar info@stopogm.net

quinta-feira, 18 de novembro de 2004

A Pele no Olhar

Há destas coincidências. Um livro muito interessante que acabei de o ler chama-se "As Camadas Ecológicas do Homem" de Michael Lamy, 1996, Edições Instituo Piaget e este fim de semana fui ver uma exposição que recomendo vivamente: está no Centro Português de Fotografia-Porto- e chama-se " A Pele no Olhar" de Juan José Molina. Termina a finais deste mês. 
Talvez muita corrupção, conflitos, mentiras, miséria, poluição e xenofobia reduziriam perante a visão e evidência frontal e real da principal camada ecológica do Homem - a pele.

Sinopse do livro
«Simultaneamente muito densa e muito clara, enriquecida pela experiência pessoal e pelas investigações do seu autor, esta obra de Michel Lamy responde às interrogações e suscita a reflexão. A permanente aliança entre a ciência e o senso comum caracteriza esta emocionante viagem através das diversas camadas ecológicas do homem.» JEAN BERNARD da Academia Francesa. Da pele ao ozono, o ser humano encontra-se envolvido por camadas ecológicas, naturais ou artificiais, com outras tantas camadas envolventes de que o homem não tem consciência, de tal forma elas são familiares. Assim, saído do ventre da sua mãe, o feto torna-se aéreo. A pele, o vestuário e o espaço pessoal são as suas camadas individuais. Os utensílios e a organização social possibilitam-lhe edificar e estruturar a casa, o automóvel, a cidade, os campos. Por outro lado, o homem é parte integrante da biosfera, a esfera da vida que envolve a Terra, o planeta azul onde a água e a atmosfera se encontram. Pela sua acção, o homem modifica estas camadas, de tal modo que se diz frequentemente que a Terra está doente por causa do próprio homem. É através do estudo sucessivo destas camadas que o autor define ecologia humana, por comparação com a economia, o ecologismo, a ecologia política, como uma ciência nova ao serviço da humanidade e da salvaguarda da natureza. No final de contas, tudo está relacionado com tudo, afinal como sugeriam saberes antigos. Um livro fascinante, actual e imprescindível para uma visão mais «real» de nós próprios e do planeta onde vivemos.

quarta-feira, 17 de novembro de 2004

Informação

Hoje, 17 de Novembro,alterei em parte o post Deixem o Petróleo em Paz!, porque a publicidade ao terror é perniciosa. Por outro lado, o conhecimento desta realidade que o flime retrata (a perspectiva "do outro lado") faz com que se não travarmos as causas- uma deleas é o conflito pelo petróleo- e estivermos mais conscientes que há opções energéticas favoráveis, então o ciclo de terror é um ciclo vicioso.

terça-feira, 16 de novembro de 2004

Dia Mundial do Mar

Mais vivo que a vida...é como me sinto hoje.Renovei mais algumas partes do meu blogue. Chamo a atenção para as importantes ONGA que são a Oceana, a Come-Clean e a Greencross. Vale a pena clicar nas imagens ao lado e conhecê-las melhor. Um abraço a todos. Hoje despeço-me com a belíssima música/ letra dos Echo & The Bunnymen- Seven Seas que não parei de a ouvir esta manhã!!!



Stab a sorry heart with your favorite finger
Paint the whole world blue
And stop your tears from stinging
Hear the cavemen singing
Good news they're bringing

Seven seas
Swimming them so well
Glad to see my face among them
Kissing the tortoise shell

A longing for some fresher feeling
Belonging or just forever kneeling
Where is the sense in stealing
Without the grace to be it

Burning my bridges and smashing my mirrors
Turning to see if you're cowardly
Burning the witches with mother religious
You'll strike the matches and shower me in water games
Washing the rocks below
Taught and tamed in time with tear flow
  

segunda-feira, 15 de novembro de 2004

Deixem o Petróleo em Paz!(alterado)

Já há muito tempo que podemos optar. Pelos danos ambientais por demais conhecidos e pelos problemas de conflitos mundiais que o petróleo tem causado, porque não o deixamos??? Queremos optar e dizer basta!!
A propósito dos temas desta semana encontrei esta página de cinema virtual- a Download Cinema- da qual resultou este trabalho, de grande impacto visual, dando uma perspectiva muito peculiar da equação carbono-efeito de estufa-guerra-pobreza-terror.
Eu optei pelas energias renováveis. Se precisares de tirar dúvidas onde e como obter mais informação, é só consultar os vários blogues ambientalistas e ONGA que estão ao teu dispôr aqui no lado esquerdo.


