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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Espanha estreia comboio low cost de alta velocidade com bilhetes desde 5 euros

Fonte: aqui
Av de Ave (alta velocidade), lo de low cost. O Avlo, que vem anunciado com o slogan “alta velocidade para todos”, promete fazer a viagem directa entre Madrid e Barcelona (mais de 500km em ferrovia) em 2h30 e por preços muito abaixo do normal TGV espanhol: seguindo a filosofia low cost, começará em 10 euros por trajecto, cobrará serviços adicionais, e depois é sempre a subir até, pelo menos, 60 euros. Praticamente um quarto dos preços médios do tradicional e muito concorrido AVE. 

Esta semana, a empresa lançou uma promoção em que garante 10 mil bilhetes a 5 euros - são lançados diariamente mil bilhetes a este valor durante dez dias. No Facebook do Avlo está confirmada uma nova venda promocional para esta quinta-feira a partir das 19h (de Lisboa). As viagens promocionais podem ser feitas até final de Agosto. Na segunda-feira, início da campanha, entraram de repente mais de milhão e meio de pessoas no site, informou a Renfe – por supuesto, o site “colapsou”, como noticia o El País, originando muitas reclamações. A estreia do Avlo está marcada para 6 de Abril, segundo a espanhola Renfe, com três viagens diárias entre Madrid e Barcelona (duas com paragem em Saragoça) – a partir de 4 de Maio haverá mais uma ligação directa e diária no calendário.

A primeira unidade do Avlo, adianta o La Vanguardia, está a ser ultimada nas oficinas de Valladolid, devendo em breve entrar em provas nas vias ferroviárias. Tratam-se de composições Talgo (o mesmo tipo de comboio que serve Lisboa-Madrid) transformadas para este serviço: passaram a ter uma capacidade para 438 passageiros por comboio, mais 20% em relação a composições similares. Mas já se preparam mais comboios e com maior capacidade: o jornal espanhol adianta que mais tarde deverão entrar ao serviço novos comboios, que já terão capacidade para 581 passageiros. 

O Avlo tem só uma classe. A exemplo de companhias aéreas, o bilhete básico low cost inclui apenas uma mala de cabina + mala de mão ou mochila. Depois, o cliente terá de pagar os “serviços adicionais” (seleccionar o lugar, alterações à viagem, malas extra, comidas e bebidas, etc.); o wifi é grátis. 

As crianças até 14 anos acompanhadas por um adulto pagam 5 euros (até duas crianças por trajecto). Para famílias grandes há descontos de 20 a 50%.

Para garantir passagem descansada pelos controlos de segurança, a Renfe aconselha chegar 30 minutos antes à estação – os acessos fecham cinco minutos antes da saída do comboio.

A venda dos bilhetes é apenas online e o comprador deve estar registado no site (se pretender tentar a sorte na promo 5€, é melhor registar-se antes da abertura diária da bilheteira online promocional),

O avanço do novo projecto da Renfe, “o primeiro passo” da empresa nos “chamados serviços low cost de alta velocidade”, é explicado pela companhia também com uma mudança do paradigma ferroviário em Espanha: “este tipo de serviços são estratégicos para a companhia no contexto da liberalização do transporte de passageiros por ferrovias, que entrará em vigor em Dezembro de 2020”. 

É que, para essa altura, já está prevista concorrência baixo custo na alta velocidade ferroviária, com a chegada da francesa SNCF com o serviço Ouigo, como assinala o jornal El Periódico. Pior será em 2022: chega o consórico Ilsa-Trenitalia, controlado pela companhia ferroviária italiana, que promete 23 comboios em cinco rotas.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Menina constrói abrigo portátil com energia solar para moradores de rua

Fonte: aqui

Era apenas mais um projeto escolar, mas Callie Hilton decidiu levá-lo a outro patamar.

Os alunos deviam realizar um trabalho sobre os temas sistema solar ou energia solar. Callie optou pela segunda opção.

A garota então se inspirou em um dos companheiros de sala, que construiu um forno movido a energia solar, e decidiu criar a casinha, batizada de “Callie’s Coop” (abrigo da Callie).

Ela conseguiu montar um abrigo para moradores de rua com plásticos, madeira, alguns recipientes e até um aparelho de TV velho.

A moradia ainda conta com diversos recipientes, inclusive um que serve para que o abrigado aqueça comida com a luz do sol por meio de uma lente de aumento.

Toda a produção custou aproximadamente o equivalente a R$ 30.


O abrigo é dividido em dois ambientes, um para dormir, onde Callie instalou até uma pequena lâmpada alimentada por um painel de 5 volts, e outro para guardar objetos como uma espécie de balde que serve como um vaso sanitário compostável.

A cobertura do abrigo também promove a sustentabilidade: pequenos tubos levam a água da chuva que escorre pelo telhado inclinado para um recipiente que fica dentro do abrigo.

Do lado de fora, Callie também instalou um painel preto cujo objetivo principal é aquecer a água, mas que também pode ser colocado perto do colchão durante o inverno para que o local fique mais quente.

O formato do abrigo é retangular e pesa cerca de 11 kg, ela colocou rodinhas na parte de baixo e duas alças retrateis para que seja possível transportar facilmente.

domingo, 26 de janeiro de 2020

'Flygskam', a 'vergonha de voar' que preocupa a indústria da aviação na Suécia

Viajar de avião ou usar outro meio de transporte?

Fonte: aqui

Para muitos, essa pergunta vem de um dilema ético, de pessoas preocupadas com o impacto da aviação nas mudanças climáticas.

Nenhum país, contudo, levou esse dilema tão a sério como a Suécia, onde a expressão "flygskam", "vergonha de voar", se espalhou e se refere a um movimento, cada vez maior, que apela para que passageiros busquem meios alternativos de transporte para reduzir emissões de carbono.

À medida que o movimento se populariza, outros termos têm se popularizado. Os suecos já falam de "tagskryt", ou o "orgulho de andar de trem".

Acompanhada de uma hashtag, "tagskryt" tem sido usada nas redes sociais por aqueles que viajam de trem e querem incentivar outras pessoas a fazer o mesmo.

Existe ainda um novo termo para os que voam, mas preferem esconder isso: "smygflyga", que significa "voar em segredo".

Impacto da aviação


A emissão de dióxido de carbono (CO2) por quilômetro de um trem é de 14 gramas por passageiro, em comparação às 285 gramas emitidos em uma viagem de avião.

Os cálculos são da Agência Ambiental Europeia (EEA, na sigla em inglês), que considera um trem com 150 passageiros e um avião com 88.

Para aviões de maior porte, o nível de emissão pode chegar a 170 gramas por quilômetro por passageiro, de acordo com um estudo da universidade britânica London School of Economics.

Um dos maiores problemas da aviação é que, além da emissão de CO2, há liberação de vapor de água e óxido nitroso (N2O), gás nocivo e de efeito estufa.

Essas emissões em altitudes elevadas na atmosfera têm impacto maior devido a uma série de reações químicas.

Um dos primeiros suecos a impulsionar o movimento contra viagens de avião foi o medalhista olímpico dos Jogos de Inverno em Vancouver (2010) Bjorn Ferry, conhecido por viajar centenas de quilómetros de trem para participar de eventos esportivos e se recusar a voar devido às mudanças climáticas.

