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domingo, 31 de janeiro de 2016

The Rolling Stones in drag. 1966

Qual a diferença entre drag queen, travesti e transgénero?
A drag queen é uma performance temporária, sem ligação com a orientação sexual. Já a pessoa transgênero e travesti lida com questões da da própria identidade 

Leia mais em: Super Abril


sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Ted Talk- "Slow TV" por Thomas Hellum: "The world's most boring television ... and why it's hilariously addictive"


You've heard about slow food. Now here's slow ... TV? In this very funny talk, Norwegian television producer Thomas Hellum shares how he and his team began to broadcast long, boring events, often live — and found a rapt audience. Shows include a 7-hour train journey, an 18-hour fishing expedition and a 5.5-day ferry voyage along the coast of Norway. The results are both beautiful and fascinating. Really.

Dossier Bioterra Cinema e TV verde - consultar aqui

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

(Eco) Pensamento da Semana- Mia Couto


"Sim, que a verdadeira bondade não se mede em tempo de fartura mas quando a fome dança no corpo dos homens."~Mia Couto,
in "Vozes Anoitecidas" (excerto retirado da sua página)
@Fabio Marcato

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Encontros improváveis- Charles Bukovsky e Coil- Panic



quatro e meia da manhã
(Tradução: Jorge Wanderley)

os barulhos do mundo
com passarinhos vermelhos,
são quatro e meia da
manhã,
são sempre

quatro e meia da manhã,
e eu escuto
meus amigos:
os lixeiros
e os ladrões
e gatos sonhando com
minhocas,

e minhocas sonhando
os ossos
do meu amor,
e eu não posso dormir
e logo vai amanhecer,

os trabalhadores vão se levantar
e eles vão procurar por mim
no estaleiro
e dirão:
“ele tá bêbado de novo,
mas eu estarei adormecido,
finalmente, no meio das garrafas e
da luz do sol,

toda a escuridão acabada,
os braços abertos como
uma cruz,
os passarinhos vermelhos
voando,
voando,
rosas se abrindo no fumo
e
como algo esfaqueado e
cicatrizando,
como 40 páginas de um romance ruim,
um sorriso bem na
minha cara de idiota.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A Revolução dos Alfabetos


Este documentário apresentado na TV Escola, "A História da Palavra" investiga o panorama da origem do código escrito ocidental e o seu processo evolutivo.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Poisoned Fields - Glyphosate, the underrated risk?


Glyphosate is the world’s most widely used weed killer. Some claim it is completely harmless, others say it is a serious health hazard for man and animals. A topical investigation into a controversial substance.

Click here for a shorter version of the film in German language.

Glyphosate is the world’s most widely used weed killer in farms and gardens. German soil was treated with six million kilograms in 2012 alone. Glyphosate is cheap and readily available at all wholesale garden stores. Some claim it is completely harmless, while others say it is a serious health hazard for man and animals. Large-scale studies of the herbicide have only been carried out by the industry itself. Such studies would be far too expensive for individual authorities. But glyphosate so far only has a limited licence in Europe, and this year, the Federal Institute for Risk Assessment in Germany is responsible for extending it. Now, the WHO has suddenly announced it is calling for an all-out ban on glyphosate, right in the middle of the decision-making procedure. A WHO cancer research team considers the herbicide produced by Monsanto, Syngenta and BASF to be absolutely toxic and probably carcinogenic. More and more people and animals that are exposed to the substance become ill – and there are a large number of unexplained miscarriages and deformities in humans in South America, especially in areas where glyphosate is used on large monocultures. Critical scientists have been warning of the long-term damage for years. But their studies have not been recognised by the authorities. We ask how a substance without a tested licence in Germany has been extended for test operation since 1974, even though there has been evidence of its toxicity for the past 10 years. The film sets out in search of sick animals and humans and asks how the WHO has reached these new conclusions and what action the Federal Institute for Risk Assessment is taking.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

EcoPoema da Semana- "Tenho tanto sentimento" de Fernando Pessoa



Tenho tanto sentimento 
Que é frequente persuadir-me 
De que sou sentimental, 
Mas reconheço, ao medir-me, 
Que tudo isso é pensamento, 
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro".


