“As pessoas na sua maioria não veem realmente as plantas ou entendem as plantas ou o que elas nos dão... então, o meu acto de reciprocidade é mostrar as plantas como dádivas, como inteligências diferentes da nossa, como estes seres incríveis e criativos - meu Deus, elas podem fotossintetizar, isso ainda me impressiona! Quero ajudá-las a se tornarem visíveis para as pessoas. As pessoas não conseguem entender o mundo como uma dádiva, a menos que alguém lhes mostre como é.
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O que me está sendo revelado pelos leitores é um profundo desejo de conexão com a natureza... É como se as pessoas se lembrassem de algum tipo de lugar ancestral dentro delas. Estão a lembrar-se como seria morar num lugar em que se sentissem companheiras do mundo vivo, não de seu afastamento. Embora o outro lado de amar tanto o mundo... é viver sozinho num mundo doente.
Tendemos a evitar essa dor... Mas acho que esse é o papel da arte: ajudar-nos a sofrer, e através do sofrimento, um pelo outro, pelos nossos valores, pelo mundo dos vivos. Sabe, penso no luto como uma medida do nosso amor, que obriga-nos a fazer algo, a amar mais... A maneira como estou a estruturar isto para mim mesma é que, quando alguém acaba este livro, os direitos da natureza fazem todo sentido para eles. Estou realmente a tentar transmitir que as plantas são pessoas.
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Não tenho o poder de desmontar a Monsanto. Mas o que tenho é a capacidade de mudar a maneira como vivo diariamente e como penso sobre o mundo. Só tenho que acreditar que, quando mudamos a forma como pensamos, de repente mudamos a maneira como agimos e como as pessoas ao nosso redor agem, e é assim que o mundo muda. É mudando corações e mudando mentes. E é contagioso. Tornei-me cientista ambiental e escritora por causa do que testemunhei crescendo num mundo de gratidão e dádivas.
Um contágio de gratidão... Estou apenas a tentar pensar sobre como seria isso. Agindo por gratidão, como uma pandemia. Eu consigo imaginar."
Fonte: The Guardian
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