Filme


domingo, 14 de novembro de 2004

Ó Finisterra,varanda da infinitude, será que estou cego e só vejo crude?

Fez ontem dois anos depois da tragédia do Prestige, nos mares galegos.Além de imensas praias pintadas de crude, tresandando a petróleo,milhares de aves morrerão,entre arões, corvos-marinhos e gaivotas. Há um livro co-autoria de poemas do Carlos Tê e de fotografia de Paulo Gaspar Ferreira, "Penso Sujo" que eu aconselho vivamente a sua leitura e audição ( pois tem um CD incluído,que tem a captação das "Ondas de Vigo") , das Edições In-Líbris, ano 2003. Também é um bom documento pedagógico para dizer aos nossos políticos e lobies que temos muitos alunos, filhos e netos que lhes pedem " por favor nos deixem em paz com a cotação do barril de brent".Alguém notou alguma diferença esta semana nos noticiários senão a morte de Arafat e que mesmo assim decorreu o massacre de Fallujah? Sabiam que se comemorou a Semana Mundial do Desarmamento?Passou memso ao lado, não foi??? Quem o bem lembrou foi o cartoonista Luís Afonsoa, na sua secção "sociedade recreativa,na Pública de hoje....
A poucos dias do Dia Mundial do Mar, 16 de Novembro,este livro pedagógico demonstra com os textos sarcásticos e quase factuais de Carlos Tê, invade no leitor aquela inquietação e alerta de que o Mar não é essa fonte aparentemente inesgotável e é atacado impunemente pelo Homem.Num próximo post falarei do "inventário" de asneiras a que submetemos os oceanos!Começando pelo que juntamos à agua dos esgotos!!

As vantagens do decrescimento


O crescimento pelo crescimento torna-se o objetivo primordial, senão o único da vida, na sociedade capitalista, o que acarreta uma degradação progressiva do ambiente e dos recursos globais. Vivemos, atualmente, às vésperas de catástrofes previsíveis
Serge Latouche

“Pois será uma satisfação perfeitamente positiva ingerir alimentos sadios, ter menos barulho, estar num meio ambiente equilibrado, não mais sofrer restrições de circulação etc.” Jacques Ellul 1

Em 14 de fevereiro de 2002, em Silver Spring, diante dos responsáveis norte-americanos pela meteorologia, George W. Bush declarava: “Por ser a chave do progresso do meio ambiente, por fornecer os recursos que permitem investir nas tecnologias limpas, o crescimento é a solução, não o problema 2.” No fundo, essa posição “pró-crescimento” também é partilhada pela esquerda, inclusive por muitos contestadores da globalização que consideram que o crescimento também é a solução para os problemas sociais, criando empregos e propiciando uma distribuição mais igualitária.

Fabrice Nicolino, por exemplo, colunista de meio ambiente do semanário parisiense Politis, próximo do movimento que contesta a globalização, demitiu-se recentemente desse jornal após um conflito interno provocado pela reforma das aposentadorias. Seria o debate que se seguiu revelador de um mal-estar na esquerda 3? A razão do conflito, considera um leitor, é provavelmente “ousar ir contra uma espécie de pensamento único, comum a quase toda a classe política francesa, que afirma que nossa felicidade deve obrigatoriamente passar por mais crescimento, mais produtividade, mais poder aquisitivo e, portanto, mais consumo4.

Crescimento, o único objetivo da vida
Depois de algumas décadas de desperdício frenético, parece que entramos na zona das tempestades – no sentido próprio e no figurado. As perturbações climáticas são acompanhadas pelas guerras do petróleo, que serão seguidas pela guerra da água 5, mas também por possíveis pandemias, desaparecimento de espécies vegetais e animais essenciais como consequência de catástrofes biogenéticas previsíveis.

