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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Zeca Afonso intemporal defensor de causas intemporais

Não és um clássico, Zeca! Tuas palavras, canções são húmus! És mais que uma internet que supera as redes sociais. Nem és anónimo. Deste a vida e foste reflexo das tuas causas, que passaram a ser NOSSAS. E elas são intemporais. Há um fio condutor. Há que nos dias de hoje voltar a ter um olhar treinado e VEMOS-TE perto...bem perto de nós!


Era um redondo vocábulo
Uma soma agreste
Revelavam-se ondas
Em maninhos dedos
Polpas seus cabelos
Resíduos de lar,
Pelos degraus de Laura
A tinta caía
No móvel vazio,
Congregando farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúria crescia
Clamando vingança,
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
Na rua os meninos
Brincando e Laura
Na sala de espera
Inda o ar educa

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