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sábado, 31 de maio de 2025

Sobre a vitória em 29 de Maio


Aos racistas que diz que esta não é a seleção portuguesa porque os miúdos não têm pele suficientemente clara, só tenho uma coisa a dizer: devemos as nossas maiores glórias no futebol – campeão europeus e 3° lugar num Mundial – a Éder e a Eusébio.
Agradeçam e desapareçam.

Aumento global do investimento militar está a ameaçar a ação climática, denuncia relatório


Estima-se que atualmente as despesas na área militar a nível global sejam de 2,4 biliões de euros por ano. A invasão russa da Ucrânia espoletou um aumento do investimento militar da União Europeia (UE), com um aumento de mais de 30% entre 2021 e 2024, ano em que alcançou os 326 mil milhões de euros, cerca de 1,9% do PIB da UE.

Saber mais:
Tudo aponta para que essa tendência de aumento persista, não apenas no âmbito da UE, mas também da NATO, a qual integram a maioria dos Estados-membros do bloco regional. Salientando que a Defesa é uma área com grandes consumos de energia e cujas emissões associadas de gases com efeito de estufa “contribuem significativamente para a crise climática”, um relatório divulgado pelo Observatório do Conflito e Ambiente (CEOBS) avisa que o aumento dos investimentos militares pode ser acompanhado por um aumento das emissões e pela erosão dos esforços para combater as crises planetárias.

Intitulado “How increasing global military expenditure threatens SDG 13 on Climate action” (“Como aumentar a despesa miliar global ameaça o ODS 13 sobre Ação Climática”, numa tradução livre para português), a análise destaca que aumentar os gastos com a Defesa aumentará também as emissões de gases com efeito de estufa dessa área, e lembra que se as forças armadas de todo o mundo fossem um país seriam o quarto maior emissor global.

Dizem os relatores que aumentar a produção de armamento consome muita energia e que, por “os avanços tecnológicos em tecnologias militares de baixo carbono” continuarem a ser “limitados”, a subida da procura aliada a uma “dependência” de tecnologias mais velhas mas mais bem conhecidas fará com que as áreas militares fiquem “presas” a equipamentos intensivos em combustíveis fósseis que continuarão a ser usados ao longo das próximas décadas.

“Verificou-se que as despesas militares contribuem para o aumento das emissões mesmo quando se tem em conta o progresso tecnológico no setor militar”, aponta o relatório, apontando para uma relação íntima entre as “dinâmicas gerais de militarização” e os impactos negativos no ambiente. Calcula-se que três anos de guerra na Ucrânia (fevereiro de 2022 a fevereiro de 2025) tenham resultado em emissões de 230 milhões de toneladas de gases com efeito de estufa, e que as emissões dos primeiros 60 dias do conflito em Gaza tenham sido superiores às emissões anuais de 20 países combinados, cerca de 280 mil toneladas, e os impactos climáticas da reconstrução poderão ser ainda maiores.

Por não haver um consenso sobre como as emissões geradas pelas áreas militares devem ser reportadas, ou se devem ser comunicadas de todo, os especialistas acreditam que existe um fosso no conhecimento que limita a capacidade para avaliar os progressos no Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 13, que diz respeito ao combate às alterações climáticas.

Além dos impactos ambientais diretos, o relatório indica que o aumento do investimento na área militar pode desviar financiamento da investigação científica climática e de medidas que visem a adaptação e a resiliência das comunidades aos efeitos das crises planetárias.

Ainda que reconheçam a importância das forças militares na resposta a eventos climáticas extremos, por exemplo, os autores da análise dizem que é “crucial” assegurar que qualquer aumento da despesa militar não seja feito à custa da redução de investimentos em adaptação e preparação climáticas da população.

“Uma opção para mitigar esse risco é integrar estrategicamente os ativos militares em estruturas de adaptação climática, para que os governos possam aproveitar o seu potencial ao mesmo tempo que asseguram que os esforços de longo prazo para criar resiliência continuam a ser uma prioridade”, lê-se no relatório.

“Se esta corrida global ao armamento continuar ao ritmo atual, é mais um obstáculo para nos impedir de alcançar o objetivo abrangente do Acordo de Paris: limitar o aumento da temperatura média global a um valor muito inferior a 2ºC.”

Os especialistas reconhecem que, no âmbito da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável para um mundo pacífico, justo e sustentável, a segurança, especialmente pela via militar, desempenha um papel fundamental, mas avisam que “precisamos de investir em segurança genuína e humana”, salientando que “para muitos, a crise climática está já a comprometer o seu caminho em direção a um futuro justo, sustentável e pacífico”.

O documento apela a uma mobilização da comunidade internacional para trazer as áreas militares para a esfera dos esforços de proteção do planeta, apelando, por exemplo, à comunicação transparente, confiável e abrangente das emissões militares de gases com efeito de estufa, e a um compromisso dos países para criarem planos “ambiciosos” para reduzirem as emissões das suas forças armadas e para comunicarem “claramente” ao público de que forma as suas decisões para aumentar as suas despesas militares afetam os seus compromissos para o Desenvolvimento Sustentável e para com as metas do Acordo de Paris.

“Não podemos continuar com as nossas cabeças enterradas na areia e a ignorar o impacto climático do aumento drástico das despesas militares”, alertam os autores.

Hopi - o povo da Paz


Esta imagem, capturada por Wharton por volta de 1898 no Arizona, não é apenas um retrato.É um testemunho silencioso de identidade, resistência e herança.

Diante da lente, uma mulher hopi envolve o filho nas costas, enquanto sua filha — de penteado elaborado — repousa ao lado. Mas o que parece simples, é tudo menos isso.

O penteado da jovem, com laterais esculpidas em espiral, não era adorno estético. Era uma linguagem visual ancestral: dizia que ela era solteira e em idade de se casar.
Cada traço do cabelo, cada dobra da roupa, cada gesto contava algo. Falava de pertencimento. De um mundo onde o corpo também é voz.

A mulher, envolta num manto tradicional, ergue o olhar direto à câmera. Não sorri. Não se curva. Seu olhar é sereno e desafiador.
Ali está a firmeza de quem carrega nas costas não apenas um filho, mas a continuidade de um povo.
Uma dignidade que sobreviveu à colonização, ao apagamento e à imposição cultural.

Em tempos de assimilação forçada e perda identitária, essa fotografia ergue-se como um grito quieto:
“Ainda estamos aqui.”

Os hopi — cujo nome significa “o povo da paz” — habitaram o altiplano do Arizona durante séculos.
Criaram uma cosmologia profunda, enraizada na harmonia com a natureza e na espiritualidade do cotidiano. E mesmo quando o mundo tentou silenciá-los, eles resistiram com o que tinham: sabedoria, silêncio e raízes.

Hoje, ao olharmos para esta imagem, somos convocados a enxergar além do preto e branco. A ver a cor da história. A escutar as vozes que nunca deixaram de falar — mas que, por muito tempo, ninguém quis ouvir.

Preservar culturas indígenas não é olhar para trás. É reconhecer que nelas vivem respostas para o presente. E sementes de futuro.

