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Cientistas descobriram que um dos plásticos biodegradáveis mais comuns hoje em dia, conhecido pela sigla PHB, liberta ‘nanoplásticos’ que afectam organismos em rios e lagoas.
Os chamados bioplásticos, que podem ser degradados por micro-organismos, têm sido cada vez mais utilizados na tentativa de resolver a acumulação de lixo no ambiente.
No entanto, segundo um artigo científico publicado na revista Environmental Science: Nano, por investigadores da Universidade Autónoma de Madrid (UAM) e da Universidade de Alcalá, o polihidroxibutirato (PHB) não é inofensivo para o ambiente.
Os cientistas concluíram que o PHB “liberta durante o seu processo de degradação ‘nanoplásticos’ que produzem efeitos tóxicos sobre organismos dos ecossistemas aquáticos”, indica uma nota publicada pela UAM.
Em concreto, são dois os organismos afectados: uma alga e uma cianobactéria, ambas consideradas produtores primários em águas continentais. Ou seja, as duas espécies estão na base das cadeias alimentares em corpos de água que se encontram em terra firme, como por exemplo rios ou lagoas.
“Os produtores primários têm um papel chave nos ecossistemas, pois são a base da cadeia trófica, pelo que se estes são afectados todo o ecossistema pode sofrer danos”, considera a equipa.
Os investigadores concluíram aliás que os ‘nanoplásticos’ derivados do PHB prejudicam também consumidores primários – organismos que dependem da base da cadeia alimentar – nomeadamente uma espécie de crustáceo.
“A equipa tentou ainda perceber quais são os mecanismos por trás da toxicidade dos nanoplásticos sobre os organismos aquáticos, encontrando mecanismos de acção semelhantes aos de nanopartículas de outros materiais”, adianta a UAM.
Os usos possíveis do PHB incluem a indústria médica, como por exemplo o fabrico de fios para suturas ou de cápsulas que libertam gradualmente os medicamentos na corrente sanguínea, e também a produção de embalagens para cosméticos, produtos de limpeza e produtos farmacêuticos, entre outros.
Qual o tamanho de um nanoplástico?
Em causa estão fragmentos 400 vezes mais finos do que a grossura de um cabelo humano.
“Em curtos períodos de tempo, em condições semelhantes às que aparecem na natureza, plásticos biodegradáveis como os que são baseados em polihidroxibutirato geram nanoplásticos com uns 200 nanómetros”, explica Miguel González-Pleiter, autor principal do artigo. Os nanómetros são unidades de medida que equivalem a um milionésimo de milímetro.
Esta terá sido a primeira vez que cientistas investigaram os efeitos de nanoplásticos secundários sobre organismos, ou seja, aqueles que são produzidos em condições semelhantes às da natureza e não em laboratório. “Trata-se de uma abordagem mais próxima ao que pode estar a acontecer em ecossistemas aquáticos hoje em dia”, conclui a equipa.
Talvez a melhor forma de resolver isto seja transformar o Homo sapiens num fóssil de época...
ResponderEliminarEstá mesmo muito complicado. Medidas drásticas exigem-se. Mas a Esperança é contagiosa...
ResponderEliminarAbraço