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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

GEOTA removeu mais uma barreira obsoleta no rio Alviela


No dia 29 de novembro foi removido, perante uma assistência entusiástica, o açude do Sourinho, uma barreira obsoleta à conectividade fluvial.

Esta remoção faz parte de um conjunto de ações de reabilitação a decorrer num troço de 300 m do rio Alviela. Coordenados pelo GEOTA, os trabalhos iniciaram-se em meados de novembro com a limpeza das margens e controle de espécies invasoras.

Na presença da população, proprietários e representantes das principais entidades envolvidas, a coordenadora do Programa Rios Livres GEOTA, Ana Catarina Miranda, salientou a relevância da colaboração institucional com a APA, o Município de Alcanena, entidades académicas como o ISCTE e o Instituto Superior Técnico (que apoiam no processo de participação pública e na monitorização de peixes e de sedimentos), a CLAPA e a E.RIO. Esta última foi representada por Pedro Teiga, que teve a oportunidade de explicar sucintamente o projeto de reabilitação em curso. Nuno Silva, Vice-Presidente do município de Alcanena, enfatizou a importância que estes projetos têm para o município e afirmou que continuarão a apoiar projetos como este.

A coordenadora do Programa Rios Livres do GEOTA, Ana Catarina Miranda, disse que esta é a segunda barreira removida no Alviela, num país onde “existem cerca de 15 mil barreiras à conectividade fluvial identificadas, grande parte delas obsoletas”, causando prejuízos ambientais e diminuição da resiliência às alterações climáticas.

“São estruturas que já não servem qualquer propósito económico ou social e que tendem a provocar impactos ecológicos significativos, desde a limitação das migrações piscícolas à retenção de sedimentos essenciais para combater a erosão costeira”, explicou.

A responsável sublinhou que Portugal tem o objetivo de libertar cerca de 500 quilómetros de rios, no âmbito da meta europeia de remoção de barreiras e recuperação da conectividade em 25 mil quilómetros de cursos de água.

“Atingir esta meta é o objetivo do Estado, mas a capacidade de atuação tem sido limitada. Projetos como o nosso, promovidos por organizações não governamentais e envolvendo a sociedade civil, os governos locais e as instituições académicas, colaboram com o Estado para que seja atingida esta meta”, afirmou.

O projeto no Alviela decorre desde 2023 e inclui mapeamento e priorização de barreiras, participação pública e monitorização.

A intervenção no açude de Sourinho é financiada pela DIMFE, pelo programa internacional Open Rivers Europe,  pela Fundação Calouste Gulbenkian  e pelo prémio Dam Removal Europe 2023, no valor de 15 mil euros, atribuído ao GEOTA pela remoção do açude de Vaqueiros (a primeira barreira eliminada no Alviela, em abril de 2023), com a segunda remoção a representar um investimento global na ordem dos 100 mil euros.

Segundo Ana Catarina Miranda, o GEOTA pretende remover uma barreira por ano entre 2026 e 2028, dependendo da aprovação de novo financiamento internacional.

“Aprendemos muito com as duas intervenções no Alviela. A partir de sábado, existirão menos duas barreiras nesta bacia, mas o problema é nacional e muito mais vasto”, salientou.

No final, Teresa Álvares, Administradora Regional da ARH Tejo e Oeste na APA, sublinhou que “a APA continuará a apoiar e a promover ações de reabilitação fluvial”, destacando os benefícios ecológicos, sociais e económicos que estas iniciativas proporcionam.

Siga o desenvolvimento dos trabalhos em curso em: Sourinho

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