Apenas 8% das viagens na Europa são feitas por caminho-de-ferro. 90% de um sistema de sinalização uniformizado ainda não está concluído. 6.000 km de linha férrea foram desactivados nos últimos 20 anos. Os Estados da UE ainda investem significativamente mais dinheiro na estrada do que no caminho-de-ferro. Como chegámos a esta situação e porquê? Os estados da UE adoptaram várias diretivas para criar um mercado comum de transporte ferroviário, o que deveria tornar os sistemas ferroviários europeus interoperáveis. Mas na realidade, as empresas ferroviárias nacionais selam os seus mercados umas contra as outras, em vez de oferecerem ligações transfronteiriças. As empresas nacionais encomendam comboios que só podem ser utilizados em redes nacionais. Os Estados estão mesmo a promulgar regras para proteger os seus mercados. Por exemplo, os maquinistas de locomotivas em vários países da UE têm agora de falar a língua local para que lhes seja permitida a condução. Então, quem deve ser considerado responsável por este desenvolvimento? Os governos? A Comissão? As grandes empresas nacionais? É impossível verificar os tempos de viagem e comprar bilhetes para uma viagem através da Europa numa única plataforma digital. Para viagens de avião, há muitas opções e os clientes adoram a conveniência. Assim, houve uma iniciativa legislativa da UE para alterar as regras para a emissão de bilhetes de comboio, mas os governos alemão e francês bloquearam-no sistematicamente no Conselho da UE. Esta desarticulação produziu resultados absurdos: para cobrir a distância de 600 km entre Lisboa e Madrid, tem que se mudar de comboio três vezes e viajar durante cerca de 11 horas.
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