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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Como podemos pensar matematicamente? por Edigley Alexandre

Como podemos pensar matematicamente?
Comecei a escrever um pequeno comentário na página do blog no Facebook, e depois de alguns minutos desisto, pois ele já se tornou um texto, e que merece ser atingido por mais leitores. Já tinha outro post pronto para publicar, mas resolvi compartilhar um texto da +EXAME.com, escrito pelo professor de Matemática Jordan Ellenberg.

O texto expressa de maneira profunda o meu pensamento matemático sobre as situações que nos cercam e nos envolvem mesmo que não notamos todos os dias. Infelizmente há aqueles que dirão: eu não vou para a guerra, meu pai não é dono de um banco, nunca serei um jogador de futebol, etc. 

O pensamento matemático está ficando cada vez mais escasso entre nossos alunos. O nosso papel é tentar dar uma pequena contribuição e fazer com eles abram seus olhos para uma realidade fora do seu mundo também. Nós, professores, temos a capacidade de influenciar nossos alunos. Eles nos vêem como espelhos. É importante que a reflexão da nossa imagem seja copiada, modificada e aplicada para o bem futuro.

É uma tarefa muito difícil tentar extrair abstrações de adolescentes cujas prioridades estão invertidas. Até mesmo eles não se encontram mais. Mostrar o mundo sob outros olhares é desafiador, porém, não é impossível.

Sempre em minhas aulas, tento ao máximo que posso, não somente dar aulas teóricas, mas também inspirá-los de alguma forma. Seja indicando um livro, exibindo documentários sobre Matemática ou Astronomia no projetor, mostrar para que serve o que estão estudando, promover debates, etc. Parece uma ideia tão simples, e é, mas que gera debates incríveis. Gera perguntas mais incríveis ainda. Eu respondo as perguntas? Não. Transformo-as em pesquisas. Os resultados sempre são bons. O objetivo foi cumprido - inspirar. 

E o retorno vem na nota no boletim? Não. Aparecerá no futuro. Aparecerá no pensamento crítico (e também matemático) que ele fará sobre as coisas que antes não enxergava. E isso pode VIRAR uma reação em cadeia.

Eu descobri que tenho uma aluna no 6º ano do Ensino Fundamental 2 que adora Astronomia. Um dia desses ela me enviou uma mensagem, discutindo sobre a descoberta de Exoplanetas. Eu fiquei bobo na hora, mas, com uma alegria imensa que não podia ser estampada em um sorriso. O sonho dela é explorar o espaço.

Por outro lado, me sinto impotente, pois não posso dar (nem o nosso país), uma oportunidade de crianças curiosas como estas, visitarem ou ter acesso a um planetário, visitar centros espaciais como a NASA, ver de perto um telescópio ou microscópio. São coisas simples, mas que fazem parte do sonho de uma criança. Alimentar sonhos sempre é um ótimo pensamento.

A nossa Pátria Educadora caminha a PASSOS de Tartaruga (desculpa Tartaruga, não quis ofendê-la), e sinceramente não vejo isso na prática nem daqui a 100 anos. Enquanto houver corrupção, tudo que imagino para a Educação e a Educação Matemática no nosso país não passam de utopias.

Já escrevi demais.

Tire um tempinho para ler o texto Uma defesa apaixonada do pensamento matemático, publicado na +EXAME.com em 18 de maio de 2015.

Jordan Ellenberg é matemático, com doutorado em Harvard, e professor na Universidade de Wisconsin, Madison. Já colaborou em inúmeros periódicos, entre os quais New York Times, Washington Post, Wall Street Journal e Boston Globe. Actualmente assina uma coluna na revista Slate chamada Do the Math.

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