"A Montanha não pensa em mim,
e por isso ensina-me tudo.
Está ali,
antes do meu nome
e depois do meu cansaço.
Não argumenta,
não explica,
não promete salvação.
É pedra respirando devagar,
um tempo tão vasto
que o tempo deixa de ser pressa.
Aprendo com ela a não querer mais
do que estar.
Um órgão antigo
desta grande vida que se regula sozinha,
que se cura sem pedir licença,
que mantém o equilíbrio
mesmo quando a esquecemos.
Quando me torno vento entre os seus picos
sou menor —
e isso é um alívio.
A Montanha não é símbolo.
É presença.
E ao aceitá-la assim, inteira,
aprendo a pertencer
à Terra viva."
Joao Soares -14.12.2025

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