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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

COP21 – A Cimeira de Paris que quer reformular o Protocolo de Quioto



A 21ª Cimeira do Clima – COP21 realizou-se em dezembro de 2015, em Paris, e teve como principal objetivo estabelecer um novo acordo internacional sobre o clima, para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, o aquecimento global e em consequência limitar o aumento da temperatura global em 2º C até 2100.

A resposta política internacional às alterações climáticas começou na Cimeira da Terra no Rio em 1992, durante a qual se definiu o Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Esta convenção estabeleceu um quadro de ação destinado a estabilizar as concentrações atmosféricas de gases com efeito estufa (GEE) para evitar “uma interferência antropogénica perigosa com o sistema climático.” A UNFCCC, que entrou em vigor em 21 de março de 1994, tem agora uma adesão quase universal de 195 nações.

O principal objetivo da Conference of Parties (COP) consistiu em ​​rever a implementação da Convenção. A primeira COP teve lugar em Berlim em 1995 e desde então nos encontros significativos incluem-se a COP3, onde foi adotado o Protocolo de Quioto, COP11, onde foi produzido o Plano de Ação de Montreal, COP15 em Copenhaga, onde um acordo para o sucesso do Protocolo de Quioto não foi, infelizmente, realizado, e COP17 em Durban, onde o Fundo Climático Verde foi criado.

Em 2014, a COP20 realizada em Lima atraiu mais de 15 mil delegados oficiais, e os negociadores concluíram as negociações com o ‘Lima Call For Climate Action‘, um documento que estabelece as bases para um novo acordo climático global.

O que é a COP21 e qual o seu objetivo?
Em 2015, a COP21, também conhecida como a Cimeira do Clima de Paris, pela primeira vez em mais de 20 anos de negociações das Nações Unidas, alcançou um acordo juridicamente vinculativo e universal sobre o clima, com o objectivo de manter o aquecimento global abaixo dos 2 °C. O limite da subida de temperatura média do planeta de 2 ºC prende-se com o facto de que, se ultrapassado, consequências perigosas e irreversíveis tornar-se-ão inevitáveis.

Contributo de Portugal para o Clima e para a Sustentabilidade
A Europa deve dar o exemplo e liderar nas políticas climáticas, como aconteceu com o Comércio Europeu de Licenças de Emissões (CELE), rumo a um acordo na Conferência do Clima de Paris, que substitua o protocolo de Quioto, afirmou Jorge Moreira da Silva, na altura Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.

Portugal tem já uma trajetória, rumo a Paris, bem definida. Em Abril de 2015, o Governo e 82 entidades públicas e privadas da sociedade civil assinaram o Compromisso para o Crescimento Verde, que estabelece 14 metas e 111 iniciativas até 2030. Este Compromisso, além de traçar o rumo para o crescimento e desenvolvimento sustentáveis, dota as políticas públicas de previsibilidade, estabilidade e ambição. Recorde-se que o Compromisso para o Crescimento Verde prevê a obtenção de uma meta de 40% de renováveis no consumo final de energia em 2030, quando na Europa é de apenas 27%, e a redução da emissão de gases com efeitos de estufa em 30% a 40% em 2030, face a 2005.

Participação das Empresas na COP21
Em paralelo com a COP21 decorreu o Sustainable Innovation Forum 2015, que tem como objetivo facilitar parcerias entre empresas, governos, as Nações Unidas e Organizações Não Governamentais, promovendo soluções para as alterações climáticas e fomentar a inovação na área das baixas emissões de carbono.

Saber mais:

domingo, 29 de novembro de 2015

Musica do BioTerra: Agnes Obel - Fuel to Fire


Com a participação de David Lynch

Do you want me on your mind
Or do you want me to go on?
I might be yours, as sure as I can say
Be gone, be faraway

Roses on parade, they follow you around
Upon your shore, as sure as I can say
Be gone, be faraway
Like fuel to fire

Into the town we go
Into your hideaway
Where the towers grow
Gone to be faraway
Sing quietly along

Pious words to cry into the under
Upon your shore, as sure as I can say
Be gone, be faraway

Oh, what a day to choose
Torn by the hours
All that I say to you
Is like fuel to fire

Into the town we go
Into your hideaway
Where the towers grow
Gone to be faraway
Never do we know
Never do they give away
Where the towers grow
Only you will hear them say

Sing quietly along
Sing quietly along

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Crianças que não brincam na Natureza, não se preocupam em protegê-la, diz artigo

Se um futuro melhor depende das gerações que ainda estão por vir, então algumas coisas precisam mudar. Em artigo escrito por George Monbiot no jornal britânico The Guardian, o autor coloca em cheque as consequências da falta de contato das crianças actuais com a natureza.

A cada ano que passa, as crianças estão mais presas dentro de suas casas. Segundo Monbiot, no Reino Unido, apenas uma em cada dez crianças têm o hábito de praticar atividades ao ar livre em ambiente natural. Em contrapartida, os adolescentes que têm entre 11 e 15 anos gastam metade do dia em frente a uma tela, seja ela de computador, televisão ou smartphone. A situação é semelhante em diversas partes do mundo.

O autor cita várias hipóteses para essa mudança. Enquanto nas décadas passadas as crianças tinham mais autonomia para brincar na rua e até mesmo se deslocarem sozinhas, hoje os pais têm que lidar com o medo da violência, do trânsito e de pessoas estranhas. Assim, ficar dentro de casa é a opção mais prática, mas não a melhor delas.

Monbiot coloca esse novo hábito “doméstico” como algo perigoso, principalmente para a saúde. A inactividade dos jovens resulta em doenças como diabetes, obesidade, raquitismo e declínio das habilidades cardio-respiratórias. Muitos desses problemas seriam evitados se as brincadeiras em meio à natureza fossem mantidas, como é possível concluir em um estudo conduzido pela Universidade de Illinois, nos EUA. A pesquisa sugere que brincar na grama, entre árvores, ajuda até mesmo a reduzir os sintomas do déficit de atenção e dos problemas de hiperatividade.