A ideia ganhou mais adeptos quando Malena Ernman, uma das mais famosas cantoras de ópera da Suécia, declarou publicamente a intenção de jamais voar novamente.

A decisão afetou significativamente seus compromissos artísticos. Mas outras celebridades apoiaram a cantora e aderiram ao movimento.

Malena é mãe de Greta Thunberg, uma ativista adolescente que ficou conhecida ao fazer um giro pela Europa de trem fazendo campanha em defesa do clima.

Ela se nega a voar e foi de trem ao Fórum Económico Mundial em Davos - enquanto mais de mil delegados foram ao evento em aviões privados.

Queda do tráfego aéreo


Não se sabe exatamente quantas pessoas aderiram ao movimento flygskam. Mas a página no Facebook Tagsemester (férias de trem), criada pela ambientalista Susanna Elfors para dar conselhos sobre meios alternativos de transporte, já tem mais de 90 mil membros.

Uma conta anónima no Instagram com mais de 60 mil seguidores expõe publicamente figuras conhecidas que voam e a hashtag #StayOnTheGround, algo como fique no chão, entrou para os trending topics no Twitter.

O movimento tem um impacto importante na Suécia, onde está aumentando uso do trem e diminuindo o número de voos.

Rickard Gustafson, chefe da companhia aérea sueca SAS, disse a um jornal norueguês estar convencido de que o movimento flygskam estava por trás da queda de 5% no tráfego aéreo da Suécia no primeiro trimestre de 2019.

Por sua vez, a companhia ferroviária sueca SJ anunciou um número recorde de passageiros devido ao que descreve como "a preferência em viajar de forma inteligente pelo clima".

Alguns comentaristas assinalam que a queda no número de voos na Suécia se deve também o impacto da onda de calor no verão de 2018, que gerou mais consciência na população sobe as mudanças climáticas.

Em Estocolmo, onde a temperatura é registada mensalmente desde 1756, julho de 2018 foi considerado o mais quente da história.

No resto da Suécia, a onda de calor provocou incêndios florestais que se estenderam até o círculo ártico.

A resposta da aviação


O movimento flygskam gera preocupação na indústria da aviação e foi um dos temas de um encontro de três dias em junho de 2019 na Coreia do Sul.

"Se não oferecermos uma resposta, esse sentimento vai crescer e se espalhar", assinalou Alexandre de Juniac, presidente da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), segundo a agência Reuters.

A declaração do diretor da Iata foi dada diante de uma plateia de 150 executivos de companhias aéreas.

Estima-se que os voos comerciais respondam aproximadamente por 2,5% das emissões globais de carbono e a expectativa é que essa porcentagem deve aumentar consideravelmente devido à expansão de aeroportos e dos voos baratos.

A indústria da aviação anunciou planos para desenvolver motores menos poluentes e baixar as emissões, para que em 2050 sejam a metade das emissões de 2002.

No entanto, alguns críticos assinalam que essas mudanças deveriam ser mais rápidas.

Em outros países da Europa, aumenta o número de pessoas que resistem a viajar de avião. Há, em outras línguas, termos equivalentes ao sueco para expressar a vergonha de voar: "lentohapea" na Finlândia, "vliegschaamte" na Holanda e "Flugscham" na Alemanha.

sábado, 25 de janeiro de 2020

Ativista ugandesa cortada de foto oficial de Davos


“Racismo”, disse Vanessa Nakate, depois ter desaparecido de uma fotografia tirada com os outros ativistas (brancos) em Davos
“Agora compreendi na perfeição o que quer dizer racismo”, vincou Nakate, numa emocionante declaração de vídeo, apontando o dado a várias agências noticiosas – incluindo a Associated Press, dos EUA – por a terem removido da foto. 

Vanessa Nakate, de 23 anos, foi cortada de uma fotografia em que surgia com outras ativistas. Só após o seu protesto é que a imagem foi substituída.

Já a AP, que desde então retirou a imagem, assegurou que não havia quaisquer “más intenções”.  

“O fotógrafo estava a tentar tirar uma foto rapidamente, num prazo apertado, e fez o recorte por motivos de composição, porque considerar que ele achava que o prédio ao fundo era perturbador”, justificou já David Ke, diretor de fotografia da agência de notícias, assegurando que quando voltassem a adicionar mais fotos ao que disponibilizam aos meios de comunicação mundial, vão corrigir e juntar fotos com diferentes culturas”. 

Vanessa Nakate, 23 anos, participou na conferência de imprensa que decorreu em Davos, na sexta-feira, 24, ao lado dos outros ativistas pelo clima, como Greta Thunberg, Loukina Tille, Luisa Neubauer e Isabelle Axelsson. Qual não foi o seu espanto quando se deparou com a imagem divulgada pela AP, em que ela não aparecia.

“Dizem-me que devia ficar sempre ao centro quando tiro fotos de grupo para não correr este risco. Nem quero acreditar que tenha de ser assim”, escreveu a ativista nas redes sociais, antes de rematar. “Não merecemos nada disto. África é o menor emissor de carbono, e somos os mais afectados pela crise climática. Apagar a nossa voz não vai mudar nada. Apagar a nossa história não vai mudar nada.” 

Assim como Greta, Nakate também manteve-se em protesto solitário durante meses em frente ao parlamento de Uganda, e tornou-se líder do movimento Juventude pela África do Futuro – e o próprio fato da maioria não conhecer tanto o seu trabalho até o terrível incidente das fotos é também sintoma do racismo que media todas as nossas relações. “Curiosamente só os maiores emissores de gases do nosso país serão ricos o suficiente para sobreviver à crise alimentar, enquanto a maioria das pessoas que vivem em povos e comunidades rurais enfrentarão problemas para obter alimentos devido aos altos preços e ao desabastecimento” disse a ativista, em entrevista recente.  Tudo isso levará à fome e à morte de muita gente. Na minha região, a falta de chuva já significa fome e morte para os menos privilegiados”.

Fonte: Visão

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Yuval Noah Harari: Como sobreviver ao século XXI - Davos 2020


Yuval Noah Harari sobe ao palco do Congresso na reunião anual do Fórum Económico Mundial para falar sobre como a guerra nuclear, o colapso ecológico e a interrupção tecnológica representam uma ameaça existencial à civilização humana. Logo depois, ele explora os desafios do século XXI e como enfrentá-los antes que seja tarde demais. Com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, moderado por Orit Gadiesh.

Transcrição do discurso aqui

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O Relógio do Fim do Mundo: quanto tempo falta para o cataclismo


Cientistas americanos decidiram nesta quinta-feira (14) voltar o Relógio do Fim do Mundo até seis para meia-noite. Antes, faltavam cinco minutos na contagem simbólica para a destruição total do planeta. Um "estado esperançoso dos assuntos mundiais" foi citado como o motivo para a diminuição da probabilidade de um colapso atômico, representado no relógio pelo horário meia-noite. O braço dos minutos foi movido em uma cerimônia no prédio da Academia de Ciências de Nova York nesta quinta.

