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sexta-feira, 5 de novembro de 2004

Caminhando contra a Energia Nuclear



Tristemente e apesar de muito já se ter dito e visto sobre os efeitos da utilização da energia nuclear, parece que os senhores da guerra e as finanças não querem aprender a lição e estão a preparar-se em optar fortemente no nuclear e se não arrepiarmos caminhos preventivos e mais esforços cívicos e jurídicos para travar este apetite, teremos o mundo a entrar em mais conflitos, corrupções e num inverno nuclear...

"O azul rouco, o azul sem cor, luz gémea da sede" de Eugénio de Andrade quando escreveu, curiosamente o livro "Contra a Obscuridade" há mais de trinta anos é uma profecia? Será que na história não houve momentos de contestação e de esperança? Claro que sim! Encontrei um pensamento poético de um ESCRITOR ÁRABE que viveu em Silves no séc.XI. O seu poema faz subir a chama, " a luz onde as cigarras ao arder, desafiam os cardos". Sabendo que há opções energéticas não-nucleares e principalmente renováveis, prefiro ser esta cigarra glosada por Eugénio de Andrade, que reduzir e apagar-me radioactivo. Calado não fico.

Se a Razão de um homem é perfeita
Perfeito é aquilo que ele é capaz
A prova reside no que de bom quis
Os olhos não reprovarão o que ele faz
Nem os ouvidos aquilo que ele diz

As-Silbia- poeta natural de Silves, que viveu no séc. XI

Poema extraído da obra de Adalberto Alves - " O meu coração é árabe- poesia luso-árabe", 2000, Edições Assírio-Alvim

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