Além da saúde, a falta de contato das novas gerações com a natureza pode se transformar em um problema muito maior. Como ter cuidado ou se preocupar com algo que você não conhece e não tem intimidade? Esta é a questão levantada pelo britânico. Para ele, os ativistas ambientais costumam ser pessoas que passaram a infância imersos na natureza. “Sem um sentimento pelo mundo natural e sua função, sem uma intensidade de envolvimento nas experiências da infância, as pessoas não vão dedicar suas vidas à proteção”, conclui o artigo. (Fonte: Ciclo Vivo)

Clique aqui para ler o artigo. 

Mais de 5 anos depois de apresentada, Silicon Valley de Paredes continua no papel



Porto, 27 nov (Lusa) -- Mais de cinco anos após a apresentação do projeto, a `cidade inteligente` que a norte-americana Living PlanIT queria instalar em Paredes deveria ter a "massa crítica" concluída e 12 mil empresas já instaladas, mas ainda não saiu do papel.

"Acredito que já haja pessoas a morar na cidade no final do próximo ano, em que alguns edifícios já estarão concluídos, e a primeira fase estará terminada no primeiro ou segundo trimestre de 2012. Por volta de 2015 esperamos ter atraído cerca de 12 mil empresas e a massa crítica já estará concluída, mas a cidade estará em constante desenvolvimento", afirmava em junho de 2010 o presidente da empresa promotora Living PlanIT, Steve Lewis.

Então classificado como Projeto de Interesse Nacional (PIN), o PlanIT Valley -- conhecido como a `cidade do futuro` de Paredes -- representava um investimento de 10 mil milhões de euros e ambicionava ter milhares de habitantes em menos de uma década, sendo que, numa primeira fase, Steve Lewis previa a instalação de 11 mil pessoas numa área de um milhão de metros quadrados.

"Quando acabarmos, dentro de provavelmente menos de 10 anos, teremos no PlanIT Valley 225 mil pessoas, das quais 110 mil em empregos de investigação e desenvolvimento", afirmou em declarações à agência Lusa, em outubro de 2011.

Após várias tentativas, mal sucedidas, para ouvir o presidente da Living PlanIT, a Lusa contactou fonte oficial da Câmara Municipal de Paredes, que disse ter apenas a informação de que "os investidores continuam a estar interessados" no projeto.

"Da parte da Câmara não temos muito mais a acrescentar. Pediram-nos para desburocratizar algumas situações, foi tudo tratado, e a informação que temos é que continuam a estar interessados, mas não há mais desenvolvimentos. Continua tudo nas mãos dos investidores, que penso que estarão a angariar mais parceiros para desenvolver o projeto", afirmou a fonte.

Projetado para uma área total de 40 hectares nas freguesias de Recarei, Sobreira, Aguiar de Sousa e Parada de Todeia, o PlanIT Valley prometia ser "a primeira cidade do mundo em que a tecnologia está presente desde a construção dos edifícios e dos espaços", o que criaria "novas oportunidades a nível da energia, inovação e formas de interação entre as pessoas".

O objetivo, salientavam os promotores em 2010, era criar uma cidade piloto que seria o modelo das cidades do futuro, com uma comunidade "muito focada nos técnicos e trabalhadores na área tecnológica".

Para "atrair talento mundial e fixar o talento que já existe em Portugal" o PlanIT Valley pretendia assumir-se como "um bom espaço para viver", com locais de trabalho e pesquisa, mas também infraestruturas de educação, de saúde, de lazer, de comércio e zonas habitacionais.

"Não é um parque de ciência nem um `campus`, é uma cidade verdadeira com tudo o que há numa cidade, mas que esperamos que tenha um espírito tipicamente português", explicou, na altura, Steve Lewis.

Em junho de 2010, altura em que foi formalizada a adesão da primeira empresa -- a Cisco -- ao projeto -- eram apontados os nomes da McLaren, Siemens, Microsoft, Intel, IBM e Bosch como pretendendo instalar centros de investigação e desenvolvimento no Silicon Valley português e o arranque da construção dos primeiros edifícios estava agendada: o último trimestre daquele ano.

Mais recentemente, em junho de 2013, o presidente da Living PlanIT avançou a falta de financiamento como o obstáculo ao arranque do projeto, que terá sofrido os efeitos colaterais da entrada da `troika` em Portugal.

"Inicialmente desenvolvemos uma estratégia de financiamento baseada em dívida, alavancando as fontes internacionais de financiamento, mas tivemos que repensar a nossa estratégia", afirmou então Steve Lewis, em declarações ao Dinheiro Vivo.

Na altura, Lewis disse ter já reformulado o plano e pretender entregá-lo "brevemente" à Câmara de Paredes e ao Governo para análise e aprovação, sendo que o financiamento necessário passaria a vir de fundos de investimento e de capitais de risco, que estariam até "interessados numa IPO (`Initial Public Offering` -- oferta pública inicial) da Living PlanIT".

Sem fixar datas nem montantes, Steve Lewis falava então em avançar, numa primeira fase, com a sede do Living PlanIT, a investigação e desenvolvimento, o laboratório da Internet das Coisas e instalações executivas, revelando que se trataria de "instalações `state of the art` em escala" e que a ideia seria exportar a tecnologia ali desenvolvida.

Também em 2013, o gestor norteamericano disse ao jornal Público que, apesar de estar a demorar "muito mais do que o previsto", não tinha intenção de desistir do projeto, adiantando então que estavam cerca de "50 pessoas" envolvidas em Portugal, tendo já sido investidos "muitos milhões de euros no desenvolvimento do conceito".

"Já não perco o sono a pensar se irá acontecer, mas sim a pensar quando e como irá acontecer", afirmou então.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Augusto Cury: “Nunca tivemos uma geração tão triste”

Fonte: M de Mulher
Augusto Cury, o famoso psiquiatra que tem livros publicados em mais de 70 países e dá palestras para multidões no Brasil e lá fora, lançou recentemente uma versão para crianças e adolescentes do seu best-seller Ansiedade - Como Enfrentar o Mal do Século. O autor conversou com a gente sobre os desafios de se criar os filhos hoje e não poupou críticas à maneira como a família e a escola têm educado os pequenos. Confira!