Mais textos e crónicas sobre Fernando Pessoa no Bioterra.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Árvore, Ser Tecnológico


"Pó de pirlimpimpim!", é assim que o professor Antônio Nobre fala dos aromas e perfumes da floresta! Mágica, essa poeira é essencial para a "nucleação de nuvens". Como assim? Nuvens são aglomerados de pequenas gotículas de água em suspensão no ar. Mas para que as gotículas de vapor se agrupem, elas precisam de um elemento que absorve água (higroscópico), uma "semente" para que se inicie a deposição de moléculas de água. Os aromas e perfumes da floresta fazem isso! Volatéis, invadem a atmosfera. Uma vez oxidados pelo sol, eles se precipitam em forma de uma poeira finíssima com afinidade por água e iniciam núcleos de condensação de vapores. Essas nuvens da floresta são amigas: baixas e quentes, volumosas e gentis, que voam para irrigar o solo Brasil adentro.

O Futuro Climático da Amazônia - Relatório de avaliação científica publicado pelo pesquisador Antônio Donato Nobre em outubro de 2014

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Documentário da semana: The Cross of the Moment



The Cross of the Moment investigates the environmental crisis in a wholly original and stimulating fashion. This feature-length documentary expresses an urgent need to correct the ill effects of climate change and environmental degradation, and explores the major stumbling blocks which have kept governments and the masses from becoming more active in finding solutions.
It all begins with the Fermi paradox. Surrounded by a universe many billions of years older than our own planet, isn't it reasonable to assume that extra-terrestrial life must exist? If so, why haven't we seen evidence of it? A panel of experts, including figures from the fields of academics and science, begin their journey of exploration by mulling over this contradiction. One possible explanation may lie in the miraculously complex series of factors which make our planet uniquely positioned to sustain life.
This serves as a prelude to the main thesis of the film. Recognizing that we are blessed by such a seemingly random and rare set of planetary circumstances that make life possible for all of us, shouldn't we do everything in our power to protect it?
As argued in the film, we see evidence of climate change all around us in the form of perilous drought, severe storms and rising temperatures. Yet many remain obstinate in the face of these mounting catastrophes. There are many possible societal and economic reasons for this. For example, our industries have become entirely dependent upon the use of fossil fuels - it has become an essential strand of DNA that runs through our everyday lives - and a change from this accepted custom does not occur without tremendous resistance.
The Cross of the Moment lays out the personal behaviors and capitalistic considerations that continue to drive the ongoing disintegration of our planet's precious resources. The film points out that our attempts at increasing efficiency in areas like automotive manufacturing are a step in the right direction, but short-sighted in their sustainability and long-term impact. The interview subjects articulate the consequences of our continued inaction, but they manage to soften the typically apocalyptic tone of climate change with a welcome call for humanism.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Já existem projectos para a remoção de barragens tendo em vista a possível "renaturalização" dos rios por elas afectados

“La Gotera” dam removal Bernesga river
 

In 2011 September, Duero Basin Authority develops La Gotera Dam Removal Project, up to a dam allocated in Bernesga River (León, Spain). This intervention is part of the Spanish National Strategy of River Restoration, whose objective is recovering channel continuity in a significant reach of this emblematic river flowing through the Alto Bernesga Biosphere Reserve of the Man and Biosphere Programme.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A Desumanização - por Valter Hugo Mãe interpretado por Márcia, Camané e Dead Combo



No filme, sete compositores foram convidados para elaborar temas que reflitam as mundividências de cada um dos sete personagens, para que funcione ao longo do documentário como uma espécie de coro de tragédia grega que faz progredir a narrativa. Todos os temas partem das entrevistas preparatórias que o realizador fez a cada um dos personagens.

Para o escritor Valter Hugo Mãe e o seu poema “Contabilidade”, Márcia, autora do álbum “Casulo", foi convidada para construir um tema com uma melodia cuidadosamente preparada e interpretada pelos Dead Combo, banda formada por Pedro Gonçalves e Tó Trips, conhecidos sobretudo pelas suas músicas que misturam influências do fado e do rock, trilhas sonoras de westerns e temas regionais da América do Sul e África. A Márcia e aos Dead Combo junta-se também o fadista Camané, uma das principais vozes do fado em Portugal.