George Monbiot - A Verdadeira Origem do Capitalismo


Na sua instigante exploração, o renomado pensador George Monbiot mergulha na ideologia oculta que molda nossa vida cotidiana. Ele revela como uma filosofia marginal da década de 1930 foi apropriada pelas elites abastadas para salvaguardar suas fortunas e proteger seu poder. Essa ideologia influenciou significativamente setores vitais como educação, saúde e nosso bem-estar mental. Monbiot destaca o profundo impacto que essa filosofia tem em nossos relacionamentos e no próprio planeta em que vivemos. Muitas vezes não reconhecida, essa força omnipresente parece uma parte inescapável de nossa realidade. Conhecida como neoliberalismo, pode parecer omnipresente, mas Monbiot afirma que não é inevitável nem imutável. Ao iluminar a sua história e examinar suas repercussões, ele nos capacita a compreender suas origens e implicações. Junte-se a nós nesta discussão esclarecedora para descobrir como compreender o neoliberalismo pode nos capacitar a defender um futuro mais justo e equitativo.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

M83 - Wait


Send your dreams
Where nobody hides
Give your tears
To the tide
No time
No time

There's no end
There is no goodbye
Disappear
With the night
No time
No time

A canção foi apresentada no nono episódio da série televisiva The Secret Circle, em 2011, e no episódio 14 da quinta temporada de Gossip Girl, The Backup Dan. A canção foi também apresentada no filme Step Up Revolution e no episódio 14 da primeira temporada de "Revenge", em 2012. 

"Wait" foi apresentada na homenagem de fim de ano da Turner Classic Movies, "TCM Remembers", em 2012, que homenageou todos os profissionais do entretenimento que faleceram nesse ano.

Em 2013, a música foi apresentada na série de TV dramática de ficção científica Under The Dome, no episódio 7 da primeira temporada.

O produtor musical norueguês Kygo fez um remix gratuito da música, que lançou em 2014. Mais tarde, lançou o remix oficialmente como uma nova edição no seu quinto álbum, "Kygo", lançado em junho de 2024.

A música teve destaque no filme "A Culpa é das Estrelas", de Josh Boone, de 2014, que este solicitou que fosse incluída como uma das músicas do filme. Também em 2014, a música foi apresentada no final do filme "Perfect Sisters" e no episódio cinco da sexta temporada de "The Vampire Diaries".

A música foi utilizada no bailado de 2018 "Hour Up, We're Dreaming".  Além disso, o episódio 1 da primeira temporada da série Ragnarok da Netflix apresenta esta música logo no início, durante a abertura.

A música foi utilizada no documentário "Chasing the Moon", da PBS American Experience, de 2019, um filme de Robert Stone, que apresenta a corrida humana à lua para uma nova geração com mitologia convencional e no filme de 2019 "Five Feet Apart".

A janela encantada


A vida sempre foi boa comigo.
Quando soube que o meu coração
estava carregado de sombras
e que ele só se alimenta de luz,
abriu uma janela no meu peito
para que por ela possam entrar
o resplendor do orvalho
o fulgor das estrelas
e o invisível arco-íris do amor.

Thiago de Mello
In De uma vez por todas, 1996

Amadeu Thiago de Mello nasceu em Barreirinha, Amazonas, em 30 de março de 1926. Além de tradutor e ensaísta, é um dos poetas mais influentes e respeitados do país, sendo reconhecido como um ícone da literatura regional. A luta política, o lirismo, as relações de família e os amores são facetas marcantes em sua obra.

Preso durante a ditadura militar (1964-1985), exilou-se no Chile, encontrando em Pablo Neruda um amigo e colaborador. Da amizade veio a decisão de traduzirem os poemas um do outro.

Mello morou na Argentina, no Chile, em Portugal, na França e na Alemanha. Voltou à sua cidade natal, onde viveu até à sua morte.


Demography of Europe – 2025 edition

Discover interesting insights about how the population is developing, ageing and much more in this interactive publication.

The publication is divided into 4 sections: population structure, population change, population diversity and marital status.

Consulte o mapa interactivo aqui

Europa em crise de relevância


Expresso
A evolução para um sistema multipolar assimétrico tem sido marcada pelo aparecimento de inúmeros centros de poder. Para a Europa, está a tornar-se cada vez mais difícil posicionar-se como um protagonista de primeira linha, em grande parte devido às suas normas restritivas de tomada de decisão, mas não só.

No início do século XX, o geógrafo britânico Halford Mackinder conjeturava que o vasto interior da Eurásia continha a chave definitiva para a geopolítica global. A “Teoria da Terra Central” lembrava como o controlo daquela região crucial moldou a dinâmica do poder mundial durante séculos. 

O surgimento do Ocidente moderno apontou a agulha para os territórios ocidentais, que tiveram uma liderança de cerca de 200 anos. Nas últimas duas décadas, porém, a perda de influência europeia tem sido gradual, e, com o regresso de Donald Trump à Casa Branca, esse enfraquecimento da autoridade tornou-se ainda mais evidente: os países europeus têm sido deixados de fora de quaisquer negociações sobre a Ucrânia, a primeira viagem do Presidente dos EUA ao estrangeiro foi ao Médio Oriente, e há algum tempo que a figura do mediador se deslocou para protagonistas mais inesperados — a Turquia, o Catar e a Arábia Saudita.

Minha reflexão
O problema não é a dificuldade na tomada de decisão mas sim as decisões que vêm sendo tomadas, nomeadamente face à Rússia, à China e a Israel. E também a posição subalterna face à política externa Norte-americana e do Reino Unido. A UE devia estar pelo menos como observador nos BRICS. Devia ter uma posição menos "neocolonial" face a África e à dita Maioria Global (a estória do Jardim e da Selva do Borrell foi imensamente destrutiva). Devia ser o maior promotor da paz e não da guerra; a dualidade de critérios em relação à Ucrânia e à Palestina só a diminuem como entidade credível. E devia funcionar como uma entidade coesa e não a França e a Alemanha a fazerem como querem e a posicionarem-se sempre como um duo, em desrespeito dos seus parceiros na UE. Enfim! O comentário geopolítico do Expresso continua a atirar só lado.

Como reduzir a exposição a microplásticos



Muito do que consumimos hoje em dia contém plástico, ou melhor, microplásticos, pequenas partículas com menos de cinco milímetro que são invisíveis a olho nu. Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pela Universidade de Victoria, no Canadá, apontou que a ingestão dessas partículas varia de 74 mil a 121 mil partículas por ano por pessoa, conforme idade, sexo e hábitos de consumo.

O impacto disso sobre a saúde humana ainda não é totalmente compreendido, mas existem indícios de que é bastante prejudicial. Alguns estudos já demonstraram associação com doenças cardiovasculares, câncer, desequilíbrio hormonal, falhas no desenvolvimento fetal, infertilidade e lesões celulares, entre outras condições.

Os microplásticos, atualmente, estão presentes na água, no ar e no solo, e é por isso que chegam aos alimentos e, também, a itens cotidianos como cosméticos, embalagem e até roupas. Apesar dessa onipresença, há maneiras de evitá-los. Confira, a seguir, 8 dicas:

1-Evite utilizar utensílios de plástico
Produtos como potes, garrafas, tábuas de corte e copos feitos de plástico podem transferir microplásticos para alimentos e bebidas. No caso da tábua, um estudo da American Chemical Society (ACS) mostrou que elas podem expor os seres humanos a até 79,4 milhões de microplásticos de polipropileno - um tipo de polímero plástico - por ano. Sempre que possível, opte por utensílios de vidro, silicone ou aço inoxidável (inox).