"Estamos prestes a girar o arco da história na direção de um mundo livre de armas nucleares. Pela primeira vez desde que as bombas atômicas caíram em 1945, líderes dos Estados dotados de armas nucleares estão cooperando para reduzir drasticamente seus arsenais", informou em nota Boletim de Cientistas Atômicos, organização que controla o Relógio. "Enfatizamos que muito ainda precisa ser feito", diz o texto. "O pequeno incremento da mudança reflete tanto as ameaças que permanecem quanto o fato de que os governos podem vir a descumprir suas promessas".

O Relógio foi criado em 1947 pelo Boltem, organização fundada dois anos antes por pesquisadores da Universidade de Chicago que trabalharam no Projeto Manhattan, programa que desenvolveu as primeiras armas atómicas. Desde então ele é usado como um simbolismo para a proximidade da auto-aniquilação da raça humana. A última alteração havia sido em 2007, quando o ponteiro foi adiantado dois minutos, de sete para cinco para a meia-noite.

Dois minutos para o fim foi o mais perto que o mundo chegou da guerra nuclear, horário registrado em 1953, quando os EUA e a União Soviética testaram os primeiros dispositivos termonucleares. Em 1949, ano do teste da primeira arma nuclear soviética, e 1984, quando o presidente americano Ronald Reagan lançou o projeto "guerra nas estrelas", o Relógio do Fim do Mundo ficou a três minutos da meia-noite. O mais longe da meia-noite que já estivemos foi 17 minutos, em 1991, quando EUA e USSR assinaram o Tratado de Redução de Armas Estratégicas.

O relógio, a guerra nuclear, o fim do mundo - tudo nesse simbolismo remete ao século 20. O cataclisma, do século 21, recorrente nas discussões sobre o futuro, é o colapso ambiental, não o nuclear. Você acredita que já estamos distantes dessa ameaça? Ou países como Irã, Paquistão e Coreia do Norte ainda a mantém viva?

domingo, 19 de janeiro de 2020

Zygmunt Bauman: somos aquilo que podemos comprar

Fonte: aqui
Zygmunt Bauman é um sociólogo e filósofo polaco que se debruça sobre os problemas do capitalismo, ou melhor, sobre a face mais perversa e doentia do capitalismo insano e selvagem: a ideia de que somos aquilo que podemos comprar. Ele observa que a sociedade atual, bombardeada pela propaganda incessante, vive em estado de estresse e ansiedade, pressionada a consumir cada vez mais. A sociedade atual sequer consegue pensar em soluções para os seus problemas, afinal, não há tempo para isso. Temos muitas contas para pagar e perdemos completamente o poder de decidir as nossas vidas.

Aliados a essa mentalidade, os bancos se dedicam aos clientes que não conseguem pagar suas contas, preferindo que o indivíduo faça um empréstimo para pagar outro empréstimo, pois, afinal, lucram (e muito) com os juros. O indivíduo disciplinado que paga as suas contas precisa ser capturado pela lógica do endividamento, pois é uma ameaça ao lucro das instituições financeiras. Aqueles que não podem pagar não têm acesso aos shoppings centers, os santuários espirituais das sociedades de consumo. Nossa época reflete, segundo Bauman, um momento onde o poder político desvinculou-se do poder económico. Assim, a política tornou-se ilusão, pois as decisões políticas devem ser do interesse do poder económico.

Se no passado o capitalismo era norteado pela cultura da poupança, onde as pessoas faziam sacrifícios para obter aquilo que necessitavam, hoje vivemos a ilusão do “aproveite agora e pague depois”. E pague, de preferência, por coisas que não precisa. A criação de necessidades é uma especialidade desse esquema cruel e excludente.

Contudo, até mesmo o supremo poder económico, que tudo domina, irá consumir a si mesmo. Estamos, segundo Bauman, numa época sem líderes ou política, orientados tão somente pelo consumismo, sem direção ou objetivos. Somente após o previsível colapso de nossas sociedades de consumo é que buscaremos soluções mais sensatas.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

For First Time Ever, Scientists Identify How Many Trees to Plant and Where to Plant Them to Stop Climate Crisis



Around 0.9 billion hectares (2.2 billion acres) of land worldwide would be suitable for reforestation, which could ultimately capture two thirds of human-made carbon emissions.
The Crowther Lab of ETH Zurich has published a study in the journal Science that shows this would be the most effective method to combat climate change.
The Crowther Lab at ETH Zurich investigates nature-based solutions to climate change. In their latest study, the researchers showed for the first time where in the world new trees could grow and how much carbon they would store.
Study lead author and postdoc at the Crowther Lab Jean-François Bastin explains: “One aspect was of particular importance to us as we did the calculations: we excluded cities or agricultural areas from the total restoration potential as these areas are needed for human life.”
The researchers calculated that under the current climate conditions, Earth’s land could support 4.4 billion hectares of continuous tree cover. That is 1.6 billion more than the currently existing 2.8 billion hectares. Of these 1.6 billion hectares, 0.9 billion hectares fulfill the criterion of not being used by humans. This means that there is currently an area of the size of the US available for tree restoration. Once mature, these new forests could store 205 billion tonnes of carbon: about two thirds of the 300 billion tonnes of carbon that has been released into the atmosphere as a result of human activity since the Industrial Revolution.
According to Prof. Thomas Crowther, co-author of the study and founder of the Crowther Lab at ETH Zurich: “We all knew that restoring forests could play a part in tackling climate change, but we didn’t really know how big the impact would be. Our study shows clearly that forest restoration is the best climate change solution available today. But we must act quickly, as new forests will take decades to mature and achieve their full potential as a source of natural carbon storage.”
The study also shows which parts of the world are most suited to forest restoration. The greatest potential can be found in just six countries: Russia (151 million hectares); the US (103 million hectares); Canada (78.4 million hectares); Australia (58 million hectares); Brazil (49.7 million hectares); and China (40.2 million hectares).
Many current climate models are wrong in expecting climate change to increase global tree cover, the study warns. It finds that there is likely to be an increase in the area of northern boreal forests in regions such as Siberia, but tree cover there averages only 30 to 40%. These gains would be outweighed by the losses suffered in dense tropical forests, which typically have 90 to 100% percent tree cover.
A tool on the Crowther Lab website enables users to look at any point on the globe, and find out how many trees could grow there and how much carbon they would store. It also offers lists of forest restoration organizations. The Crowther Lab will also be present at this year’s Scientifica (website available in German only) to show the new tool to visitors.
The Crowther Lab uses nature as a solution to: 1) better allocate resources – identifying those regions which, if restored appropriately, could have the biggest climate impact; 2) set realistic goals – with measurable targets to maximize the impact of restoration projects; and 3) monitor progress – to evaluate whether targets are being achieved over time, and take corrective action if necessary.
Reprinted from ETH Zürich

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Era um dos maiores peixes de água doce. Agora está extinto


Era um dos maiores peixes de água doce do mundo, o maior do rio chinês Yangtzé e até aos anos de 1970 era ali pescado em grandes quantidades, fazendo parte da alimentação das populações locais. Foi apenas há 40 anos, mas já pertence ao passado. O impressionante peixe-espátula-chinês (Psephurus gladius), que chegava a atingir sete metros de comprimento (e descende do tempo dos dinossauros), foi dado como extinto. É a primeira espécie nesta lista negra em 2020. 

