Acabámos de saber que o Jurássico Superior português era habitado há cerca de 150 milhões de anos por mais um dinossauro gigante, que tinha como casa a Bacia Lusitaniana – uma zona jurássica de águas pouco profundas na faixa Oeste da Península Ibérica, entre o (agora) norte de Aveiro e a península de Setúbal. O dinossauro agora identificado como novo para a ciência por uma equipa luso-espanhola pertencia ao grupo dos saurópodes, dinossauros herbívoros que se distinguem pelas caudas e pelos pescoços muito compridos.
Trata-se não só de uma espécie nova para a ciência, como igualmente de um género novo, segundo o artigo em que é descrito na revista Journal of Vertebrate Paleontology. Eis o Oceanotitan dantasi, o nome científico atribuído ao dinossauro pelos paleontólogos Pedro Mocho (do Instituto Dom Luiz da Faculdade de Ciências de Lisboa e da Sociedade de História Natural de Torres Vedras), Rafael Royo-Torres (do Dinópolis – Museu Aragonês de Paleontologia, em Espanha) e Francisco Ortega (do Grupo de Biologia Evolutiva da Faculdade de Ciências da Universidade Nacional de Educação à Distância, em Espanha).
Mas os ossos do Oceanotitan dantasi já foram descobertos há mais de 20 anos, em 1996, nas rochas que afloram na Praia de Valmitão, na vila de Ribamar, concelho da Lourinhã. E quem os descobriu foi José Joaquim dos Santos, um carpinteiro e paleontólogo amador que já encontrou muitos fósseis na região Oeste do país, conhecida pela sua riqueza em fósseis de dinossauro do Jurássico Superior, segundo se explica num comunicado sobre o trabalho.
Ao longo de mais de 30 anos, José Joaquim dos Santos foi reunindo uma enorme colecção paleontológica composta por milhares de exemplares de fósseis de vertebrados e invertebrados e que estão depositados na colecção paleontológica da Sociedade de História Natural, em Torres Vedras. “O acervo existente representa agora uma das maiores colecções de vertebrados fósseis do mesozóico português [era geológica ocorrida há 251 milhões a 65 milhões de anos]”, sublinha o comunicado.
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