Neste documentário com quase uma hora, Alex Hershaft estabelece a relação entre o Holocausto e os direitos dos animais. É mais do que a voz da experiência de um judeu que sobreviveu à ‘limpeza’ do Gueto de Varsóvia, é um dever: “Eu tenho o dever de chamar a atenção da sociedade para esta tragédia”.
O polaco Alex Hershaft tem 81 anos e é famoso por ser um dos mais idosos ativistas da causa animal, mas menos famoso é o motivo que o levou a defender quem não tem voz.
Em 1950, ainda antes de completar 6 anos de idade, Alex Hershaft foi um dos poucos judeus que conseguiu escapar à ‘limpeza’ do Gueto de Varsóvia, feita pelo regime nazi. Este menino foi dos poucos, entre os mais de 380 mil judeus do gueto, a conseguir evitar a deportação para o campo da morte de Treblinka.
E é precisamente na condição de sobrevivente do Holocausto que Alex Hershaft, o fundador da FARM (uma das maiores associações de defesa dos direitos dos animais nos EUA) em 1981, estabelece uma relação direta entre o horror do genocídio e os direitos de quem não tem voz para se defender: os animais.
“O uso de comboios de carga para transporte, as caixas de madeira rudimentares como abrigo, o tratamento cruel e a deceção de impedir o assassinato, a eficiência de processamento e o distanciamento emocional dos agressores e as pilhas de membros do corpo são testemunhos mudos das vítimas das quais um dia fizeram parte”, argumentou Hershaft.
Em From the Warsaw Ghetto to the Fight for Animal Rights , este sobrevivente do Holocausto responde ainda a quem o critica por comparar as vítimas humanas, como os judeus, com os animais.
“A reação negativa geralmente deve-se à percepção de que as vidas [humanas] teriam igual valor às de porcos e vacas. E nada é tão verdadeiro. O que nós estamos fazendo é usar o senso comum para denunciar a crueldade do pensamento opressor, que permite que os humanos perpetuem atrocidades sobre outros seres vivos, sejam eles judeus, bósnios, tutsis ou animais”, explicou.
"Apesar da minha idade avançada”, Alex Hershaft não hesitou em realizar este testemunho corajoso: “Eu aceito riscos porque, como um sobrevivente do Holocausto, eu tenho o dever de chamar a atenção da sociedade para esta tragédia".
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