2-Não coloque recipientes plásticos no micro-ondas
Quando aquecidos no forno de micro-ondas, os recipientes de plástico podem libertar quantidades significativas de microplásticos nos alimentos. Um estudo realizado em 2023 por cientistas da Universidade de Nebraska-Lincoln, dos Estados Unidos, encontrou até 4 milhões de microplásticos por centímetro quadrado em certos alimentos para bebês embalados em plástico que podem ser levados ao micro-ondas.

3-Substitua os enlatados e os alimentos embalados em plástico
As latas geralmente são revestidas com produtos químicos como BPA (Bisfenol A), um conhecido desregulador do sistema endócrino, ou outras alternativas de plástico que podem contaminar o conteúdo. Os alimentos vendidos em embalagens plásticas nos supermercados, incluindo processados e mesmo frutas e verduras, também têm risco de serem contaminados pela liberação de microplásticos. Se possível, evite enlatados e alimentos embalados em plástico.

4-Filtre a água que irá beber ou cozinhar
Tanto a água engarrafada quanto a água da torneira podem conter microplásticos. Por isso, a indicação é utilizar um filtro. Invista num de alta qualidade e certificado, capaz de remover partículas de microplástico da água.

5-Reduza o consumo de frutos do mar
Mariscos, mexilhões ostras e vieiras tendem a ter mais microplásticos porque os pegam da água. Esses seres acabam ingerindo as partículas que estão na água e aí, quando os consumidos, ingerimos também. Opte por peixes selvagens e frutos do mar de fontes confiáveis que sejam coletados usando práticas de pesca sustentáveis.

6-Fique atento aos chás
Muitas marcas de chá usam plástico em seus saquinhos para vedá-los, e o material pode passar para a bebida quando a água quente é adicionada. Tenha atenção na hora de comprar, dando preferência para os chás que vem em saquinhos de algodão ou linho orgânicos. Ou, então, prefira adquirir as folhas naturais de chá e utilize coador de metal para preparar.

7-Escolha alimentos frescos e integrais
Tente comer mais alimentos frescos, como frutas, vegetais, grãos, feijões, nozes, ovos e carne, sobretudo os que não são vendidos em embalagens plásticas. Sempre opte por uma dieta integral, rica em alimentos orgânicos, proteína de qualidade e gorduras saudáveis.

8 - Opte por produtos naturais
Roupas de fibras naturais, como algodão, lã e linho, liberam menos fibras microplásticas em comparação com os tecidos sintéticos (poliéster e náilon, por exemplo). No caso de produtos de limpeza, muitos contém elementos plásticos, então, aposte no vinagre e no bicarbonato de sódio. E, em relação aos cosméticos, e maquiagens, verifique os rótulos com cuidado e garanta que não contenham microplásticos adicionados, como politetrafluoretileno (PTFE) ou do polietileno (PE).

Ler ainda mais:
How to Reduce Exposure to Microplastics

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Combustíveis fósseis: Bruxelas diz que Portugal não cumpriu recomendações


Portugal não cumpriu as recomendações da Comissão Europeia para eliminar subsídios aos combustíveis fósseis até 2030, ser mais ambicioso na eficiência energética e responder às necessidades de investimento na transição climática.

A Comissão Europeia concluiu que Portugal "não respondeu" a três recomendações, incluindo a de eliminar subsídios aos combustíveis fósseis.

"O plano reconhece a necessidade de eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis até 2030, em conformidade com os compromissos internacionais, mas não apresenta medidas específicas nem um cronograma claro para tal", assinala a instituição.

Além disso, apesar de o plano português incluir metas sobre a eficiência energética, o país "não aumentou o nível de ambição", critica Bruxelas.

Já quanto ao financiamento da transição energética e climática, o plano de Portugal "não apresenta dados sobre necessidades de investimento", nem "explica como as medidas irão mobilizar investimentos privados", não incluindo uma "divisão entre investimento público e privado".

A Comissão Europeia pede que Portugal garanta "uma implementação atempada e completa" de um novo plano energético.

"A UE está atualmente no caminho para reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em cerca de 54% até 2030, caso os Estados-membros implementem plenamente as medidas nacionais existentes e planeadas, bem como as políticas da UE", concluiu a Comissão Europeia.

A meta da UE é reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em pelo menos 55% face a 1990, alcançar pelo menos 42,5% de energias renováveis no consumo final bruto de energia e melhorar a eficiência energética em pelo menos 11,7%.

Entrevista: entenda por que não existem raças humanas

Avanços na genética mostraram que não faz sentido falar de “raças”, já que os seres humanos compartilham 99,9% do DNA. 




Por Iael de Souza[1]

Enquanto indivíduos que fazem parte de uma sociabilidade (totalidade social), querendo ou não, somos obrigados a tomar posição perante as situações concretas vividas, ainda mais quando se é um(a) educador(a), caso da autora. Tal posicionamento reflete a determinação de classe, tenha-se ciência disso ou não. Algo a ser ressalvado. No entanto, importante alertar que um contingente significativo de indivíduos está preso a uma falsa consciência (às aparências, às sombras, como no Mito da Caverna, de Platão), às ilusões acerca da realidade, incapazes de apreender a concretude de suas próprias condições materiais de existência, acreditando fazer parte de uma classe e segmento social ao qual, em essência, não pertence.

Além de educadora, para garantir minha reprodução dependo da venda da força de trabalho (assalariamento). Logo, faço parte daqueles que são explorados, dominados e sofrem diferentes tipos de opressão, assim como ocorre com toda a classe trabalhadora, embora haja diferenciações na intensidade e nas formas de exploração, dominações e opressões devido ao lugar ocupado na divisão social-técnica-hierárquica do trabalho, além de outras particularidades relacionadas à sexo, sexualidade, cor, “raça”, “etnia”.

Descrevo-me, portanto, como trabalhadora assalariada, membro da classe que vive da venda de sua força de trabalho (física e mental) como condição de reprodução e manutenção; explorada, dominada e oprimida pelo sistema capital e suas personas; heterossexual/cisgénero, branca; consciente de que faço parte da classe trabalhadora (independente do lugar que ocupo na divisão social-técnica-hierárquica do trabalho e da remuneração obtida) e que como classe da perspectiva do trabalho tenho como tarefa revolucionária primordial contribuir na agitação, propaganda e organização da classe trabalhadora e das camadas populares para reabsorver e reassumir o poder político-social a fim de superar o modo de produção capitalista, o Estado, a propriedade privada, o valor de troca, a sociabilidade de mercado e as classes sociais (exploração, dominação e opressão de seres humanos por seres humanos), construindo e fundando um novo modo de vida e sociabilidade.

Na construção dessa organização, é preciso enfrentar as questões do nosso tempo, que repõem e atualizam aquelas que tiveram continuidade no processo histórico-social e tornam ainda mais complexa e hercúlea a organização da classe trabalhadora, cada vez mais metamorfa e metamorfoseada pelas reestruturações produtivas do sistema capital e estágios do modo de produção capitalista. É preciso enfrentar os problemas que minam a unidade e solidariedade dessa classe trabalhadora segmentada em setores, fragmentada pelas novas estratégias do capital e dividida pelas particularidades que a cega para enxergar aquilo que compõe sua universalidade e unidade comum.

