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quarta-feira, 22 de junho de 2022

O que fazer para mudar o rumo da ação e combater as Alterações Climáticas?

Barrancos de Loulé

O planeta Terra como está, não pode continuar! Muito se tem falado dos novos modelos de organização social necessários para a mudança, ambientalmente mais sustentáveis, socialmente mais justos e economicamente solidários. Na verdade, quase sempre o que estamos a falar é de modelos económicos que de alguma forma repetem a receita capitalista – como são os casos, por exemplo, da green economy ou da blue economy que não vão mudar o planeta! Não tenhamos falsas esperanças. A ciência vai falando, mas ninguém a ouve. Um sistema completamente contraditório na medida em que se financia a ciência e se espera que esta e as suas tecnologias encontrem soluções, mas depois não as ouvem, não as incorporam. As decisões não são científicas, são eminentemente políticas – e estas têm sido muito tímidas face às necessidades de mudar AGORA. Amanhã é tarde! Os mais afetados pelas consequências das alterações climáticas, os mais vulneráveis, não estão representados nos sectores onde se tomam as decisões: a política e a economia. Os seus saberes não são tidos em conta. É nesses setores que se tomam as decisões que podem mudar o mundo, e abrir focos de esperança no futuro da humanidade no planeta Terra. Sim, porque os ‘Bezos’ deste mundo, já têm um planeta B. Nós não! Que modelo de desenvolvimento nos serve para manter a vida humana na terra em respeito e equilíbrio com todos os outros elementos da natureza com quem partilhamos esta casa comum? Como elevar as vozes dos marginalizados e dos oprimidos, dos vulneráveis, os seus saberes e visões? Como fazê-las chegar lá, onde se decidem as mudanças e se tornam realidade? Que sistemas de participação, que sistemas de democracia, que formas de organização favorecem a atuação na emergência da ação? Nestes lugares de disputas e lutas pelo poder, temos de conseguir encontrar modelos revolucionários, no sentido de portadores das mudanças verdadeiramente transformadoras, que são necessárias para que haja esperança para as possibilidades de vida das gerações vindouras.
E o que cada um de nós (individualmente e coletivamente) pode fazer? Neste e em futuros artigos vou deter-me na resposta a esta pergunta, tentando com isso contribuir para uma das principais atividades que podemos desenvolver, até que a voz nos doa, como diz a letra da música, fazendo uso da liberdade de pensamento e de expressão consagradas na lei.
– Falar e pensar em conjunto sobre as alterações climáticas e o que podemos fazer. Fazer ouvir a nossa voz. Isso traduz-se em conversar com os amigos, vizinhos e colegas sobre as alterações climáticas, partilhar informações e conhecimentos e o que fazer para responder à emergência da ação. É este nível de discussão e envolvimento que poderá permitir ultrapassar a solidão ontológica do individual e da sua insignificância face à grandiosidade da ação requerida perante a emergência climática. É esta ação de partilha com os outros, os nossos próximos, que nos pode conduzir ao nível da ORGANIZAÇÃO, o que nos permitirá ultrapassar a solidão individual e nos fará caminhar lado a lado nesta busca de novas formas de organização que salvem o planeta, a nossa casa comum.

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