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domingo, 3 de fevereiro de 2013

Encontros Improváveis - Ramos Rosa e Moby


Não posso adiar o amor para outro século 

Não posso 
Ainda que o grito sufoque na garganta 
Ainda que o ódio estale e crepite e arda 
Sob montanhas cinzentas 
E montanhas cinzentas 
Não posso adiar este abraço 
Que é uma arma de dois gumes 
Amor e ódio 

Não posso adiar 
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas 
E a aurora indecisa demore 
Não posso adiar para outro século a minha vida 
Nem o meu amor 
Nem o meu grito de libertação 

Não posso adiar o coração

2 comentários:

  1. Ramos Rosa tem o dever
    de saber
    que tudo o que não podemos adiar
    será adiado
    sem um gesto certo,
    para além do poema

    Quanto a Deus
    Sei-o infinitamente bom,
    tanto, quanto infinitamente lento

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  2. Sem dúvida, Caríssimo Rogério e bom Amigo
    Como te compreendo. Palavras muito sábias, sem dúvida.Imagina que na Holanda até existe um Partido dos Seniores...escusado, não era? Mas estamos cá para não adiar a utopia do Amor. Um forte abraço.Boa semana.

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