O educador que se posiciona na perspectiva do trabalho e da classe trabalhadora não pode negligenciar os debates e questões candentes de seu tempo. No presente e atual conjuntura brasileira, em que discursos homofóbicos, misóginos, racistas, preconceituosos, de ódio são propagados por aquele que ocupa o cargo de presidente da República, incitando práticas de violências noticiadas pelos jornais – como o caso do menino Miguel, em Recife, morto por negligencia da patroa de diarista; o espancamento de Moise Mugenyi, na praia da Barra da Tijuca; o assassinato de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do PT (Partido dos Trabalhadores) em Foz do Iguaçu, para citar alguns exemplos – mais do que nunca é preciso intervir através de análises e reflexões capazes de reconstruir as mediações (e não apenas interpretações, represetanções) da realidade, conectando a objetividade dos fatos à estrutura da totalidade social, expondo as determinações reflexivas entre particularidade e universalidade, a fim de que se possa apropriar do movimento e das contradições do real, apreendê-lo e intervir de modo o mais adequado e eficiente possível, contribuindo para a criação das condições objetivas e subjetivas para superá-lo.

Assim sendo, não é por ser branca que não posso e não irei me posicionar frente às práticas racistas, às várias formas de violências infringidas contra as pessoas por questões econômico-sociais, sexistas, de sexualidade e todas as outras formas de opressão possíveis e inimagináveis. Ao contrário, como lembra Angela Davis, “numa sociedade racista, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, independente da cor de nossas peles, pois, em última instância (frise-se), o aspecto econômico-social torna-se o fator predominante, sendo mesmo capaz de artificialmente produzir “branquiamentos [2]”, o que nos remete à sentença de Lucy Parsons:
“Há alguém tão estúpido”, perguntou Parsons em 1866, “a ponto de acreditar que essas afrontas têm […] se acumulado sobre o negro por ele ser negro?” “De forma alguma. É porque ele é pobre. É porque ele é dependente. Porque ele é mais pobre enquanto classe do que seu irmão branco nortista, escravo do salário” (DAVIS, 2016, p. 159).
Ser branco não significa ser a personificação encarnada do colonizador, já que a brancura do branco se define por sua classe (trabalhadora ou capitalista), condição de classe (hierarquicamente falando) e por sua origem geográfica (europeia ou não). “Lugar de fala”, como esclarece Guilherme Terreri/Rita Von Hunty (“Lugar de fala e a confusão que se faz” …, Tempero Drag, dezembro 2021), não é um dado proibitivo do discurso, mas sim um dado analítico, evidenciando de onde ele vem, e não aquele discurso que pode ou não ser dito. Nenhuma fala é neutra, carregando consigo classe, sexo, sexualidade, “raça”, cor, etc. É importante que ao ouvir alguém se pronunciando perguntemos “quem” está falando, de “qual lugar”, identificando as origens de quem fala. Também é necessário precisar se se fala a partir da episteme (teoria do conhecimento, conhecimento científico, partindo de um método de análise, reflexão e proposição), da sophia (vivência, experiência) ou da doxa (senso comum, crença, opinião). Se por “lugar de fala” é entendido que só fala quem viveu e experimentou, não há espaço para a episteme e se fica apenas na sophia alimentando a doxa, o que empobrece e prejudica a apreensão do problema em suas múltiplas determinações e concretude.

É por isso que mesmo sendo branca discorrerei sobre “raça” e “cor”, porque, ainda que não fale pela sophia, como educadora estarei embasada na episteme como forma de desconstruir a doxa historicamente fabricada, criando conceitos que até hoje guiam as pessoas em sua forma de pensar, agir e interagir com os outros, demonstrando que tal discussão não é apenas acadêmica, mas essencial para transformar nossas práticas (a mudança começa pela mudança daquele que vê), uma vez que a linguagem tende a preestruturar o pensar e o agir. O significado de uma palavra ou expressão “é o que ela faz, ou seja, o efeito que ela produz em seus ouvintes… Um nome pode determinar a natureza da resposta que lhe é dada em virtude das associações que o uso desse nome evoca” (Keith Baird, jovem especialista afro-americano do Conselho de Educação de Nova York. In: Revista Ebony 23, p. 46 a 54, novembro de 1967. Disponível em: Quilombohoje).

Embora seja a existência quem determina a consciência, na dialética entre o real (a prática social) e o pensamento abstrato, faz-se a apropriação do movimento contraditório da realidade pelo concreto pensado, que ao nomear o mundo, conceituando-o e categorizando-o, permite a intelecção de sua objetividade pelos sujeitos, que passam a comunica-lo para os demais, alterando e transformando o modo de pensar, ser e interagir das pessoas entre si e com o mundo. Logo, a existência, ponto de partida é desvendada no ponto de chegada pelo trabalho da reflexão crítica que busca retotalizar as mediações que perfazem as relações entre os objetos, apreendendo como se efetiva sua objetividade.

Uma outra forma de sociabilidade necessita de indivíduos que se norteiem por outros valores, criados em contraposição àquilo que é (o real), capacitando-os e criando as condições para que direcionem suas ações ao que deve ser.

Sobre “raça”…
Alguns autores relacionam o aparecimento da raça com a escravidão moderna (acumulação primitiva de capitais e sistema colonial). Entrementes, na Antiguidade Clássica, egípcios, sumérios, babilônios, assírios, hindus, persas, hebreus, cretenses, fenícios, gregos, macedônios e romanos tinham em comum o trabalho escravo. Uma das diferenças significativas entre o “escravismo patriarcal” (MAESTRI, 1994) da Antiguidade Clássica para o “escravismo moderno” da acumulação capitalista é que o primeiro não fazia distinção de cor ou fenotípica, como passa a ocorrer nas Américas e Antilhas com a escravidão colonial.

Consoante Peter Wade (2017, p. 49), o termo raça surge entre os séculos XIII e XVII no contexto europeu. Nesse período, fazia menção à religião, ao comportamento e ao meio ambiente, já que eram os critérios mais relevantes à época para conceituar a diversidade humana. Ainda segundo o autor, embora a etimologia da palavra seja incerta, há registro de seu uso no século XIV em Itália e Espanha, sendo empregada para discernir estirpe e linhagem de cavalos e vacas. O vocábulo só será utilizado na língua inglesa no século XVI.

Até o século XVIII o termo “raça” codificava um racismo religioso (judeus, muçulmanos e cristãos), de pureza/limpeza (exclusão de pessoas judias e muçulmanas) de sangue, cuja importância atinge seus píncaros no século XVII e pelas determinações do meio ambiente (determinismo geográfico), provocando alterações no biofísico. Uma noção de raça mais próxima ao que conhecemos se estabelece na segunda metade do século XVIII e se formaliza no decorrer do século XIX e início do XX.

A biologia e a antropologia serão as áreas da ciência da natureza que irão contribuir para a constituição da ideia de raça no século XIX, criando as condições para o desenvolvimento do “racismo científico” e do determinismo racial.