Nessas condições, a sociedade de crescimento não é sustentável, nem desejável. É urgente, portanto, que se pense numa sociedade de “decrescimento”, se possível serena e convivial.

A sociedade de crescimento pode ser definida como uma sociedade dominada por uma economia de crescimento, precisamente, e que tende a se deixar absorver por ela. O crescimento pelo crescimento torna-se assim o objetivo primordial, senão o único da vida. Uma tal sociedade não é sustentável, porque se choca com os limites da biosfera. Se tomarmos, como índice do “peso” para o meio ambiente de nosso modo de vida, “a marca” ecológica deste último em superfície terrestre necessária, obteremos resultados insustentáveis, tanto do ponto de vista da equidade nos direitos de retirada da natureza, quanto do ponto de vista da capacidade de regeneração da biosfera. Um cidadão dos Estados Unidos consome em média 9,6 hectares, um canadiano 7,2, um europeu médio 4,5. Estamos, portanto, muito distantes da igualdade planetária e mais ainda de um modo de civilização sustentável, que precisaria se limitar a 1,4 hectare, admitindo-se que a população atual permaneça estável7.

A fé na ciência dos economistas
Para conciliar os dois imperativos contraditórios do crescimento e do respeito pelo meio ambiente, os especialistas pensam encontrar a poção mágica na ecoeficiência, peça central e, a bem dizer, a única base séria do “desenvolvimento sustentável”. Trata-se de reduzir progressivamente o impacto ecológico e a intensidade da retirada dos recursos naturais até atingir um nível compatível com a capacidade reconhecida de carga do planeta7.

É incontestável que a eficiência ecológica tem aumentado de maneira notável, mas, ao mesmo tempo, a perpetuação do crescimento desenfreado acarreta uma degradação global. As baixas de impactos e de poluição por unidade de mercadoria produzida são sistematicamente invalidadas pela multiplicação do número de unidades vendidas (fenómeno ao qual se deu o nome de “efeito retorno”). A “nova economia” é, na verdade, relativamente imaterial ou menos material, mas ela mais complementa do que substitui a anterior. No final das contas, todos os indicadores demonstram que as retiradas continuam a crescer 8.

Enfim, é preciso a fé inabalável dos economistas ortodoxos para pensar que a ciência do futuro resolverá todos os problemas, e que é concebível a substituição ilimitada da natureza pelo artifício.

Elevação do nível de vida é ilusória
Se acompanharmos o raciocínio de Ivan Illich, o desaparecimento programado da sociedade de crescimento não é necessariamente uma má notícia. “A boa notícia é que não é primeiramente para evitar os efeitos secundários negativos de uma coisa que seria boa em si que precisamos renunciar a nosso modo de vida – como se tivéssemos que optar entre o prazer de um alimento delicioso e os riscos aferentes. Não, é que o alimento é intrinsecamente ruim, e que seríamos bem mais felizes ao evitá-lo. Viver de outra maneira para viver melhor 9.”

A sociedade de crescimento não é desejável, pelo menos por três razões: produz um aumento das desigualdades e das injustiças, cria um bem-estar amplamente ilusório, e não promove, para os próprios “favorecidos”, uma sociedade convivial, mas uma anti-sociedade doente devido à sua riqueza.

A elevação do nível de vida de que pensa se beneficiar a maioria dos cidadãos do hemisfério Norte é cada vez mais ilusória. É claro que gastam mais, em termos de compra de bens e serviços, mas esquecem de deduzir a elevação superior dos custos. Esta última assume formas diversas, mercantis e não mercantis: degradação da qualidade de vida – não quantificada, mas sofrida (ar, água, meio ambiente) –, despesas de “compensação” e de reparação (medicamentos, transportes, lazer) que se tornaram necessárias na vida moderna, elevação dos preços dos artigos escassos (água engarrafada, energia, espaços verdes...).

