Uma complexa simulação informática realizada no Laboratório Nacional de Oak Ridge (ORNL), nos Estados Unidos, prevê ser improvável que o abatimento da tundra devido ao aquecimento global provoque um degelo descontrolado.
A paisagem permanentemente gelada da tundra ártica, que durante milhares de anos armazenou grandes quantidades de carbono, corre o risco de descongelar e libertar na atmosfera gases com efeito de estufa.
O grupo internacional de peritos sobre as mudanças do clima das Nações Unidas considerou uma das principais preocupações nas próximas décadas a possibilidade de o abatimento do solo naquela zona desencadear um degelo acelerado.
O derretimento rápido causado por abatimento de terras foi observado em zonas mais pequenas e em prazos mais curtos, mas as avaliações do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) deixavam dúvidas sobre o que poderia acontecer a longo prazo.
Seguiu-se a intervenção do ORNL com o Simulador Terrestre Avançado (ATS), “um modelo altamente preciso baseado na física da hidrologia da região, alimentado por medições detalhadas do mundo real, para ajudar os cientistas a entender a evolução do planeta”, segundo a agência de notícias privada espanhola Europa Press.
Assim, descobriu-se que, embora o solo continue a afundar-se à medida que derretem os grandes depósitos de gelo, o abatimento desigual causa uma paisagem mais seca e limita a aceleração do processo até ao final do século, indica o estudo divulgado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, dos Estados Unidos.
“Uma drenagem melhorada resulta numa paisagem mais seca ao longo de uma década e o processo autolimita-se”, indica Scott Painter, que dirige o grupo de Modelização de Sistemas de Bacias Hidrográficas do ORNL, num comunicado.
Painter referiu que se conseguiu pela primeira vez “perceber o efeito da mudança da microtopografia e representá-lo em modelos climáticos”, adiantando que a equipa tem muita confiança no modelo que utilizou.
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