POEMA CONTABILIDADE

venho para te cortar os
dedos em moedas pequenas e
com elas pagar ao coração o
mal que me fizeste
*
o pior amor é este, o que já é
feito de ódio também. o pior amor
é este, o que já é feito de ódio também,
o pior é o amor é este, o que
já é feito de ódio também

Valter Hugo Mãe

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Entrevista a José Rodrigues - A escola e a condição humana: O «Pulso ainda pulsa»

Uma entrevista ao intelectual José Rodrigues, sobre o polémico tema dos exames:


Solid. Os alunos devem ser avaliados? Como?
«Sim, sem dúvida, estudantes devem ser avaliados. Há, pelo menos, dois grandes campos de argumentos favoráveis. Em primeiro lugar, é muito difícil (quiçá impossível) aperfeiçoar o próprio trabalho docente, que deve visar a aprendizagem dos estudantes, obviamente, sem averiguar como estes estão evoluindo na construção do saber. Em segundo lugar, o próprio estudante tem o direito de saber, de forma mais ou menos objetiva, portanto, a partir de um outro que já domina aquele saber, o seu próprio estágio de desenvolvimento. É claro que o próprio curso do desenvolvimento do saber não é linear e nem sempre objetivável. Mas mesmo assim, vale o esforço da avaliação. 
Contudo, cabe uma pergunta: qual avaliação, qual avaliador? Nesse sentido, há um aspecto específico sobre a avaliação que precisa ser melhor analisado: o triplo caráter nacional/larga escala-padronizado-externalizado de avaliação. Com relação a este caráter, não posso concordar. Também há aqui dois campos de argumentos, no caso, contrários à avaliação padronizada em nível nacional. Em primeiro lugar, é necessário questionar os agentes da avaliação, quais são os seus interesses, se são empresas privadas – as quais visam lucro. Além disso, caberia perguntar quem avalia o avaliador. Qual é o grau de controle social, especialmente dos docentes, de todo um país, sobre a finalidade, os objetivos, os métodos de avaliação? Como são escolhidos as entidades (empresas?) que planejarão e implementarão a avaliação? Qual é a composição de seu “quadro técnico”? Quanto custa a avaliação? Em segundo lugar, a utilização em larga escala de métodos padronizados de avaliação impactam diretamente os currículos escolares (no sentido mais amplo, mas também em sentido restrito) e, quase sempre, de forma negativa. É comum, nestas situações, as escolas e os docentes (re)planejarem o seu currículo de forma “interessada”. Ou seja, em vez de educar, treina-se o estudante para enfrentar os exames padronizados.
Enfim, avaliação sim, mas sob o controle dos professores, sem padronização imposta, e realizada em pequena escala, com o objetivo de contribuir para a construção do saber, incluindo aí o replanejamento do trabalho escolar, sem visar qualquer forma de hierarquização de estudantes ou de unidades escolares, muito menos que condicionem verbas, prêmios ou corte de verbas, punições aos resultados das avaliações.

Toda a entrevista aqui

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Encontros Improváveis- Platão e Dave Gahan & Soulsavers - All of This and Nothing


"Music is a moral law. It gives soul to the universe, wings to the mind, flight to the imagination, and charm and gaiety to life and to everything" ~Plato

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Video: Do Bean Plants Show Intelligence?




In this video, Pollan considers time-lapse videos of bean plants searching for a metal pole to climb. Even before the plants reach the pole, they seem to “know” where it is and to try to wrap around it. One plant even seems to cede a pole to another plant that found it first. Some question whether these videos show “plant intelligence,” but the footage is compelling, regardless.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Naomi Klein: "This Changes Everything" - Capitalism vs. The Climate (a must see and share)


- os melhores cientistas do planeta, usando os modelos mais avançados e a capacidade de processamento dos maiores supercomputadores, avisam que não é possível prever o que acontecerá no planeta se a subida de temperatura exceder os 2ºC acima dos níveis pré-industriais até 2100.

