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quarta-feira, 22 de novembro de 2006

The End Of Suburbia.....ou como escapar aos subúrbios? O debate exige-se, com seriedade e eficácia!

The End of Suburbia: Oil Depletion
and the Collapse of the American Dream (versão 52 minutos)



Síntese em Português elaborada por Maria Christina Pinheiro
O documentário é canadiano, de 2004. Chama-se The End of Suburbia: Oil Depletion and the Collapse of the American Dream (em português seria mais ou menos assim: O fim dos subúrbios: O esgotamento do petróleo e o colapso do sonho americano), de James Howard Kunstler.
O Suburbia do título são os subúrbios americanos, os bairros que cercam muitas das grandes cidades nos Estados Unidos, entrando nas zonas rurais. Desde 1970, mais americanos vivem nos subúrbios do que nas cidades centrais. Foi uma imensa migração de pessoas em busca de mais espaço e tranquilidade, que acabou sendo o verdadeiro American way of life. Essa migração ou fuga teve um preço. Hoje é um dos estilos de vida mais custosos ao meio ambiente que existe. Quem viaja de avião entre algumas das maiores cidades do país observa que não há mais reservas verdes, nem áreas agrícolas. É como se tudo tivesse virado uma grande zona urbana, um cenário criado pelas mãos do homem.
Seus habitantes vivam sobre quatro rodas. Poucos andam a pé, tudo é feito de automóvel. E não são pequenas as distâncias percorridas pela maioria dos moradores dos subúrbios. Muitos rodam dezenas de quilómetros diariamente para ir trabalhar. Ou para ir aos gigantescos shopping centres, os paraísos do consumo.
Tudo isso, diz o documentário, certamente não existiria se não houvesse a cultura do automóvel e do petróleo barato. E as pessoas vivem como se essa situação fosse durar para sempre. No verão de 2003, o excesso de demanda em uma tarde de calor sufocante provou um gigantesco black out no Canadá, deixando 57 milhões de pessoas sem energia. Tratava-se de um sinal de alerta que, segundo especialistas, não foi percebido pela grande maioria dos habitantes da região.
Há algumas décadas, um geólogo elaborou uma teoria segundo a qual o petróleo, e outros recursos fósseis, seria extraído segundo uma curva ascendente, a um ritmo cada vez mais rápido, até chegar a um ponto em que, com metade do recurso consumido,
ele entraria num declínio de produção. Poucos o levaram a sério, até que nos anos 70, a produção de petróleo dos Estados Unidos atingiu esse ponto.
Seguiu-se a Rússia, na década de 80, e a Europa (Mar do Norte), nos anos 90. O consumo voraz do mundo é atualmente abastecido por gigantescos campos de petróleo na Arábia Saudita (como por exemplo Ghawar, o maior campo petrolífero do mundo), com imensas reservas no Iraque e outros países do Golfo Pérsico. O problema é que, segundo alguns especialistas, o pico de produção no Oriente Médio está próximo. Há quem aponte 2005 como o ano em que ele ocorrerá.
O documentário parte daí para uma perspectiva pessimista com relação à possibilidade de esgotamento de petróleo. Considera não haver alternativas: as fontes eólicas e solares são ineficientes, as reservas de gás e carvão natural estão a caminho do esgotamento, mesmo o urânio não será suficiente, o etanol e a biomassa consomem energia demais na sua produção ou nunca haveria terra suficiente para sua produção, e o hidrogénio é considerado quase uma piada - ele seria uma fonte de armazenamento de energia, não de energia, e sua produção consome mais energia que produz. Os especialistas entrevistados preveem guerras pelo controle de reservas, como já aconteceu com a invasão do Iraque.
No pior dos cenários, Estados Unidos e China poderão travar uma guerra sangrenta pelo petróleo do Médio Oriente.
Para os especialistas, o atual padrão de vida dos americanos é insustentável, mas certamente haverá muita pressão política para mantê-lo.
Afinal, como sobreviver com o petróleo a 400 dólares o barril, quando praticamente tudo o que se faz, se come, se utiliza vem do petróleo? No fim, esse estilo de vida terá que ser mudado, muita coisa reconstruída.
Isso poderia levar a anos de recessão e depressão.

Aconselho vivamente a leitura dos já 45 comentários ao filme no próprio YOUTUBE.

Esta questão mexe muito também com o tipo de cidades que queremos ou nos impingem, a ecoconstrução, a gestão auto-energética dos edifícios e instalações auto-sustentáveis....e tanta desinformação.
Observem estes projectos, por exemplo: a China que quer construir 400 novas cidades até 2020 [ver Dinamic City Foundation] com todo o impacto que isso tem ou a Shimizu Mega-City Pyramid em Tóquio…

Será que esta questão do Pico do Petróleo não sendo levada com ética e muita eficiência [ver também Peak Oil Production] só terá fim num futuro de retorno às cavernas....ou é uma RAZÃO (já que somos seres ditos racionais) que se impõe hoje, já com tantas alternativas e opções renováveis...e promotoras da Paz....antes de chegarmos a preços do barril de petróleo acima dos 100 dólares??? Não será tarde demais?

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