Cientistas americanos decidiram nesta quinta-feira (14) voltar o Relógio do Fim do Mundo até seis para meia-noite. Antes, faltavam cinco minutos na contagem simbólica para a destruição total do planeta. Um "estado esperançoso dos assuntos mundiais" foi citado como o motivo para a diminuição da probabilidade de um colapso atômico, representado no relógio pelo horário meia-noite. O braço dos minutos foi movido em uma cerimônia no prédio da Academia de Ciências de Nova York nesta quinta.
"Estamos prestes a girar o arco da história na direção de um mundo livre de armas nucleares. Pela primeira vez desde que as bombas atômicas caíram em 1945, líderes dos Estados dotados de armas nucleares estão cooperando para reduzir drasticamente seus arsenais", informou em nota Boletim de Cientistas Atômicos, organização que controla o Relógio. "Enfatizamos que muito ainda precisa ser feito", diz o texto. "O pequeno incremento da mudança reflete tanto as ameaças que permanecem quanto o fato de que os governos podem vir a descumprir suas promessas".
O Relógio foi criado em 1947 pelo Boltem, organização fundada dois anos antes por pesquisadores da Universidade de Chicago que trabalharam no Projeto Manhattan, programa que desenvolveu as primeiras armas atómicas. Desde então ele é usado como um simbolismo para a proximidade da auto-aniquilação da raça humana. A última alteração havia sido em 2007, quando o ponteiro foi adiantado dois minutos, de sete para cinco para a meia-noite.
Dois minutos para o fim foi o mais perto que o mundo chegou da guerra nuclear, horário registrado em 1953, quando os EUA e a União Soviética testaram os primeiros dispositivos termonucleares. Em 1949, ano do teste da primeira arma nuclear soviética, e 1984, quando o presidente americano Ronald Reagan lançou o projeto "guerra nas estrelas", o Relógio do Fim do Mundo ficou a três minutos da meia-noite. O mais longe da meia-noite que já estivemos foi 17 minutos, em 1991, quando EUA e USSR assinaram o Tratado de Redução de Armas Estratégicas.
O relógio, a guerra nuclear, o fim do mundo - tudo nesse simbolismo remete ao século 20. O cataclisma, do século 21, recorrente nas discussões sobre o futuro, é o colapso ambiental, não o nuclear. Você acredita que já estamos distantes dessa ameaça? Ou países como Irã, Paquistão e Coreia do Norte ainda a mantém viva?
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