Excesso de estímulos
"Estamos assistindo ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja ACESSO ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Eles estão perdendo as habilidades sócio-emocionais mais importantes: se colocar no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. Aprender a não agir pela reação, no esquema 'bateu, levou', e a desenvolver altruísmo e generosidade."

Geração triste
"Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar nossas crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. Essa geração precisa de muito para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir migalhas de prazer. O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de suicídio tem aumentado. A família precisa se lembrar de que o consumo não faz ninguém feliz. Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser estimulados a se aventurar, a ter contato com a natureza, se encantar com astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais."


Dor compartilhada
"É fundamental que as crianças aprendam a elaborar as experiências. Por exemplo, diante de uma perda ou dificuldade, é necessário que tenham uma assimilação profunda do que houve e aprender com aquilo. Como ajudá-las nesse processo? Os pais precisam falar de suas lágrimas, suas dificuldades, seus fracassos. Em vez disso, pai e mãe deixam os filhos no tablet, no smartphone, e os colocam em escolas de tempo integral. Pais que só dão produtos para os seus filhos, mas são incapazes de transmitir sua história, transformam seres humanos em consumidores. É preciso sentar e conversar: 'Filho, eu também fracassei, também passei por dores, também fui rejeitado. Houve momentos em que chorei'. Quando os pais cruzam seu mundo com os dos filhos, formam-se arquivos saudáveis poderosos em sua mente, que eu chamo de janelas light: memórias capazes de levar crianças e adolescentes a TRABALHAR dores perdas e frustrações."

Intimidade
"Pais que não cruzam seu mundo com o dos filhos e só actuam como manuais de regras estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma empatia verdadeira. A família não pode só criticar comportamentos, apontar falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os pais devem ser os melhores brinquedos dos seus filhos. A nutrição emocional é importante mesmo que não se tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo. Quinze minutos na semana podem VALER por um ano. Pais têm que ser mestres da vida dos filhos. As escolas também precisam mudar. São muito cartesianas, ensinam raciocínio e pensamento lógico, mas se esquecem das habilidades sócio-emocionais."

Mais brincadeira, menos informação
"Criança tem que ter infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda pré-estabelecida o tempo todo, com aulas variadas. É importante que criem brincadeiras, desenvolvendo a criatividade. Hoje, uma criança de sete anos tem mais informação do que um imperador romano. São informações desacompanhadas de conhecimento. Os pais podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam em frente às telas. Sugiro duas horas por dia. Se você não COLOCAR limite, eles vão desenvolver uma emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir cada vez menos: vão deixar de reflectir, se interiorizar, brincar e contemplar o belo."

Parabéns!
"Em vez de apontar falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e alunos têm pequenos acertos e atitudes inteligentes. Pais que só criticam e educadores que só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em empreender. Os educadores precisam ser carismáticos, promover os seus educandos. Assim, o filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso não tem ocorrido. O ser humano tem apontado comportamentos errados e não promovido características saudáveis."

Conselho final para os pais
"Vejo pais que reclamam de tudo e de todos, não sabem ouvir não, não sabem trabalhar as perdas. São adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para actuar como verdadeiros mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente. Devem desligar o celular no fim de semana e ser pais. Muitos são viciados em smartphones, não conseguem se desconectar. Como vão ensinar os seus filhos e fazer pausas e contemplar a vida? Se os adultos têm o que eu chamo de síndrome do pensamento acelerado, que é viver sem conseguir aquietar a mente, como vão AJUDAR seus filhos a diminuírem a ansiedade?"

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Encontros Improváveis- Cecília Meireles e Bob Holroyd with Happy Rhodes - Games Without Frontiers





Não digas onde acaba o dia.
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs.
As palavras do mundo.
Não digas onde começa a Terra,...
Onde termina o céu
Não digas até onde és tu.
Não digas desde onde és Deus.
Não fales palavras vãs.
Desfaze-te da vaidade triste de falar.
Pensa, completamente silencioso,
Até a glória de ficar silencioso,
Sem pensar.

Cecília Meireles

terça-feira, 24 de novembro de 2015

CIBIO identifica nova espécie de mamífero em Portugal


Fonte: CIBIO
Uma equipa de investigação portuguesa, da qual fez parte Joana Paupério, investigadora do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO), da Universidade do Porto, confirmou recentemente o primeiro registo de ocorrência em Portugal do rato-das-neves (Chionomys nivalis), uma espécie de mamífero cuja existência no nosso país era até agora desconhecida.

Pardo, com longos bigodes (vibrissas) brancos, patas posteriores muito desenvolvidas e cauda comprida. Assim se caracteriza o pequeno animal observado no verão de 2014, no Parque Natural de Montesinho, pelo fotógrafo de vida selvagem Gonçalo Rosa. As fotografias foram depois enviadas para Hélia Vale Gonçalves e Paulo Barros, investigadores no Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que confirmaram tratar-se de uma nova espécie.

O passo final até à confirmação da descoberta implicou a captura – e posterior libertação – de dois animais (um macho e uma fêmea) e uma viagem até ao laboratório de Joana Paupério no CIBIO-InBIO. Os resultados obtidos através de análise genética permitiram verificar que são geneticamente próximos, mas diferentes das populações já estudadas do centro de Espanha.

“O rato-das-neves tem uma distribuição fragmentada na Europa, pois encontra-se restrito a zonas montanhosas, e as suas populações apresentam uma diferenciação genética considerável ao nível mitocondrial”, refere a investigadora. Especializada no estudo dos micromamíferos, Joana Paupério revela ainda que “a população detetada em Portugal está localizada no limite da área de distribuição, mas é geneticamente próxima das restantes populações ibéricas”.