- os mesmos cientistas avisam que se não for feito nada a subida de temperatura situar-se-á entre 4 e 6ºC, ou seja o caos (ambiental e civilizacional) será inevitável

- para poder limitar a subida aos 2ºC (que muitos já acham demasiado) são precisas alterações drásticas que requerem uma cooperação mundial a níveis sem precedentes. Será preciso reduzir a zero as emissões de carbono em duas gerações, deixando no solo 1/3 das reservas conhecidas de petróleo, 1/2 das de gás natural e 80% do carvão.

- estas alterações são incompatíveis com o atual paradigma económico: a economia tinha que decrescer de forma contínua e substancial daqui até ao fim do século

- por esta razão, a França, que organiza a COP 21, já reconheceu que os contributos recebidos até agora não são suficientes para colocar o planeta na senda que leva aos 2ºC.

Como podemos pensar matematicamente? por Edigley Alexandre

Como podemos pensar matematicamente?
Comecei a escrever um pequeno comentário na página do blog no Facebook, e depois de alguns minutos desisto, pois ele já se tornou um texto, e que merece ser atingido por mais leitores. Já tinha outro post pronto para publicar, mas resolvi compartilhar um texto da +EXAME.com, escrito pelo professor de Matemática Jordan Ellenberg.

O texto expressa de maneira profunda o meu pensamento matemático sobre as situações que nos cercam e nos envolvem mesmo que não notamos todos os dias. Infelizmente há aqueles que dirão: eu não vou para a guerra, meu pai não é dono de um banco, nunca serei um jogador de futebol, etc. 

O pensamento matemático está ficando cada vez mais escasso entre nossos alunos. O nosso papel é tentar dar uma pequena contribuição e fazer com eles abram seus olhos para uma realidade fora do seu mundo também. Nós, professores, temos a capacidade de influenciar nossos alunos. Eles nos vêem como espelhos. É importante que a reflexão da nossa imagem seja copiada, modificada e aplicada para o bem futuro.

É uma tarefa muito difícil tentar extrair abstrações de adolescentes cujas prioridades estão invertidas. Até mesmo eles não se encontram mais. Mostrar o mundo sob outros olhares é desafiador, porém, não é impossível.

Sempre em minhas aulas, tento ao máximo que posso, não somente dar aulas teóricas, mas também inspirá-los de alguma forma. Seja indicando um livro, exibindo documentários sobre Matemática ou Astronomia no projetor, mostrar para que serve o que estão estudando, promover debates, etc. Parece uma ideia tão simples, e é, mas que gera debates incríveis. Gera perguntas mais incríveis ainda. Eu respondo as perguntas? Não. Transformo-as em pesquisas. Os resultados sempre são bons. O objetivo foi cumprido - inspirar. 

E o retorno vem na nota no boletim? Não. Aparecerá no futuro. Aparecerá no pensamento crítico (e também matemático) que ele fará sobre as coisas que antes não enxergava. E isso pode VIRAR uma reação em cadeia.

Eu descobri que tenho uma aluna no 6º ano do Ensino Fundamental 2 que adora Astronomia. Um dia desses ela me enviou uma mensagem, discutindo sobre a descoberta de Exoplanetas. Eu fiquei bobo na hora, mas, com uma alegria imensa que não podia ser estampada em um sorriso. O sonho dela é explorar o espaço.

Por outro lado, me sinto impotente, pois não posso dar (nem o nosso país), uma oportunidade de crianças curiosas como estas, visitarem ou ter acesso a um planetário, visitar centros espaciais como a NASA, ver de perto um telescópio ou microscópio. São coisas simples, mas que fazem parte do sonho de uma criança. Alimentar sonhos sempre é um ótimo pensamento.

A nossa Pátria Educadora caminha a PASSOS de Tartaruga (desculpa Tartaruga, não quis ofendê-la), e sinceramente não vejo isso na prática nem daqui a 100 anos. Enquanto houver corrupção, tudo que imagino para a Educação e a Educação Matemática no nosso país não passam de utopias.

Já escrevi demais.

Tire um tempinho para ler o texto Uma defesa apaixonada do pensamento matemático, publicado na +EXAME.com em 18 de maio de 2015.