O diagnóstico é de um grupo internacional de cientistas coordenado por Hui Zhang, da Academia das Ciências de Pesca, em Wuhan, na China, e foi feito num artigo publicado online na revista científica Science of the Total Environment.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

A Joaninha é um potente inseticida natural

Todos nós conhecemos as famosas joaninhas e provavelmente até brincamos com elas em pequenos e cantamos a bela cantiga para estas em seguida voarem. Agora uma questão? Acham que sabem tudo sobre este magnifico inseto?

Fonte: aqui
A joaninha pertence à família dos Coccinelídeos, sendo assim parente dos escaravelhos e dos coleópteros que pertencem à mesma ordem. Existem mais de 4.500 espécies de joaninhas por todo o mundo, podendo variar muito em tamanho e cor. São ajudantes preciosas dos jardineiros e agricultores, uma vez que estas se alimentam das pragas agrícolas, nomeadamente insectos de corpo mole como pulgões, ácaros, moscas-brancas e cochonilhas.

Uma única joaninha pode devorar até 65 pulgões por dia. As fêmeas consomem mais do que os machos e ambos os géneros comem mais quando a temperatura é mais elevada, como numa estufa. A sua coloração tem por objectivo avisar os predadores do seu mau sabor , quando ameaçadas, podem exsudar um líquido alcaloide tóxico e mal cheiroso a partir das articulações. Contudo apesar deste mecanismo de defesa, as joaninhas não deixam de ter inimigos, como as moscas e vespas parasitas. As joaninhas podem apresentar diversas cores que vão desde o vermelho, tão bem conhecido por nós, até ao amarelo, laranja e azul.

Em vários países, muitas espécies nativas de joaninhas estão ameaçadas pela joaninha-asiática (Harmonia axyridis) que possui uma alimentação muito variada, podendo assim superar as joaninhas residentes no seu habitat nativo. E um quinto das espécies de joaninhas nativas das Ilhas Britânicas estão em declínio.

Fonte: Joaninha, voa, voa ... , Quero saber - Especial Ambiente, Queluz de Baixo, Barcarena, pag. 046, 2012. http://mundoanimal66.blogspot.com.br/2015/02/joaninha-voa-voa.html

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Aquecimento dos oceanos: é como se explodissem cinco bombas atómicas por segundo

Em 2019, as temperaturas dos oceanos foram as mais elevadas de sempre, revela estudo. Esta é mais uma prova do aquecimento global, alertam os cientistas. "É fundamental entender a rapidez com que as coisas estão a mudar", destaca um dos autores da investigação.


Os oceanos do planeta registaram em 2019 novos recordes de aquecimento e foram mais quentes do que em qualquer outro momento da história da humanidade, indica um estudo divulgado esta segunda-feira.

Publicado na revista científica Advances in Atmospheric Sciences, o estudo indica que a água dos oceanos esteve mais quente especialmente entre a superfície e uma profundidade de 2.000 metros.

O estudo foi conduzido por uma equipa internacional de 14 cientistas de 11 institutos de todo o mundo e também conclui que os últimos 10 anos foram os mais quentes nos registos das temperaturas globais dos oceanos.

Os resultados da investigação foram publicados ao mesmo tempo que um apelo para que sejam tomadas medidas contra as alterações climáticas.

Segundo os cientistas, a temperatura média dos oceanos aumentou no ano passado em cerca de 0,075 graus centígrados face à média de 1981-2010. Para atingir essa temperatura o oceano terá absorvido 228 sextiliões (228 seguido de 21 zeros) de joules (unidade para medir energia térmica) de calor.

"Na verdade são muitos zeros. Para facilitar a compreensão fiz um cálculo. A bomba atómica de Hiroxima explodiu com uma energia de cerca de 63.000.000.000.000 (63 biliões) de joules. A quantidade de calor que colocámos nos oceanos do mundo nos últimos 25 anos é igual a 3,6 mil milhões de explosões de bombas atómicas em Hiroxima", disse Lijing Cheng, principal autor do artigo que divulga o estudo e professor associado do Centro Internacional de Ciências Climáticas e Ambientais, do Instituto de Física Atmosférica, da Academia Chinesa de Ciências. Ou seja, o equivalente ao lançamento de cinco bombas atómicas por segundo.

Mas o aquecimento dos oceanos está a acelerar e, por isso, o lançamento destas bombas de calor imaginárias também, avisam os cientistas. "Estamos agora em cinco a seis bombas de Hiroshima por cada segundo", disse John Abraham, um dos autores do estudo e professor da Universidade de St. Thomas, nos EUA, citado pela CNN.

"É fundamental entender a rapidez com que as coisas estão a mudar", disse John Abraham. A chave para perceber o aquecimento global "está nos oceanos, é aí que a grande maioria do calor acaba. Se se quiser entender o aquecimento global tem que se medir o aquecimento dos oceanos".

"Não há alternativas razoáveis além das emissões humanas de gases com efeito de estufa para explicar este aquecimento"

"Este aquecimento medido dos oceanos é irrefutável e é mais uma prova do aquecimento global. Não há alternativas razoáveis além das emissões humanas de gases com efeito de estuda para explicar este aquecimento", disse Lijing Cheng.

Os investigadores usaram um novo método de análise, que lhes permitiu concluir que os últimos cinco anos foram os mais quentes já registados nos oceanos e descobrir que nas últimas seis décadas o aquecimento mais recente foi aproximadamente 450% do aquecimento anterior, o que reflete um grande aumento na taxa de mudanças climáticas globais.

"O aquecimento global levou a um aumento de incêndios catastróficos na Amazónia, na Califórnia e na Austrália em 2019, e estamos a ver isso a continuar em 2020"

Os cientistas alertaram que o aquecimento global está a aumentar, mas que felizmente se pode inverter a situação, usando-se a energia de forma mais sábia e proveniente de fontes diversas. Mas dizem também que o oceano levará mais tempo a responder a essa mudança do que o ambiente atmosférico e terrestre.

Desde 1970 que mais de 90% do calor do aquecimento global foi absorvido pelos oceanos, com menos de 4% desse calor a ir para a atmosfera ou para a terra.

"Mesmo com essa pequena fração afetando a atmosfera e a terra o aquecimento global levou a um aumento de incêndios catastróficos na Amazónia, na Califórnia e na Austrália em 2019, e estamos a ver isso a continuar em 2020", disse Cheng.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Nuclear war is not only imaginable, but planned


The Coming War on China, do premiado jornalista John Pilger, revela o que as notícias não revelam - que a maior potência militar do mundo, os Estados Unidos, e a segunda potência económica do mundo, a China, ambas com armas nucleares, podem muito bem estar em o caminho para a guerra.

A guerra nuclear não é apenas imaginável, mas planejada. A maior concentração de forças militares da OTAN desde a Segunda Guerra Mundial está ocorrendo nas fronteiras ocidentais da Rússia. Do outro lado do mundo, a ascensão da China é vista em Washington como uma ameaça ao domínio americano.

Para combater isso, o presidente Obama anunciou um “pivô para a Ásia”, o que significava que quase dois terços de todas as forças navais dos EUA seriam transferidas para a Ásia e o Pacífico, com suas armas apontadas para a China. Uma política que foi adotada por seu sucessor, Donald Trump, que durante sua campanha eleitoral disse: “Não podemos continuar permitindo que a China estupre nosso país e é isso que eles estão fazendo”.