Publicada na revista Italian Journal of Zoology, a descoberta do rato-das-neves em Portugal pode ser importante para promover a conservação de uma espécie bastante sensível a alterações do habitat e que tem um papel importante na disseminação de sementes.”As populações espanholas estão classificadas como quase ameaçadas, pelo que a descoberta desta população em Portugal tem elevada relevância para a conservação deste roedor”, explica Joana Paupério, alertando para a necessidade de serem conduzidos “censos regionais rigorosos sobre distribuição dos micromamíferos, a fim de garantir a preservação da espécie”.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Música do BioTerra: Lou Reed and Antony- Perfect Day


Lou Reed and Antony - Perfect Day

O mundo pode ser assim...Mais amorcracia.

sábado, 21 de novembro de 2015

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Califórnia: seca matou 12 milhões de árvores

O estado da Califórnia, nos Estados Unidos, perdeu 12 milhões de árvores nos últimos tempos, consequência da seca, dos fogos florestais e do escaravelho da casca, de acordo com o US Forest Service.

De acordo com Gregory Asner, da Universidade de Stanford, esta é uma estimativa conservadora, porém. Por outro lado, cerca de 120 milhões de árvores, quase 20% do total de árvores do estado, estão ameaçadas devido à seca. Mesmo que o El Niño traga alguma chuva.

“A mortalidade de árvores das florestas da Califórnia está a pôr em risco infra-estruturas e vidas, uma vez que leva ao aumento massivo das condições para incêndios e outras ameaçadas colocadas pelos troncos caídos”, explicou o Governador Jerry Brown numa carta enviada ao secretário da Agricultura norte-americano, Tom Vilsack. “É o pior caso de sempre de mortalidade de árvores”, concluiu.

Cerca de 30% da população da Califórnia vive em áreas próximas da floresta, o que coloca autoridades e população sob alerta de uma possível tragédia a curto prazo. Para além das casas, também as infra-estruturas eléctricas, estradas e outras propriedades estão vulneráveis.

Uma das primeiras medidas para prevenir uma catástrofe já foi tomada: as autoridades locais e estatais vão passar a trabalhar juntas para remover as árvores mortas de zonas mais vulneráveis aos incêndios.

No entanto, a situação só ficará controlada quando a própria seca terminar, o que não se prevê que aconteça no curto prazo. Ou, segundo o City Lab, também no médio e longo prazo.

Fonte: GreenSavers

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Encontros improváveis - José Saramago e Wonky Doll and the Echo - Strange Land


"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."- José Saramago

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A aristocracia não está satisfeita – quer ainda mais

Uma nova análise do tratado "comercial" TTIP (Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento), proposto por Obama, que os EUA acordariam com a Europa, conclui que ele foi iniciado e modelado por grandes empresas internacionais, que, ainda de acordo com a única análise económica independente já feita até agora do TTIP, virão a ser as únicas beneficiárias do Tratado proposto – tudo à custa do público de cada um dos países participantes. 

Este novo estudo intitula-se "Serviços Públicos sob Ataque" , mas tem um âmbito maior do que os impactos do tratado proposto para substituir os "serviços públicos" por serviços privados. 

O Corporate Europe Observatory, em 12 de outubro, apresenta o título para este estudo, "Serviços Públicos sob ataque através do TTIP e do CETA" , e lista 15 das conclusões essenciais do relatório, na sua opinião. O que se segue serão citações extensas do estudo, portanto este resumo provém principalmente do relatório. 

O estudo é " publicado pela Association Internationale fr Techniciens, Experts et Chercheurs (AITEC), Corporate Europe Observatory (CEO), European Federation of Public Services Unions (EPSU), Instytut Globalnej Odpowiedzialnoœci (IGO), Transnational Institute (TNI), Vienna Chamber of Labour (AK Vienna), and War on Want".Portanto, reflete uma preocupação com os trabalhadores e com os pobres, não só com os proprietários das empresas – sendo que estes últimos são os únicos patronos e beneficiários do proposto Tratado. 

Este novo estudo começa por definir (pg. 8) "Serviço Público": "Serviços públicos são os que são prestados por um governo à sua população, normalmente com base no consenso social de que determinados serviços devem estar disponíveis a toda a gente, independentemente dos seus rendimentos". Outra forma de afirmar isto é que um "serviço público" é o que é prestado aos cidadãos como um direito, disponível a todos igualmente, em vez de um privilégio, disponível apenas com base na capacidade de pagar. O "consenso social de que determinados serviços devem estar disponíveis a toda a gente, independentemente dos seus rendimentos" é repudiado em tratados como estes, porque reflete a perspetiva "libertária" (para usar o termo dos EUA) ou "liberal" (para usar o termo europeu), de que a riqueza duma pessoa reflete a contribuição dessa pessoa para a sociedade, de modo que as pessoas pobres não tenham direitos nenhuns. (Em apoio deste ponto de vista, Adam Smith, no seu Lectures on Jurisprudence, na edição Glasgow de 1762, disse: "Enquanto não houver propriedade, não pode haver governo, cuja finalidade é garantir a riqueza e defender os ricos dos pobres". 

Escreveu isto numa sociedade e numa época em que na prática toda a riqueza – ou a pobreza – era herdade dos pais, não era ganha. Descrevia os pobres como sendo os inimigos. Seus direitos não eram superiores à sua riqueza, na sua opinião. Manteve esta perspetiva aristocrática toda a vida). Este ponto de vista é com frequência referido como "conservadorismo", porque conserva a estrutura de poder existente, em que os mais ricos (a aristocracia) são os mais poderosos no futuro, tal como tinham sido no passado. Consequentemente, no Ocidente pelo menos, a polaridade ideológica é entre o "liberalismo" versus "conservadorismo", os quais são fundamentalmente o mesmo . O progressismo quase não tem nome, por enquanto. (Por outras palavras: o "debate" ideológico é falso e está modelado dos "dois" lados pela aristocracia). 

Portanto, os proponentes dos propostos tratados "comerciais" de Obama intitulam-se, variadamente, "liberais", libertários" e "conservadores", mas só a terminologia varia, porque a realidade, essa não. 

A mesma secção do estudo diz: "Com tratados de comércio livre, como o CETA e o TTIP, os governos vão perder espaço político para organizar os serviços públicos de acordo com as preferências da sociedade, encerrando-se na liberalização e na privatização. Isto está a levantar grandes preocupações sobre se o lucro irá distorcer a capacidade de esses serviços serem governados no interesse público. Além disso, as tentativas do governo de os regulamentar podem ser consideradas 'barreiras ao comércio' e frustradas". 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Fome agrava-se na África Oriental

Foto de Tapperoa/ Flickr
"No início de 2016, é esperado que o número de pessoas afectadas pela insegurança alimentar suba para 32,1 milhões", refere o relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), acrescentando que “outros dois milhões podem ser vítimas de situações climatéricas extremas.”

