Uma lagarta de borboleta é uma máquina de comer. A sua função é armazenar energias para conseguir ganhar asas e voar. E se há lagartas que não são esquisitas, há outras que têm um menu limitado a uma única planta. Patrícia Garcia-Pereira apresentou-nos 10 espécies e Jeanne Waltz desenhou-as.
Não se mexem muito, a visão é fraca e os sentidos não estão muito apurados. Para as lagartas de borboleta, a sua missão é comer e não ser comido.
Estas 10 espécies que ocorrem em Portugal foram escolhidas por Patrícia Garcia-Pereira, do Centro para a Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (Ce3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, por serem especiais. Cada espécie só se alimenta de uma única planta (chamadas de monófagas), o que significa desafios ecológicos maiores.
Axadrezada-mediterrânica (Sloperia proto):
Planta: Marioila (Phlomis purpurea)
Esta é uma espécie claramente do Sul, estando presente no Norte de África e no Sul da Europa. Em Portugal ocupa a metade meridional.
Época de voo: fins de Abril até Outubro (mais frequente no Verão)
Borboleta-carnaval (Zerynthia rumina):
Planta: Erva-bicha (Aristolochia paucinervis)
Esta é outra espécie mediterrânica da fauna portuguesa. No território continental está presente em quase todo o país, mais comum no Sul.
Época de voo: de Fevereiro a Maio
Ponta-laranja-do-Douro (Anthocharis euphenoides):
Planta: Biscutella valentina
Esta espécie só sobrevive em locais muito quentes, preferindo os vales mediterrânicos do Douro interior. Pode considerar-se uma espécie rara no nosso país, com uma distribuição localizada e com poucos registos de observações.
Época de voo: Abril a Junho
Lucina (Hamearis lucina):
Planta: Prímula ou rosa-da-páscoa (Primula acaulis)
Já a lucina é um bicho do Norte. Está presente na Europa Central e Meridional estendendo a sua distribuição até à Rússia. Em Portugal ocupa apenas as florestas de carvalhos da região norte.
Época de voo: Maio e Junho
Borboleta-azul-das-turfeiras (Phengaris alcon):
Planta: Genciana-de-turfeiras (Genciana pneumonanthe)
Espécie europeia com uma distribuição localizada em todos os países. Em Portugal está presente nos lameiros de altitude da região Norte, tendo populações abundantes e saudáveis especialmente no Alvão e Montemuro.
Época de voo: Julho e Agosto
Verdinha-da-primavera (Tomares ballus):
Planta: Alfavaca-dos-montes ou alfavaca-silvestre (Erophaca baetica)
Espécie mediterrânica, presente no Norte de África, na Península Ibérica e no Sudoeste de França. Em Portugal é mais abundante no Sul.
Época de voo: Fevereiro a Abril
Aricia-Do-Nordeste (Eumedonia eumedon):
Planta: Gerânio-sanguíneo (Geranium sanguineum)
Esta é uma borboleta do Norte. Em Portugal só é conhecida do Parque Natural de Montesinho, em florestas de carvalho-negral.
Época de voo: Junho
Borboleta-do-medronheiro (Charaxes jasius):
Planta: Medronheiro (Arbutus unedo)
É a maior diurna da Europa. De origem africana, encontra-se dispersa pela região mediterrânica, sempre que hajam matos com abundantes medronheiros. Em Portugal só não ocupa a faixa litoral Norte. É particularmente abundante no Alentejo e Algarve.
Época de voo: Março a Outubro
Fritilária-mediterrânica (Euphydryas desfontainii):
Planta: Cardo-penteador (Dipsacus comosus)
Esta espécie ocorre no Norte de África, metade meridional da Península e Sul de França. Em Portugal só está no barlavento algarvio e sudoeste alentejano. Talvez seja a espécie mais ameaçada do nosso país pela destruição dos seus habitats preferenciais, especialmente a conversão de baldios e prados húmidos em áreas de produção de eucalipto.
Época de voo: Abril e Maio
Nariguda (Libythea celtis):
Planta: Lódão (Celtis australis)
Esta espécie – que vive na Argélia, Sul da Europa e Ásia – é relativamente comum no nordeste de Portugal. É uma espécie que passa o período desfavorável na fase adulta. Deste modo, nos dias quentes e solarengos dos meses de Inverno é possível observar os indivíduos que estiveram a hibernar.
