Ciência Hoje, 2011-08-16
A introdução de fungos nas árvores a plantar depois de um incêndio pode ser uma das soluções para acelerar a reflorestação. Esta é uma das conclusões prévias do estudo que está a ser desenvolvido por investigadores na área da Biotecnologia Ambiental da Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica (Porto).
Tendo como objectivo perceber de que modo é possível acelerar a reflorestação em solos queimados, o estudo, liderado por Paula Castro, envolve a aplicação de determinados fungos seleccionados (fungos ectomicorrízicos) como facilitadores deste processo.
Os últimos dados da Autoridade Florestal Nacional (AFN) dão conta que a área ardida no primeiro semestre deste ano em Portugal quase triplicou em relação a 2010, atingindo um total superior a nove mil hectares. Encontrar uma solução para promover a eficácia da reflorestação é, assim, uma prioridade para os investigadores.
Estudos previamente realizados em áreas ardidas demonstraram que a introdução de fungos no sistema radicular (nas raízes) pode promover até duas vezes o crescimento da planta após transplante. Isto porque os fungos proporcionam à planta uma maior absorção de água e de nutrientes do solo, podendo deste modo aumentar a sua taxa de crescimento e resistência.
O estudo tem sido realizado com pinheiro-bravo. Esta espécie é importante a nível nacional devido à sua larga distribuição geográfica e também pela sua importância económica. Esta aplicação – que vem acelerar e optimizar o processo de reflorestação no período pós-fogo – assume-se como uma forma de aliar as soluções da biotecnologia aos problemas da floresta.
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