Jordan Ellenberg é matemático, com doutorado em Harvard, e professor na Universidade de Wisconsin, Madison. Já colaborou em inúmeros periódicos, entre os quais New York Times, Washington Post, Wall Street Journal e Boston Globe. Actualmente assina uma coluna na revista Slate chamada Do the Math.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Entrevista a Jane Goodall no filme "Human"



Jane Goodall, DBE, Ph.D. (Londres, 3 de Abril de 1934, de nome completo Valerie Jane Morris Goodall) é uma primatóloga, etóloga e antropóloga britânica.

Estudou a vida social e familiar dos chimpanzés (Pan troglodytes) em Gombe, Tanzânia, ao longo de 40 anos. Os seus estudos contribuíram para o avanço dos conhecimentos sobre a aprendizagem social, o raciocínio e a cultura dos chimpanzés selvagens.

É mensageira da paz das Nações Unidas, fundou o Jane Goodall Institute e é afiliada ao grupo defensor dos animais Humane Society of the United States. O seu trabalho é reconhecido e já foi homenageada em muitas ocasiões com honrarias académicas diversas e prémios científicos.

Toda a sua Biografia na Wikipedia (PT) e ainda mais detalhada Wiki (EN)

Todas as Postagens sobre Jane Goodall no Bioterra


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Na ponta do dedo, por Afonso Camões


Vão sair-nos caros os 2 mil milhões cortados à escola pública, nos últimos anos. E muito cara, também, a incapacidade dos nossos principais partidos em se entenderem sobre uma estratégia nacional para a educação e a inovação, os dois mais baratos investimentos em futuro.

A geração Google, que passa a maior parte do seu dia a comunicar e a interagir com o Mundo, encontra hoje na sua escola um modelo de desigualdades, não comunicativo, que fala muito e ouve pouco. E, no entanto, havemos de concordar que a educação é a pedra basilar da civilização, da competitividade e do sucesso. E que, com economia dentro, é nos domínios da educação e inovação que se disputam, cada vez mais, os campeonatos europeu e mundial entre povos.

Somos educados para acreditar no progresso permanente, num futuro melhor que todo o passado. Mas não é bem assim. E a história está pejada de casos de grandes retrocessos - até em potências consideradas imbatíveis, que entraram em declínio - a maior parte dos quais devido à cegueira de gerações de governantes que impediram ou asfixiaram a inovação. Exemplos?

Ainda Vasco da Gama não dobrara o Cabo das Tormentas e já a armada imperial chinesa andava pelas costas do Índico, carregando barcos quatro vezes maiores que a nossa nau São Gabriel. Em 1479, porém, a administração imperial, temerosa do crescente poder dos mercadores, queimou as cartas de navegação, proibiu o COMÉRCIO  externo, virou-se para a agricultura e construiu a grande muralha atrás da qual a China - que já inventara a bússola, o papel e a pólvora - se fechou ao Mundo durante séculos. Até há pouco.

Ainda que, nominalmente, a economia europeia seja maior que a dos Estados Unidos, as 10 maiores empresas do Mundo são americanas e quase todas na área da nova economia digital. Apple, Google e Microsoft são as três primeiras, Facebook e Amazon são a sexta e sétima.

Há 20 anos, sete das maiores empresas mundiais eram japonesas. Hoje não há nenhuma entre as primeiras 10. E das 100 empresas de criação recente, graças ao capital de risco orientado para a inovação, que superaram os mil milhões de euros de valor, 68 estão nos Estados Unidos, 25 na China e apenas oito na Europa.

Está em marcha uma grande revolução, a revolução digital, e a Europa a ficar para trás. E nós com ela. É uma revolução de magnitude comparável à Revolução Industrial. Mas revela um dado inquietante: a velocidade a que progride e a lentidão da Europa em acompanhá-la. E nós com ela... há quatro anos a desdenhar do Magalhães.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

WWF apresenta campanha publicitária ‘FEIO’

FEIO
Anúncios provocadores chamam a atenção para o consumo sustentável de peixe e marisco na Europa

A WWF apresentou no dia 10 de Dezembro em Portugal a sua nova campanha publicitária internacional FEIO, desenvolvida pela agência J. Walter Thompson (Viena e Dusseldorf) que chama a atenção para os impactos ambientais e sociais do consumo de produtos do mar na Europa. As interdependências globais e as consequências da sobre pesca na vida das pessoas nos países em desenvolvimento são o coração desta campanha que foi adaptada para Portugal pela agência Ogilvy &Mather.