Filmado em cinco possíveis linhas de frente na Ásia e no Pacífico ao longo de dois anos, a história é contada em capítulos que conectam um passado secreto e "esquecido" às ações gananciosas de uma grande potência hoje e a uma resistência, da qual pouco se sabe em o Oeste.

Documentário - The Coming War on China

The Coming War on China, do premiado jornalista John Pilger, revela o que as notícias não revelam – que a maior potência militar do mundo, os Estados Unidos, e a segunda potência económica do mundo, a China, ambas com armas nucleares, podem estar no o caminho para a guerra.

A guerra nuclear não é apenas imaginável, mas planejada. O maior acúmulo de forças militares da OTAN desde a Segunda Guerra Mundial está em andamento nas fronteiras ocidentais da Rússia. Do outro lado do mundo, a ascensão da China é vista em Washington como uma ameaça ao domínio americano.

Para combater isso, o presidente Obama anunciou um “pivô para a Ásia”, o que significava que quase dois terços de todas as forças navais dos EUA seriam transferidas para a Ásia e o Pacífico, suas armas apontadas para a China. Uma política que foi adotada por seu sucessor Donald Trump, que durante sua campanha eleitoral disse: “Não podemos continuar permitindo que a China estupre nosso país e é isso que eles estão fazendo”.

Filmado em cinco possíveis linhas de frente na Ásia e no Pacífico ao longo de dois anos, a história é contada em capítulos que conectam um passado secreto e 'esquecido' às ações vorazes de grandes potências hoje e a uma resistência, da qual pouco se sabe em o Oeste.

Críticas

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

A falácia do lítio em Portugal

Fonte: aqui
As reflexões de estudiosos seminais sobre o assunto têm sido acompanhadas por muitos. Para dar conta da falácia associada ao projecto de mineração e produção de lítio em Portugal, nesta crónica escrita em conjunto com Vítor Afonso, contamos com os contributos da Catarina, da Maria do Carmo, da Regina e do Gualdino, pelo que é uma crónica de todos. 

O banco norte-americano Morgan Stanley afirmou, em fevereiro de 2018, que esse seria o último ano com défice global de lítio. Os factos confirmam essa previsão. Ao longo do último ano, assistiu-se à abertura de novas minas – na Austrália, por exemplo – e, na sequência, a uma crescente oferta de lítio no mercado internacional pelo que, sem variação da procura, que até diminui, o preço do lítio caiu acentuadamente. Acresce que se têm descoberto novas jazidas gigantescas em vários países – o Chile, por exemplo, deverá duplicar a sua produção nos próximos 4 anos, na Bolívia, há reservas gigantescas e o mesmo se passa na Argentina – pelo que a tendência da oferta é para aumentar. Até recentemente, a Bolívia, o Chile e a Argentina completavam um triângulo sul-americano do lítio que possuiria cerca de 75% das reservas mundiais, mas há pouco tempo foi descoberta no México uma grande jazida que, segundo informações do governo federal, conta com mais de 120 milhões de toneladas de lítio. Não é por acaso que, por exemplo, a China já anunciou que terá capacidade para comercializar lítio até 1/9 do preço de mercado atual. 

Face à dinâmica da oferta e da procura há muitas empresas no ramo que estão a ter muitas dificuldades, tal é o caso, só para citar um exemplo, da Nemaska Lithium, cotada na bolsa de Toronto. A situação desta empresa faz antever o que sucederia em Portugal caso o processo avançasse. As reservas portuguesas são insignificantes e, per si, não justificam a exploração por ser manifestamente inviável. Note-se que a Savannah Resources, sem histórico de atividade nem know-how na mineração e produção de lítio, planeia produzir 0,175 milhões de toneladas de concentrado de lítio por ano na mina próxima a Covas do Barroso, que possui cerca de 20 milhões de toneladas de lítio!!! Não satisfeita com a insignificância do recurso, a Savannah Resources também propõe a construção de uma refinaria de lítio em Portugal! Para além da quantidade marginal existente, acrescem as dificuldades impostas pela baixa concentração do minério e a forma de extracção muito dispendiosa, quando comparada com a extracção nos locais acima referidos. 

À inviabilidade económico-financeira acrescem os custos sociais e ambientais. Para quê mais um elefante branco quando há tantas carências em Portugal? Que sentido faz que o Ministério do Ambiente, caso o projeto avance, contribua para a destruição irreversível da paisagem e do património arquitetónico das regiões afetadas, a limitação do acesso à água potável, a dificuldade do acesso a solos aráveis não contaminados, o agravamento do estado de saúde das populações, o impedimento do acesso a propriedades confinantes com as explorações, a mudança das dinâmicas sociais da comunidade, a deterioração da atratividade turística da região, a desvalorização de imóveis, e claro um ainda maior abandono do já abandonado Trás-os-Montes. 

O Ministro do Ambiente é, de facto, um ministro pouco “ambientado” com a defesa e a preservação ambiental. Argumenta sobre a necessidade de reduzir as emissões de carbono e foca-se na agricultura e, em especial, na agropecuária. Não saberá que a economia de montanha depende da agropecuária e que a mesma levou a que Portugal fosse distinguido pela FAO com o galardão de Património Agrícola Mundial? Aconteça o que acontecer, com esta falácia do lítio, o governo português já contribuiu para que vários investimentos empresariais e de recuperação de aldeias se encontrem em stand by ou tenham sido cancelados, para que as populações e os investidores se sintam com o futuro em suspenso, e para a desvalorização patrimonial dos imóveis. 

Em suma, neste negócio estranho, só vemos uma motivação: desejo de acesso a fundos europeus por alguns à custa de custos diretos sobre as populações locais e custos indiretos sobre todos nós!   

Óscar Afonso, presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude e professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto

Ted Talk - O que é valor económico e quem o cria?


De onde vem a riqueza, quem a cria e o que a destrói? Neste mergulho profundo na economia global, Mariana Mazzucato explica como perdemos de vista o que significa valor e por que precisamos repensar nossos sistemas financeiros atuais - para que o capitalismo possa ser direcionado para um futuro ousado, inovador e sustentável que funcione para todos nós. 

Letter from economists: to rebuild our world, we must end the carbon economy

Palestra - Uma visão honesta do preço, da inovação e de quem apoia a economia



De onde vem a riqueza, quem a cria e o que a destrói? Neste mergulho profundo na economia global, a professora Mariana Mazzucato explica como perdemos de vista o que significa valor e por que precisamos repensar os nossos sistemas financeiros atuais – para que o capitalismo possa ser direcionado para um futuro ousado, inovador e sustentável que funcione para todos nós.

Saber mais: 
Mariana Mazzucato: Rethinking Value Creation – for innovative-led inclusive & sustainable growth

Gravação da Palestra Tore Browaldh 2020 com .

