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terça-feira, 21 de junho de 2022

Portugal lança Plataforma do Observatório Nacional da Desertificação

Imagem captada pelos satélites Copernicus  mostra como a seca afectou a Barragem da Bravura, na zona de Lagos. Lado a lado, o mesmo local em 2017 e 2022

Portugal lançou no dia 17 de Junho a nova Plataforma do Observatório Nacional da Desertificação sob o mote «Superar a Seca Juntos».

Assinalou-se no dia 17 de junho em todo o mundo, o Dia da Desertificação e Seca com o apelo à mobilização global para o reforço da gestão da seca, tendo as Nações Unidas definido como mote para este ano «Superar a Seca Juntos», Rising up from drought together.

No âmbito desse dia, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) organizou um seminário, em Mogadouro, onde foi lançada a Plataforma do Observatório Nacional da Desertificação (OND),  com o objetivo de desenvolver e operacionalizar a infraestrutura de dados de suporte do OND e promover um portal de dados abertos, que concentre a informação obtida no âmbito da atividade do Observatório sem encargos para os utilizadores.

O projeto visa também promover e acompanhar a constituição e funcionamento de painéis de monitorização online (dashboards), para a monitorização dos indicadores relevantes no contexto do OND, além de disponibilizar interligação às bases de dados relevantes de outras entidades.

A par dos planos de gestão eficiente da água e dos recursos hídricos já implementados, esta é mais uma iniciativa que responde à necessidade, cada vez mais urgente, de combater a desertificação, procurando assegurar a neutralidade da degradação dos solos e para mitigar os efeitos da seca.

O aumento da desertificação é um desafio global e Portugal é um dos países mais expostos, atualmente com mais de 50 por cento dos solos são já afetados pela desertificação.

Os modelos climáticos preveem cenários de agravamento das condições de aridez num futuro muito próximo, com um aumento previsível das ondas de calor, das temperaturas máximas estivais e da diminuição da precipitação primaveril, o que conduz ao agravamento de situações de seca em grande parte do planeta – fenómenos que se prevê que venham a afetar três quartos da população mundial até 2050.

Deste quadro resulta o agravamento do risco de incêndios florestais, da ameaça para a perda de biodiversidade, da deterioração de habitats, da insegurança e da escassez alimentar e do despovoamento dos territórios mais áridos, com grande impacto na qualidade de vida das populações, na economia e nos ecossistemas.

A Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, de 2013, dedica grande atenção à temática da Seca, apelando aos países Partes da Convenção que reforcem os seus compromissos de prosseguir políticas eficazes de gestão da seca, de troca de informação e o aumento da mobilização de recursos, incluindo financeiros, para a mitigação dos efeitos da seca.

Desde 2017 que Portugal dispõe de um Plano de Prevenção, Monitorização e Contingência para Situações de Seca, onde são definidos limiares de alerta de seca agrometeorológica e hidrológica, bem como as medidas associadas aos diferentes tipos de seca e informação às entidades responsáveis em cada nível de atuação.

A existência deste Plano, a reativação dos Núcleos Regionais de Combate à Desertificação, a operacionalização do Observatório Nacional da Desertificação, e a criação e disponibilização ao público da plataforma virtual da Desertificação como instrumento de monitorização da Desertificação são ações concretas que Portugal já implementou e que respondem ao mote lançado pela UNCCD «Superar a Seca juntos» e que procuram responder às necessidades do país em matéria de seca.

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