Acerca campanha veja aqui

Ver artigo completo aqui

Fonte: WWF Portugal, 10 de dezembro de 2015

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Educar contra o preconceito orgulhoso

Sou dos que acham que o professorado deve ser e funcionar como uma espécie de reserva moral cívica e um exemplo para os seus alunos- Paulo Guinote
Hula hoops- circa 1950

Em todas as gerações há quem se queixe contra o grau imenso de ignorância dos seus tempos. Essa atitude está certa e errada, em simultâneo. Porque é verdade que a ignorância e outros fenómenos equivalentes tendem a aumentar, mas é mentira no sentido em que a ignorância e a estupidez são infinitamente renováveis e acontecem em todas as gerações, bem como as boas vontades e a solidariedade humana. Porque os “bons velhos tempos” apenas o foram porque se era mais NOVO e não necessariamente porque tudo fosse melhor.

Nas últimas semanas temos sido presenteados de um modo generoso com quantidades absolutamente polifémicas de preconceitos gritados vocalmente ou com muitas maiúsculas nas redes sociais em relação a duas situações: os refugiados — eufemisticamente “migrantes” — do Médio Oriente e o chamado “momento político”.

De modos diferentes, mas com alguma coincidência dos produtores desse discurso, quantas vezes com origem em sectores da sociedade que alegam professar credos de caridade humanitária, viu-se até que ponto a mesquinhez humana pode atingir píncaros de sobranceria preconceituosa. Numa manhã da semana que passou, pelas 8h30, numa rádio que até é pública, uma personalidade radialista e televisiva de notoriedade mediana na melhor das hipóteses insurgia-se em rubrica pretensamente cómica e bem pensante contra o facto de um jornal ter feito um título com referência ao facto de António ter chamado ao Governo “uma cega e um cigano”. E rematou dizendo— e PASSO a citar com aproximação muito razoável na ausência depodcast — que parecia um título feito “por um taxista”. Aparentemente, só ao verbalizar o que escrevera é que percebeu que era igual ao que criticava e tentou remediar tardiamente a situação, o que demonstrou até que ponto não era um exercício de humor seco muito britânico.

E é aqui que entra o papel da Educação, familiar, claro, mas também escolar. Porque, quando tudo o mais falha, a Escola com Maiúscula deve tornar-se um espaço não de doutrinação confessional ou política, mas certamente de apresentação de alternativas para o comportamento cívico dos futuros cidadãos. Confesso que me apetecia escrever isto de forma mais curta e directa, mas estou a tentar exercitar alguma contenção na adjectivação. E não me venham com a bizantinice de distinguir “ensino” de “educação” nestes casos.

A Escola, enquanto serviço público universal e onde se podem e devem cruzar todas as tonalidades e pensamentos, deve ensinar a conviver em sociedade e a basear as convicções em argumentos válidos e em demonstrações que ultrapassem a ansiedade de um candidato a assessor ministerial (estão a ver um preconceito orgulhoso em prática?) ou a fúria de uma criatura que ontem desancava os sem-abrigo como inúteis e os beneficiários dos rendimentos sociais como parasitas que só dão “despesa”, como hoje desanca os “refugiados estrangeiros” que podem vir para Portugal (atenção, nem sabem se já algum efectivamente chegou) beneficiar daquilo que dizem ser negado àqueles portugueses que antes consideravam não ter rendimentos por não quererem trabalhar.

Ao contrário do que se diz, não é um fenómeno nascido nas redes sociais, em blogues ou em caixas de comentários de jornais, é um atavismo que se vai mantendo e que, pela forma intensa e ácida como se manifesta nestes períodos, revela o ponto em que a nossa Educação mais terá falhado, ou seja, a capacidade para ajudar a população a ultrapassar os seus instintos mais básicos de preconceito social e xenofobia. Um ser humano a fugir da guerra é apresentado como alguém que vem “roubar” os nossos recursos e a sua bondade é definida com base na sua posição em relação a uma fronteira.