Participantes:

Mariana Mazzucato, Professora de Economia da Inovação e Valor Público na University College London (UCL)

Marie Stenseke, Professora de Geografia Cultural na Escola de Negócios, Economia e Direito da Universidade de Gotemburgo

Maureen Mckelvey, Professora de Inovação e Empreendedorismo na Escola de Negócios, Economia e Direito da Universidade de Gotemburgo

Entusiasmei-me! As duas palestras reforçam a confiança, sem rodriguinhos, que há alternativa dentro do sistema capitalista.
Com fortes mudanças (só com essa possibilidade) que incluem um sistema alargado entre o setor público inovador e um colaborativo setor privado. Com riscos e lucros partilhados. Ah, pois é!
Foi só assim que o homem chegou à Lua.
Em resumo, a ideia é lutar pelas missões atuais e trazer fins públicos e o bem comum, para o centro “de como” se cria valor.
São o cerne: alterações climáticas, sociedades com envelhecimento, oceanos limpos, saúde do solo e alimentação. A multipremiada autora sugere instrumentos racionais (indicadores, % e esquemas) para desfazer os velhos mitos.
É possível sem populismo e o seu acicatado medo, mas sem clamorosas desigualdades e hiperiqueza dos 1 %, transformar o capitalismo nos interesses das pessoas e do planeta.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

RD Congo. Crianças morrem no escuro à procura de cobalto

Gigantes tecnológicos como a Apple, Google, Microsoft, Dell e Tesla estão a ser julgados por se aproveitarem do trabalho de crianças nas suas baterias. “Esta miséria está no meu bolso, está na minha mão quando vejo os SMS, estou nas redes sociais ou falo consigo”, explicou ao i Siddharth Kara, responsável pela investigação.


Quando nos falam em produção “artesanal”, provavelmente pensamos em atenção ao detalhe, qualidade ou respeito pelas tradições. Mas na República Democrática do Congo, prospeção artesanal de cobalto significa pessoas pobres, frequentemente crianças, a escavar em rochas soltas, com pequenas pás, às vezes com as mãos, expostas a metais pesados e fumos tóxicos. Cavam túneis que chegam aos 30, 40 metros de profundidade, sem vigas ou estruturas de segurança, que frequentemente colapsam. O cobalto que mineram é essencial para as baterias de lítio, utilizadas em quase todos os nossos equipamentos, produzidos por algumas das empresas mais ricas do mundo, como a Apple, Google, Microsoft, Dell ou a Tesla. São apenas alguns dos gigantes tecnológicos que enfrentam um processo na justiça norte-americana, desde a semana passada, por cumplicidade com o trabalho infantil. É movido por 14 familiares e vítimas, com o apoio da International Rights Advocates.
O i falou com Terry Collingsworth, advogado e diretor desta ONG. Quisemos saber qual é a probabilidade de que os telemóveis que usámos na nossa conversa tivessem cobalto minerado por crianças. “Perto de 100%, se não 100%”, assegurou Collingsworth. “Cerca de 60% da produção global de cobalto vem da RD Congo, e quase deste um terço vem de prospeção artesanal, que inclui crianças. No final é tudo misturado e fundido junto, haverá sempre uma porção de cobalto minerado por trabalho infantil”, explicou Siddharth Kara, investigador e professor na Universidade de Harvard, cuja pesquisa resultou no processo judicial.
O investigador tem sido um visitante frequente do chamado Copperbelt – ou “cinturão do cobre” – que abrange as províncias congolesas de Alto Catanga e Lualaba. É aí que estão a maioria das minas de cobalto, cujo preço disparou na última década. E deverá continuar a subir, à semelhança da procura: os fabricantes de baterias utilizaram 41 mil toneladas de cobalto em 2017, mas a estimativa é que usem 117 mil toneladas em 2025. É essencial para o boom tecnológico, que gerou biliões para as empresas envolvidas, mas deixou um resto de miséria no fundo desta cadeia, no sudeste da RD Congo. “Aldeias inteiras são arrasadas por bulldozers quando um depósito de cobalto é descoberto. Enormes porções do território foram devastados, florestas cortadas e enormes minas construídas”, conta Siddharth. “É quase impossível ganhar a vida de outra maneira que não seja na prospeção”.
É uma indústria desumana, assegura o investigador, onde “os salários pagos aos adultos envolvidos mal chega a um ou dois dólares por dia”. Algo que força as crianças a contribuir para a sobrevivência da família, e é agravado pelo custo da educação na RD Congo, acrescenta Siddharth: “É quase impossível de compreender, mas uma mensalidade de seis dólares é a diferença entre ter uma educação ou morrer numa mina de cobalto”. Um círculo vicioso, “por ser um trabalho tão perigoso. Se um pai, mãe ou irmão mais velho fica aleijado ou morre, ainda é mais premente que a criança abandone a escola e entre no setor mineiro”, explica o investigador, que documentou vários casos de prospetores órfãos, que perderam ambos os pais nas minas. Além disso, muitas vezes adultos formam grupos de cinco ou seis crianças, que forçam a trabalhar para si. “Metade dos miúdos que representamos passaram por isso”, afirma Collingsworth. A mais absoluta miséria junta-se ao tráfico humano. “É uma combinação dos dois fatores”, nota o advogado.
Entretanto, os prospetores artesanais vão sendo expostos a níveis elevadíssimos de cobalto. “Por vezes vemos mulheres e crianças – toda a gente, aliás – com tosse e dermatite de contacto”, conta Siddharth. Já os cientistas alertam que concentrações elevadas de cobalto podem causar problemas cardíacos e de visão. Como se verificou nos anos 60, quando uma empresa canadiana adicionou cobalto à cerveja, para ter uma espuma mais consistente – rapidamente foi relacionado com um aumento nos ataques cardíacos. Outros efeitos, a longo prazo, estão por estudar. ”Irá uma percentagem elevada desta população desenvolver cancro mais tarde, assumindo que vivem o suficiente para isso, antes de serem enterrados vivos? Não sabemos”, declara o investigador.
Tudo isto com o apoio tácito de multinacionais de mineração, como a chinesa Zhejiang Huayou Cobalt e a britânica Glencore, segundo se lê no processo. Quer seja em minas formais – propriedade destas empresas – ou informais – à beira de um rio ou no meio do campo – os prospetores artesanais vendem o cobalto a intermediários, que revendem às multinacionais. “Montam pequenas tendas cor-de-rosa e pintam com spray algo como ‘loja de cobalto’”, conta Siddharth, explicando que, de certa forma, “os minerais estão a ser lavados”.
“Se acontece algum acidente que chega aos media – o que quase nunca acontece – ou se alguém questiona porque é que têm prospetores artesanais nas minas, a resposta é sempre: ‘eles estão ali ilegalmente, não deviam estar ali, etc., etc.’. Ao mesmo tempo, esse trabalho é usado para aumentar a produção de cobalto a custo zero”, assegura o investigador. Já Collingsworth acrescenta: “Eles sabem o que estão a fazer. Estive lá duas semanas e observei-o, está ali, à vista de todos, é tão óbvio. Não podem dizer que não sabiam. E é só isso que temos de provar, que eles foram cúmplices conscientes deste esquema”.
A relação entre estas multinacionais de mineração e gigantes como a Apple, Google, Microsoft, Dell, ou a Tesla é em tudo semelhante. Os abusos na RD Congo são conhecidos há anos, com investigações de jornais como a Bloomberg, que expôs o caso em 2008, bem como relatórios de organizações não governamentais. “A Amnistia Internacional contactou estas empresas e questionou-as. Todas as empresas reagiram emitindo comunicados, garantindo que o trabalho infantil era proibido aos seus fornecedores, mas não fizeram nada”, critica o advogado das vítimas.

