Espécie emblemática dos ecossistemas mediterrânicos da Península Ibérica, esteve praticamente extinta em Portugal Continental durante mais de duas décadas. Graças a um programa de reintrodução que ocorreu no Parque Natural do Vale do Guadiana, por pressão da União Europeia e em contrapartida do financiamento comunitário para a barragem da ribeira de Odelouca, existem actualmente mais de 350 linces em território nacional, estando a maioria nos concelhos de Mértola, Serpa e Alcoutim. Décadas atrás, a espécie também estava presente nas serras da Malcata, São Mamede, Espinhaço Cão, Monchique ou Caldeirão, no Tejo Internacional, Alentejo Litoral e Costa Vicentina, ou na região de Moura-Barrancos. A redução drástica das populações de coelho-bravo, a caça furtiva, a destruição de habitat ou o recurso a venenos foram as principais causas da sua extinção no território português. Em boa verdade, o lince-ibérico foi salvo sobretudo pela acção das autoridades espanholas, que conseguiram garantir a sobrevivência de duas populações até ao início do século, em Doñana e na zona mais oriental da Serra Morena. Se dependesse apenas de Portugal, hoje já não existiria o lince-ibérico.

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