“Desde o passado mês de Maio”, sublinha o OCHA,” o total de pessoas afectadas subiu de 18,5 milhões para 25,3 milhões, temendo-se que, em Janeiro de 2016, possa chegar aos 32,1 milhões.”

Enquanto países como Sudão, Eritreia, Etiópia e Djibuti podem ser alvo de seca "extrema", outros, como Quénia, Somália e Uganda, correm "sérios riscos" de cheias e inundações.

Este relatório refere ainda que “mais de 90 mil pessoas do sul da Somália já foram afectadas por semanas de chuvas torrenciais, obrigando mais de metade delas a abandonar as zonas de residência.”

Na Etiópia, o "El Niño" não permitiu a ocorrência das chuvas de verão necessárias para aumentar as colheitas de cereais, deixando 8,2 milhões de pessoas dependentes de ajuda alimentar, ou seja, o dobro daquelas que necessitavam de apoio seis meses antes.

O "El Niño" é desencadeado pelo aquecimento da temperatura das águas à superfície no oceano Pacífico e pode provocar, ao mesmo tempo, chuvas torrenciais numa parte do planeta e secas severas noutras.

De acordo com aquele organismo das Nações Unidas “mais de 350 mil crianças etíopes estão em risco e muitas delas poderão morrer de fome, doença ou pela falta de água potável se não receberem assistência até ao final deste ano.”

"O "El Niño" pode ainda levar a um aumento significativo de doenças, como a malária, dengue, diarreia e cólera, as principais causas de morte entre as crianças na Etiópia e noutros países africanos”, alertou por seu turno, a UNICEF.

Por outro lado, a guerra civil no Golfo de Aden e no Iémen, que tem gerado uma crise de refugiados para a Somália e Djibuti, o conflito no Sudão do Sul e a violência no Burundi têm ajudado a ensombrar ainda mais a situação, aumentando o número de refugiados.

Por seu turno, a guerra civil no Sudão do Sul já deixou 40 mil pessoas em situação de fome extrema, número que pode subir de forma de forma significativa nos próximos meses.

Fonte: EsquerdaNet

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

As três irmãs – Milho, Feijão e Abóbora

Os americanos nativos usam o termo “três irmãs” para se referirem ao milho, feijão, e abóbora. Estas três irmãs dão uma lição na cooperação ambiental que os americanos nativos sentem que todos os seres humanos devem praticar hoje.

Plantadas juntas:
- o milho FORNECE a haste para os feijões escalarem;
- os feijões fornecem o nitrogénio/azoto ao solo para nutrir o milho;
- a abóbora PROTEGE a terra, impedindo a competição da vegetação não desejada e protege as raízes rasas do milho. Também contribui para a preservação da humidade no solo.

Este princípio é ainda hoje praticado no nosso país, conhecimento sobretudo das gerações mais antigas e das regiões mais remotas. É uma técnica que aumenta a produtividade reduzindo o esforço, pelo que é uma excelente ideia a considerar na sua horta.

O milho, feijões e abóboras, complementam-se: milho o hidrato de carbono, os feijões para a proteína e a abóboras para a vitamina A.

Ao mesmo tempo, pode usar qualquer trepador da mesma família, seja feijão ou ervilha; outro suporte como girassol e melão, meloa ou melancia para a cobertura do solo.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

11 documentários para construir um novo olhar sobre a questão ambiental





Como dizia o ditado, "uma imagem vale mais do que mil palavras”. Documentários, apesar de terem a premissa de retratarem a "realidade", também são filmes e, portanto, construções audiovisuais que a mostram a PARTIR  de certos pontos de vista. Mesmo assim, eles podem ter o poder de sensibilizar o espectador ao mesmo tempo em que informam. O poder da imagem e a combinação com uma boa direção podem fazer com que as pessoas percebam a dimensão de questões que não aparecem tanto no dia a dia.

Às vezes, matérias de sites e jornais não mostram, por exemplo, os efeitos de ações não amigáveis ao meio ambiente de forma sensorial; mas após ouvir e assistir ao impactante conjunto de sons e imagens, é difícil não se sentir mais envolvido com a causa. Se você tem interesse em MUDAR sua postura, um bom INÍCIO é ter contato com esse universo de boas produções que também podem ser informativas.

Existem grandes documentários sobre causas ambientais e aqui você irá conferir uma lista de alguns deles:


O documentário, dirigido pelo alemão Wim Wenders e pelo brasileiro Juliano Salgado, retrata a trajetória do renomado fotojornalista Sebastião Salgado. O fotógrafo se debruçou em sua carreira pelas questões sociais e ambientais. O documentário conta, por meio das sensíveis imagens captadas pelo olhar de Sebastião, um pouco da história do homem e seu impacto sobre o planeta. Também mostra a faceta exploratória de recursos naturais, a relação de diversas civilizações com a natureza e a guerra, além da magnitude da natureza. As imagens da série Gênesis são o resultado de uma expedição épica redescobrindo montanhas, desertos e oceanos, animais e povos que se mantêm aparentemente intocados da marca da sociedade moderna. Além disso, o documentário conta sobre a história do Instituto Terra, de Salgado e de sua esposa, que surgiu com o objetivo de RECUPERAR a Mata Atlântica original na antiga fazenda de gado de sua família. O sonho e o projeto expostos no documentário expressam o pensamento de que a destruição da natureza pode ser revertida.

Filme completo aqui no BioTerra



Na língua hopi, Koyaanisqatsi significa "vida maluca, vida em turbilhão, vida fora de equilíbrio, vida se desintegrando, um estado de vida que pede uma outra maneira de se viver". O documentário, dirigido por Godfrey Reggio e orquestrado por Philip Gass, expõe a relação da humanidade com a natureza de modo crítico e questionador. Por meio de linguagem poética, ele constrói um diálogo sobre o impacto do ser humano no meio ambiente com imagens em câmera lenta e em time-lapse, sem uso de diálogo ou narração. Koyaanisqatsi é o primeiro filme da trilogia Qatsi, toda dedicada aos diferentes aspectos das relações entre humanos, natureza e tecnologia.

