O Quilombo dos Palmares foi uma sociedade democrática da vida real, criada no Brasil no século XVII. Ela foi fundada por escravos fugitivos, que resistiram à intervenção portuguesa por quase cem anos.
Este filme traça as origens do Quilombo, que começou como uma comunidade de escravos libertos.
A colónia se torna um porto seguro para outros párias do mundo, incluindo indígenas e judeus. Ganga Zumba (Toni Tornado) torna-se líder do Quilombo, o primeiro livremente eleito no Hemisfério Ocidental.
Naturalmente, os governantes portugueses querem subjugar Zumba e os seus seguidores, mas os quilombolas estão prontos para seus pretensos opressores.
O fim deste Admirável Mundo Novo não é nada agradável, mas os seguidores de Zumba e dos seus ideais vão para as serras, onde até hoje honram a sua memória.
O roteirista/diretor Carlos Diegues aproveita todas as oportunidades disponíveis para comparar a ascensão e queda do Quilombo com a situação "atual" no Brasil. Ele trata seu tema épico com bastante surrealidade e ênfase na caracterização polifónica que fará os espectadores se lembrarem de filmes como Aguirre, Ira de Deus e Filhas do Pó.
Ele pegou uma história incrível e não estragou, é um filme de cores sobre a resistência à escravidão no qual aprecia-se ecos do movimento Cinema Novo reverberando em algumas cenas. Embora às vezes quase enlouquecedoramente opaco, no final, uma pungência total é alcançada.
Quilombo de certa forma é um filme com um visual muito à frente do tempo para a época em que foi lançado, a forma como tratavam o candomblé e principalmente os orixás em muitas cenas nessa obra fora do convencional.
A trilha sonora matadora sem preenchimento nos faz ficar com vontade de lutar contra proprietários de fábricas opressores. A trilha sonora cumpre o papel graças ao grande Gilberto Gil.
Um espetáculo plástico com grande elenco e bons momentos. Tony Tornado e Zezé Mota roubam a cena. Além de Grande Otelo em participação pequena.
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