Introdução
O Confucionismo e o Taoísmo são consideradas religiões chinesas, mas ambas começaram como filosofias. Confúcio, do mesmo modo que seus sucessores, não deu importância aos deuses e se voltou para a ação. Por sua vez, os taoístas apropriaram-se das crenças populares chinesas e da estrutura do budismo. Como consequência, surgiu uma corrente separada do "taoísmo religioso", diferente do "taoísmo filosófico" que se associava aos antigos pensadores chineses Lao-Tsé e Zuang-Zi.
O budismo chegou à China pela primeira vez durante o final da dinastia Han, arraigou-se rapidamente e templos como o da fotografia foram construídos. Os comunistas eliminaram a religião organizada ao tomarem o poder em 1949 e a maior parte dos templos foi reorganizada para usos seculares. A Constituição de 1978 restaurou algumas liberdades religiosas e, atualmente, existem grupos budistas e cristãos ativos na China.
O Confucionismo usa como símbolo o ideograma da água, como representação do caminho e da como a fonte da vida. |
O que é Confucionismo:
O Confucionismo é um sistema ético, filosófico e religioso chinês, fundado por Confúcio. Foi a doutrina oficial da China por mais de dois mil anos, até o início do século XX.
Não há igrejas ou organização em forma de clérigos, portanto o confucionismo não se encaixa nas correntes religiosas como comumente são conhecidas no ocidente. Também não há adoração de divindades e não existe a noção de vida após a morte.
O princípio básico do confucionismo é conhecido como junchaio, o ensinamento dos sábios.
O Confucionismo, assim como o Taoísmo, acredita no Tao, no caminho superior que todos os indivíduos buscam em sua vida, em equilíbrio entre a vida mundana e a espiritual, entre o homem e a natureza.
Confúcio não é um profeta, Deus, ou sacerdote do confucionismo. A figura do pensador é como um guia espiritual, um filósofo que orienta a vida dos seus seguidores pelo caminho da harmonia.
Uma das formas de fazer este papel de guia é através de seus ensinamentos, muitas vezes disseminados entre os confucionistas e simpatizantes da filosofia por meio das frases que teriam sido proferidas por Confúcio. São axiomas ou frases motivacionais e elucidativas que orientam as escolhas do indivíduo.
O Confucionismo não tem um único livro sagrado, mas diversas obras textuais que orientam os seguidores da doutrina. Entre elas estão os Anacletos, ou em chinês Lun Yu, que reúne os ensinamentos de Confúcio, o Mengzi, livro escrito por Mêncius, o segundo sábio do confucionismo, e o Wu Ching, ou os cinco clássicos.
Cada uma das obras do Wu Ching fala de um aspecto da vida de acordo com o Confucionismo. O Shu Ching é sobre política, o Shih Ching poesia, o Li Ching o livro dos ritos com uma noção social dos grupos chineses, o Chun-Chiu com uma visão histórica, chamado de os anais das Primaveras e Outonos.
O I Ching é o mais conhecido no ocidente e é chamado de Livro das Mutações, ou ainda conhecido por ser o oráculo chinês. É neste texto que consta a ideia do Yin e Yang como as forças complementares que regem o universo.
De acordo com os ensinamentos de Confúcio, os indivíduos são formados por quatro dimensões, o eu, a comunidade, a natureza e o céu. E cinco virtudes essenciais devem compor o ser humano: amar o próximo, ser justo, comportar-se adequadamente, conscientizar-se da vontade do céu, cultivar a sabedoria e a sinceridade desinteressadas.
O confucionismo entende que o homem tem todas as ferramentas para melhorar a sua vida, por meio de suas virtudes, e não aponta a necessidade de um Deus ou ser superior para alcançar a paz interior.
Serve de base ética para o ocidente, ainda muito utilizado em ambientes corporativos no Japão e dos Tigres Asiáticos, por exemplo, para guiar negociações e o espírito do trabalho. Acredita no conhecimento e educação como forma de melhorar a sociedade, na medida em que se constrói um caráter sólido.
Rituais do Confucionismo
Enquanto religião, o confucionismo herda cultos tradicionais chineses desenvolvendo uma espécie de sincretismo religioso oriental. Como o conceito do Tao enquanto fonte da vida e caminho da harmonia, uma ideia do taoísmo. Assim como o culto aos ancestrais e a piedade filial, o que representa a obediência e reverência aos membros mais velhos da família que é muito forte político e socialmente na China até hoje.
Os rituais mais importantes do confucionismo são os relacionados à família, sendo o casamento e os funerais os maiores deles. O casamento pois constitui a formação de uma nova família, e o funeral em reverência aos ancestrais.