Filme completo aqui no BioTerra

Home (2009)


Dirigido pelo jornalista, fotógrafo e ambientalista Yann Arthus-Bertrand, o flime conta com imagens aéreas monumentais de diversos lugares da terra. Uma frase marcante do filme, que reflete sua intenção é: “O nosso ecossistema não tem fronteiras. Onde quer que estejamos, as nossas ações terão repercussões”. A narração insere questões ambientais que dialogam com as paisagens: a evolução histórica dos seres humanos, a industrialização, a agricultura, a descoberta do petróleo, as extrações de minerais, os hábitos de consumo criados e principalmente os impactos que estamos vivendo e viveremos em decorrência disso. 

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2012 - Time for Change (2010)


A produção, dirigida por João Amorim, acompanha o jornalista americano Daniel Pinchbeck, autor do bestseller "2012: The Return of Quetzalcoatl". Ele expõe as questões ambientais por um paradigma que mescla a sabedoria tradicional de culturas tribais e o método científico. O documentário tem entrevistas de personalidades como Sting, David Lynch, Paul Stamets, Gilberto Gil, entre outros. O documentário passa a mensagem de que um dos principais empecilhos para a mudança da situação de degradação da natureza é a consciência individual. Para EVITAR uma catástrofe mundial, todas as pessoas devem estar dispostas a fazer grandes mudanças em seus hábitos diários e abrir mão de certos confortos, em nome de um bem maior. O documentário discute experiências de meditação, a importância de construções sustentáveis, o movimento de contracultura e alternativas ecológicas para o dia a dia.

Virunga (2014)

O documentário, dirigido por Orlando von Einsiedel e produzido por Leonardo Di Caprio, mostra de forma emocionante a coragem e esforço de homens comprometidos com a conservação ambiental. Eles são um pequeno grupo de guardas florestais que protegem Virunga, o mais antigo parque nacional da África, na República Democrática do Congo. As florestas do parque abrigam os últimos 800 gorilas da montanha do planeta, grandes jazidas minerais e uma enorme biodiversidade. Dispostos a sacrificar a vida pelo Virunga, os guardas enfrentam constantes investidas de paramilitares, caçadores e mineradoras.

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Mission Blue (2014)


Dirigido por Robert Nixon e Fisher Stevens, Mission Blue se assemelha a O Sal da Terra, por tambémCONTAR a biografia de uma grande personalidade tendo também o objetivo muito maior - que é a conscientização ambiental. Ele mostra a biografia da renomada bióloga marinha Sylvia Earle e ao mesmo tempo faz importantes denúncias sobre a condição dos oceanos. Os avanços dos impactos das ações humanas nos oceanos e a importância destes para o equilíbrio do planeta são os focos do documentário.

Chasing Ice (2012)


Muito se fala sobre o aquecimento global, mas poucas pessoas realmente têm noção dos efeitos que já atingem nosso planeta. Se você é uma dessas pessoas que não se convence pelas tabelas, gráficos e números disponíveis sobre o assunto, assista ao documentário Chasing Ice, dirigido por Jeff Orlowski. O filme mostra a expedição do fotógrafo James Balog ao Ártico. O premiado fotógrafo recebeu o desafio da publicação National Geographic de retratar os efeitos da mudança climática no planeta. Para isso, ele desenvolveu o projeto “Extreme Ice Survey” (Pesquisa Radical no Gelo): posicionou câmeras resistentes em locais perigosos para produzir imagens do derretimento durante alguns anos. Com o efeito de time-lapse é possível observar as mudanças drásticas nas geleiras.

Mataram Irmã Dorothy (2007)


O documentário, dirigido por Daniel Junge, mostra o desafio que é ser ativista da causa ambiental na Amazônia. Para isso, a morte da missionária norte-americana Dorothy Mae Stang e as questões que envolvem o julgamento do crime são contadas. Ela vivia no Pará para ajudar a colocar em prática o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) e lutou contra o desmatamento da Amazônia. Uma questão que fica clara no documentário é a indiferença à realidade diária da região amazônica: a luta sangrenta pela terra enquanto a floresta nativa é destruída para dar origem a pasto para gado.

Cowspiracy (2014)


O filme nasceu na mente do cineasta Kip Andersen após ele se deparar com dados oficiais da ONU que informavam que a agricultura animal tem emissões de gases superior a todo o setor de transportes (carros, caminhões, trens, navios e aviões). Além disso, ficou intrigado com o fato de grandes ONGs ambientalistas ignorarem a causa número um da destruição do planeta. Se você se preocupa com emissões de gases, desmatamento e consumo de água deve se preparar para os dados alarmantes da degradação ambiental decorrente da indústria agropecuária denunciados pelo documentário.

Trashed - Para Onde Vai Nosso Lixo (2012)


"Trashed - Para Onde Vai Nosso Lixo", dirigido por Candida Brady e com com o ator Jeremy Irons no elenco, aborda não apenas a questão do lixo em si, mas também o destino dos resíduos. O filme é dividido em três partes: avaliação, solução (errada) e a tomada de uma decisão mais correta. Percorrendo todo hemisfério norte, Irons mostra como diversos governos tratam a questão do lixo, além EXPOR curiosidades e algum conteúdo aprofundado sobre ecologia.

In Transition 2.0 (2012)


"In Transition 2.0" retrata o movimento Transition, propõe respostas em pequena escala de comunidades nas áreas de alimentação, transporte, energia, educação, lixo, artes etc. A produção mostra histórias de pessoas comuns que têm feito coisas extraordinárias no mundo todo. Exemplos são comunidades que imprimem o próprio dinheiro, que cultivam suas comidas, transformando suas economias em locais, e criando centrais elétricas para a comunidade.

