Deixo aqui uma palavrinha de homenagem à outra Língua Materna de Portugal: a Lhéngua Mirandesa.
Tive o muito gostoso privilégio de ter chegado à «mãe do Mirandês» (oficial, actual) pela mão de um dos seus "pais" mais brilhantes. Ela é Professora Manuela Barros Ferreira, minha muito querida mestra e amiga; ele é o incrível mirandês de Sendim, o dr. Amadeu Ferreira. Foi o próprio Amadeu Ferreira quem baptizou a Professora Manuela como a mãe da Lhéngua Mirandesa.
Foi também ele quem escreveu um dia assim: «Tengo dues lhénguas cumigo / dues lhénguas que me fazírun / i yá nun passo nien sou you sien ambas a dues».
Estes versos fazem parte dum poema de Amadeu Ferreira, que ele cedeu aos Guarani, cumprindo a promessa que um dia ele mesmo se fez: “Fago por poner an prática la seguinte eideia que a mi mesmo m’ampus: nun deixar passar un die sin fazer algo pula lhéngua mirandesa”. Afinal, o Mirandês e o Guarani empenham-se no mesmo combate: manter viva a sua língua.
«También la historia de América es la historia de sus lenguas, que tenemos que lamentar cuando ya muertas, que tenemos que visitar y cuidar cuando enfermas, que podemos celebrar con alegres cantos de vida cuando son habladas” (MELIÀ, 2010: 27).
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