No último sábado (03), mais de 190 países adotaram a Declaração de Cancun. Um acordo internacional – sem precedentes – que visa proteger a biodiversidade e intensificar os esforços para integrar a diversidade biológica nas políticas públicas nos setores de floresta, pesca, turismo e agricultura.
“A Declaração de Cancun e os poderosos compromissos assumidos aqui no Segmento de Alto Nível enviam um forte sinal de que os países estão prontos para alcançar as Metas de Aichi“, disse Bráulio Ferreira de Souza Dias, Secretário Executivo da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), referindo-se as 20 metas traçadas para combater a perda da biodiversidade em âmbito mundial até 2020.
No mesmo dia, vários países anunciaram seus próprios compromissos para acelerar a ação e cumprir o prazo dos alvos em menos de quatro anos.
Guatemala se comprometeu a implantar mais de 200 ações para aumentar as áreas protegidas.
França e outros participantes da Iniciativa Internacional Coral Reef concordaram em proteger os recifes de coral e seus ecossistemas, através da redução da poluição proveniente de microesferas plásticas e protetores solares. Além de financiar projetos e iniciativas que ajudam a proteger e restaurar os recifes de corais, mangues e ervas marinhas.
Os Países Baixos e outros 11 países da União Europeia anunciaram a criação da “Coalizão dos Dispostos” para proteger os polinizadores, que são cruciais para a segurança alimentar.
O Brasil se comprometeu a controlar pelo menos três espécies exóticas invasoras, projetar um sistema de alerta precoce até 2020, garantir que 100% das espécies ameaçadas estarão sob ferramentas de conservação até 2020 e 10% terão seu estado de conservação melhorado.
A Alemanha anunciou que vai aumentar o seu financiamento para projetos de mitigação das mudanças climáticas e adaptação por meio da sua Iniciativa Internacional de Clima para 500 milhões de euros por ano.
Japão prometeu US$ 16 milhões para continuar o seu apoio a atividades de capacitação nos países em desenvolvimento.
Nova Zelândia compromete-se a reunir uma ampla coalizão de atores de todos os níveis para desenvolver novas iniciativas, metodologias e técnicas para aumentar o controle de eficácia de espécies exóticas invasoras.
A África do Sul disse que vai desenvolver e implementar planos de gerenciamento de espécies para espécies vegetais de alto valor através do seu programa BioPANZA, irá definir metas para o cultivo de recursos biológicos indígenas e a participação da comunidade no desenvolvimento de produtos.
Peru, México, Equador e Guatemala, em conjunto com a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), a Iniciativa Darwin, anunciou uma coalizão para encorajar os países a preservar a diversidade genética e salvaguardar ambas as variedades nativas de plantas e seus parentes silvestres.
Ainda no Segmento de Alto Nível da COP13, 113 empresas fizeram um compromisso coletivo para levar em consideração a biodiversidade nas suas tomadas de decisão, investir na proteção dos ecossistemas, entre outras medidas.
“Nós todos queremos a mesma coisa: um planeta saudável, que fornece para todas as nossas necessidades e as das gerações futuras. Devemos usar a conferência para se preparar para a transformação que é necessário para atingir as Metas de Aichi, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e nossa visão de longo prazo de viver em harmonia com a natureza”, disse Dias em uma entrevista coletiva na noite de sábado.
Para o diretor executivo do Programa Ambiental da ONU (UNEP), Erik Solheim, “pela primeira vez, através dos esforços de todas as partes, estamos realmente falando significativamente uns aos outros sobre o real valor da biodiversidade para o turismo, a agricultura, a silvicultura, a pesca – o sangue vital das nossas economias”.
A conferência da Biodiversidade das Nações Unidas continua até 17 de Dezembro de 2016.
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