Decrescimento não é crescimento negativo
Herman Daly estabeleceu um índice sintético, o Genuine Progress Indicator (Indicador de Progresso Autêntico - IPA) que corrige, por exemplo, o Produto Interno Bruto (PIB) das perdas causadas pela poluição e pela degradação do meio ambiente. A partir da década de 70, o índice de progresso real estagnou, e até regrediu, para os Estados Unidos, enquanto o do PIB não pára de aumentar10. É lamentável que, na França, ninguém ainda se tenha encarregado de fazer esses cálculos. Temos todos os motivos para pensar que o resultado seria comparável. Seria o mesmo que dizer que, nessas condições, o crescimento é um mito, até no interior do imaginário da economia de bem-estar, muito mais na sociedade de consumo! Pois o que cresce de um lado, decresce muito mais do outro.

Infelizmente tudo isso não basta para nos levar a abandonar o bólido que nos conduz diretamente para o impasse, e a embarcar na direção oposta.

Compreendamos bem. O decrescimento é uma necessidade: não é, de saída, um ideal, nem o único objetivo de uma sociedade de pós-desenvolvimento ou de um outro mundo possível. Mas façamos das tripas coração, e admitamos, para as sociedades do hemisfério Norte, o decrescimento como um objetivo do qual se pode tirar proveito. A palavra de ordem de decrescimento tem sobretudo como finalidade marcar nitidamente o abandono do objetivo insensato do crescimento pelo crescimento. Em particular, o decrescimento não é o crescimento negativo, expressão contraditória e absurda que traduz bem a dominação do imaginário do crescimento. Isso quereria dizer ao pé da letra: “avançar recuando”. A dificuldade em que nos encontramos para traduzir “decrescimento” em inglês é muito reveladora dessa dominação mental do economês, e simétrica, de alguma forma, da impossibilidade de traduzir crescimento ou desenvolvimento (mas também, naturalmente, decrescimento...) nas línguas africanas.

O impacto sobre o meio ambiente
Sabe-se que a simples desaceleração do crescimento mergulha nossas sociedades no desespero devido ao desemprego e ao abandono dos programas sociais, culturais e ambientais que garantem um mínimo de qualidade de vida. Imagine-se que catástrofe seria uma taxa de crescimento negativo! Da mesma forma que não há nada pior do que uma sociedade trabalhista sem trabalho, não há nada pior do que uma sociedade de crescimento sem crescimento. É o que condena a esquerda institucional ao social-liberalismo, por não ousar fazer a descolonização do imaginário. O decrescimento, portanto, só é concebível numa “sociedade de decrescimento”. É conveniente determinar bem seus contornos.

Uma política de decrescimento poderia consistir inicialmente em reduzir, e até suprimir, o peso sobre o meio ambiente das cargas que não trazem benefício algum. O questionamento do volume considerável dos deslocamentos de homens e de mercadorias através do planeta com o impacto negativo correspondente (portanto, uma “relocalização” da economia), o questionamento do volume não menos considerável da publicidade exagerada e frequentemente nefasta e, enfim, o questionamento da obsolescência acelerada dos produtos e dos aparelhos descartáveis, sem outra justificativa a não ser fazer com que gire cada vez mais depressa a megamáquina infernal, são reservas representativas de decrescimento no consumo material.

“Consumo e estilos de vida”
Entendido desta forma, o decrescimento não significa necessariamente uma regressão do bem-estar. Em 1848, para Karl Marx, havia chegado o tempo da revolução social e o sistema estava pronto para a passagem à sociedade comunista de abundância. A inacreditável superprodução material de tecidos de algodão e de bens manufaturados parecia-lhe mais do que suficiente, uma vez abolido o monopólio do capital, para alimentar, alojar e vestir corretamente a população (pelo menos a ocidental). E, no entanto, a “riqueza” material era infinitamente menor do que hoje. Não havia carros, nem aviões, nem plástico, nem máquinas de lavar, nem geladeiras, nem computadores, nem as biotecnologias, nem também os pesticidas, os adubos químicos ou a energia atômica! Apesar das alterações inauditas da industrialização, as necessidades ainda eram modestas e era possível satisfazê-las. A felicidade, quanto à sua base material, parecia ao alcance da mão.