Tentáculos globais
Há poucas dúvidas de que o Estado congolês esteja envolvido nestes abusos. “As forças armadas congolesas estão muito presentes por toda a região de prospeção de cobalto. Bem como forças menos convencionais, como milícias”, conta Siddharth. Fez a sua investigação com o apoio de ONG’s congolesas, que já tinham a confiança e faziam parte da comunidade – não foram identificadas para evitar retaliações violentas. O mesmo se passa com os queixosos. “Se se sabe que alguém falou a forasteiros sobre estas condições, não verão outro nascer do sol”, afirma o investigador. Para os militares e milícias no terreno, “o silêncio, secretismo e falta de transparência são fundamentais para manter o negócio a todo o vapor, com o máximo de lucros”.
Entretanto, a Glencore – o maior vendedor de matérias-primas do globo – está a ser investigada pela justiça norte-americana, por corromper o Governo do Congo. Os chamados Paradise Papers revelaram que, em 2009, a Glencore emprestou dezenas de milhões de dólares ao multimilionário israelita Dan Gertler, para que conseguisse um acordo favorável à multinacional britânica.
Note-se que, em 2001, uma investigação das Nações Unidas revelou que Gertler ofereceu cerca de 18 milhões de euros ao Presidente congolês Joseph Kabila, para que comprasse armas. Acabou a conseguir que o Estado congolês não cobrasse uma dívida de quase 400 milhões de euros à Glencore – mais do que o orçamento da RD Congo para a Educação.
Os tentáculos da Glencore são cada vez mais visíveis, um pouco por todo o globo. A multinacional foi uma das indiciadas por corrupção no Brasil, na operação Lava Jato. Juntamente com outras três empresas, é acusada de pagar o equivalente a quase 14 milhões euros em subornos a funcionários da Petrobras, a empresa energética semiestatal brasileira. “As empresas investigadas pagavam propinas a funcionários da Petrobras para obter facilidades, conseguir preços mais vantajosos e realizar contratos com maior frequência”, lia-se num comunicado da Procuradoria-geral da República do Brasil, de 2018. A Glencore também é acusada de praticar crimes semelhantes na Venezuela, subornando funcionários da PDVSA, a empresa petrolífera estatal.
Apesar do poder da Glencore, uma empresa britânica sediada na Suíça, importa salientar que os chineses da Zhejiang Huayou são os verdadeiros pesos pesados na RD Congo. Fala-se numa corrida ao cobalto entre superpotências, desencadeada pela sua importância para o setor tecnológico, mas Siddharth discorda. “Não é uma corrida, a China já domina”, nota. As estatísticas mostram que a maioria da extração de cobalto na RD Congo é dominada por interesses chineses. O resto vem em parte da Austrália, mas sobretudo de países como o Zâmbia e Cuba, com grande presença da China. Que, além disso, também domina a indústria de refinação do minério – têm cerca de 80% do mercado. “Eles podem fechar a torneira global de cobalto amanhã, se quiserem”, assegura o investigador.

“Uma história que se repete”
A prospeção de cobalto ocorre na antiga província de Catanga, onde se estabeleceram boa parte dos europeus quando o Congo era uma colónia belga. Há um eco colonial nas ações destas empresas multinacionais? “Claro, é uma história que se repete para as pessoas do Congo. Há uma centena de anos, era o Rei Leopoldo e, depois, o Estado belga a explorar os recursos que eram valiosos na altura, incluindo borracha e depois metais, como cobre e ouro. Interesses estrangeiros, que pilham o povo e o ambiente do Congo para se enriquecerem a si mesmos”, considera Siddharth, acrescentando: “É a mesma história. Simplesmente há um sistema diferente, um pouco mais reluzente e bem polido. E desta vez o recurso é o cobalto”.
Aliás, muita da constante instabilidade na RD Congo desde a independência teve origem no Catanga, com os seus enormes jazigos de minerais. Foi na região, em 1961, que foi torturado e morto o primeiro primeiro-ministro eleito na RD Congo, Patrick Lumumba, às mãos dos independentistas catangueses, liderados por Moïse Tshombe, um empresário do setor mineiro – contava com o apoio da Bélgica, França e África do Sul. Lumumba foi capturado pelo então coronel Joseph-Désiré Mobutu, que manteve o país sob um reinado de terror durante mais de três décadas. “Certamente que a pobreza e instabilidade, corrupção e quebra do Estado de direito, facilitam a exploração e da região e da sua população”, salienta Siddharth.

Miséria no bolso
Por vezes, ao longo da conversa, o tom de Siddharth torna-se emotivo. Sobretudo quando fala dos casos do colapsos de túneis, de crianças enterradas vivas. “Destroem a alma”, diz o investigador. “Ter uma mãe a descrever-lhe isso, a imaginar o terror e o medo que o filho sentiu, enquanto sufocava lentamente no escuro, completamente sozinho...“. Por momentos, faltam-lhe as palavras para continuar. “É um pesadelo. Pensar que esse tipo de miséria está no meu bolso, está na minha mão quando vejo os sms, estou nas redes sociais ou quando falo consigo, é demasiado para processar”, desabafa.
“Quando o professor Kara voltou da sua última viagem, ele conhecia o meu trabalho como advogado. Contactou-me e disse: ‘Temos de voltar. Quero que vejas isso, temos de tentar ajudar estas crianças’. Dois meses depois estávamos num avião a caminho da R D Congo”, conta Collingsworth. Hoje, assegura: “Faço trabalho de direitos humanos há quase quarenta anos, mas este é o pior caso em que trabalhei”. O advogado recorda o caso de uma mulher, listada no processo como Jane Doe 1, cujo sobrinho foi enterrado vivo numa derrocada. “Quando a entrevistei estava histérica, nem se pôde despedir dele. Disse-me: ‘por favor ajude-me, as nossas crianças estão a morrer como cães’. Ali toda a gente conhece um miúdo enterrado nas minas”.
Ambos os ativistas não hesitam em apontar o dedo às grandes empresas tecnológicas, que consideram cúmplices desta tragédia. “Eles podiam resolver este problema rapidamente. Não custaria muito em termos de recursos ou esforço para garantir segurança, dignidade, empregos formais, salários que permitam viver, escolas, clínicas”, acusa Siddharth. Tudo por uma fração dos lucros destas multinacionais, dependentes do cobalto.
Até agora, estas empresas têm seguido “guião do costume”, nas palavras de Collingsworth. “Primeiro são apanhados e negam. Depois, quando não podem negar, porque as provas estão a acumular-se, emitem alguma política da treta e dizem: ‘ok, resolvemos o assunto’. Tentam convencer o público com fraude e programas modelo, são apanhados outra vez e depois processados”, resume o advogado, garantindo: “Já não acreditamos neles”. Em 2016 foi criada a Responsible Cobalt Iniciative, por parte das autoridades chinesas. Juntou empresas como a Apple Inc, Sony Corp, Volvo e a Mercedes-Benz Cars – Collingsworth fala numa única mina modelo. “A realidade no terreno, que vi com os meus próprios olhos, não reflete qualquer iniciativa responsável no que toca à extração de cobalto”, garante Siddharth.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Música do BioTerra: Né Ladeiras - Ó Que Estriga Tenho Na Roca

Talvez a canção de amor mais bela da língua portuguesa.


