Com cérebros e corpos maiores, estas abelhas também conseguem polinizar mais flores e voar durante mais tempo.
Viver nas cidades tem impacto no tamanho das abelhas. Estes polinizadores são maiores nas áreas urbanas e, por causa do seu maior peso, são mais produtivas do que os seus parentes rurais, de acordo com uma nova investigação.
A vida na cidade tem vantagens e desvantagens para as abelhas. Jardins, pátios e parques oferecem muitas potenciais fontes de alimento. No entanto, as cidades são mais quentes do que as áreas rurais e os habitats das abelhas são divididos por longos trechos de cimento e edifícios, causando ambientes fragmentados.
Uma equipa de biólogos da Universidade Martin Luther Halle-Wittenberg (MLU) da Alemanha e do Centro Alemão para Pesquisa Integrativa da Biodiversidade (iDiv) Halle-Jena-Leipzig estavam curiosos sobre como o desenvolvimento urbano afeta a evolução das abelhas.
Estes biólogos coletaram mais de 1.800 abelhas de nove cidades alemãs e dos seus arredores rurais correspondentes. Todos os locais urbanos eram jardins botânicos e parques cheios de plantas floridas. Os locais rurais tinham uma distância de pelo menos 10 quilómetros dos locais urbanos, baixa densidade de estradas e estavam cheios de vegetação semi-natural.
Os biólogos concentraram-se em três espécies abundantes na área e difundidas na Europa: o zangão de cauda vermelha (Bombus lapidarius), a abelha carda comum (Bombus pascuorum) e o zangão de cauda amarela (Bombus terrestris).
Em cada local, os investigadores colocaram plantas de trevo vermelho em vasos – uma das favoritas da abelha. De seguida deixaram as plantas em cada local durante cinco dias como referência para a polinização.
No final de cada período, os investigadores usaram uma rede de mão para coletar o máximo de abelhas que puderam de cada espécie. Mediram o tamanho do corpo de cada abelha que apanharam e também contaram o número médio de sementes produzidas por cada planta de trevo vermelho em cada local.
As suas descobertas, publicadas na revista Evolutionary Applications, mostraram que as abelhas das áreas urbanas eram maiores do que as rurais em cerca de 4%. Os resultados foram semelhantes para as três espécies.
A diferença no tamanho do corpo pode ser devido ao facto de que os habitats das abelhas nas áreas urbanas estão a tornar-se cada vez mais fragmentados.
Uma questão de tamanho
Existem abelhas de muitos tamanhos, em estudos anteriores os cientistas tinham chegado à conclusão que as abelhas maiores conseguem voar em distâncias maiores.
Ao habitarem nas cidades, e devido aos habitats fragmentados, estes polinizadores têm-se adaptado e crescido de forma a conseguirem passar de um local para o outro.
As abelhas maiores têm melhor memória, cérebros maiores e melhor visão. Sendo também menos propensos a serem atacados por predadores. Por consequência, o seu tamanho maior faz deles melhores polinizadores
As descobertas do estudo apontam para como a fragmentação do habitat pode impactar indiretamente a polinização. Os biólogos dizem que mais estudos são necessários para compreender melhor como as abelhas respondem à urbanização e como essa pesquisa pode ser usada no planeamento urbano.
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