Para conceber a sociedade de decrescimento sereno e chegar a ela, é preciso literalmente sair da economia. Isto significa questionar a dominação da economia sobre o resto da vida na teoria e na prática, mas sobretudo em nossas cabeças. A redução feroz do tempo de trabalho imposto para garantir a todos um emprego satisfatório é uma condição prévia. Em 1981, Jacques Ellul, um dos primeiros pensadores de uma sociedade de decrescimento, já fixava como objetivo para o trabalho, não mais do que duas horas por dia11. Inspirando-se na carta de princípios “Consumo e estilos de vida”, proposta ao Fórum das Organização Não Governamentais (ONG) durante a reunião de 1992 no Rio, é possível sintetizar tudo isso num programa em seis “R”: Reavaliar, Reestruturar, Redistribuir, Reduzir, Reutilizar, Reciclar. Estes seis objetivos interdependentes formam um círculo virtuoso de decrescimento sereno, convivial e sustentável. Poder-se-ia até aumentar a lista dos “R” com reeducar, reconverter, redefinir, remodelar, repensar etc., e, é claro, relocalizar, mas todos esses “R” estão mais ou menos incluídos nos seis primeiros.

A descolonização do imaginário
Vê-se imediatamente quais são os valores que devem ser privilegiados e que deveriam ser prioritários em relação aos valores dominantes atuais. O altruísmo deveria preceder o egoísmo, a cooperação, preceder a competição desenfreada, o prazer do lazer, preceder a obsessão pelo trabalho, a importância da vida social, preceder o consumo ilimitado, o gosto pela bela obra, preceder a eficiência produtivista, o razoável, preceder o racional etc. O problema é que os valores atuais são sistêmicos. Isso significa que são suscitados e estimulados pelo sistema e que, em contrapartida, contribuem para reforçá-lo. É claro que a escolha de uma ética pessoal diferente, como a simplicidade voluntária, pode mudar a direção da tendência e solapar as bases imaginárias do sistema, mas sem um questionamento radical deste último, a mudança corre o risco de ser limitada.

Dirão que é um programa amplo e utópico? Será que a transição é possível sem uma revolução violenta – ou, mais precisamente, poderá a necessária revolução mental ser feita sem violência social? A limitação drástica dos ataques ao meio ambiente e, portanto, da produção de valores de troca incorporados em suportes materiais físicos não implica, necessariamente, numa limitação da produção de valores de uso através de produtos imateriais. Estes, pelo menos em parte, podem conservar uma forma mercantil.

No entanto, se o mercado e o lucro persistirem como incentivos, não podem mais ser os fundamentos do sistema. Podem ser concebidas medidas progressivas constituindo etapas, mas é impossível dizer se serão passivamente aceitas pelos “privilegiados”, que seriam suas vítimas, nem pelas atuais vítimas do sistema, que são mental e fisicamente “drogados” por ele. Entretanto, a preocupante onda de calor de 2003 no Sudoeste da Europa agiu muito mais do que todos os nossos argumentos no sentido de convencer sobre a necessidade de se orientar para uma sociedade de decrescimento. Dessa forma, para realizar a necessária descolonização do imaginário, pode-se, no futuro, contar muito amplamente com a pedagogia das catástrofes.