(Via eCycle, com seleção do Green Savers)

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Encontros Improváveis: Fernando Pessoa e Clem Leek- "Snow Tale" #2



Vivo uma Vida que não Quero nem Amo

Súbdito inútil de astros dominantes,
Passageiros como eu, vivo uma vida
Que não quero nem amo,
Minha porque sou ela,

No ergástulo de ser quem sou, contudo,
De em mim pensar me livro, olhando no alto
Os astros que dominam
Submissos de os ver brilhar.

Vastidão vã que finge de infinito
(Como se o infinito se pudesse ver!) —
Dá-me ela a liberdade?
Como, se ela a não tem?

Ricardo Reis, in "Odes"
[Heterónimo de Fernando Pessoa]

Mais textos e crónicas sobre Fernando Pessoa no Bioterra.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O projecto Cem Traças

O projecto Cem Traças é um projecto de ilustração científica desenvolvido com base em borboletas nocturnas, traças, da colecção de insectos do Museu Nacional de História Natural e da Ciência. Os autores desenvolveram este projecto no âmbito do Mestrado em Desenho pela Faculdade de Belas-Artes. O livro "Cem Traças" consiste num catálogo das ilustrações realizadas ao longo deste projecto.


Este projecto é baseado numa série de ilustrações de borboletas nocturnas (traças) desenvolvidas a partir de espécimes da colecção de insectos do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, no âmbito do Mestrado em Desenho da Faculdade de Belas-Artes. Será publicado um catálogo das ilustrações científicas realizadas e serão ainda produzidos outro tipo de materiais de divulgação (tal como postais, t-shirts, etc). O objectivo principal deste projecto é divulgar a colecção de insectos e a importância das colecções científicas, assim como a importância da ilustração científica enquanto meio de comunicação visual.

Nas 100 ilustrações realizadas, estão representadas 16 Famílias de borboletas nocturnas. As ilustrações são o ponto central do catálogo, sendo acompanhadas por um mapa assinalando o local de colheita e também, uma escala de cada exemplar. As ilustrações são ainda acompanhadas pelo número de catálogo de cada exemplar, usado como base para cada ilustração.
Ler mais aqui

sábado, 7 de novembro de 2015

Musica do BioTerra: Clan Of Xymox- Back Door


I am shrouded in darkness I crouched in wasted years I lingered, I can't get through Dazzled between far and near Like the elegies relate to days beyond recall I lingered in many memories

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

PÓLEN DA FLORESTA TROPICAL PODE AJUDAR A PREVER MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Foto: Francisco Soares Raposo

O estudante brasileiro e bolsista de Doutorado do Programa Ciência sem Fronteiras na Universidade de Edimburgo (Escócia), Antonio Alvaro Buso Junior, desenvolveu uma pesquisa sobre como o pólen presente na floresta tropical brasileira pode ajudar a prever mudanças climáticas no futuro. O estudo reforça a necessidade de proteção das áreas ambientais da Mata Atlântica, além de indicar o comportamento do meio ambiente no local ao longo dos anos.
Para o trabalho foram analisados mais de 140 tipos de pólen de árvores e ervas da Reserva Natural Vale, localizada na Floresta Atlântica de Linhares, no Espírito Santo. Os resultados indicam as diferenças sazonais, com verões chuvosos e invernos secos, ao longo dos últimos 7 mil anos e podem ser usados para prever a reação das florestas, plantas e espécies raras que habitam o local. O estudante destaca a importância da pesquisa para a preservação ambiental. “Eu espero que nós possamos agora mostrar o resultado deste estudo no intuito de que estes ecossistemas preciosos recebam maior proteção”, ressalta Antonio.
A equipe do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da Universidade de São Paulo (USP) também participa da pesquisa junto com Antonio, que também é estudante de doutorado da USP. Sobre a experiência com o CsF, ele destaca: “Minha estadia na Escócia tem sido incrível. A Universidade de Edimburgo é um centro de pesquisa reconhecido internacionalmente, o que tem proporcionado diversas contribuições para a ciência da história natural, sendo um lugar inspirador para realizar meus estudos. A cidade de Edimburgo é também um lugar agradável para viver, cheia de história e cultura”, conta o estudante.
Fonte: Ecopensar

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Encontros Improváveis- Florbela Espanca e Sisters of Mercy- Knocking On Heavens Door


Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.

Amo a hera que entende a voz do muro
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.

Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!

Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!...

[Florbela Espanca, Voz que se cala]

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Um ano depois do caso LuxLeaks nada mudou



Várias personalidades políticas europeias e economistas pediram aos Estados-membros da União Europeia “mais transparência e cooperação” contra a evasão fiscal, lamentando que um ano depois do caso LuxLeaks nada tenha mudado. O desabafo foi publicado esta terça-feira num artigo no jornal francês Libération.

Os signatários, entre eles o antigo presidente da Comissão Europeia Romano Prodi e o economista francês Thomas Piketty, pedem aos Estados-membros que apoiem a proposta do “relatório país por país, actualmente em discussão no quadro da directiva sobre os direitos dos accionistas”.

A proposta visa obrigar as empresas cotadas a “publicar informações sobre as suas actividades e os seus impostos”.

Em Novembro de 2014, “um grupo de jornalistas internacionais revelou que mais de 300 multinacionais assinaram, entre 2002 e 2010, acordos secretos com o Luxemburgo, a fim de reduzir drasticamente a quantidade dos seus impostos”, lembra o texto também assinado pelo relator do Parlamento Europeu da directiva sobre os direitos dos accionistas, Sergio Cofferati, pelos deputados socialistas franceses Pervenche Berès e Emmanuel Maurel ou o economista Jean-Paul Fitoussi. “Um ano após o LuxLeaks nada mudou”, lamentam.

“A União Europeia deve garantir que as multinacionais paguem os seus impostos onde elas fazem os seus lucros. Exigimos reformas ambiciosas para reduzir a evasão fiscal, preencher as lacunas na legislação, punir os paraísos fiscais e combater a corrupção e a lavagem de dinheiro. Temos de melhorar a transparência e cooperação transfronteiriça”, escrevem os signatários, defendendo que o “relatório país por país representaria um grande passo em frente na luta contra a evasão e a fraude fiscais”.