Ó que estriga tenho na roca
Ó que maceiro cá farei
Ó que amores tão bonitinhos
Ó som os procurar achei
Ó que amores tão bonitinhos
Ó som os procurar achei

E o sete estrelas vão altas
E a lua já encabarcou
Ai amorzinho da minha alma
Ó que tão longe de ti estou
Ai amorzinho da minha alma
Ó que tão longe de ti estou

Sete estrelas rondadores
Ai contrários a quem namora
Ai vai-te embora sete estrelas
Ai que eu quero rondar agora
Ai vai-te embora sete estrelas
Ai que eu quero rondar agora

Prendi o sol com uma fita
As estrelas com um cordão
Ai a lua com um cadeado
E a ti no meu coração
Ai a lua com um cadeado
E a ti no meu coração

Ó lua bai-te deitar
Na cama do meu amado
Ai dá-lhe um beijinho por mim
Se ele estiver acordado
Ai dá-lhe um beijinho por mim
Se ele estiver acordado

Poluição, alterações climáticas e desigualdade social

Será néscio negar a excessiva poluição que o Ser Humano provoca, em especial a queima de combustíveis fósseis para o fornecimento de energia à indústria e aos transportes, com especial gravidade nos aéreos e marítimos, ou a produção de plásticos e baterias para tudo quanto é aparelho.
O problema é grave e urge encontrar soluções que modifiquem os hábitos de todos os consumidores, como já vai acontecendo, e não castigar os mais desfavorecidos através da penalização com impostos que, para além de não alterarem hábitos, criam uma desigualdade inaceitável entre ricos e remediados, onde os primeiros poderão continuar a poluir quanto quiserem desde que paguem!

De uma forma geral, podemos dizer que os governos, nomeadamente o de Portugal, parece apostarem em arrecadar cada vez maior receita de impostos à boleia do discurso anti-poluição!
A preocupação verbalizada ad nauseum sobre as alterações climáticas tem servido, apenas cavar uma desigualdade social gravíssima, onde os ricos pagam para poluir e os outros sofrem com a poluição dos primeiros e ainda têm de pagar cada vez mais impostos!

Se o intuito fosse alterar os comportamentos dos consumidores, seria socialmente muito mais aceitável e eficaz a restrição generalizada ou até a proibição total, como fizeram com o tabaco, por exemplo, mas não sinto que os governantes estejam dispostos a abdicar do aumento da receita de impostos e muito menos que tenham coragem política para afrontar, através de restrição ou proibição, os mais poderosos.
A médio prazo, a discriminação social e a desigualdade que se acentuará, em vez, por via de impostos que deveriam servir para a atenuar, promovida por esta prática ávida de receita, conduzirá tensões de difícil aceitação, onde os que não podem e os que podem com dificuldade, revoltar-se-ão contra os que podem continuar a poluir.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Cansado de notícias ruins, ilustrei 36 das melhores notícias de 2019

Todas as ilustrações e links para as boas notícias aqui


É a mesma coisa: entra ano, sai ano: em dezembro começam as publicações nas redes sociais dizendo que o ano foi terrível, que só teve desgraça, dizendo que parece que o mundo está se acabando. É ou não é?

Por mais que saibamos da importância de nos informar sobre acontecimentos da atualidade, infelizmente no geral as notícias que saem na grande mídia e massivamente nas redes sociais são ruins.

Por isso o Razões para Acreditar nasceu, para mostrar as coisas boas que as pessoas fazem umas às outras, pois ainda se tem uma cultura muito grande de que se você faz algo de bom não pode mostrar. Mas fica o questionamento: as pessoas postam tudo nas redes sociais, do momento que acordam ao momento que vão dormir, incluindo aí brigas, idas ao banheiro e tantas outras coisas aleatórias, então porque raios não pode postar as coisas boas que faz? Eu realmente não entendo.

Pois bem, inspirado no projeto The Happy BroadCast, ilustramos algumas das milhares de boas notícias que publicamos este ano de 2019, para que você nunca se esqueça que tem muita coisa boa acontecendo sim! Você que não fica sabendo. Vamos lá:

Focamos em fatos que aconteceram no Brasil, pra mostrar que nosso país é capaz SIM de produzir bons acontecimentos, separamos por Estados, vejam aqui

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Os glaciares da Nova Zelândia mudaram de cor por causa dos fogos na Austrália

A nuvem de fumo tóxica provocada pelos incêndios na Austrália percorreu milhares de quilómetros. A neve branca dos glaciares da nova Zelândia está completamente castanha.

Fonte: TSF


O fumo dos incêndios florestais australianos chegou à Nova Zelândia, a milhares de quilómetros de distância, e deu aos glaciares habitualmente brancos um tom caramelo, de acordo com os serviços de meteorologia e a comunicação social locais.

O fumo, que solta um cheiro áspero para o nariz, apareceu pela primeira vez na zona na quarta-feira. Em algumas regiões, o sol parecia uma bola vermelha ou dourada, dependendo da espessura da nuvem tóxica.

"Consegue-se ver claramente o fumo, que percorreu cerca de 2.000 km pelo mar da Tasmânia", indicou o instituto neozelandês de meteorologia numa publicação feita hoje no Twitter.

"Nas regiões mais afetadas, a visibilidade é baixa, de cerca de 10 km", acrescentou a mesma fonte.

As redes sociais estão cheias de descrições sobre as consequências dos incêndios na Austrália.

É o caso de uma declaração publicada por "Miss Roho" no Twitter, que garante que se "consegue mesmo sentir o cheiro do calor em Christchurch", cidade da costa leste da ilha do sul da Austrália.

Outra mulher, "Rachel", publicou uma fotografia do glaciar Franz Josef, a mais de 2.000 km de distância, cujo habitual branco imaculado se tornou castanho.

"No glaciar Franz Josef, a neve 'caramelizada' deve-se ao pó dos incêndios florestais", escreveu.

O ator neozelandês Jemaine Clement publicou, por seu lado, uma foto do sol que parece um globo de ouro.

"Em toda a Nova Zelândia, o fumo dos incêndios australianos na atmosfera provoca este sol estranho", explica.

Desde setembro, os incêndios na Austrália já provocaram a morte de pelo menos 18 pessoas, mas o balanço poderá subir, já que as autoridades de Victoria avisaram hoje que há 17 pessoas desaparecidas naquele estado.

Mais de 1.300 casas foram reduzidas a cinzas e 5,5 milhões de hectares foram destruídos, o que representa uma área maior que a de um país como a Dinamarca ou a Holanda.

A chefe do Governo estadual de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, declarou hoje, pela terceira vez, estado de emergência com duração de sete dias para permitir a retirada forçada de pessoas a partir de sexta-feira.

Na terça-feira, véspera do Ano Novo e o dia considerado mais mortífero desde o início da crise, vários incêndios descontrolados devastaram o sudeste do país, matando oito pessoas e destruindo pelo menos 400 casas.

As autoridades já avisaram que são esperadas fortes rajadas de vento e temperaturas acima dos 40°C no próximo sábado.