A partir desses fatos históricos é possível induzir (e não deduzir) que a distinção, superioridade/inferioridade, discriminação, preconceitos e a culminância desse processo com a estruturação de uma organização social (a sociabilidade capitalista, moderna) baseada na ideia de superioridade racial advém de tempos remotos, originado na dominação do ser humano por outro ser humano, quando aqueles que são vencidos nas guerras tornam-se escravos dos vencedores, ou no momento em que um ser humano é escravizado por outro devido à dívidas, ou então, ao perder os instrumentos e meios de produção, que passam a ser concentrados e centralizados por poucos, reduzindo o indivíduo a servo daqueles que detêm tais instrumentos e meios (servidão) ou vendedor de sua força de trabalho física e/ou mental (tornando-se mercadoria) em troca de salário para poder obter os meios necessários à sua própria reprodução enquanto força de trabalho.

Isso demonstra que as desigualdades entre os seres humanos aparecerem concomitante às condições (propriedade privada, vencedores e vencidos, endividados, etc.) que proporcionam a dominação, exploração e as variadas formas de opressão de uns sobre todos(as) os(as) outros(as). O fato dessa dominação, exploração e opressão tornar-se uma escravidão racializada e embasada na cor da pele e nos traços fenotípicos é historicamente determinada pelo processo de acumulação primitiva de capitais iniciada pelos países europeus e o avanço expansionista de sua dominação pela colonização dos demais continentes, colocando-se como referência e modelo de civilização e humanidade, um falso universal em relação a todas as particularidades, legitimando-as ou classificando-as como não pertencentes àquilo que se entende por “humano”.

Entrementes, toda a ideologia pseudocientífica das “raças” humanas é desvelada e se desfaz quando retomamos, historicamente, o modo como se deu o povoamento do que hoje conhecemos como os continentes do planeta Terra. (Re)descobre-se o que de fato une a todos os seres humanos, que é o gênero, o “homo”, o verdadeiro universal, e a grande ironia histórica de que o continente africano engendra, enquanto protoforma, nosso DNA, nossa ancestralidade e nosso género. Daí a importância de conhecer e se apropriar da história como condição para destruir as ideologias e ficções criadas por aqueles que dominam e produzem o conhecimento científico, que não é A teoria da Pangeia (era Paleozoica, cerca de 200 milhões de anos) e do povoamento da Terra é uma comprovação científica de que cada representante da espécie humana é membro do gênero humano. Os continentes estavam unidos num único bloco (pangeia). O movimento das placas tectônicas – milhões de milhares de anos (descoberta da década de 1960, pelo geólogo canadense John Tuzo Wilson, conhecida como Teoria da Tectônica de Placas) – contribuiu para a configuração continental atual. Os continentes e oceanos ficam sob esses blocos rochosos rígidos em movimento (Deriva Continental, teoria de Alfred Wegner, meteorologista alemão, de 1915). Descobriu-se que na primeira movimentação, a pangeia dividiu-se em duas partes: Laurásia (continentes que correspondem ao hemisfério norte) e Gondwana (continentes do hemisfério sul), porém, posteriormente, com as respectivas movimentações, há cerca de 65 milhões de anos esses dois blocos continentais começaram a se dividir e foram se separando, até formar a configuração atual dos continentes.

Do coração da África, a cerca de 1 milhão de anos, os grupos de Homo Habilis começam a explorar outros territórios, como a Ásia e a Europa, embora uma migração de proporção significativa tenha sido datada há 80 mil anos. Deve-se considerar que o processo de separação dos continentes foi lenta e gradual, sendo a distância entre eles, inicialmente, pequena, permitindo as migrações desses grupos de hominídeos por toda a terra. A datação desse povoamento da Terra pelos seres humanos é feita através dos fósseis encontrados nos diferentes continentes, além de semelhanças geológicas, climáticas, de biomas, etc.. Mais recentemente, com o avanço das ciências naturais, também foram dadas contribuições pela genética via decifração do DNA. Mediante a análise do estudo de três cientistas geneticistas – David Reich, Eske Willerslev e Mait Metspalu – foi possível inferir que uma grande migração, acontecida entre 80 mil e 50 mil anos, levou ao povoamento de todo o mundo.

Com base nesses dados é possível sentenciar que todo indivíduo, todo ser humano é única e universalmente membro do género humano (homo = género / sapiens = espécie), como também comprovam os estudos encomendados pela UNESCO a eminentes cientistas das ciências da natureza entre os anos 1950 e 1960 (pós II Guerra Mundial e a tragédia do nazismo alemão, pautado na pseudoteoria racial e na eugenia da raça ariana), donde se concluiu que “as diferenças entre os grupos humanos não são determinadas geneticamente e as evoluções sociais e culturais são independentes das constituições inatas” (CAMPOS. “Não existe raça, mas racismo”. Escola Brasileira de Psicanálise – EBP, s/d).

Reiterando os resultados obtidos pelos cientistas convocados pela UNESCO, em 1972, nos Estados Unidos, na Universidade de Harvard, foram realizados testes genéticos e moleculares analisando proteínas no sangue de diferentes populações.

Os resultados não mostraram diferenças significativas do ponto de vista molecular para separar as raças humanas. Estudos subsequentes ajudaram a verificar que a sequência base (as unidades que compõem a informação genética) no DNA humano é 99,9% idêntica, o que esvaziou completamente o argumento de encontrar um parâmetro confiável para definir raças. Esses dados foram importantes para apoiar a igualdade dos seres humanos do ponto de vista científico, imparcial e rigoroso (BOVE. “Racismo: como a ciência desmantelou a teoria de que existem diferentes raças humanas”. BBC, 12 de julho de 2020).

É lícito ressalvar a parte final da sentença: “igualdade dos seres humanos do ponto de vista científico, imparcial e rigoroso”. Geneticamente, os seres humanos são a espécie mais uniforme do planeta. Como diz Lessa (1996, p. 91), apoiado em Lukács:

Apoptygma Berzerk - Mourn (Mesh Remix)


Lost in the depths, the depths of your eyesI couldn't resist, why should I?I want to relax, I want to feel freeI want to be you, you want to be me
I look at you, I look at your faceReach for my hand, just in caseForever with you, you mourn, i can seeNow I am you, do you want to be me?
Why are you always hiding?Why are you always mourning?

Cântaros para água sempre fresca


Um amigo perguntou-me porque é que os barris e cântaros de barro mantêm a água sempre fresca.
A resposta é simples, mas, por infelicidade de uma escola que tem dado e continua a dar diplomas, mas não deu e continua não dar cultura, a grande maioria dos portugueses, está longe de a conhecer.
Numa visita, à semelhança de muitas outras que continuo a fazer, a uma escola pública, perguntei aos alunos do 9º ano de uma turma de Ciências, a razão desta frescura e nem um levantou a voz. Nesse mesmo dia, fiz a mesma pergunta aos meus netos (dois no 9º e um no 10º) e o silêncio foi a resposta.
Vou colocar aqui esta mesma pergunta aos meus leitores e para os que eventualmente não conheçam a resposta, aqui a deixo.
Bilhas, jarros, barris, cantis e outros recipientes de barro não vidrado, sendo porosos, as suas paredes permitem que a água esteja sempre a aflorar à superfície e, portanto, sempre a evaporar-se. Sabido que a evaporação é um fenómeno endotérmico, isto é, que absorve calor, percebe-se que esse calor é retirado da água a daí a sua frescura sempre que mantida nestes recipientes. É o mesmo que se passa, quando transpirados, intensificamos a evaporação do suor, com um leque ou um abanico.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Pela Retirada Imediata do Anúncio Antiaborto dos Canais de Televisão Portugueses



Exmo. Conselho de Administração da Media Capital / TVI,

Nós, cidadãs e cidadãos preocupados com os direitos fundamentais das mulheres e o cumprimento da legalidade em Portugal, vimos por este meio manifestar o nosso profundo repúdio pela transmissão do anúncio intitulado “Obrigado, Mãe”, financiado por Miguel Milhão, fundador da Prozis, e exibido na TVI e outros canais generalistas.