ONU: Pequenas Quintas Bio Podem Ser a Única Forma de Alimentar o Planeta

Enquanto alguns países continuam a forçar a massificação da produção agrícola, baseada em químicos, monoculturas e OGMs, a ONU reforça a importância e a urgência do desenvolvimento de um sistema de produção sustentável, natural e biológico.

De acordo com um estudo da Commission on Trade and Development (UNCTAD) da Organização das Nações Unidas, a Agricultura Biológica e small-scale farming (ou agricultura de pequena escala) serão a solução para alimentar o mundo de forma sustentável. O relatório sugere que serão necessárias alterações vincadas na forma como se produz e comercializa os alimentos, focando nas vantagens de uma mudança de agricultura de massas das grandes cadeias mundiais para pequenas produções locais.

O mesmo relatório indica ainda que diversificar as quintas e culturas assim como minimizar a utilização de fertilizantes é uma necessidade extremamente urgente. Tal como também é vital reformular as regras de global trade para irem de encontro às necessidades que identificam. Tratados internacionais como o TPP e o TTIP vão, actualmente, na direcção oposta ao que a UNCTAD acredita serem as necessidades do futuro.

A própria segurança global poderá estar, de acordo com este relatório, também em risco devido ao aumento constante de preços dos produtos alimentares e da especulação de preços em torno destes.

Fonte: UNCTAD

Dossiês Bioterra relacionados
Agricultura em varandas
Compostagem doméstica
Dossier agricultura sustentável
Da agricultura para a permacultura

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A vida é sugada pela actividade profissional intensa

“As empresas estão a obrigar as pessoas a estar demasiadas horas no trabalho”, alerta Pedro Afonso."Actualmente vivemos um paradoxo: à medida que vão surgindo novas tecnologias que deveriam facilitar a nossa vida temos cada vez com menos tempo para o lazer. O que acontece, muitas vezes, é que as pessoas esgotam a sua energia no trabalho e chegam a casa cansadas, sem tempo e sem energia para si próprios ou para cuidar dos filhos. E, depois, há sempre um preço a pagar. O tempo que dedicamos ao trabalho tem que ser gerido."

As novas tecnologias, criadas para facilitar o trabalho, estão a obrigar os trabalhadores a estarem mais tempo ligados ao trabalho, o que baixa a produtividade e conduz a doenças psíquicas, alerta o psiquiatra Pedro Afonso, autor de "Quando a mente adoece", numa entrevista ao Capital Humano do ETV que é emitida hoje.

Cerca de 25% dos portugueses estão deprimidos, somos o terceiro país do mundo no consumo de antidepressivos. Porquê? 
A vida é como que sugada pela vida profissional intensa. Tem que ser feita uma gestão inteligente do investimento profissional que não pode ser incompatível com ter uma vida pessoal que garanta bem-estar. Actualmente vivemos um paradoxo: à medida que vão surgindo novas tecnologias que deveriam facilitar a nossa vida temos cada vez com menos tempo para o lazer. O que acontece, muitas vezes, é que as pessoas esgotam a sua energia no trabalho e chegam a casa cansadas, sem tempo e sem energia para si próprios ou para cuidar dos filhos. E, depois, há sempre um preço a pagar. O tempo que dedicamos ao trabalho tem que ser gerido. A permanência prolongada no local de trabalho, leva a uma diminuição da produtividade. 

As empresas estão a gerir de uma forma pouca inteligente a produtividade, obrigando as pessoas a estar demasiadas horas no local de trabalho, o que não é produtivo. É importante que haja pausas ao longo do dia de trabalho e repartição das férias. Não se deve concentrar as férias todas no mesmo período. As pontes, por exemplo, são retemperadoras. Houve uma caça às bruxas de pontes e feriados e isso não é sinal para aumentar a produtividade. O que tem custos muitos elevados para as empresas e para o sistema nacional de saúde.

Um relatório divulgado, no passado, revelava que, muitas vezes, as pessoa têm uma doença ligeira, que se instala, uma depressão ligeira ou ansiedade, que não impede de trabalhar mas compromete a produtividade e que se arrasta durante meses. Temos que estar atentos para nos mantermos saudáveis e felizes no trabalho.

Não vivemos para trabalhar, trabalhamos para viver? 
Mas também temos que ter tempo para o lazer e para não pensar em nada. Actualmente há um sentimento de culpa por não se fazer nada. Mas é importante termos esses períodos em que não fazemos nada. Momentos que os ingleses designam de ‘wondering mode', e que o cérebro necessita. O que pode passar por andarmos a pé, de bicicleta, ou apenas vaguear pelas ruas. Esses são os momentos em que organizamos o pensamento e que muitas vezes temos as melhores ideias.

Portugal tem também um problema de défice de sono acumulado?
Temos a tentação de esticar o dia. À medida que vamos prolongando o dia do trabalho, encurtamos as horas de sono. Precisamos de dormir um número mínimo de horas: sete ou oito dependendo das pessoas. Por exemplo nos EUA, em dez anos, diminuiu uma hora o tempo médio de sono.

Aponte três sinais de alerta e três medidas de prevenção para evitar cair na doença.
Um sinal de alerta é quando as pessoas estão insatisfeitas com o trabalho, mudam de empresa continuam insatisfeitos. Se a pessoa se sente cansada durante as férias e depois do fim-de-semana, podem ser sinais que indiciam doença, assim como andar sempre desmotivados. Isso é uma espécie de dor psíquica que é um sinal de alarme que há qualquer coisa que não está bem na nossa vida. Quanto a conselhos: devem manter-se hábitos regulares de sono, respeitar o descanso. Criar momentos de lazer na sua vida quotidiana e manter contactos com a família e amigos. 

É também essencial fomentar a comunicação presencial com a família, com os filhos e amigos. Em vez de enviar um ‘sms' ou telefonar, deve ir ter com as pessoas. Depois deve ter contenção na utilização de mensagens electrónicas e telemóvel. Não deve responder logo, deixe para o dia seguinte. Não podemos deixar-nos inundar por solicitações que muitas vezes nos desgastam e nos podem conduzir a uma doença psiquiátrica.

Fonte: Económico