O recife natural existente na baía de Armação de Pera pode vir a tornar-se numa área marinha protegida. A proposta de classificação será feita pela Câmara de Silves, que pretende lutar pela preservação deste ecossistema subaquático que é considerado único por vários especialistas da Universidade do Algarve (UAlg). A posição consta de um documento enviado pela autarquia à Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos no âmbito da discussão pública do Plano de Situação do Ordenamento do Espaço Marítimo Nacional. O documento, a que o CM teve acesso, faz referência a um estudo científico do Centro de Ciências do Mar da UAlg , que identifica "o maior recife rochoso costeiro a baixa superfície de Portugal, que determina valores ecológicos ímpares no contexto da costa portuguesa". De acordo com os especialistas, o recife natural representa a "antiga linha de costa algarvia à data da última época glaciar, existindo há mais de 25 mil anos". Para preservar esta riqueza natural, a Câmara de Silves vai avançar com uma proposta de criação de uma área marinha protegida de interesse comunitário, junto com a UAlg, a Associação de Pescadores de Armação de Pera, a Fundação Oceano Azul e a empresa de mergulho Divespot, que tem feito o registo de muitas das espécies ao longo dos últimos 15 anos. Em defesa da proposta, a autarquia alerta que o "desenvolvimento de atividades humanas" previstas para zonas adjacentes, como "a produção aquícola ou extração de areias para alimentação de praias", podem "colocar em risco a preservação da biodiversidade".
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