Época de voo: Junho a Setembro
Fonte: Wilder
Não se mexem muito, a visão é fraca e os sentidos não estão muito apurados. Para as lagartas de borboleta, a sua missão é comer e não ser comido.
Estas 10 espécies que ocorrem em Portugal foram escolhidas por Patrícia Garcia-Pereira, do Centro para a Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (Ce3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, por serem especiais. Cada espécie só se alimenta de uma única planta (chamadas de monófagas), o que significa desafios ecológicos maiores.
Axadrezada-mediterrânica (Sloperia proto):
Planta: Marioila (Phlomis purpurea)
Esta é uma espécie claramente do Sul, estando presente no Norte de África e no Sul da Europa. Em Portugal ocupa a metade meridional.
Época de voo: fins de Abril até Outubro (mais frequente no Verão)
Borboleta-carnaval (Zerynthia rumina):
Planta: Erva-bicha (Aristolochia paucinervis)
Esta é outra espécie mediterrânica da fauna portuguesa. No território continental está presente em quase todo o país, mais comum no Sul.
Época de voo: de Fevereiro a Maio
Ponta-laranja-do-Douro (Anthocharis euphenoides):
Planta: Biscutella valentina
Esta espécie só sobrevive em locais muito quentes, preferindo os vales mediterrânicos do Douro interior. Pode considerar-se uma espécie rara no nosso país, com uma distribuição localizada e com poucos registos de observações.
Época de voo: Abril a Junho
Lucina (Hamearis lucina):
Planta: Prímula ou rosa-da-páscoa (Primula acaulis)
Já a lucina é um bicho do Norte. Está presente na Europa Central e Meridional estendendo a sua distribuição até à Rússia. Em Portugal ocupa apenas as florestas de carvalhos da região norte.
Época de voo: Maio e Junho
Borboleta-azul-das-turfeiras (Phengaris alcon):
Planta: Genciana-de-turfeiras (Genciana pneumonanthe)
Espécie europeia com uma distribuição localizada em todos os países. Em Portugal está presente nos lameiros de altitude da região Norte, tendo populações abundantes e saudáveis especialmente no Alvão e Montemuro.
Época de voo: Julho e Agosto
Verdinha-da-primavera (Tomares ballus):
Planta: Alfavaca-dos-montes ou alfavaca-silvestre (Erophaca baetica)
Espécie mediterrânica, presente no Norte de África, na Península Ibérica e no Sudoeste de França. Em Portugal é mais abundante no Sul.
Época de voo: Fevereiro a Abril
Aricia-Do-Nordeste (Eumedonia eumedon):
Planta: Gerânio-sanguíneo (Geranium sanguineum)
Esta é uma borboleta do Norte. Em Portugal só é conhecida do Parque Natural de Montesinho, em florestas de carvalho-negral.
Época de voo: Junho
Borboleta-do-medronheiro (Charaxes jasius):
Planta: Medronheiro (Arbutus unedo)
É a maior diurna da Europa. De origem africana, encontra-se dispersa pela região mediterrânica, sempre que hajam matos com abundantes medronheiros. Em Portugal só não ocupa a faixa litoral Norte. É particularmente abundante no Alentejo e Algarve.
Época de voo: Março a Outubro
Fritilária-mediterrânica (Euphydryas desfontainii):
Planta: Cardo-penteador (Dipsacus comosus)
Esta espécie ocorre no Norte de África, metade meridional da Península e Sul de França. Em Portugal só está no barlavento algarvio e sudoeste alentejano. Talvez seja a espécie mais ameaçada do nosso país pela destruição dos seus habitats preferenciais, especialmente a conversão de baldios e prados húmidos em áreas de produção de eucalipto.
Época de voo: Abril e Maio
Nariguda (Libythea celtis):
Planta: Lódão (Celtis australis)
Esta espécie – que vive na Argélia, Sul da Europa e Ásia – é relativamente comum no nordeste de Portugal. É uma espécie que passa o período desfavorável na fase adulta. Deste modo, nos dias quentes e solarengos dos meses de Inverno é possível observar os indivíduos que estiveram a hibernar.
Época de voo: Junho a Setembro
Fonte: Wilder
Excelente artigo! Ilustrações magníficas!
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