A aprovação da agenda 2030 representou um marco importante na agenda política global, testemunhando uma ambição coletiva para enfrentar os desafios globais mais urgentes através da concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Comparando a agenda precedente, os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, os ODS ofereceram um quadro mais abrangente e estruturado para abordar a complexidade e a amplitude dos problemas. Com efeito, a agenda 2030 traçou um rumo para a cooperação mundial, propondo um roteiro de referência para enfrentar diversos desafios como a erradicação da pobreza e a ação climática. No entanto, à medida que avançamos na implementação dos ODS e nos aproximamos da sua meta, torna-se imperativo refletir sobre a magnitude das nossas aspirações e a necessidade de adaptação contínua às circunstâncias em evolução. Apesar da ambição inicial e das melhores intenções, percebemos as limitações da agenda e a necessidade de a reavaliar, assegurando a prossecução mais ambiciosa de programas que respondam aos grandes desafios ambientais, sociais e humanos.
O princípio da equidade é fundamental para a implementação e sucesso da agenda 2030 e da própria transição ecológica. Esta transição não pode perpetuar as desigualdades prevalecentes, mas antes servir como catalisador para uma prosperidade inclusiva. O alinhamento neste trajeto transformador deve adotar metodologias de gestão de projetos que priorizem a colaboração, a inovação e a inclusão. O desafio ambiental imediato é a crise climática, uma ameaça que exige respostas coletivas rápidas e decisivas.
Embora o impulso inicial da agenda 2030 tenha sido significativo, as tendências financeiras atuais revelam uma realidade preocupante. O financiamento global abrandou, agravando a pobreza extrema pela primeira vez em décadas. Este facto sublinha a necessidade urgente de um compromisso renovado, bem como abordagens de financiamento inovadoras para se conseguir implementar as iniciativas de desenvolvimento sustentável.
De forma resumida, os desafios da sustentabilidade exigem um reforço da ambição, enfatizando no seus propósitos:
1. Uma orientação para a paz. No meio da escalada dos conflitos globais, priorizar a paz não é apenas um imperativo moral, mas uma condição para o desenvolvimento sustentável.
2. Enfrentar a tripla crise planetária. A convergência das alterações climáticas, da perda de biodiversidade, da escassez de água e da poluição plástica representa uma ameaça existencial. A resolução destas crises interligadas exige soluções holísticas e sistémicas.
3. O desafio da pobreza, da desigualdade e da educação. Apesar dos progressos, a pobreza e a desigualdade persistem como obstáculos ao desenvolvimento humano. A educação é uma ferramenta fundamental para o empoderamento e mobilidade social.
4- Liderança na transição verde e inovação tecnológica. A transição para um futuro sustentável demanda determinação nos setores da energia, sistemas alimentares e tecnologias digitais. As políticas regressivas que subsidiam os combustíveis fósseis dificultam o progresso, particularmente em regiões como a África - com contribuições mínimas para as emissões globais.
5. Uma governação democrática e finanças sustentáveis. A defesa dos valores democráticos, a promoção da transparência e a mobilização de finanças sustentáveis são essenciais para a construção de sociedades e economias justas e resilientes.
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