O termo cold wave (onda fria) apareceu na edição de novembro de 1977 da revista musical inglesa Sounds. No texto de capa, mostrando Ralf Hütter e Florian Schneider do Kraftwerk podemos ler "New musick: The cold wave".Naquele ano, o Kraftwerk publicou o Trans-Europe Express.
O termo foi repetido na semana seguinte no Sounds pela jornalista Vivien Goldman, num artigo sobre Siouxsie e os Banshees. Nesse artigo de Dezembro de 1977 descreveram a sua música como "fria, mecânica e apaixonada ao mesmo tempo", e a revista Sounds profetizou sobre a banda: "[eles] soam como uma fábrica industrial do século 21 [...] Ouça ao rugido das ondas frias dos anos 70 aos anos 80".
Essas influências aparecem em bandas como Joy Division, The Cure e Bauhaus.
KaS Product, Martin Dupont, Asylum Party, Norma Loy, Clair Obscur, Opera Multi Steel e Trisomie 21 são algumas das principais bandas representantes desta corrente musical.
Kraftwek e os Cabaret Voltaire foram os pais fundadores da darkwave. Como já referi o álbum Trans-Europa Express teve influencia na banda pós-punk Joy Division, tendo o seu baixista, Peter Hook, referido que: "conhecemos os Kraftwerk através de Ian Curtis, que insistia em tocar Trans Europe Express sempre que íamos entrar em palco."
Aliás, o álbum "Closer" (1980) é uma obra-prima da coldwave, pós-punk. Para sempre um álbum irrepetível.
Dark wave (também escrito como darkwave) é um género musical que surgiu na Europa e Reino Unido no início da década de 1980 entre a coldwave, rock gótico e a música eletrónica.
Dark wave é um termo usado para se referir a uma versão sombria da new wave (ou do synth-pop), sendo considerado uma antítese e uma resposta dark e melancólica da new wave que estava em alta na década de 1980. O género começou a aparecer no meio musical europeu, coincidindo com a ascensão popular da new wave e do synth-pop. Composições de dark wave são amplamente baseadas em tonalidades-chave menores (sonoridade sombria), bateria eletrónica, teclados, samplers, sequenciadores e sintetizadores que constroem uma instrumentação eletrónica e dançante, porém, gótica e atmosférica.
Após o surgimento do rock gótico na Inglaterra através da cena pós-punk, a música dark wave foi de principal importância para caracterizar a subcultura gótica na década de 1980 e seguintes. No Reino-Unido foi uma explosão de bandas, umas mais célebres que outras: Attrition, In The Nursery, Pink Industry, Alien Sex Fiend, Specimen, The Cure, Bauhaus, Christian Death, Sisters of Mercy, Current 93, etc.
O movimento underground da coldwave/darkwave disseminou-se pela Europa e um pouco mais tarde no resto do mundo. Bandas como Clan of Xymox (HOL), Mittageisen e Young Gods (SUI), Poesie Noire (BEL), Laibach (Eslovénia), Psyche (CAN) e The Awakening (África do Sul).
As bandas italianas The Frozen Autumn, Ataraxia, Nadezhda, Litfiba e Diaframma tiveram um relativo sucesso.
A coldwave francesa é muito melancólica, falam do infortúnio, das sombras e baseada em ritmos electrónicos espectrais e fantasmagóricos. Nesta levada estão incluídas bandas como: Corpus Delicti, Die Form, KaS Product, Martin Dupont, Asylum Party, Norma Loy, Clair Obscur, Opera Multi Steel, The Breath of Life e Trisomie 21.
Os grupos de dark wave na Alemanha dos anos 1980 misturavam coldwave com o rock gótico, ou usando elementos da Ambient music e do post-industrial music. Ficaram associados ao movimento Neue Deutsche Welle, que incluía bandas como Asmodi Bizarr, II. Invasion, Unlimited Systems, Mask For, Moloko †, Maerchenbraut, Liaisons Dangereuses, Einstürzende Neubauten e Xmal Deutschland.
Entre 1987 e 1995, surgiram novas bandas darkwave, com outras temáticas góticas tais como tabús eróticos, religião e épicos. As sonoridades principais são dark-ambient, industrial, militar, electro-indsutrial: Die Form, Skinny Puppy, Front Line Assembly, Wumpscut, Armageddon Dildos e And One.
A forte influência na Alemanha
Após o desaparecimento das cenas grandes da new wave e do pós-punk em meados da década de 1980, o dark wave ressurgiu, entre 1993-95 como um movimento underground com bandas da Alemanha, como Deine Lakaien, Love Is Colder Than Death, Love Like Blood, Diary of Dreams, além de Project Pitchfork e Wolfsheim. Ao mesmo tempo, um grupo grande de artistas alemães, que incluía Das Ich, Relatives Menschsein e a banda Lacrimosa, desenvolveram um estilo mais teatral, inspiradas na poesia germânica e em letras mais metaforizadas, chamando essa subdivisão de Nova Arte Fúnebre Alemã . Outras bandas, como Silke Bischoff, In My Rosary e Engelsstaub misturavam o dark synthpop ou o rock gótico com elementos do Neofolk ou do Neoclassical Dark Wave.