O Feng Shui, técnica oriental para construção e arrumação da casa de acordo com a energia vital da terra, o chi, é uma prática do confucionismo que se tornou popular no ocidente.
Origem do Confucionismo
O filósofo chinês conhecido por seu nome ocidental Confúcio, viveu de 552 a 479 a.C. A leitura dos ideogramas chineses sobre o seu nome podem ser grafados como Kung-fu-tzu ou Koung Fou Tseu, e ainda existem registros chamando-o de Mestre Kung.
Confúcio é originário de uma família pobre no período da China feudal, e teve que mudar-se muitas vezes por questões de sobrevivência. Neste caminho ele vai desenvolvendo habilidades como professor de diferentes áreas, e vai ganhando o respeito de sua comunidade como um sábio em que o povo possa confiar e pedir auxílio. Ao retornar para a região em que nasceu, reúne discípulos e começa a propagar sua doutrina.
A influência do Confucionismo na sociedade chinesa começa no século II e se estende até o começo do século XX, com a Proclamação da República. E fica ainda mais limitada com a chegada do Partido Comunista ao poder em 1949, por apresentarem ideologias que não se complementam.
Símbolos do Confucionismo
Outro símbolo utilizado vêm do Taoísmo, o yin e yang aplicado ao I Ching. É o Tai Chi, ou ainda o baguá como é chamado pelos seguidores da técnica do Feng Shui, em que cada lado da figura geométrica indica uma área da vida do indivíduo a ser transformada.
História do Taoísmo
Desde tempos remotos, a religião chinesa consistia na veneração aos deuses liderados por Shang Di ("O Senhor das Alturas"), além de venerações aos antepassados. Entre as famílias importantes da dinastia Chou, este culto era composto de sacrifícios em locais fechados. Durante o período dos Estados Desunidos (entre 403 e 221 a.C.), os estados feudais suspenderam os sacrifícios. Na dinastia Tsin, e no início da Han, os problemas religiosos estavam concentrados nos "Mandamentos do Céu". Existiam, também, seguidores do taoísmo-místico-filosófico que se desenvolvia em regiões separadas, misturando-se aos xamãs e médiuns.
No final da dinastia Han, surgiram grandes movimentos religiosos. Zhang Daoling, declarou haver recebido uma revelação de Lao-Tsé e fundou o movimento Tianshidao (O Caminho dos Mestres Celestiais). Esta revelação pretendia substituir os cultos populares corrompidos. A doutrina transformou-se no credo oficial da dinastia Wei (386-534), sucessora da Han, inaugurando, assim, o "taoísmo religioso" que se espalhou pelo norte da China.
A queda da dinastia oriental Jin (265-316) fez com que muitos refugiados se deslocassem para o sul, levando o Tianshidao. Entre 346 e 370, o profeta Yang Xi ditou revelações outorgadas pelos seres imortais do céu. Seu culto, o Mao Shan, combinava o Tianshidao com as crenças do sul. Outros grupos de aristocratas do sul desenvolveram um sistema que personificava os conceitos taoístas, transformando-os em deuses. No início do século V, este sistema passou a dominar a religião taoísta.
Durante o século VI, com a reunificação da China nas dinastias Sui e Tang, o taoísmo se expandiu por todo o império e passou a conviver com outras religiões, como o budismo e o nestorianismo. O Taoísmo continuou a se desenvolver na dinastia Song, expulsa em 1126. Sob o domínio de dinastias posteriores, a religião taoísta desenvolveu a Doutrina das Três Religiões (Confucionismo, Taoísmo e Budismo).
Com o advento do comunismo na China, o Taoísmo religioso foi vítima de perseguições. Todavia, as tradições foram mantidas na China continental e estão conseguindo ressurgir.
Práticas do Taoísmo
O taoísmo religioso considera três categorias de espíritos: deuses, fantasmas e antepassados. Na veneração aos deuses, incluem-se orações e oferendas. Muitas destas práticas originaram-se dos rituais do Tianshidao. O sacerdócio celebrava cerimônias de veneração às divindades locais e aos deuses mais importantes e populares, como Fushoulu e Zao Shen. As cerimônias mais importantes eram celebradas pelos sacerdotes, já os rituais menores eram entregues a cantores locais. O exorcismo e o culto aos antepassados constituíam práticas freqüentes na religião chinesa. O taoísmo religioso tem sua própria tradição de misticismo contemplativo, parte da qual deriva-se das próprias idéias filosóficas.
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