Esquerda e direita dividem-se aparentemente porque a primeira quer "sempre mais para todos" e a segunda "sempre mais para alguns", mas ambas concordam que há que querer "sempre mais" e esse é o verdadeiro problema. Porque querer "sempre mais" é querer sempre mais para o ser humano à custa da Terra e dos demais seres vivos. E isso não é possível, como a crise climática e ambiental mostra. Querer "sempre mais" está a levar a ter "sempre mais" problemas e a ter "sempre menos" biodiversidade e qualidade de vida. Decrescimento económico e austeridade voluntária impõem-se. E isso só é possível por uma R-evolução da consciência, por uma vida menos ávida e mais contemplativa.
Sem espiritualidade (que não é necessariamente religião) a economia e a política serão sempre parte do problema e nunca da solução. “Na verdade, é absolutamente necessário reaprender a escolher. Não entre a direita e a esquerda, entre o governo e a oposição, o que não é uma verdadeira escolha, mas entre os elementos constitutivos da nossa sociedade, da nossa maneira de viver, é necessário aprender o exercício da liberdade a este nível (e não no das lutas eleitorais), sabendo que é uma mentira dizer e uma tolice acreditar que se pode ter tudo, que se pode acumular todas as vantagens, que se pode aumentar todos os salários e trabalhar menos e consumir mais e suprimir o desemprego, etc.
É necessário escolher: e se escolhemos por exemplo a liberdade, esta implica sempre uma menor eficácia, um menor crescimento de consumo, uma redução dos poderes públicos (mesmo que sejam ocupados pela esquerda!), uma autodisciplina e uma certa ascese, uma certa austeridade. A liberdade não é o amolecimento na facilidade, no bem-estar e no consumo” ~ Jacques Ellul (1978), in “Penser globalement, agir localement”, 2007.
Sem espiritualidade (que não é necessariamente religião) a economia e a política serão sempre parte do problema e nunca da solução. “Na verdade, é absolutamente necessário reaprender a escolher. Não entre a direita e a esquerda, entre o governo e a oposição, o que não é uma verdadeira escolha, mas entre os elementos constitutivos da nossa sociedade, da nossa maneira de viver, é necessário aprender o exercício da liberdade a este nível (e não no das lutas eleitorais), sabendo que é uma mentira dizer e uma tolice acreditar que se pode ter tudo, que se pode acumular todas as vantagens, que se pode aumentar todos os salários e trabalhar menos e consumir mais e suprimir o desemprego, etc.
É necessário escolher: e se escolhemos por exemplo a liberdade, esta implica sempre uma menor eficácia, um menor crescimento de consumo, uma redução dos poderes públicos (mesmo que sejam ocupados pela esquerda!), uma autodisciplina e uma certa ascese, uma certa austeridade. A liberdade não é o amolecimento na facilidade, no bem-estar e no consumo” ~ Jacques Ellul (1978), in “Penser globalement, agir localement”, 2007.
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