1 - Entrevista com Jacques Ellul, Patrick Chastenet, La table ronde, Paris, 1994, p. 342.
2 - Le Monde, 16 de fevereiro de 2002.
3 - Fabrice Nicolino, "Retraite ou déroute?", Politis, 8 de maio de 2003. 
4 - Politis, 12 de junho de 2003.
5 - Vandana Shiva, La guerre de l’eau. Parangon, 2003.
6 - Gianfranco Bologna (org.), Italia capace di futuro. WWF-EMI, Bologne, 2001, pp. 86-88.
7 - The Business case for sustanable developpement. Documento do World Business Counsil for Sustanable Developpement para Johannesburgo.
8 - Mauro Bonaiuti, "Nicholas Georgescu-Roegen. Bioeconomia. Verso un’altra economia ecologicamente e socialmente sostenible". Bollati Boringhieri, Torino, 2003. Especialmente, pp. 38-40.
9 - Jean-Pierre Dupuy, “ Ivan Illich ou la bonne nouvelle ”, Le Monde, 27 de dezembro de 2002.
10 - C. Cobb, T. Halstead, J. Rowe, “ The Genuine Progress Indicator: Summary of Data and methodology, Redefining Progress ”, 1995 e dos mesmos, “ If the GDP is Up, Why is America Down ? ”, in Athlantic Monthly, n° 276, San Francisco, outubro de 1995.
11 - Ler “Changer de révolution”, citado por Jean-Luc Porquet in Ellul L’homme qui avait (presque) tout prévu, Le cherche midi, 2003, pp. 212-213.

Tradução do artigo original no Le Monde Diplomatique, por Serge Latouche

quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Se as florestas também falassem...



Há uma causa que me é muito querida: a defesa das florestas. Esta semana comemorou-se 15 anos da queda do muro de Berlim. Hoje morreu Arafat. A resolução da Paz no Médio Oriente quando é que tem um fim?? Será que Israel desistirá do Muro? Há vários muros, uns mais físicos e outros menos visíveis...Hoje temos os EUA e a CEE, mas adivinham-se também no horizonte novos blocos: a Asean, a Liga Árabe e a Mercosul. O "ecologismo" tem os seus dias difíceis nesta era do pensamento único e bipolar...tanto adverso à Ecologia e a uma visão sistémica do mundo. Há, portanto muitos muros a derrubar...um deles é quebrar o monopólio das madeiras exóticas e o outro travar a destruição das florestas primárias. Vamos parar com este muro Homem/Natureza. Ao cidadão do séc.XXI deve estar consciente que estes mundos são transversais e as fronteiras são permeáveis. A Reabilitação Ambiental é a ferramenta para um Mundo mais em Paz e Justiça. Passa (ou começa) também por protegermos as florestas primárias!

quarta-feira, 10 de novembro de 2004

E os Prémios Nobel Alternativo 2004 foram para...

Foram atribuídos os prémios ditos Nobel Alternativo de 2004 pela Right
Livelihood Award Foundation, que serão entregues em cerimónia a 9 de
Dezembro em Estocolmo.

Os prémios de honra foram atribuídos a Swami Agnivesh, reformador social
hindu destacado, e Asghar Ali Engineer, destacado erudito e activista
muçulmano, pelo forte empenhamento e cooperação de ambos ao longo de muitos
anos para a promoção dos valores da coexistência, tolerância e compreensão
na Índia e entre os países do Sul da Ásia.

Os premiados do ano foram
1) Memorial - Volunteer Public Organisation Memorial, Historical
Educational, Human Rights and Charitable Society (Rússia), cuja obra tem
três aspectos principais: criar uma memória histórica dos crimes cometidos
pelo regime soviético através de investigação e publicações; trabalho social
a favor das vítimas do regime soviético e seus parentes; direitos humanos na
Rússia de hoje.

2) Bianca Jagger (Nicarágua), pelo seu contributo na luta pelo
reconhecimento dos direitos dos povos indígenas e defesa de outros direitos
humanos, bem como de valores ecológicos

3) Raúl Montenegro (Argentina), pelo seu papel na criação da FUNAM (Fundação
de Defesa Ambiental), que preside desde 1995, com dimensões diversas,
incluindo: - antinuclear; parques nacionais; eliminação de resíduos tóxicos;
poluição química e linhas de alta tensão; florestas, vida selvagem e
biodiversidade; ambiente aquático; legislação ambiental; educação ambiental.

Mais informações:
info@rightlivelihood.se
Rigt Livehood

terça-feira, 9 de novembro de 2004

Venceu o medo, a intolerância e a má globalização

Pronto, preciso de desabafar...é mais forte do que eu.Revejo-me em grande parte neste texto do Dito Cujo.
Quem está por detrás do Sr. Bush e o Sr.Bush em si, representam um povo e atitudes contrárias à Ecologia Sustentável, promove o conflito e tragédias globais, a troco de uma economia hiperconsumista e gulosa do petróleo e de outros recursos não-renováveis.Para não falar dos "valores morais" que protagonizam!
O BioTerra defende uma globalização ecosolidária, pacífica, culturalmente enriquecida, justa e, portanto,LIVRE!

