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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Magawa, o rato herói que deteta minas no Camboja, vai reformar-se

Ao longo de uma carreira de cinco anos ajudou a limpar cerca de 225 metros quadrados de terreno e detetou 71 minas e 38 munições que não explodiram.
                                  

Magawa, um rato gigante africano, vai reformar-se depois de cinco anos a trabalhar na deteção de minas no Camboja, uma experiência que ajudou a salvar muitas vidas e até lhe rendeu um prémio por bravura.

"Ele já está um pouco cansado", disse à AFP Michael Heiman, chefe do programa de desminagem do Camboja da organização não-governamental belga Apopo. "O melhor é que se reforme", acrescentou.

Nos últimos cinco anos, Magawa ajudou a limpar cerca de 225 mil metros quadrados de terreno, cerca de 42 campos de futebol, segundo a ONG, que treinou Magawa durante um ano na Tanzânia, seu país de origem.

No total, o roedor detetou 71 minas e 38 munições que não explodiram.

Em setembro, Magawa recebeu uma medalha de ouro da British Animal Protection Association (PDSA), que anualmente recompensa um animal por bravura. Magawa foi o primeiro rato a receber esta recompensa.



De acordo com o PDSA, entre 4 e 6 milhões de minas foram instaladas no Camboja entre 1975 e 1998 e mais de 64 mil pessoas morreram por causa delas.

A ONG belga Apopo, que atua na Ásia e em África, treina ratos para ensiná-los a identificar a tuberculose e também os usa para localizar minas, já que estes animais têm um talento especial para tarefas repetitivas quando são recompensados com as suas refeições preferidas. Além disso, por serem pequenos, estão protegidos das explosões.


Para detectar a dinamite dos explosivos, o rato sabe que precisa de mover a terra para alertar os humanos para a sua descoberta.

Essa técnica é mais rápida do que um detetor de metais.

Magawa, que mede 70 centímetros, consegue inspecionar uma área equivalente a um campo de ténis em 30 minutos, tarefa que levaria quatro dias por um humano com detector de metais.

Segundo a ONG, um grupo de cerca de 20 ratos especialmente treinados acaba de chegar ao Camboja e iniciará sua missão no país para detectar minas.

Mas vai levar tempo para que igualem Magawa, que é "um rato extraordinário", de acordo com Michael Heiman. "Sentiremos a sua falta", acrescentou.

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