Este conteúdo, que apresenta uma visão distorcida e estigmatizante da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), não só desrespeita a dignidade das mulheres como viola a Lei n.º 27/2007 – Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido, ao veicular propaganda política disfarçada de publicidade comercial.

A Associação Escolha, dedicada ao apoio à mulher e à pessoa gestante durante a IVG, já denunciou que o vídeo promove uma narrativa falsa sobre o procedimento médico legalizado em Portugal desde 2007, [Lei n.º27/2007 – Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedidos] atacando a liberdade individual e o direito à autodeterminação das mulheres.

Além disso, a difusão deste anúncio em horários de grande audiência, incluindo durante eventos desportivos de relevo, expõe crianças e jovens a mensagens ideológicas extremistas, contrariando o dever de responsabilidade social que se exige aos meios de comunicação social.

Exigimos:
  1. A retirada imediata do anúncio “Obrigado, Mãe” de todas as grelhas de programação da TVI e demais canais sob a vossa gestão.
  2. A cessação de quaisquer contratos publicitários com o promotor deste conteúdo.
  3. Um pedido público de desculpas às mulheres e pessoas gestantes que se sentiram atacadas ou desrespeitadas por esta campanha.
  4. O compromisso de reforçar os mecanismos de controlo editorial para impedir a difusão de conteúdos que atentem contra os direitos humanos e a legalidade vigente.
  5. A liberdade de expressão não pode ser usada como escudo para disseminar desinformação e discursos que promovem o retrocesso civilizacional.
Apelamos à vossa consciência institucional para que se posicionem do lado da ética, da verdade e dos direitos das mulheres.

A migração espectacular de um falcão fêmea


Um falcão fêmea equipada com um rastreador GPS, fez uma jornada da África do Sul até a Finlândia, percorrendo cerca de 230 km por dia.
Ela voou em linha reta pelas terras africanas até chegar ao deserto no norte, depois seguiu o caminho do Rio Nilo pelo Sudão e Egito e evitou sobrevoar o Mar Mediterrâneo.
Ela cruzou a Síria e o Líbano e também evitou sobrevoar o Mar Negro, pois se tivesse sede, não poderia beber dele.
Ela continuou em linha reta e chegou à Finlândia depois de 42 dias.

VNV Nation Classical M'era Luna 2022


A voz e poemas de Ronan Harris com recorte de música clássica torna este concerto maravilhoso. É incrível como muitas pessoas, que não gostam de música gótica/industrial/EBM, adoram VNV Nation. Ele desperta o mais elevado da condição humana. Numa época bem lúgubre e de discurso de ódio, este concerto erradica-o. 

00:00 - Intro 
00:40 - Nova (Shine a light on me) 
07:15 - Illusion 
12:50 - Legion 
16:30 - Further 
21:50 - Standing 
28:00 - The farthest star 
33:30 - Only satellites 
40:30 - Resolution

Capicua - Há um revanchismo discursivo em relação à Esquerda que ganhou volume com os resultados eleitorais


"Há um revanchismo discursivo em relação à Esquerda que ganhou volume com os resultados eleitorais. A Direita sente que está com as costas quentes e que pode achincalhar os perdedores. Não falta quem venha reforçar o mito propagado pela extrema-direita de que temos vivido numa espécie de regime socialista nos últimos cinquenta anos e é hora de celebrar a libertação. Como se o PS tivesse governado até à semana passada e como se essa governação fosse realmente socialista. Esse discurso delirante vem acompanhado da vontade de mudar a Constituição e de eliminar o preâmbulo que lhes “legitima” o delírio.

Nas caixas de comentários vemos de tudo, desde culpar a Esquerda pela lei das rendas de Assunção Cristas, até chamarem a Pedro Nuno Santos perigoso radical, repetindo o que se diz (a ver se passa como verdade) nos espaços de comentário televisivo. Nestes círculos o desequilíbrio para a Direita é evidente (como aliás já provou um estudo do ISCTE), mas até o “Expresso” (cujo proprietário é o “perigoso esquerdista” Pinto Balsemão) é criticado nas redes sociais por fazer campanha contra Montenegro e André Ventura.

Na noite eleitoral, vimos José Miguel Júdice e Miguel Morgado a chamar radicais ao BE e ao PCP, ignorando o seu mais que evidente radicalismo próprio (um que foi fundador do MDLP, organização terrorista de extrema-direita e o outro que é um ultraliberal, mais passista que o Passos), totalmente legitimados pelo ar dos tempos e alinhados pelo diapasão dos média portugueses.

É nas pequenas coisas que se nota que o meridiano cultural e político está totalmente enviesado à Direita nos média portugueses e que os jornalistas estão totalmente imbuídos do discurso neoliberal e de demonização da Esquerda. Quando se debate a questão da habitação, isso é muito evidente, já que muitas medidas de regulação do alojamento local ou da escalada das rendas, adotadas em países insuspeitos de serem socialistas, são rapidamente consideradas medidas de extrema-esquerda.

O viés vem em cândidas e espontâneas perguntas, como a do jornalista que perguntava a Mariana Mortágua o que seria das pessoas que tinham investido em AL, se esse mercado fosse mais regulado, ignorando o impacto que proteger o interesse dessa minoria tem tido na esmagadora maioria das pessoas que estão privadas do direito constitucional à habitação em cidades como Lisboa ou Porto (em que metade do mercado de arrendamento disponível é apenas para o turismo).

Mas enfim, o revanchismo celebra que tenhamos perdido deputados competentes como Marisa Matias, António Filipe ou Joana Mortágua (a única que consegue competir com a extrema-direita, junto aos jovens nas redes sociais), para eleger deputados do Chega que celebram a morte de Odair Moniz ou que têm mais cadastro que currículo."

Jovens receiam não ter green skills necessárias para combater eficazmente as alterações climáticas


O novo estudo do Research Institute da Capgemini e do Generation Unlimited da UNICEF analisou as perspetivas dos jovens sobre a crise climática. O estudo inclui os seus pontos de vista sobre as green skills, a obtenção de diplomas que os capacitem para os green jobs, e a forma como as empresas e os governos podem trabalhar com os jovens para impulsionar uma maior consciência sobre as questões climáticas e a defesa do ambiente.

De acordo com a investigação, a maioria dos jovens está preocupada com as mudanças climáticas, com mais de dois terços em todo o mundo a reconhecer que estão apreensivos com a forma como as alterações climáticas podem afetar o seu futuro, o que representa um aumento face aos dados recolhidos em 2023, quando um inquérito da UNICEF nos EUA revelou que 57% dos jovens a nível mundial sofriam de «ansiedade ambiental». Neste âmbito, os jovens do hemisfério norte reportaram àquela data níveis mais elevados de ansiedade relacionados com as alterações climáticas (76%), por comparação com os seus colegas do hemisfério sul (65%).

