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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

OGM e Bayer

Quando se fala em OGM, a primeira coisa que lembramos é um nome: Monsanto.
É verdade, a simpática empresa americana tem um lugar em destaque no mundo da manipulação genética. Mas não é a única que opera neste sector.
Uma pesquisa realizada no Instituto Europeu de Patentes mostra que, em termos de número de patentes OGM, a Bayer detém o primeiro lugar. Milho, trigo, arroz, cevada, soja, algodão, beterraba, nabo, batatas, tabaco, tomate, uva: a lista de plantas transgênicas patenteadas pela Bayer CropScience é longa. A corporação também patenteou árvores geneticamente modificadas, tais como choupos, pinheiros e eucaliptos.
Este é o resultado de uma pesquisa na sede do citado Instituto Europeu de Patentes, em Mónaco de Baviera, na Alemanha, realizada pela Coalition Against Bayer Dangers (CBG, Alemanha), juntamente com No Patents On Seeds! ("Nenhuma Patente Sobre as Sementes!"): os pesquisadores examinaram todos os pedidos de patentes apresentados pela Bayer nos últimos 20 anos.
De acordo com os resultados da pesquisa, a empresa possui 206 das 2.000 patentes concedidas na Europa para as plantas transgénicas: isso coloca o Bayer no primeiro lugar, à frente da Pioneer (179), Basf (144), Syngenta (135) e Monsanto (119).


A concentração de mercado
Com uma quota de mercado de 20%, a Bayer CropScience, subsidiária integralmente detida pela Bayer AG, é o segundo maior produtor mundial de agro-tóxicos, (depois da Syngenta). No que diz respeito às sementes, a empresa está em sétimo lugar, com uma quota de 3% do mercado .
O processo de concentração de mercado está a progredir há décadas: na área das sementes e dos pesticidas, as dez maiores empresas detêm uma quota de mais de 70% do mercado. O objectivo deste oligopólio é dividir o mercado, definir os preços, orientar as políticas e, finalmente, intervir de forma decidida na maneira com a qual é produzida a comida: um verdadeiro cartel, fiel ao pensamento do ex-secretário de Estado EUA Henry Kissinger:" Quem controla as sementes, controla o mundo".
E, para este efeito, as patentes sobre as plantas e os animais são etapas essenciais.

Já em 2008, o estudo International Assessment of Agricultural Science and Technology for Development (Avaliação Internacional da Ciência e Tecnologia Agrícola para o Desenvolvimento, IAASTD) das Nações Unidas, expressou preocupação sobre o facto de que a investigação e a partilha do do conhecimento são limitados pelos cada vez maior número de patentes especialmente nos Países em desenvolvimento, o que torna mais difícil a adopção de práticas agrícolas adaptadas à situação local (o que contribuiria para a segurança alimentar e a sustentabilidade económica).

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