E, mesmo sabendo que entre os professores há gente de todo o tipo, sendo um caldeirão de tudo o que a sociedade tem de bom e mau, fico com aquele travo de desgosto quando vejo quem tem o ofício de ensinar, educar, instruir, o que quer que seja, mas que sabemos bem o que deve ser, a destilar ódios e etno ou sociofobias variadas, equivalentes no seu radicalismo ao multiculturalismo destemperado e relativista de uma outra trincheira. Que não é oposta, mas apenas a continuação da soberba preconceituosa a que a Educação não conseguiu transmitir um mínimo de humanidade – cuja carência se nota mais em tempos magros, de necessidade de partilha e de solidariedade.

Mesmo sendo uma minoria que assim age, não deixa de ser algo frustrante. Porque sou dos que acham que o professorado deve ser e funcionar como uma espécie de reserva moral cívica e um exemplo para os seus alunos. Mesmo com todas as suas imperfeições.

domingo, 3 de janeiro de 2016

COP 21 / CMP 11 – Paris, França (2015)


A COP 21, realizada em Paris entre 30 de novembro de 2015 e 12 de dezembro de 2015, cumpriu seu objetivo principal de aprovar o Acordo de Paris, onde ficou estabelecido que o aquecimento global deveria ser contido abaixo de 2 ºC, preferencialmente em 1,5 ºC. Contudo, embora muito louvado como um avanço importante,[9][10] o Acordo foi também intensamente criticado por ser pouco ambicioso, deixando ao critério dos países quais seriam suas metas de emissão, por não ser muito claro a respeito dos meios de financiamento, por não redefinir mecanismos de mitigação e adaptação que já se provaram pouco eficientes, e por não penalizar o descumprimento das metas.[11][12][13][14] É um consenso entre os cientistas que as metas voluntárias fixadas não serão capazes de conter o aquecimento no nível pretendido.[15]

Saiba mais sobre a COP 21

Joaquim Pessoa- Viver é...

Viver é...
Viver é uma peripécia. Um dever, um afazer, um prazer, um susto, uma cambalhota. Entre o ânimo e o desânimo, um entusiasmo ora doce, ora dinâmico e agressivo.
Viver não é cumprir nenhum destino, não é ser empurrado ou rasteirado pela sorte. Ou pelo azar. Ou por Deus, que também tem a sua vida. Viver é ter fome. Fome de tudo. De aventura e de amor, de sucesso e de comemoração de cada um dos dias que se podem partilhar com os outros. Viver é não estar quieto, nem conformado, nem ficar ansiosamente à espera.
Viver é romper, rasgar, repetir com criatividade. A vida não é fácil, nem justa, e não dá para a comparar a nossa com a de ninguém. De um dia para o outro ela muda, muda-nos, faz-nos ver e sentir o que não víamos nem sentíamos antes e, possivelmente, o que não veremos nem sentiremos mais tarde.
Viver é observar, fixar, transformar. Experimentar mudanças. E ensinar, acompanhar, aprendendo sempre. A vida é uma sala de aula onde todos somos professores, onde todos somos alunos. Viver é sempre uma ocasião especial. Uma dádiva de nós para nós mesmos. Os milagres que nos acontecem têm sempre uma impressão digital. A vida é um espaço e um tempo maravilhosos mas não se contenta com a contemplação. Ela exige reflexão. E exige soluções.
A vida é exigente porque é generosa. É dura porque é terna. É amarga porque é doce. É ela que nos coloca as perguntas, cabendo-nos a nós encontrar as respostas. Mas nada disso é um jogo. A vida é a mais séria das coisas divertidas.

Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'

sábado, 2 de janeiro de 2016

Música do Bioterra: Ana Moura - Creio


Creio nos anjos
que andam pelo mundo
Creio na deusa
com olhos de diamante
Creio em amores lunares
com piano ao fundo,
Creio nas lendas,
nas fadas, nos atlantes,
Creio num engenho
que falta mais fecundo
De harmonizar
as partes dissonantes,


Creio que tudo é eterno
num segundo,
Creio num céu futuro
que houve dantes,
Creio nos deuses
de um astral mais puro,
Na flor humilde
que se encosta no muro
Creio na carne
que enfeitiça o além
Creio no incrível,
nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo
pelas rosas,
Creio que o amor que tem asas
de ouro. Amén

Poema de Natália Correia