A divisão entre os mundos rural e urbano apresentava-se então também de forma evidente, com 72% dos jovens a viverem em zonas urbanas e suburbanas a manifestarem preocupação com o impacto das alterações climáticas no seu futuro, contra apenas 58% dos seus homólogos das zonas rurais.

Jovens acreditam que ainda há tempo para resolver problemas causados pelas alterações climáticas
Não obstante os elevados índices de ansiedade ambiental/climática, a maioria dos jovens acredita que as green skills são essenciais para que o futuro possa ser melhor, e 61% consideram mesmo que ao desenvolverem-nas estão a potenciar as suas possibilidades de acesso a mais oportunidades profissionais. Os jovens querem, além disso, alinhar as suas carreiras profissionais com os seus valores climáticos/ambientais: mais da metade dos jovens (53%) em todo o mundo, e quase dois terços (64%) no hemisfério norte, estão interessados em ter um emprego e uma carreira na área ambiental.

“Os jovens em todo o mundo, e particularmente nos EUA, estão profundamente conscientes dos desafios urgentes que as alterações climáticas nos colocam. É claro que eles também estão ansiosos por fazerem parte da solução”, afirma Sarika Naik, Group Chief Corporate Responsibility Officer da Capgemini. “Temos de ajudar os jovens a transformar esta paixão em ações concretas e com impacto positivo, investindo em capacitá-los com as competências ambientais necessárias. Este estudo evidencia o quão importante é que as empresas, os governos e os líderes da área da educação trabalhem em conjunto para colmatar o défice de competências, dando voz e habilitando os jovens, criando vias de acesso a carreiras profissionais com impacto positivo a nível ambiental”.

“Os jovens estão a criar e a implementar soluções inovadoras que respondem às alterações climáticas que as suas comunidades enfrentam”, refere Kevin Frey, CEO, Generation Unlimited da UNICEF, sublinhando que ”a Green Rising com o seu ecossistema de parceiros dos setores público e privado, está a ajudar os jovens a adquirirem as competências e as oportunidades de que necessitam para poderem agir no combate às alterações climáticas, criarem empresas ambientalmente sustentáveis, terem acesso a empregos e carreiras na área do ambiente e a colocarem em prática soluções verdes”.

Jovens não possuem competências ambientais necessárias
Os jovens são uma reserva de talento fundamental para assegurar o combate às alterações climáticas, mas a transição verde exige mão-de-obra altamente qualificada e especializada. De acordo com a OCDE – Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico, a competência em matéria de sustentabilidade ambiental assenta numa base científica sólida, na compreensão das alterações climáticas, no compromisso de proteger o ambiente, na confiança na explicação dos problemas ambientais e na motivação para agir de forma sustentável.

No entanto, o estudo conclui que só menos de metade dos jovens em todo o mundo (44%) acredita possuir as competências ambientais necessárias para poder ser bem-sucedido no atual mercado de trabalho. Neste contexto, verifica-se igualmente que os jovens das zonas rurais estão ainda mais atrasados do que os das zonas suburbanas e urbanas. A percentagem também varia conforme as regiões. No hemisfério sul, cerca de seis em cada dez jovens brasileiros afirmam possuir competências ambientais, um valor que contrasta fortemente com os 5% dos jovens etíopes que dizem possuí-las.

A verdade é que os conhecimentos dos jovens no que diz respeito às competências ambientais regrediram desde 2023, quando foi realizado o estudo anterior pelo Research Institute da Capgemini. Entre os jovens com idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos na Alemanha, Áustria, EUA, França, Japão e Reino Unido, a reciclagem e a redução de resíduos continuam a ser as competências ambientais mais difundidas.

Mas a proporção de jovens com conhecimentos de design sustentável, energia e transportes diminuiu significativamente desde 2023. Já no hemisfério sul, os jovens têm mais conhecimentos sobre reciclagem e redução de resíduos, conservação de energia e água, mas menos sobre tecnologias verdes, análise de dados e design sustentável.

A maioria dos jovens em todo o mundo (71%) concorda que devem ter uma forte influência na política e na legislação ambiental. No entanto, consideram que os líderes empresariais e políticos em todo o mundo não estão a desempenhar o seu papel e devem contribuir mais para o combate contra as alterações climáticas. Quase dois terços dos jovens sentem-se suficientemente confiantes para falarem com os seus líderes locais sobre a ação climática. No entanto, só menos de metade acredita que as suas opiniões são realmente tidas em conta.

O estudo incita os líderes locais a apoiarem os jovens na promoção das soluções e das competências ambientais. O Young People’s Perspetives on Climate: Preparing for a Sustainable revela igualmente que integrar a educação ambiental, expandir o acesso à formação e alinhar os objetivos climáticos com as estratégias de emprego dos jovens, são aspetos que devem ser parte da solução a ser implementada pelos decisores políticos. Também os líderes empresariais devem ser incentivados a colaborar na criação dos green jobs, a investirem em iniciativas lideradas por jovens e a integrarem as suas vozes nas estratégias de RSE, ESG e clima das suas empresas com o objetivo de reforçar a confiança e estimular a inovação sustentável.

Movimentos globais como o Green Rising (que tem como objetivo apoiar 20 milhões de jovens até 2026, capacitando-os para poderem participar no combate às alterações climáticas e para conseguirem agir localmente nas suas comunidades, proporcionando-lhes oportunidades de voluntariado, de ativismo, de trabalho remunerado e de empreendedorismo), respondem ao anseio crescente dos jovens de melhorarem as suas competências ambientais. Esta iniciativa é liderada pela Generation Unlimited da UNICEF e é apoiada por várias organizações dos setores público e privado, incluindo a Capgemini.

Sobre o ataque à facada por uma mulher alemã

Syrian Citizen Muhammad Al Muhammad

Na semana passada, uma mulher alemã com problemas psiquiátricos graves desatou à facada na estação de caminho de ferro de Hamburgo, ferindo dezoito pessoas. A boa notícia: já nenhum dos feridos se encontra em risco de vida.

Muhammad Al Muhammad também estava nesse cais. Quando viu todas as pessoas a correr numa direcção, o refugiado sírio, de 19 anos, decidiu correr na direcção oposta, para travar a mulher. Quando chegou, viu que outro homem já estava a oferecer-lhe resistência. Era um tchetcheno.

Juntos, conseguiram dominar a mulher.

Já não é a primeira vez que acontece algo deste género. Há alguns anos, refugiados sírios deram-se conta de que havia entre eles um a preparar um ataque na Alemanha. Foram a casa dele, dominaram-no, e entregaram-no à polícia, bem atado e tudo.

O que mais me impressiona no caso de Muhammad Al Muhammad é ele ter fugido da Síria com 16 anos para salvar a vida, e escolheu pô-la em perigo para salvar os outros.

Mas claro que nada disto tem algum valor para pessoas que decidiram adoptar o ódio e o preconceito como estratégia de afirmação e valorização pessoal. E os partidos oportunistas escolhem dizer-lhes o que elas querem ouvir. Por muito mentira que seja.

