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sábado, 3 de outubro de 2020

Chomsky: risco de extinção da humanidade «mais grave que nunca»



O linguista e politólogo Noam Chomsky, um dos mais respeitados e citados analistas do século XXI, segundo reconhece a RT, advertiu que o mundo vive o momento mais perigoso da sua história, referindo-se ao facto de a humanidade ter de lidar, simultaneamente, com a «assombrosa confluência» da ameaça de uma guerra nuclear, da iminência de uma catástrofe ambiental e da crescente deriva autoritária do capitalismo.

Chomsky, que tem 91 anos, afirmou, em entrevista à New Statesman, que os perigos de hoje ultrapassam os vividos na década de 30 do século XX – os anos de ascensão do nazi-fascismo, que conduziram à Segunda Guerra Mundial.

«Tenho idade para me recordar, muito nitidamente, a ameaça [para o mundo] de o nazismo se apoderar de grande parte da Eurásia [na altura, a União Soviética]. Não era uma preocupação vã», afirmou, acrescentando porém que, por mais horrível que fosse esse cenário, «não era o fim da vida humana organizada na Terra, que é o que enfrentamos [hoje]».

A ameaça de uma guerra atómica é, para o pensador norte-americano, «mais grave do que durante a Guerra Fria», e lembrou que em Janeiro deste ano, ainda antes de se ter declarado a pandemia, os cientistas que gerem o famoso Relógio do Juízo Final – um indicador da probabilidade de uma guerra nuclear –, marcaram, pela primeira vez desde 1947, em segundos e não em minutos o tempo que falta para um holocausto nuclear (simbolicamente representado pela meia-noite).

Chomsky relaciona a presidência de Donald Trump como tendo facilitado a ascensão de uma espécie de «internacional reaccionária», integrada por dirigentes como o indiano Modi, o brasileiro Bolsonaro ou o israelita Netanyahu.

«A única esperança de enfrentar as duas crises existenciais [o holocausto nuclear e a catástrofe ambiental], para Chomsky, reside em «abordá-las por intermédio de uma democracia vibrante».

Linguista, filósofo e politólogo, Noam Chomsky (1928) é um critíco da política externa dos EUA e das agressões militares deste país desde os anos 60, quando se opôs à guerra do Vietname.

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