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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Peter Singer: O "porquê" e o "como" do altruísmo eficaz


Você já teve vontade de mudar a vida de alguém, sua comunidade, ou até mesmo o mundo? A maioria de nós quer fazer a diferença, nosso instinto humanitário se manifesta principalmente quando nos deparamos com situações de sofrimento, mortes ou injustiça. Mas escolher sabiamente a causa ou instituição a qual apoiar é muito importante, pois definirá como seu tempo e dinheiro será melhor aproveitado, aumentando as chances de fazer a diferença no mundo, do jeito certo.

 Em sua palestra para o TED chamada “O Porquê e o Como do Altruísmo Eficaz” o filósofo e professor australiano Peter Singer chamou a atenção para a seguinte situação: se víssemos uma criança em situação de risco certamente seríamos tomados pelo sentimento de defesa e socorreríamos aquela criança. É algo óbvio e que qualquer pessoa com o mínimo de amor ao próximo pensaria, não é mesmo? Mas se aprofundarmos melhor a nossa análise ficaremos diante do número assustador de 6,9 milhões de crianças menores de cinco anos que morrem por ano por razões relacionadas à pobreza, segundo a UNICEF em 2011, mencionou o professor. Pensar nessa quantia me faz questionar: Quantas pessoas querem o fim da fome, por exemplo? Imagino que todas, mas quantas pessoas realmente trabalham para isso? A questão não é uma informação nova, esse número parece muito distante quando julgamos não poder fazer nada, mas sim, nós podemos.

O altruísmo, segundo o pensamento do filósofo Auguste Comte, significa tendência ou inclinação de natureza instintiva que incita o ser humano à preocupação com o outro, ou de uma forma bem mais simples de entender: é o “amor desinteressado ao próximo”. E como podemos alinhar a emoção do altruísmo com o bom senso de otimizar esses investimentos e obter o maior impacto possível ao ajudar aqueles que se encontram em pobreza extrema? Essa é a função do Altruísmo Eficaz, garantir que doadores utilizem seu tempo ou dinheiro fazendo a diferença do jeito certo.  

Na mesma palestra, Peter fez uma relação bastante prática e que melhor ilustra o objetivo do altruísmo eficaz: Fornecer um cão guia para uma pessoa cega é uma ótima ação a se fazer não é? Mas se levarmos em conta o fato de que custa cerca de U$40.000 dólares treinar o cão e seu receptor e em contrapartida curar uma pessoa cega num país em desenvolvimento, que apresente tractoma, custa cerca de U$20 a U$50 dólares, qual seria a melhor opção? Um americano cego com seu cão guia ou 400 a 2.000 pessoas curadas da cegueira? Qualquer um saberia responder essa pergunta, já que é algo óbvio.

Seguindo este pensamento, as empresas e seus líderes compreenderam que negócios e filantropia não só podem andar juntos, como também podem ser armas poderosas para mudar o mundo. Um exemplo disso é o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e a sua esposa, Priscilla Chan, que em dezembro de 2015 prometeram doar 99% de suas ações do Facebook – cerca de US$ 45 bilhões – durante suas vidas, para isso criaram a Chan Zuckerberg Initiative com investimentos em educação e saúde. Esse tipo de investimento efetivo está ganhando força nos mais diversos setores, como educação e inclusão financeira, e as organizações perceberam que assim como nos negócios, a mensuração de resultados é parte essencial para observar o impacto que suas ações podem ter

Por essa razão, doadores estão buscando melhores formas de contribuir com causas. Cada um de nós tem a capacidade para motivar um impacto positivo na vida de pessoas que precisam de nossa ajuda.

Por fim, o Altruísmo Eficaz é capaz de despertar mudanças, assim como qualquer outro tipo de doação, a diferença entre essas duas formas de tornar o mundo melhor é que no altruísmo eficaz o objetivo é gerar o máximo de mudanças positivas que puder.

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