A guerra de propaganda financiada pela UE contra a liberdade de expressão


Um novo relatório revelou uma campanha discretamente orquestrada pela Comissão Europeia para moldar o discurso público com o apoio de cerca de € 649 milhões em projetos financiados pelos contribuintes com o objetivo de regulamentar o discurso online. Por trás dos frequentes apelos da UE para combater o “discurso de ódio” e a “desinformação”, esconde-se o que o relatório descreve como uma vasta infraestrutura ideológica concebida para corroer a liberdade de expressão sob o pretexto da segurança e da capacitação cívica.

Colónia japonesa cria 'florestas de comida' no Pará e vira referência contra desmatamento


A equipe da BBC News Brasil visitou Tomé-Açu, no interior do Pará, para contar a história da comunidade japonesa que se instalou naquele pedaço da Amazônia e desenvolveu um método que tem revolucionado a produção agrícola na região.   

As primeiras levas de japoneses chegaram em 1929, quando o Japão vivia uma grave crise. As famílias receberam lotes cobertos por floresta, onde construíram casas e cultivaram plantações. 

Anos depois, o grupo foi alvo de uma série de restrições do governo brasileiro por causa da Segunda Guerra Mundial, período em que os mais velhos dizem ter vivido numa espécie de "campo de concentração". 

Com o fim da guerra, a colônia viveu um ciclo de prosperidade nos anos 1960, até que uma praga arrasou as plantações e forçou os agricultores a buscar alternativas. 

Foi então que, observando comunidades ribeirinhas locais e resgatando técnicas ancestrais japonesas, eles desenvolveram um método que privilegia a diversidade de espécies e produz alimentos o ano todo, ajudando a regenerar áreas desmatadas nas últimas décadas.  

Hoje as agroflorestas mantidas pelas famílias nipo-brasileiras atraem vários pesquisadores e agricultores interessados em replicá-las em outras partes do Brasil e do mundo. 

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Obra sobre 800 anos de homossexualidade em Portugal “preenche lacuna” na historiografia


A “História da Homossexualidade em Portugal”, que é apresentada na próxima quarta-feira, em Lisboa, é inédita e “preenche uma lacuna no mercado editorial”, defende o seu autor, o investigador Victor Correia.

“Trata-se de uma investigação que até hoje não foi realizada”, afirma o autor no prefácio da obra,  reconhecendo a existência de livros sobre o tema, mas relativos ao período da ditadura do Estado Novo (1933-1974), e “alguns artigos sobre temas específicos da homossexualidade” publicados em jornais e revistas.

A obra abarca 800 anos de história, desde o século XIII ao século XX, reúne documentação, cita exemplos com base em bibliografia e, como aponta o autor, vem preencher “uma lacuna” nas edições historiográficas existentes, sobre outras temáticas sociais, como judaísmo, medicina, movimento operário e conflitos sociais, ensino, igreja, história militar, etc.

Com esta obra, pretende o autor “tornar visível o que ficou escondido, ignorado, esquecido, posto de parte, na historiografia portuguesa, apesar da homossexualidade também fazer parte da História de Portugal”.

Victor Correia realça que “os ‘gays’, as lésbicas, os bissexuais e os praticantes de relações sexuais entre indivíduos do mesmo sexo geralmente não aparecem nos livros de História”.

Sobre o seu livro, diz que teve em atenção, “não apenas do ponto de vista da personalidade intrínseca da pessoa” que pratica a homossexualidade, “mas a homossexualidade enquanto prática”, e argumenta: “A pessoa pode não ser homossexual e praticar a homossexualidade”.

Os livros de História e o ensino nas salas de aula explicam “enredos amorosos e sexuais de grandes personagens históricas”, “mas só quando eram heterossexuais”, no caso de relacionamentos homossexuais “pouco se sabe ou pouco se fala”, afirma Victor Correia.

O autor assume que não é historiador – o seu doutoramento foi em Filosofia Política e o pós-doutoramento em Ética -, mas isso não retira crédito à sua fundamentada investigação. Victor Correia, aliás, salienta que “este livro não é ‘A’ História da Homossexualidade em Portugal, mas sim ‘Uma’ História da Homossexualidade em Portugal”.

O “objetivo deste livro não é fazer um estudo exaustivo e pormenorizado sobre a homossexualidade”, mas apresenta “uma visão muito abrangente e está dividido por várias épocas e assuntos”; é uma “obra de divulgação”, “não pretende ser um ensaio à descrição dos factos”.

Victor Correia apresenta uma vasta documentação, desde textos literários a documentos do Tribunal da Inquisição, legislação civil e correspondência.

Entre a documentação anexada encontra-se o poema “Sobre o que eu quis, que muito gostaria”, de Estêvão da Guarda (1280-1362), que aborda as relações sexuais entre Álvaro Rodrigues com “um rapaz mouro” que tinha “ao seu dispor”, e as cartas do príncipe regente João, futuro rei João VI, ao seu camareiro e guarda-roupa, do qual se despede escrevendo: “Amo quanto muito te estima”.

Estes anexos documentais constituem a segunda parte do livro. A primeira parte é uma “abordagem da homossexualidade através dos séculos”, com base na bibliografia, “dando vários exemplos, explicando e procurando ver causas dos problemas abordados.”

Victor Correia é doutorado em Filosofia Política e Jurídica pela Universidade da Sorbonne, em Paris, e pós-doutorado em Ética e Filosofia Política, pela Universidade Nova de Lisboa.

Entre as suas obras publicadas, encontram-se “Textos de Fernando Pessoa sobre a Arte” (2022) e “A homossexualidade de Fernando Pessoa” (2023).

A obra “História da Homossexualidade em Portugal”, de Victor Correia, publicada pela Âncora Editores, é apresentada na próxima quarta-feira, às 18:00, por Helder Bértolo e Fabíola Neto Cardoso, no Espaço Cultural Cinema Europa, em Campo de Ourique, em Lisboa.

A sessão contará com um momento musical pelo coro LGBT (Lésbicas, Gay, Bissexuais e Transgénero) Alarido.

Harvard e o exemplo de Barack Obama


Político norte-americano, Barack Hussein Obama II nasceu em Honolulu, no Havai, Estados Unidos da América, a 4 de agosto de 1961.

Filho de um economista queniano e de uma antropóloga americana, Obama cresceu no Havai, viveu alguns anos na Indonésia e mais tarde foi para Nova Iorque. Lá, estudou na Universidade de Columbia, onde se formou em Ciências Políticas em 1983.

Em 1985, Obama resolveu colocar de parte a sua vida académica por algum tempo e mudou-se para Chicago onde se tornou num dinamizador da comunidade, trabalhando com um grupo de orientação religiosa que procurava melhorar as condições de vida nos bairros pobres marcados pelo crime e por altas taxas de desemprego. Ao desenvolver este trabalho, Obama percebeu que para conseguir melhorar verdadeiramente as vidas das pessoas não só daquela comunidade, como de outras, era necessária uma mudança quer a nível legislativo, quer a nível político.

Em 1988, regressou aos estudos na Universidade de Harvard, onde concluiu o seu doutoramento em Direito com distinção três anos depois. Na mesma universidade, o jovem tornar-se-ia o primeiro afro-americano a ser presidente da Harvard Law Review. Pouco depois regressou a Chicago onde exerceu a sua profissão - ocupando-se principalmente de casos relacionados com Direitos Civis - e deu aulas de Direito de Constitucional na Faculdade de Direito da Universidade de Chicago.

Retirem as vossas conclusões.