Lembra-se do designer agricultor de que a VISÃO Sete falou a propósito da iniciativa Sangue na Guelra? Foi, em parte, graças à passagem por este festival que João Henriques, 30 anos, deixou de ser considerado um "louco" (é o próprio que diz) e que as suas ideias sobre agricultura biológica começaram a ser levadas a sério.
A vida nem sempre foi fácil para este professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, desenhador, construtor e acima de tudo inventor de jardins verticais, hortas domésticas e estufas urbanas: enviou mais de uma centena de pedidos e apenas um "sim" lhe chegou, o do ginásio Clube VII, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, onde está, agora, a cultivar os seus superalimentos biológicos (ou melhor, os seus biovivos), produzidos localmente e entregues em bicicleta elétrica.
O primeiro dia deu para estender a lona da estufa, que ocupará 18 metros quadrados e da qual espera retirar todos os meses cerca de 2 160 mini tabuleiros. Seguirão depois para a cafetaria do Clube VII e para quem os quiser comprar (João Henriques faz entregas, de bicicleta elétrica, num raio de 5 quilómetros).
Cultivará biovivos de ervilha (possui três vezes mais vitamina C do que a laranja e só tem 18 calorias/100 gramas), de girassol (com mais antioxidantes do que os frutos vermelhos) e de erva trigo (utilizada na confeção de shots e sumos Detox). João Henriques destaca a versatilidade destes produtos (que levam, em média, duas a quatro semanas a ser cultivados) bem como o seu baixo custo (um quinto do preço dos microlegumes tradicionais). Com este projeto, espera vir a ter a primeira estufa de telhado biocertificada da Europa. Outra horta irá, em breve, nascer no cimo do Parque Holanda, em Carnaxide. Perdão, outra estufa.
Onde comer e comprar
Por ora, em Lisboa, é possível comer os legumes de João Henriques nos restaurantes Jardim dos Sentidos, 1300 Taberna, FoodTemple e na loja Liquid. A partir de maio, também vão estar à venda nos supermercados Brio
Fonte: Visão
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