"A agroindústria tem que assumir um Marketing verdadeiro". Rui Rosa Dias |
Rui Rosa Dias defende, no seu novo livro, ter chegado a hora de a indústria alimentar “assumir o marketing verdadeiro”.
O que fazer para acabar com a “dissociação entre o consumidor e a produção” dos bens alimentares, isto é, como deixar de encarar o alimento como um “conceito economicista”, para o reposicionar como “a base de tudo, com a sua ligação intrínseca à origem, ao ecossistema”, à produção?
Esta foi uma das questões a que Rui Rosa Dias, docente do IPAM, quis responder no seu novo livro – “Os trilhos do marketing agroalimentar".
De um passado recente, que Rui Rosa Dias situa nos anos 70/80, herdámos a produção alimentar enquadrada em economias de escala, ou seja, conduzida por empresas que ambicionavam tornar-se cada vez maiores para, com isso, produzir com o mínimo de custos.
Mas, do padrão daí decorrente, resultou que “os mercados ficaram saturados”, conduzindo à “obsessão dos preços”. Em paralelo, nota o especialista em marketing agroalimentar, tem-se assistido a uma preocupação crescente da indústria em “apostar muito numa rotulagem não acessível ao consumidor comum”, que o leva “a valorizar cada vez mais a qualidade do produto”, em detrimento da “informação que a marca queira fazer passar, ou mesmo do fator preço”.
“Há um contexto de mentira encapotada na indústria que é preciso alterar, para que o consumidor entenda e saiba realmente o que lá está”, assinala Rui Rosa Dias, em declarações ao Dinheiro Vivo, para concluir que “a nossa agroindústria tem que assumir o marketing verdadeiro”, sendo esse “o trilho a percorrer”, numa alusão ao título do seu terceiro livro.
No futuro, defende que “as cidades podem ter um papel para alimentar o mundo”, desde logo, por haver “franjas urbanas que começam a revitalizar-se, com canais curtos de distribuição. E começa a assistir-se à conciliação dos consumidores com o alimento e a sua origem. Será essa a chave do marketing verdadeiro”, a par de uma “mais justa distribuição de rendimento na cadeia de valor, que reflita também a transferência do valor ambiental e social” de uma produção.
Fonte: Dinheiro Vivo
Sinopse
O livro “Os Trilhos do Marketing Agroalimentar”, pioneiro na forma de abordar e traçar o percurso do setor agroalimentar em Portugal, foi lançado no dia 31 de Maio, com a chancela da “Vida Económica”.
A obra é de autoria de Rui Rosa Dias, docente universitário, empresário agrícola e com 20 anos de carreira reconhecida ligada ao setor agro-alimentar. Tem a coordenação de Jorge Alas e conta ainda com a participação de outros coautores e com a recomendação de Pedro Graça – diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção Geral da Saúde, assim como do artista plástico Jorge Curval e do agrónomo e empresário Luís Alves.
A obra é de autoria de Rui Rosa Dias, docente universitário, empresário agrícola e com 20 anos de carreira reconhecida ligada ao setor agro-alimentar. Tem a coordenação de Jorge Alas e conta ainda com a participação de outros coautores e com a recomendação de Pedro Graça – diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção Geral da Saúde, assim como do artista plástico Jorge Curval e do agrónomo e empresário Luís Alves.
Interessante...
ResponderEliminarMas tenho uma dúvida: até que ponto o marketing agroalimentar ainda está nas mãos da indústria?
É certo que multinacionais (a Nestlé, por exemplo) ainda investem em campanhas, mas julgo que a grande distribuição é (ou tende a ser) quem domina e promove todo o processo "do prado ao prato".
Não conheço a obra, nem o que aborda. Mas se atende a este aspecto, vale a pena ler.