O meu Luto

segunda-feira, 8 de novembro de 2004

Em que ficamos?


Por um lado, o Governo anuncia, pelo Ministro Álvaro Barreto, que quer portagens no acesso dos automóveis aos centros das cidades, a bem da redução de emissão de poluentes e menor dependência de petróleo. Por outro lado, o mesmo Governo aumentou as tarifas dos transportes públicos. Em que ficamos? 

Se, ao mesmo tempo assistimos à eliminação de carreiras da STCP, ao pré-colapso de várias empresas de transporte público e estamos com uma liberalização gananciosa dos preços das gasolinas que não vieram beneficiar o consumidor, então a propôr a primeira medida , baixe-se as tarifas dos transportes públicos! 
Mas outras soluções não faltam: crie-se (genuínos) passes intermodais, modernize-se a frota (venda generalizada de bilhetes pré-pagos por parte das empresas de transporte– aligeirando as demoras em paragens suburbanas; mais autocarros amigos do ambiente- reduzindo emissões poluentes) e amplie-se a rede de transportes públicos (há transporte escolar que não serve as escolas a todas as horas).


O aspecto de tarifas e relação transporte privado/transporte público não se esgota aqui. Infelizmente há modelos político- económicos e sociais que infernizam as opções por um melhor ambiente nas nossas cidades e a mobilidade em geral, como por exemplo a persistente desordenação urbanística dos últimos anos e o esvaziamento dos centros das cidades, obrigando ao constante movimento pendular entre metrópoles e as cidades periféricas, com custos a médio e longo prazo elevadíssimos (na saúde pública, no abandono escolar, na exclusão social, na degradação do património natural e cultural, etc. ).

domingo, 7 de novembro de 2004

Como elaborar mapas de conceitos

Como Elaborar Mapas de Conceitos

sábado, 6 de novembro de 2004

Ao aluno - texto que escrevi em 2004




Nos momentos mais frustrantes, em que estás triste e quase desanimada(o), incompreendida(o), destroçada(o), irada(o)...não te desgastes. Concerteza terás feito o melhor que estava ao teu alcance e forças...abraça quem mais amas, afaga um gato, escuta uma música que querias há muito tempo ouvir. Procura e maravilha-te sempre: uma luz, um quadro, uma árvore, uma pessoa,...
Abre sempre as tuas mãos, o teu coração e a tua mente. Vã é a glória e a matéria. A Natureza recicla. Sê natural.  Perdição é ter a certeza de tudo, é o muro e o egoísmo. A Natureza cria e transforma. Sê natural, sempre.

COBARDIA

Na eternidade desse instante,
Mais alto do que todos os instantes
E mais profundo que a dor,
Eu tive a morte na mão.
Nesse instante de loucura, chorei!
Chorei perdidamente
E quase que abri a mão.
Ah! Como eu fui cobarde nesse instante!
Cingi nas minhas mãos a liberdade
E não tive coragem
De abrir a mão.

MATURIDADE

Abrindo ao vento as asas da alegria
Eu vou partir,
Sem espaço nem limite,
Tendo cravos de sangue na minha alma
E um gosto a Sol gravado em minha boca.
Os meus braços hão-de colher
Quantas rosas abrirem no caminho,
E a suprema alegria de viver
Há-de vibrar no coração das rolas,
No aconchego dos ninhos
E na chama das papoilas.
O meu olhar há-de ir além do mar
Atingindo a volúpia do infinito,
E o meu pranto de poeta irá salgar
A tristeza cantada pelas fontes,
Na amargura sombria do seu grito
                       
( poemas de José Ary dos Santos, tendo o autor 15 anos e publicados no  livro Asas , 1952 )

           
Porto, 30 de Janeiro de 2004                                                Teu professor,