Diversidade de estilos nos EUA
Após 1993, nos EUA, o termo dark wave (como variante do jargão darkwave) foi associado com a gravadora Projekt Records, pois esse era o nome usado em seus catálogos, além de ser usado para denominar artistas alemães nos EUA, como o Project Pitchfork. A gravadora tinha bandas como Lycia, Black Tape for a Blue Girl, e Love Spirals Downwards, todas caracterizados por ter vocais femininos. Essas bandas tocavam uma nova vertente do wave, de origem das bandas dos anos 80, como Cocteau Twins, sendo o estilo classificado como ethereal wave. A gravadora também listava uma longa associação com o Attrition, que havia aparecido nas suas primeiras compilações musicais. Outra gravadora americana nessa área foi a Tess Records, que gravava os discos do This Ascension e Faith and the Muse. Ainda nos EUA, a darwave é mais variada que a da Europeia. EUC, por exemplo incluem elementos psicadélicos. Um grande número de outras bandas americanas misturaram a dark wave e a ethereal wave com outros projetos na música eletrónica. Love Spirals Downwards, Collide, e Switchblade Symphony incorporaram elementos do trip hop, enquanto o The Crüxshadows combinava uma série de electronic dance music contemporâneo com elementos do rock alternativo baseado nos elementos do estilo synth. A dark wave disco, foi uma tentativa fundada em 2004 na cidade de Chicago com a intenção de mesclar a dark new wave music com o atual indie-electro music. Seu legado foi o ressurgimento da new wave e da brand new electro nights em Chicago. No começo dos anos 2000, Jay Reatard formou o híbrido prolífico de garage punk/dark wave chamado Lost Sounds.
Em Portugal
A coldwave portuguesa não teve muita expressão. Não passaram de bandas de garagem. Sem o saber, alguns temas de António Variações. Algumas músicas iniciais do Paulo Bragança, enquadram-se no gótico (influências de Nick Cave, Birthday Party). Bandas darkwave que duraram pouco tempo: Croix Sainte, Anamar, Diva, Essa Entente, Linha Geral, SPQR, A Jovem Guarda, Linha Geral, Bye Bye Lolita Girl, Grito Final, Bastardos do Cardeal, Magudesi, Extrema Unção e Os Cães, A Morte & o Desejo. Surgiram projectos muito interesantes e únicos- os Pop_Dell'Arte e Mler Ife Dada. Agora em termos rock gótico temos os Mãos Morta e Rádio Macau. Uma banda de rock indie e alternativo foram os Sétima Legião.
O termo 'Cybergoth' foi cunhado em 1988 pela Games Workshop para o seu jogo de RPG- Dark Future. Surgiram, entretanto, vários video jogos retrofuturistas ou pelo contrário, futuristas, como Shadowrun.
O cybergótico é uma combinação de elementos da estética industrial com "gravers" (ravers góticos). Mas o estilo de moda não existia até uma década depois.
A estética Cybergoth teve o seu momento ao sol graças a um vídeo que se tornou viral nos primeiros dias do YouTube, que desde então se tornou um marco na cultura dos memes. A partir de 2000 era habitual encontrar então cibergóticos: é baseado em cores fluorescentes e usa pvc, vinil e outros materiais de aparência artificial para criar um estilo de aparência futurista. O cabelo é tingido em cores não naturais e adornado com mechas coloridas, também conhecidas como cyberlox, que podem ser feitas de lã, espuma, borracha ou tecidos. A androginia é comum.
Também comum:
Tecidos brilhantes/brilhantes ou foscos
Cabelos coloridos e extravagantes, com mechas sintéticas
Maquiagem com cores claras
Placas de circuito de LED
Modificação corporal (tatuagens/piercings)
Máscaras de gás
Óculos retro ou metalúrgicos
Botas com salto
Calças ou coletes pretos apertados
Redes de pesca
Aquecedores de perna de pele falsa ("fofo")
Bandas famosas de cibergótico: Angels on Acid; Toxic Nation; Otto Dix; The Prodigy; Carmilla;V2A; Front 242; Naked Underrated; Black Elves; Test Dept e Clock DVA
A Alemanha produziu muitas bandas techno-punk /underground techno/ cibergótico: Salted Bomb; The Siren; Crossbow; Hilbert Space; Mayday; Roentgens; LF05 - Lukas Freudenberger; Dosis; I feel Youth; Numbers; Melodrama; Mind Grabber; Party Favors; Shelter of Sin; Eye of The Beholder e Cortechs.
As últimas tendências cibergóticas Deep Dark and Hard Techno podem ser descobertas no canal Fear N Loathing
Os cibergóticos (a sua indumentária e dança exuberantes) reflectem sobre a crise ecológica, questionam este mundo cheio de pesticidas, nanobiotecnológico, radioactivo (ficção gótica da era pós-apocalipse nuclear, posição crítica em relação à tecnologia HAARP e 5G), o progresso acelerado da inteligência artificial, o desdém/paixão pela robótica e perscrutam o alarme totalitário da Big Tech. Era comum o uso de máscaras. Não imaginávamos era que vinha mesmo aí a crise pandémica. E estamos na revolução 4.0 e "impreparados" para os seus efeitos. A ver.
Actualmente ainda estão no activo bandas darkwave consagradas: Laibach, And Also The Trees, Clan of Xymox, She Past Away, Young Gods, She Wants Revenge, The Knife, The Frozen Autumn, Lebanon Hanover e Drab Majesty.
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